quinta-feira, 27 de junho de 2013

Estudo mostra que o cérebro não é completamente 'enganado' por ilusão de ótica


Pesquisadores pretendem agora mapear outras áreas do cérebro, especialmente as ativadas pela região conhecida como ‘ponto G’
De acordo com pesquisadora, os processos cerebrais da percepção são distintos daqueles responsáveis pelas ações guiadas visualmente (Thinkstock)
A ilusão de ótica é um fenômeno conhecido, no qual algumas imagens "enganam" o cérebro, alterando a percepção dele sobre algo.  Porém um novo estudo, realizado no Canadá, mostra que mesmo diante desse tipo de situação, o cérebro não é completamente enganado. Os resultados foram publicados na edição de junho do periódico Psychological Science.

A pesquisa se baseou em uma ilusão de ótica que faz com que as pessoas subestimem a quantidade de objetos em um espaço. Durante os testes, foi apresentada aos participantes uma tela com uma série de bolinhas com tracinhos de um lado, e bolinhas ligadas em pares do outro lado. Eles não sabiam, porém, que havia o mesmo número de bolinhas de cada lado da tela, e a ilusão provocada pela ligação entre eles fez com que os participantes testados afirmassem que o lado com as ligações tinha menos bolinhas do que o outro.
Resposta rápida — Comprovado o efeito da ilusão de ótica, os pesquisadores pediam aos participantes para tocar a bolinha da tela que aparecesse preenchida de preto. Porém, só depois que os participantes começavam a mover a mão em direção à tela é que um dos círculos aparecia em preto. "Nós fizemos os participantes iniciarem o movimento antes que eles soubessem para onde estavam se movendo", disse ao site de VEJA Jennifer Milne, pesquisadora da Universidade de Western Ontario e líder do estudo.
Jennifer Milne e Melvyn Goodale
Ilusão de ótica utilizada no estudo
Quando o círculo preto aparecia, cada participante deveria tocá-lo o mais rápido possível. Para demonstrar que a ação estava sendo guiada pelo sistema motor, responsável pelo planejamento de movimentos, e não por decisões conscientes, os participantes deveriam cumprir a tarefa muito rapidamente – em menos de um segundo.
Nesse tipo de situação, quando o movimento começa antes de o alvo aparecer, a estratégia utilizada pelo sistema motor é fazer um movimento que tenda para o lado no qual o "alvo" (círculo preto) tem mais chances de surgir – ou seja, o lado que tem mais círculos.  Se a ilusão de ótica fez com que os participantes acreditassem que um lado ( aquele com as ligações) apresentava menos bolinhas do que o outro, seria de se esperar que trajetória da mão dos participantes tendesse para esse outro lado, sem as ligações.
"O sistema motor prepara um plano de movimento para cada um dos possíveis alvos. Como ele ainda não sabe onde o alvo vai aparecer, o movimento tende a ir para o lado onde há mais elementos, simplesmente porque as chances de o círculo preto aparecer lá é maior", explica Jennifer.
Porém, o que os pesquisadores observaram é que, apesar da ilusão de ótica, o movimento continuava tendendo para o centro. Isso significa que, apesar de a visão ter sido "enganada", acreditando que um lado tinha menos bolinhas do que outro, o sistema motor "sabia" que na verdade havia o mesmo número dos dois lados, e agiu independentemente da ilusão.
De acordo com a pesquisadora, esses resultados indicam que os processos cerebrais da percepção são distintos daqueles responsáveis pelas ações guiadas visualmente. "Esse experimento nos permitiu separar esses dois processos, que normalmente se desenvolvem ao mesmo tempo", afirmou a autora.
Para Jennifer, os resultados dessa pesquisa podem influenciar também a área de robótica e a programação de inteligência artificial, uma vez que ajudam a esclarecer o processamento de informações no cérebro humano.

