quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Estudo acha riscos genéticos comuns a transtornos psiquiátricos

SXC
Pela primeira vez, um estudo mostrou que cinco transtornos psiquiátricos --autismo, depressão, TDAH (transtorno de deficit de atenção e hiperatividade), transtorno bipolar e esquizofrenia--compartilham fatores de risco genéticos.
A conclusão é dos pesquisadores do Consórcio de Genética e Psiquiatria, dos Estados Unidos.
O trabalho, publicado hoje no periódico médico "Lancet", revisou o genoma de mais de 33 mil pacientes com diagnóstico de doenças psiquiátricas e de 27 mil voluntários de um grupo-controle, sem os transtornos, em busca de variações do DNA que poderiam causar a suscetibilidade às cinco doenças.
O resultado é a identificação de regiões com similaridades para os transtornos em dois cromossomos e em dois genes ligados aos canais que regulam o fluxo de cálcio nas células do cérebro.
O estudo aponta que uma via biológica específica relacionada aos canais de cálcio ("poros" celulares) contribui para a patogênese de diversos problemas psiquiátricos e reafirma o potencial dessa via como um alvo para novas classes de remédios.
Segundo os autores, as conclusões do estudo oferecem evidências para que as bases biológicas sejam usadas no diagnóstico e para a classificação dos transtornos. Por ora, o diagnóstico se baseia na análise clínica.
CAIXA-PRETA
Segundo Emmanuel Dias Neto, pesquisador associado do Laboratório de Neurociências do Instituto de Psiquiatria da USP e cientista adjunto do Hospital A.C. Camargo, o estudo tem grande impacto pela quantidade de pacientes envolvidos e é interessante porque analisa o que essas doenças têm em comum.
"O estudo mostra que elas têm 'caminhos moleculares' parecidos", afirma.
Ele lembra, porém, que ainda não há aplicação prática do achado para quem tem uma dessas doenças.
"Estamos começando a conhecer a caixa-preta que é o genoma. No futuro, cada transtorno será visto como uma alteração de determinadas moléculas, o que deve personalizar o tratamento."

Fonte:
MARIANA VERSOLATO
FOLHA DE SÃO PAULO

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Dormir pouco altera atividade dos genes, aponta estudo


Horário de verão: Sono pode ser prejudicado com as mudanças

Pesquisa descobriu que, com a privação do sono, pessoas apresentam uma função reduzida em vários genes, inclusive naqueles ligados ao metabolismo


Sono: Redução da atividade dos genes pode explicar o motivo pelo qual dormir pouco afeta a saúde (Thinkstock)
Muitos estudos já mostraram uma relação entre o sono insuficiente e consequências negativas à saúde e ao dia-a-dia, como o aumento do risco de obesidade e de problemas cardiovasculares e mentais. No entanto, pouco se sabe sobre o que acontece no organismo após uma noite mal dormida e que desencadeia efeitos como esses. Segundo um novo estudo inglês, a resposta está nos genes — ou seja, a privação do sono reduz a atividade de vários genes, entre eles alguns associados à regulação do metabolismo, alterando funções como o apetite, a queima de calorias e os sistemas imunológico e cardíaco. Essas conclusões foram publicadas nesta segunda-feira no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

No estudo, 26 voluntários, em um ambiente controlado, passaram uma semana dormindo durante o tempo adequado (aproximadamente 8,5 horas) e outra semana dormindo poucas horas (5,7 horas em média). Ao longo de todos esses dias, os pesquisadores analisaram os genes dos participantes a partir de amostras de sangue recolhidas deles. Segundo os resultados, um grande número de genes se tornou menos ativo na semana em que houve privação do sono.
De acordo com Simon Archer, coordenador do estudo, o próximo passo de sua equipe será investigar de que forma poucas horas de sono, ao reduzirem a atividade de determinados genes, afetam a saúde a longo prazo. Archer também quer descobrir se há pessoas mais vulneráveis do que outras aos efeitos negativos de um sono insuficiente.

