quarta-feira, 31 de julho de 2013

Bebês amamentados por mais tempo se tornam mais inteligentes


Amamentação: Exclusividade do leite materno na alimentação de bebês é melhor para o desenvolvimento cerebral deles, diz estudo
Um estudo publicado nesta segunda-feira reforça a ideia de que a amamentação não só faz bem à saúde física do bebê, como contribui também para o seu desenvolvimento intelectual. Segundo a pesquisa, feita no Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos, quanto mais tempo uma criança é amamentada, melhor será, ao longo da infância, o seu desempenho em testes que avaliam aspectos da cognição — como aquisição da linguagem, por exemplo.
O trabalho, divulgado no periódico JAMA Pediatrics, foi feito com 1.312 gestantes. Após o parto, os seus bebês foram acompanhados até completarem sete anos de idade. As crianças realizaram diferentes testes cognitivos quando tinham três e sete anos de idade — a cognição é um conjunto de processos mentais usados no pensamento, na percepção, na classificação, no reconhecimento, na memória, no juízo, na imaginação e na linguagem.
Pontuação alta — De acordo com o estudo, as crianças que foram amamentadas durante mais tempo obtiveram as maiores pontuações em um teste de vocabulário feito quando tinham três anos de idade. Elas também se saíram melhor em um teste de inteligência verbal e não verbal aos sete anos. A pesquisa mostrou que cada mês a mais de amamentação aumentou progressivamente a pontuação das crianças nesses testes.
Por exemplo, a média das crianças de três anos de idade em testes de linguagem foi de 103,7 pontos. No entanto, uma criança que foi exclusivamente amamentada por seis meses obteve, em média, três pontos a mais na nota do teste em comparação com uma criança que não havia sido amamentada. O trabalho não encontrou, porém, relação entre a duração do aleitamento materno e melhores resultados nos testes de memória e aprendizado.
 “O problema, atualmente, não é tanto que muitas mulheres não iniciam a amamentação, mas sim que a maioria não a mantém. Nos Estados Unidos, 70% das mulheres iniciam o aleitamento materno, mas, aos seis meses de vida do bebê, apenas 35% continuam amamentando”, disse Dimitri Christakis, pesquisador do Instituto de Pesquisa do Hospital da Criança de Seattle, em um editorial que acompanhou o estudo.
Na conclusão da pesquisa, os autores afirmam que esses resultados reforçam a recomendação de que a criança seja alimentada exclusivamente com leite materno até os seis meses de vida, e que continue sendo amamentada até um ano de idade. “Nós devemos fazer o que for preciso para ajudar as mulheres a manter a decisão de amamentar”, diz Mandy Belfort, coordenadora do estudo.

Fonte: Revista Veja

Hiperatividade pode atrapalhar na escola

Quase toda criança tem aquela pilha que parece não acabar. Enquanto pequenos, esgotam essa energia brincando, mas, quando crescem, a hiperatividade pode
atrapalhar o rendimento escolar. O diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), tem sido cada vez mais comum. Por este motivo, as
vendas de um remédio de tarja preta, recomendado para este tratamento, aumentaram tanto que chegou a faltar no mercado brasileiro no início deste ano. A
situação só foi normalizada em maio.
O Metilfenidato, vendido com os nomes de Ritalina e Concerta, diminui os episódios de dispersão em sala de aula. Desta forma, o aluno consegue compreender
melhor o conteúdo e melhora, consequentemente, o rendimento escolar. Por isso, o consumo desta medicação no país aumentou 75% em crianças com idade de
6 a 16 anos, entre 2009 e 2011, de acordo com o Boletim de Farmacoepidemiologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgado em fevereiro
deste ano.
O médico psiquiatra Marco Antônio Marques Ribeiro Bessa, doutor em Ciências, acredita que o medicamento pode sim promover um melhor desempenho das
crianças na escola. “O Metilfenidato pode contribuir para significativa melhora no rendimento escolar de portadores de TDAH ao melhorar a capacidade de
concentração e a hiperatividade”, defende. Para ele, a “moda” na prescrição de Ritalina é uma consequência da melhora no diagnóstico do TDAH por médicos
com mais informação e treinamento.
O uso do Metilfenidato nos jovens, entretanto, preocupa quase todos os envolvidos no magistério, que defendem que a culpa da recomendação crescente de
Ritalina é o diagnóstico errado. “Para justificar a indisciplina na escola, busca-se o padrão de bom aluno, quieto, que não questiona e, principalmente, que segue
regras. Aqueles que estão distantes desse padrão são encaminhadas, muitas vezes pelos próprios professores, a investigação neurológica e psicológica. Muitos
problemas sociais e encaminhamentos que deveriam ser pedagógicos são substituídos hoje pela medicação precoce”, garante a pedagoga Maria Carolina Lobo
Oliveira.
A psicopedagoga Janaína Paloma Andrade Duda concorda que o diagnóstico precoce tem ocorrido com frequência e pode causar sérios problemas para o
paciente, incluindo a dependência do medicamento. De acordo com ela, o Brasil é o segundo país que mais consome Ritalina no mundo, perdendo apenas para
os Estados Unidos. “Vejo que, nas escolas, muitas crianças são ‘diagnosticadas’ com TDAH e, consequentemente, a prescrição da Ritalina virou moda. Muitas
vezes, o diagnóstico é feito de maneira errônea pelos médicos, sendo necessária uma investigação mais profunda, que deve ser realizada em conjunto por
especialistas, como psicopedagogos, psicólogos e neuropediatras”, ressalta.
Bessa lembra que os efeitos colaterais do Metilfenidato são fortes, como nervosismo, insônia, perda de apetite, dores abdominais e vômitos, principalmente no
início do tratamento. Segundo o psiquiatra, em crianças, o remédio também pode gerar uma diminuição da velocidade do crescimento, que pode ser compensada
nas férias do período escolar, com a interrupção do tratamento.
Preocupada com o futuro dessa geração, Maria Carolina alerta que o resultado da melhora no desempenho escolar de algumas das crianças que são medicadas
com Ritalina pode ser ilusão. “Ela faz com que a pessoa produza, de maneira acrítica e mecânica, mas produza satisfatoriamente, o que é solicitado. Estas
Hiperatividade pode atrapalhar na escola.

Fonte: Paraná-Online