Fonte: Revista Veja

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Garoto ouve voz do pai pela 1ª vez após cirurgia inédita

Criança recebeu um implante auditivo no tronco cerebral, em cirurgia inédita nos EUA

O garoto norte-americano Grayson Clamp, de três anos, que nasceu surdo, passou por uma cirurgia inédita nos Estados Unidos para voltar a ouvir.
Ele recebeu um implante auditivo no tronco cerebral, ou tronco encefálico, feito por médicos da Universidade da Carolina do Norte.
Grayson surpreendeu a todos ao reagir imediatamente à voz do pai quando o dispositivo foi ligado pela primeira vez.
Veja no vídeo o pequeno Grayson se comunicando com o pai:

Fonte:
BBC

Atlas do cérebro em 3D mostra detalhe mais fino que cabelo


Cientistas alemães e norte-americanos criaram modelo tridimensional após seccionarem órgão em 7.404 fatias
Mapa com precisão sem precedentes ajudará projeto que tenta simular mente humana em computadores
RAFAEL GARCIA DE SÃO PAULO Um novo modelo tridimensional do cérebro humano criado por cientistas alemães e canadenses mapeou pela primeira vez um exemplar completo do órgão mostrando detalhes no limite daquilo que é visível a olho nu.
O mapa da iniciativa BigBrain (bigbrain.loris.ca), feito a partir do cérebro de uma mulher de 65 anos cujo corpo fora doado à ciência, faz parte do Projeto Europeu do Cérebro Humano, que tem como objetivo simular o funcionamento da mente humana em um computador.
Antes de servir a essa meta de longo prazo, porém, o mapa de precisão inédita pode ajudar na pesquisa de doenças degenerativas, por isso já está disponível gratuitamente na internet para pesquisadores e estudantes.
"Atingimos uma resolução de 20 micrômetros cúbicos, 50 vezes melhor do que a resolução típica de um atlas cerebral feito com ressonância magnética", disse em entrevista coletiva a neurocientista Katrin Amunts, da Universidade de Düsseldorf, na Alemanha, líder do projeto.
Para atingir tanta precisão no mapeamento, cientistas usaram um aparelho especial para cortar o cérebro-modelo, segmentando-o em 7.404 fatias. O método foi descrito em estudo na revista "Science".
Essa técnica, porém, ainda resultou em algumas imperfeições, que tiveram de ser corrigidas por cientistas de forma semiartesanal, sem que houvesse processo automatizado para fazer todo o trabalho. O grupo levou mais de cinco anos na tarefa.
FERRAMENTA EXTRA
Apesar de o novo mapeamento superar a resolução de tecnologias automatizadas, a ideia não é suplantá-las. O novo modelo deve ser usado como referência para observar cérebros vivos com ferramentas similares à própria ressonância magnética.
"Para quem está interessado numa doença neurodegenerativa comum, como o alzheimer, este é o primeiro modelo cerebral no qual se pode olhar com tanto detalhe para o hipocampo humano, uma região cerebral extremamente importante para a memória", diz Karl Zilles, outro cientista do projeto na Universidade de Düsseldorf.
As outras instituições participantes da empreitada são a Universidade de Montreal, no Canadá, e o Instituto Max Planck para Ciências Cognitivas e do Cérebro Humano, de Leipzig, na Alemanha.
Apesar de ter atingido um grau de precisão sem precedentes, o novo mapa do projeto BigBrain ainda não possui resolução suficiente para enxergar neurônios individuais com clareza.
RUMO À SINAPSE
Segundo Amunts, o objetivo de longo prazo do instituto é conseguir produzir um mapa com precisão de 1 micrômetro: 20 vezes melhor que a atual. Ainda assim, não está claro se esse grau de precisão será suficiente para simular um cérebro em computador, algo que pode requerer a análise de todas as sinapses (conexões elétricas) de cada um dos neurônios.
As sinapses possuem tamanho da ordem de dezenas de nanômetros (milionésimos de milímetros) e podem estar além do alcance planejado para o BigBrain.
"Aquilo que estamos descrevendo está numa escala intermediária entre o nível das sinapses e o nível da neurociência de sistemas, que trata do cérebro inteiro", diz Alan Evans, da Universidade McGill. "O que o BigBrain oferece é uma estrutura para interligar esses dois mundos."