Os prejuízos de dormir pouco
1. De acordo com uma pesquisa apresentada no encontro anual da Sociedade para Estudo de Comportamento Digestivo (SSIB, sigla em inglês), em julho de 2012, na Suíça, a restrição do sono faz com que um indivíduo consuma mais calorias e, além disso, reduz a capacidade do corpo de queimá-las. Isso ocorre porque dormir pouco aumenta os níveis de grelina, o ‘hormônio da fome’, conhecido assim por induzir a vontade de comer, na corrente sanguínea. Além disso, o hábito promove um maior cansaço, reduzindo a prática de atividades físicas e aumentando o tempo de sedentarismo.
2. Um estudo publicado em agosto de 2012 no periódico Breast Cancer Research and Treatment sugeriu que dormir menos do que seis horas por dia eleva o risco de mulheres na pós-menopausa terem um tipo agressivo de câncer de mama e uma maior probabilidade de recorrência da doença.
3. Dormir menos do que seis horas por dia aumenta o risco de um acidente vacular cerebral (AVC) mesmo em pessoas com peso normal e sem histórico de doenças cardiovasculares, segundo um estudo apresentado em junho de 2012 no encontro anual das Sociedades de Sono Associadas (APSS, na sigla em inglês), na cidade americana de Boston.
4. Dormir pouco ativa de maneira diferente os centros de recompensa do cérebro com a exposição a alimentos gordurosos em comparação com dormir adequadamente. Isso faz com que esses alimentos pareçam mais salientes e que a pessoa se sinta mais recompensada ao comer esse tipo de alimento. Essas descobertas foram apresentadas em junho deste ano no encontro anual das Sociedades de Sono Associadas (APSS, na sigla em inglês), na cidade americana de Boston. Além disso, uma pesquisa publicada em janeiro deste ano indicou que noites de sono mal dormidas ativam com mais intensidade uma área do cérebro responsável pela sensação de apetite.
5. Segundo um estudo apresentado em junho de 2011 durante encontro das sociedades médicas para o sono, nos Estados Unidos, menos horas de sono podem desencadear problemas com hiperatividade e desatenção durante o começo da infância. Esses são sintomas comuns do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
6. A 25ª Reunião Anual da FeSBE (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), em agosto de 2010, trouxe uma pesquisa que relacionou a falta de sono e o problema sexual. De acordo com o trabalho, feito na Unifesp, além do maior risco de impotência, homens que dormem pouco têm maiores chances de desenvolver problemas cardiovasculares e de engordar.
7. Um estudo apresentado em outrubro de 2011 no Encontro Anual do American College of Chest Physicians, mostrou que jovens que dormem menos de sete horas por dia têm índice de massa corporal (IMC) maior, e que isso pode estar relacionado diretamente com os hormônios grelina e leptina, que regulam as sensações de fome e saciedade.

Fonte: Revista Veja

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Gel poderá recuperar coração após infarto


Tecido cardíaco
 Juliana Santos

Tratamento pioneiro, que já havia sido testado em ratos e porcos, deve passar para testes clínicos em humanos já no segundo semestre


À esquerda, imagem de miscroscópio do coração de um porco após a aplicação do hidrogel. O crescimento de tecido cardíaco está representado em vermelho. À direita, coração antes do tratamento. (Karen Christman, UC San Diego Jacobs School of Engineering)
Um hidrogel injetado no coração poderá tratar danos nos músculos cardíacos causados por infarto. No ano passado, uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Diego, já havia testado o tratamento em ratos. Agora, em um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico Science Translational Medicine, o grupo realizou os testes em animais maiores — o tratamento foi testado em porcos, que têm anatomia mais semelhante aos seres humanos. O próximo passa da equipe é testar a espécie de "remendo" em humanos. Segundo a equipe, a nova fase de testes deve começar no início no segundo semestre deste ano.
Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil ocorreram cerca de 80.000 mortes por infarto agudo do miocárdio em 2010, sendo 32.645 mulheres e 47.017 homens. Quando o paciente sobrevive ao infarto, há preocupações sobre o processo de remodelagem pelo qual o coração passa durante a recuperação. Isso acontece por causa dos danos musculares causados pelo infarto em si, que podem levar a um quadro de insuficiência cardíaca.

Fabricação — O material  usado na pesquisa é um gel produzido a partir de tecido conjuntivo cardíaco de porcos. O tecido passa por um processo de limpeza, em que todas as células são retiradas, sobrando apenas a matriz extracelular, uma espécie de "suporte natural" do coração. Esse tecido passa por diversos processos até se transformar em um líquido, que pode ser injetado através de um cateter inserido em uma artéria e direcionado pelos vasos sanguíneos até o coração. De acordo com os autores, esse processo poderia ser realizado com o uso de sedativos, sem necessidade de uma anestesia geral.

Saiba mais

TECIDO CONJUNTIVO
As células do tecido conjuntivo têm como função servir de suporte e manter unida a estrutura corporal. Presente na maioria dos órgãos, como o coração, o tecido conjuntivo forma grande parte dos músculos, tendões, ossos, cartilagens e da pele. Também é conhecido como tecido conectivo, por preencher os espaços intercelulares do corpo e ligar órgãos e tecidos diversos.
Ao atingir a temperatura corporal, o líquido se transforma em um gel poroso, que auxilia na formação de músculo cardíaco e reduz a formação de cicatriz na área afetada pelo infarto. “Após um infarto, a estrutura natural do coração é danificada. Promovendo uma nova estrutura, feita de matriz extracelular natural, nós fazemos com que as próprias células do organismo se direcionem ao local e reparem o coração. Isso inclui novos vasos sanguíneos e células-tronco. O resultado é uma quantidade significantemente maior de músculo cardíaco e menos tecido de cicatriz na região danificada”, disse Karen Christman, integrante do grupo de pesquisadores, ao site de VEJA.
O tecido de cicatriz, produzido pelos fibroblastos (células do tecido conjuntivo) em regiões danificadas, é feito de colágeno. Esse tecido é prejudicial porque ele não possui capacidade de contração, como o músculo cardíaco. Assim, ao se cicatrizar, o coração acaba perdendo força, de modo que é importante reduzir a formação dessa cicatriz para garantir um bom funcionamento do órgão após um infarto.
O hidrogel pode ser degradado pelo organismo. De acordo com Karen Christman, a própria migração das células é responsável por esse processo, e após três semanas da aplicação o material é completamente degradado pelo corpo. Nesse estudo, os pesquisadores realizaram testes de segurança e verificaram, entre outras coisas, a compatibilidade do gel com o sangue humano.


Opinião do especialista

Fernando Bacal
Cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein

"O que se teme depois de um infarto é o remodelamento do coração. Ele muda de forma e tamanho, podendo ficar maior e mais fraco. Os tratamentos hoje são voltados para desobstruir a artéria o mais rápido possível, uma vez que o infarto é causado pelo fechamento de uma artéria que irriga o coração e pela necrose de parte do músculo cardíaco. O que esse estudo está propondo é o uso da matriz extracelular que envolve as células do coração e é responsável pela regeneração do coração após o dano.
"Porém, ainda não se sabe o que essa substância, injetada no coração, pode causar. Pode ocorrer uma reação imunológica ou o aumento de trombose (coagulação que obstrui os vasos sanguíneos do coração). Mas trata-se de um estudo interessante e pioneiro, que no futuro pode ter grande impacto no tratamento da doença."



Fonte: Revista Veja

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Inspirador!!! - Jovem sem braços aprende a pilotar e dirigir com os pés

 
Foto: BBC
Um raro defeito congênito fez com que a americana Jessica Cox nascesse sem os braços. Mas a deficiência não a impede de viver a vida intensamente.
Jessica nasceu sem braços, mas não deixou que a deficiência a impedisse de dirigir, pilotar e tocar piano
Na verdade, Jessica, aos 30 anos, já experimentou e conquistou mais coisas do que muita gente ao longo de toda uma vida.
Ela consegue dirigir, pilotar aviões e tocar piano - tudo com seus pés.
Em 2012, Jessica se casou com Patrick, seu ex-professor de Taekwondo (arte marcial em que ela é faixa preta). O casal vive em Tucson, Arizona.
Atualmente ela viaja o mundo como palestrante motivacional, usando sua própria vida como exemplo. Neste mês ela visitará a Etiópia, para ajudar a promover os direitos de portadores de deficiências.

Assista ao Vídeo abaixo:

Fonte: BBC

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

TDAH - Cresce 75% uso de droga para hiperatividade

Na Grã-Bretanha, terra natal da pesquisa, acredita-se que 2% das crianças tenham o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

Vendido com três nomes comerciais diferentes, o metilfenidato teve 557.588 caixas prescritas em 2009. Em 2011, o número saltou para 1.212.855


TDAH: os principais sintomas em crianças são dificuldade em esperar por sua vez, dificuldade em ficar sentada por muito tempo, inquietação, esquecimento e fala excessiva (Polka Dot/Thinkstock)
O consumo do medicamento para tratamento de hiperatividade, o metilfenidato, entre crianças de 6 a 16 anos aumentou em 75% no país, de 2009 a 2011, revela pesquisa inédita da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O levantamento, feito com base na análise dos dados do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), mostra ainda que, entre a população de 16 a 59 anos, o crescimento do consumo do remédio foi menor, mas também expressivo: 27,4%.
O estudo indica haver uma estreita relação entre o padrão de uso do metilfenidato e as atividades escolares. A prescrição cai durante as férias e é significativamente maior no segundo semestre. Em 2011, por exemplo, o consumo médio brasileiro no primeiro semestre foi de 19,7 caixas para cada 1.000 crianças. Entre agosto e dezembro, a média subiu para 26,6 caixas por 1.000. "“Os resultados do levantamento trazem uma série de perguntas: profissionais estão prescrevendo o remédio de forma adequada? O aumento do consumo da droga nesses níveis já era esperado?"”, avalia o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.

A presidente da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (Abenepi) no Distrito Federal, Denize Bomfim, afirma não haver uma resposta única para as perguntas. "“O aumento da prescrição era, sim, esperado: o diagnóstico da doença melhorou. Hoje, tanto pais quanto professores têm uma noção melhor sobre o que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).”" A neuropediatra, porém, diz que não é possível saber se o crescimento é apenas fruto da melhora de diagnóstico. “"A droga vem sendo usada de forma inadequada por jovens em busca de melhor rendimento. Mas não há como afirmar se tal fenômeno influenciou os índices de prescrição.”"