Fonte: Folha de São Paulo

Uma nova forma de enxergar o autismo


Divulgação
Klin: diagnóstico precoce pode atenuar limitações do autismo

O autismo é um distúrbio do desenvolvimento que, entre outras consequências, afeta profundamente a capacidade estabelecer relações sociais. O isolamento e o universo absolutamente particular do autista vêm intrigando pesquisadores do tema e são fontes de angústia e sofrimento para pais e familiares de portadores do transtorno.
Por que uma criança aparentemente normal começa a se fechar em si até se isolar completamente? A resposta para esse questionamento ainda está longe de ser totalmente elucidada, mas é consenso entre especialistas no tema que o diagnóstico precoce pode interferir no desenvolvimento do distúrbio, atenuando muitas das características que impedem o autista de interagir socialmente.
É nesse ponto que entra o trabalho do brasileiro Ami Klin, diretor do Marcus Autism Center, o maior centro de pesquisa e tratamento do distúrbio nos Estados Unidos. Há mais de uma década, Klin e equipe vêm desenvolvendo uma forma de identificar precocemente os sinais do autismo analisando como crianças sem e com o transtorno direcionam a atenção quando expostas a vídeos com situações rotineiras de interação social. Atualmente, o grupo já conseguiu estabelecer padrões de identificação do distúrbio até em bebês de poucos meses.
Desde as primeiras semanas de vida, explica Klin, os recém-nascidos preferem escutar a voz humana – preferencialmente de quem cuida deles – e dão mais atenção aos olhos de seus cuidadores do que a qualquer outra coisa ao redor. Essa preferência é algo instintivo, faz parte de um mecanismo de desenvolvimento social no qual a criança precisa estabelecer laços com quem cuida dela, pois disso dependerá nada menos do que a própria sobrevivência. É por meio dessa interação que os bebês vão se tornando sociais e se fazem entender usando o olhar, o choro, o riso, os gritos, os gestos, os primeiros balbucios e finalmente a fala.
“Em crianças com autismo, no entanto, tudo o que faz com que elas se relacionem com o seu cuidador é atenuado, não transcorre como deveria”, explica Klin.
Essa interrupção no processo de construção da interação social acaba gerando e agravando o isolamento, os problemas de linguagem, o retardo mental e a dificuldade para intuir os sentimentos dos outros em situações de interação. Sem essas habilidades básicas, o autista vai se isolando cada vez mais do mundo das pessoas para mergulhar no mundo das coisas.
“A maior parte das incapacitações associadas ao autismo tem a ver com os problemas gerados pela dificuldade de interação social. Aqui nos Estados Unidos o diagnóstico correto do distúrbio ocorre, em média, aos cinco anos. Em classes menos favorecidas isso demora mais ainda. É muito tarde”, diz o especialista.
A pesquisa desenvolvida por Klin e equipe se propõe a identificar, por meio de uma técnica chamada eye-tracking , o rastreamento do movimento dos olhos, sinais de que a atenção da criança está mais focada em coisas do que em pessoas – um indicativo da presença do distúrbio.
O foco da atenção em objetos e outras áreas que não o rosto (especialmente olhos e boca) do interlocutor, aliás, é uma das primeiras coisas que as mães de crianças autistas percebem de estranho com seus bebês. Quanto mais cedo essa suspeita foi investigada, maiores serão as chances interferir na evolução do transtorno e assim atenuar as características mais incapacitantes do autismo, como o retardo mental, por exemplo.
Interromper o caminho em direção ao isolamento não é uma tarefa simples e depende da ajuda de profissionais capacitados, além de um grande envolvimento dos pais e familiares da criança.
“Parte do tratamento consiste em ensinar e treinar a mãe para estabelecer essa reciprocidade com a criança, mesmo que ela não esteja interagindo plenamente com essa mãe”, diz o especialista, que também chefia a Divisão de Autismo e Transtornos de Desenvolvimento da Escola de Medicina da Emory University, em Atlanta (EUA).
Para Klin, embora o autismo em si seja uma vulnerabilidade na área social, ter o distúrbio não significa que a pessoa não possa desenvolver talentos ou se relacionar com os outros. Autistas têm sim, capacidade intelectual e conseguem aprender com muita facilidade as coisas rotineiras, repetitivas, previsíveis e que têm regras claras. Por isso podem se sair bem em atividades como a área da computação.
“Eles têm uma perspectiva bem diferente das coisas. Conheço professores universitários que têm autismo. Eles não têm a capacidade intuitiva, mas conseguem desenvolver uma espécie de engenharia social que os permite funcionar produtivamente.”
“Sempre digo aos pais, durante o diagnóstico: um filho com autismo é um desafio, mas hoje há muito a ser feito, dependendo da idade e do perfil do transtorno. Sempre digo a eles para não pensarem no futuro e sim no presente. Digo para não limitarem as próprias aspirações em relação a essas crianças e estimulo-os a tentarem entender as forças e as fraquezas delas, para e focarem em tratar as fraquezas o quanto antes. O objetivo não deve ser curar o autismo, mas criar uma situação em que essas pessoas possam se desenvolver e ser felizes.”