O fato de se falar mais sobre a doença também faz aumentar a pressão, seja dos professores ou dos próprios pais, para prescrição do remédio ao menor sinal de dificuldade de aprendizado. Por isso, a substância é conhecida como “droga da obediência”. A coordenadora do SNGPC, Márcia Gonçalves, afirma que esse tipo de comportamento também deve ser analisado. “"Nosso trabalho pode ser usado como referência para as discussões.”"

Para evitar que a prescrição seja feita de forma inadequada, Denize diz que a criança tem de ser avaliada por uma equipe multidisciplinar. “"E antes de pensar em TDAH é preciso verificar outros fatores, como dificuldades na relação com o professor ou com a classe ou questões familiares.”" Sobre o fato de o consumo do remédio variar de acordo com o período letivo, Denize afirma que a recomendação é para que a droga não seja dada durante os fins de semana e, em alguns casos, durante as férias.

Vendas — O metilfenidato é vendido no Brasil com três nomes comerciais diferentes. Em 2009 foram prescritas 557.588 caixas do remédio. Em 2011, o número saltou para 1.212.855. O aumento do consumo do remédio foi identificado em todas as regiões do País. Oito estados registraram queda na prescrição do remédio ao longo dos últimos três anos: Acre, Pará, Tocantins, Alagoas, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.
Já o Distrito Federal é a unidade federativa que registrou maior consumo do produto em 2011: foram 114,59 caixas a cada 1.000 habitantes. Em 2009, a média era de 59,42. Denize diz não saber as razões dessa estatística. "“O dado é surpreendente e merece uma investigação mais detalhada. Qualquer avaliação agora poderia levar a um erro”", avalia. Márcia acredita também que os dados de consumo nos Estados podem ajudar a identificar distorções ou abusos.
O fato do DF apresentar um grande número de jovens e adultos que buscam uma carreira pública, por meio de concursos, os chamados “concurseiros”, merece ser avaliado. “"Mas a pesquisa, sozinha, não pode ter seus resultados extrapolados. Ela mostra um sintoma. As causas têm agora de ser investigadas”", afirma Denize.

Barbano considera que a pesquisa apresenta um dado positivo: o fato de a prescrição do medicamento ter sido feita, sobretudo, por médicos de especialidades relacionadas com a assistência à criança e ao adolescente que tratam de problemas no sistema nervoso central. O trabalho demonstrou, porém, que alguns profissionais prescreveram uma quantidade do medicamento bem acima da média dos colegas. Márcia afirmou que os dados da pesquisa foram repassados para vigilâncias estaduais. “"Se houver indícios de abuso, os fatos também serão encaminhados para os conselhos regionais de medicina.”"

Fonte: Revista Veja

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Estudo vê queda de partos prematuros após leis antifumo


Foto: PA
Aplicação de leis anti-fumo na Bélgica foi seguida de queda em partos prematuros
A teoria de que a proibição de fumar em locais públicos diminuiria o número de crianças nascidas prematuramente foi fortalecida por uma nova pesquisa.
Um estudo de 600 mil partos descobriu três quedas sucessivas no número de bebês nascidos com menos de 37 semanas - cada uma das reduções ocorrendo após uma nova fase de aplicação de leis antifumo.
De acordo com a publicação científica British Medical Journal, as tendências de queda não foram encontradas em períodos anteriores às proibições.
O estudo, feito pela Universidade Hasselt na Bélgica, acontece depois que uma pesquisa escocesa de 2012 encontrou um padrão semelhante.
No entanto, os especialistas escoceses não conseguiram determinar com certeza se a lei antifumo era a causa da mudança, porque os partos prematuros começaram a diminuir antes da proibição.
Já era conhecido o fato de que o hábito de fumo da mãe provoca redução de peso no bebê e aumenta o risco de nascimento prematuro.

Quedas sucessivas

No levantamento mais recente, os pesquisadores conseguiram analisar a taxa de partos prematuros após cada fase de uma lei antifumo implantada na Bélgica.
Lugares públicos e a maior parte dos locais de trabalho foram sujeitos às primeiras proibições em 2006, seguidos pelos restaurantes em 2007 e por bares que servem refeições em 2010.
Descobriu-se que a taxa de nascimentos prematuros caía a cada fase da proibição, com mais impacto após a aplicação em restaurantes e bares.
Depois das fases de 2007 e 2010, os partos prematuros caíram cerca de 3% em cada período.
No geral, isso corresponde a seis partos prematuros a menos em cada mil nascimentos.
As mudanças não puderam ser explicadas por outros fatores - como a idade e os status socioeconômico das mães ou efeitos populacionais como mudanças na poluição do ar ou epidemias de gripe.
O estudo também não encontrou ligações entre as leis antifumo e o peso dos bebês.
O pesquisador Tim Nawrot, que conduziu a pesquisa na Universidade de Hasselt, disse que até mesmo uma pequena redução do tempo de gravidez já havia sido relacionada em outros estudos a condições de saúde adversas na infância e na vida adulta.
"Porque as proibições aconteceram em três momentos diferentes, pudemos mostrar que há um padrão consistente de redução do risco de parto prematuro", disse.
"Isso dá suporte à ideia de que as leis antifumo trazem benefícios à saúde pública desde os primeiros momentos da vida."

Fonte: BBC

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Estudo reforça que ácido fólico na gravidez pode reduzir o risco de autismo nos bebês


Gravidez

Suplementos da vitamina já são recomendados a gestantes e a mulheres que pretendem engravidar para reduzir o risco de má formação congênita


Gravidez: Pesquisa reforça a possibilidade de o ácido fólico consumido por grávidas reduzir o risco de seus filhos serem autistas (Thinkstock)
Um extenso estudo americano concluiu que tomar suplementos de ácido fólico durante a gravidez reduz em até 40% o risco de o bebê ter autismo. Essa vitamina, presente em alimentos como brócolis, tomate, lentilha e também em bebidas como a cerveja, diminui as chances de haver má formação congênita, mas ainda não está claro se a substância protege a criança contra problemas neurológicos. A nova pesquisa, publicada nesta quarta-feira no periódico The Journal of The American Association (JAMA), fornece novas evidências que reforçam tal relação, que já havia sido apontada por


De acordo com os resultados da pesquisa, mães que fizeram uso de suplementos de ácido fólico antes e durante a gestação tiveram filhos com um risco até 40% menor de serem diagnosticados com autismo na infância. Esse benefício foi observado apenas em mulheres que tomaram os suplementos durante o período entre quatro semanas antes de engravidarem e oito semanas após o início da gestação — o que revela que o momento do consumo da vitamina é crucial para reduzir os riscos de saúde ao bebê. Os pesquisadores não encontraram evidências de que outros suplementos alimentares, como de ômega-3, por exemplo, na gravidez influenciam no risco de autismo no filho.
Consumo ideal — Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o consumo de suplementos de ácido fólico é indicado para prevenir anencefalia (defeito congênito na formação do cérebro e da medula) e espinha bífida (formação anômala dos ossos da coluna vertebral) — dois defeitos de fechamento do tubo neural (estrutura que dará origem ao sistema nervoso central do bebê, incluindo cérebro e coluna).
A recomendação do órgão é a de que as mulheres consumam 400 microgramas por dia de ácido fólico durante pelo menos um mês antes de engravidar e ao longo do primeiro trimestre de gestação — período em que o tubo neural está em pleno desenvolvimento.
Em 2002, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a adição de 4,2 miligramas de ferro e de 150 miligramas de ácido fólico para cada 100 gramas de farinha de trigo e de milho. A intenção era reduzir a prevalência de anemia por deficiência de ferro e prevenir defeitos do tubo neural.

Saiba mais

ÁCIDO FÓLICO
Também chamado de vitamina B9, pode ser encontrado em alimentos como brócolis, couve, tomate, feijão, lentilha e cogumelo, em bebidas como a cerveja e em suplementos vitamínicos. Uma concha de feijão preto, por exemplo, tem 119 microgramas da vitamina. O ácido fólico atua no processo de multiplicação celular e na formação da hemoglobina. Recomenda-se o consumo da vitamina a mulheres que estão pensando em engravidar — de preferência 30 dias antes da fecundação e durante o primeiro trimestre gestação. O ácido é associado a um menor risco de má formação congênita.
A pesquisa, feita na Universidade da Califórnia, Davis, nos Estados Unidos, se baseou nos dados de 85.176 bebês inscritos no Estudo de Corte de Mães e Crianças Norueguesas, o maior trabalho já feito sobre a influência de fatores genéticos e ambientais sobre doenças neurológicas. Os pais dessas crianças também participaram da pesquisa. Após acompanhar as crianças entre três e dez anos após o seu nascimento, a equipe observou que 270 delas apresentaram algum transtorno do espectro autista.

Fonte: Revista Veja

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Paranaense é eleita Miss Surda Brasil 2013

Divulgação
 Thaisy Payo é moradora de Umuarama
Thaisy Payo, de Umuarama (Noroeste), foi eleita no fim de semana a Miss Surda Brasil 2013, em concurso realizado em Fortaleza (CE). Esta foi a primeira vez que o Paraná participa do concurso. Aos 25 anos, a farmacêutica e professora de Língua Brasileira de Sinais (Libras) realizou seu sonho de criança. Ela agora irá representar o Brasil no Miss Deaf World, que será realizado em julho, em Praga, na República Tcheca. Ainda em Fortaleza, Thaisy está muito feliz com o título, segundo sua mãe, Aparecida do Carmo Payo. “Estamos todos muito felizes com a vitória dela, graças a Deus deu tudo certo. Agradecemos a todos que a ajudaram”, afirma.
Thaisy começou a carreira de modelo aos 10 anos. Em 2010 foi eleita Rainha da Exposição Agropecuária e Industrial de Umuarama, Segunda Princesa Miss Umuarama e Rainha Surda Brasileira. Ela também já fez diversos trabalhos fotográficos e desfiles. Surda desde os nove meses, Thaisy sempre teve muita força de vontade, segundo Aparecida. Além da carreira como professora, ela deve agora conciliar a pós-graduação em Libras e Educação de Surdos e os compromissos de miss. “Quero quebrar as barreiras e brilhar sem limites para lutar pelos direitos das pessoas surdas”, disse à jovem, em entrevista à FOLHA, na semana passada.

Fonte:  Folha de Londrina

Substâncias do chá verde e do vinho tinto podem barrar o Alzheimer


chá verde

Pesquisadores britânicos descobriram que extratos dessas bebidas interromperam um dos caminhos que desencadeiam o avanço da doença

 Chá verde: A partir do extrato da bebida, pesquisadores conseguiram barrar, em testes de laboratório, um dos caminhos que levam ao Alzheimer (Thinkstock)
Substâncias presentes no chá verde e no vinho tinto têm o potencial de interromper um dos fatores responsáveis por desencadear a doença de Alzheimer, revelou um novo estudo da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha. A partir de testes feitos em laboratórios, os autores da pesquisa descobriram que a EGCG, uma enzima encontrada no chá, e o resveratrol, presente no vinho, impedem que a proteína beta-amiloide, associada à doença, se ligue às células nervosas do cérebro e provoque a morte delas. Esses achados foram publicados nesta terça-feira no periódico The Journal of Biological Chemistry.


RESULTADO: Uma enzima presente no chá verde (EGCG) e o resveratrol, composto encontrado no vinho tinto, são capazes de alterar a forma do aglomerado da proteína beta-amiloide, que é responsável por se ligar às células nervosas do cérebro, danificá-las e até matá-las, caracterizando a doença de Alzheimer. No entanto, deformados, esses aglomerados se tornam incapazes de se ligarem às células nervosas e, portanto, de prejudicá-las.
A doença de Alzheimer é caracterizada por uma acumulação anormal da proteína beta-amoloide no cérebro. Juntas, essas proteínas formam um aglomerado tóxico e pegajoso que se liga a proteínas presentes na superfície das células nervosas do cérebro, podendo prejudicar o funcionamento dessas células e até leva-las à morte. Nessa nova pesquisa, a equipe de especialistas investigou se o formato desses aglomerados — se em formato esférico preciso ou sem forma definida, por exemplo — interfere na capacidade de eles se encaixarem nas proteínas das células nervosas.
Estudos anteriores já haviam indicado que uma enzima encontrada no chá verde e o resveratrol, composto presente no vinho tinto, têm a capacidade de alterar a forma da beta-amiloide.
A partir desse dado, os cientistas formaram, em laboratório, aglomerados de beta-amiloide e juntaram essa substância a células cerebrais de humanos e de animais. Depois, a equipe adicionou extratos de vinho tinto e de chá verde em algumas dessas células. Segundo os autores, quando as substâncias dessas bebidas foram adicionadas às células, o formato do aglomerado de proteínas beta-amiloide de fato se alterou. Além disso, eles observaram que, com a forma distorcida, o grupo de beta-amoloide não foi capaz de se ligar às proteínas da superfície das células nervosas e, assim, não danificaram tais células.
"Esse é um passo importante para aumentar nossa compreensão sobre a causa e a progressão da doença de Alzheimer", diz Nigel Hooper, coordenador do estudo. "Não devemos pensar no Alzheimer como parte natural do envelhecimento, mas sim como uma doença para a qual acreditamos que um dia haverá cura. E é por meio de novas pesquisas como essa que desenvolveremos medicamentos capazes de barrar a doença.”

Fonte: Revista Veja

Poluição eleva risco de recém-nascidos com menor peso, indica estudo


Bebê / BBC
Pesquisadores investigaram impacto da poluição do ar em mulheres grávidas
Mulheres grávidas que residem em áreas expostas a níveis significativos de poluição atmosférica têm mais chance de dar à luz a bebês abaixo do peso, indica um novo estudo realizado por uma rede internacional de cientistas.
Bebês que nascem com menos de 2,5 kg, considerados de baixo peso, correm maior risco de morrer porque são mais suscetíveis a desenvolverem doenças como diabetes ou cardiopatias quando adultos, dizem os especialistas.
A pesquisa, a maior do tipo já realizada, considerou dados de mais de 3 milhões de nascimentos em nove países.
As conclusões indicam que, ainda que o impacto da poluição sobre o peso de um bebê isoladamente seja pequeno, em relação ao conjunto da população a influência é significativa.

Partículas

O estudo, divulgado na publicação científica Environmental Health Perspectives, se concentrou nos efeitos de dois tipos de pequenas partículas com carbono chamadas PM10 e PM2,5, que são associadas pelos cientistas a problemas nos pulmões e no coração, além de morte prematura.
Os pesquisadores analisaram o impacto sobre gestantes de um aumento de dez microgramas por metro cúbico em exposição média a partículas de poluição no decorrer da gravidez.
A conclusão foi que, com o aumento da concentração das partículas PM10, houve um aumento na possibilidade do recém-nascido ter peso abaixo do normal em 0,03%. No caso das PM 2,5, menores que as PM10, foi constatado um aumento de 10% nessa possibilidade.
As descobertas indicam ainda que a relação entre o peso do bebê e o nível de poluição é inversamente proporcional. Ou seja, quanto maior a poluição, menor é o peso médio do bebê.
"O que é significativo é que todo mundo está exposto a tais níveis de poluição atmosférica", disse Tracey Woodruff, pesquisadora da Universidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, e uma das responsáveis pelo estudo.
Para Tony Fletcher, professor de Epidemiologia Ambiental da London School of Hygiene and Tropical Medicine, "o estudo é de excelente qualidade, e as conclusão são claras”.
“Ainda que o efeito médio (da poluição) sobre cada bebê seja pequeno e não seja algo que deva preocupar futuros pais, se considerarmos a população como um todo, esse pequeno risco se multiplica por milhares de pessoas.”

Fonte: BBC

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Terapia genética recupera audição de camundongos surdos


Audição: Camungondos que nasceram surdos voltam a ouvir após serem submetidos a terapia genética

Ao alterar a expressão de gene alterado, pesquisadores foram capazes de fazer com que animais com tipo de surdez congênita voltassem a ouvir

 
Cientistas da Universidade Rosalind Franklin de Medicina e Ciência, nos Estados Unidos, utilizaram terapia genética para recuperar parcialmente a audição de camundongos recém-nascidos que tinham uma forma congênita de surdez. A pesquisa, publicada nesta segunda-feira na revista Nature Medicine, sugere que é possível que deficiências auditivas sejam corrigidas nos primeiros dias de vida de pessoas que nascem com determinada mutação genética.

O estudo, coordenado pela pesquisadora Michelle Hastings, trabalhou com um gene chamado USH1C, responsável por controlar a ação da proteína harmonina. Essa proteína exerce um papel importante na produção de células do ouvido interno que respondem a ondas de som e enviam sinais elétricos ao cérebro. Uma mutação no gene USH1C altera a expressão dessa proteína e pode desencadear o tipo 1 da síndrome de Usher, uma forma de surdez hereditária que costuma ser acompanhada de cegueira.


Injeção - O que a equipe de Hastings fez foi injetar, em camundongos recém-nascidos geneticamente modificados para ter a mutação no gene USH1C, uma fibra muito pequena de material genético (oligonucleotídeo antisense) capaz de desativar uma versão defeituosa desse gene. Com isso, a expressão do USH1C foi "corrigida" e ele passou a produzir células normais do ouvido interno. Segundo os resultados, uma única injeção conseguiu restaurar parcialmente a audição dos animais e também diminuiu os movimentos de cabeça que ocorrem pelo fato de a síndrome prejudicar o equilíbrio.
"Estes efeitos foram mantidos por alguns meses, fornecendo evidências de que a surdez congênita pode ser efetivamente superada com tratamento precoce para corrigir a expressão genética", escreveram os autores no artigo. “A nossa descoberta abre uma possibilidade para a criação de uma droga feita a partir de oligonucleotídeo antisense”, diz Jennifer Lentz, que também participou do estudo.

Fonte:Revista Veja

Quais são e para que servem os testes nos recém-nascidos


 


Assim que o bebê nasce, é hora de receber carinho e cuidados. Entre as principais preocupações da mamãe e da equipe médica estão os testes que podem garantir à criança uma vida saudável. São eles o teste do pezinho, da orelhinha, do olhinho e do coraçãozinho. Mas nem todas as mulheres sabem para que eles servem e nem quando devem ser realizados. Para esclarecer a dúvida, o neonatologista e pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz, Dr. Marcelo Reibscheid, explica em detalhes tudo o que as mamães precisam saber sobre os exames.

Teste do pezinho

Como é feito?
Nesse exame, também conhecido como triagem neonatal, o médico faz um pequeno furinho no calcanhar do bebê, local rico em vasos sanguíneos. Por meio do sangue coletado, um exame laboratorial emite os resultados.

O que pode detectar?
Doenças genéticas, metabólicas e também infecciosas que podem prejudicar o desenvolvimento da criança, como, por exemplo, a fenilcetonúria e o hipotireoidismo. O descobrimento precoce dessas doenças pode evitar consequências mais graves, como a deficiência mental.

Quando deve ser feito?
Após 48 horas do nascimento.

Onde é feito?
No próprio hospital. É gratuito e obrigatório em todo o país.

Teste do pezinho ampliado e master

Como é feito?
É o mesmo método do teste do pezinho.

O que pode detectar?
A versão ampliada é capaz de identificar um número maior de problemas, como deficiências de enzimas. Já a master pode detectar dezenas de outras anomalias.

Quando deve ser feito?
Assim como o convencional, após 48 horas do nascimento do bebê.

Onde é feito?
Não é obrigatório, por isso não é oferecido na rede pública de saúde. A mamãe interessada em realizar os testes deve procurar uma clínica especializada, que cobrará pelo resultado.

Teste da orelhinha

Como é feito?
Para ser realizado, o bebê precisa estar dormindo. Um fonoaudiólogo coloca pequenos fones no ouvido da criança, que emitem sons. O especialista avalia a reposta do cérebro do bebê ao estímulo.

O que pode detectar?
O bebê, mesmo na barriga, já pode ouvir alguns sons. Por isso, é possível detectar logo cedo qualquer problema de audição que ele possa apresentar.

Quando deve ser feito?
Segundo o pediatra Marcelo Reibscheid, no segundo ou terceiro dia de vida.

Onde é feito?
Gratuito e obrigatório na rede pública de saúde.

Teste do olhinho

Como é feito?
O pediatra ou oftalmologista usa um aparelho que emite um feixe de luz capaz de refletir algumas cores nos olhos da criança saudável.

O que pode detectar?
Pode detectar diversas patologias oculares e evitar uma cegueira irreversível. O especialista ainda consegue observar a diferença de grau entre olhos ou o estrabismo.

Quando deve ser feito?
Tão importante quanto os outros exames realizados no bebê, o teste do olhinho deve ser realizado ainda no quarto, durante os primeiros dias de vida da criança.

Onde é feito?
No próprio hospital, mas não é obrigatório em todos os lugares do Brasil. Apenas alguns Estados são adeptos a essa lei.

Teste do coraçãozinho

Como é feito?
A enfermeira é quem faz o procedimento, com o uso do oxímetro. É um tipo de pulseira que mede rapidamente e sem dor a quantidade de oxigênio no sangue do bebê. O procedimento deve ser realizado nos membros superiores e inferiores.

O que pode detectar?
Esse exame pode até salvar a vida de crianças que nascem com defeitos cardíacos. Entre os problemas, podem estar presentes alterações como buracos entre as câmaras do coração e defeitos na válvula cardíaca.

Quando deve ser feito?
Entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar.

Onde é feito?
Não é obrigatório, mas alguns hospitais realizam gratuitamente. Basta a mamãe pedir pelo exame.

Fonte:http://itodas.uol.com.br/mae/entenda_quais_sao_e_para_que_servem_os_testes_nos_recem-nascidos-24403.html

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Brasil é um dos líderes mundiais em câncer de laringe

De acordo com o Inca, em 2010 foram registrados 3.618 casos de câncer de laringe no Brasil. O instituto estima que o país teve 6.110 novos casos em homens em 2012

O presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (Aborl-CCF), Agricio Crespo, disse nesta segunda-feira (4), no Dia Mundial do Câncer, que o Brasil é um dos países com maior incidência de câncer de laringe do mundo. "A população brasileira ainda fuma muito. Essa é a principal causa [da grande incidência no Brasil], e quando ele [fumo] está associado à bebida alcoólica existe uma potencialização de efeitos", diz Crespo. As informações são da Agência Brasil.
Dados do Instituto Nacional de Câncer indicam que fumantes têm dez vezes mais chances de desenvolver câncer de laringe e quando há associação do fumo com bebida alcoólica esse número sobe para 43 vezes. "Outras causas são situação socioeconomica desfavorável e má alimentação", diz Crespo.
Segundo o Inca, para evitar esse tipo de câncer é importante que a alimentação contenha proteínas, preferencialmente de frango ou peixe, associadas a legumes, verduras e frutas ricas em vitaminas, em especial A, B2, C e E, e sais minerais.
O câncer de laringe, quando descoberto precocemente, tem taxas de cura que vão de 80% a 100%. É uma doença predominantemente masculina. Para cada mulher atingida há nove homens com a doença, que é mais comum depois dos 40 anos de idade, tendo seu pico de incidência entre os 50 e 60 anos.
O principal sintoma da doença é a rouquidão que dura mais de duas semanas, aparentemente sem motivo. "A pessoa que não tinha a voz rouca, passa a ter", diz Crespo. Ele acrescenta que dificuldade de engolir os alimentos, falta de ar, mal hálito e perda de peso também podem estar associados à doença. O especialista explica que um exame muito simples, feito no consultório médico de um otorrinolaringologista, é capaz de fazer o diagnóstico precoce na grande maioria dos casos.
De acordo com o Inca, em 2010 foram registrados 3.618 casos de câncer de laringe no Brasil. O instituto estima que o país teve 6.110 novos casos em homens em 2012. Segundo Crespo, a região Nordeste é a que tem a maior incidência da doença, e a Sul é a que tem a menor.

Fonte: Gazeta do Povo