Fonte:
Leoleli Camargo , iG São Paulo


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Nasce bebê submetido a cirurgia inédita no mundo para tratar doença congênita da medula

info espinha bífida
Nasceu no último sábado, dia 15 de junho, em São Paulo, o primeiro bebê a ser submetido, ainda dentro do útero, a uma cirurgia feita com uma técnica brasileira até então inédita no mundo para tratar mielomeningocele, ou espinha bífida. Essa é uma doença congênita da medula espinhal que pode causar hidrocefalia ou fazer com que a criança perca a capacidade de andar. Joaquim Reis Ubaldino nasceu aos sete meses de gestação e pesando 1,5 quilo. O bebê não precisou ficar na UTI e sua evolução está sendo “acima do esperado”, segundo a médica responsável pela cirurgia.
A cirurgia feita em Joaquim, realizada no dia 1º de maio deste ano no Hospital Samaritano, em São Paulo, fez uso de uma técnica desenvolvida pela médica brasileira Denise Pedreira, especialista em medicina fetal e perinatal, após 14 anos de estudo. Ao longo desses anos, Denise tinha como objetivo colocar em prática uma abordagem mais rápida, barata, segura e eficaz para operar fetos com espinha bífida. E parece que conseguiu.
Técnica — A espinha bífida é caracterizada pela má-formação dos ossos da coluna vertebral, que não se fecha totalmente até o nascimento e faz com que a medula espinhal fique em contato com o líquido amniótico (fluido que envolve o embrião no útero).
Na operação de Joaquim, Denise fez uso da endoscopia fetal, que exige apenas alguns "furinhos" na barriga da gestante por onde entraram câmera e instrumentos cirúrgicos. A medula do feto foi colocada no canal medular, onde deveria estar desde o começo, e o buraco na pele deixado pela medula que ficou exposta foi costurado pele com pele. Uma película feita de celulose foi colocada sob a pele para evitar que a medula prendesse na pele.
“Eu só havia testado essa técnica em animais até então. Por isso, havia uma expectativa para saber se o procedimento também daria certo em um ser humano”, disse Denise ao site de VEJA. “Havia muita ansiedade para vermos se a pele dele foi completamente fechada, se ele não teria que ser submetido a outra correção após o nascimento. E foi o que aconteceu: sua pele estava completamente fechada.”
De acordo com a médica, Joaquim está mexendo as pernas, mas ainda corre o risco de não conseguir andar. “Isso vai depender da altura da lesão em sua medula. Mas o ortopedista que avaliou o bebê está muito confiante de que ele vai conseguir andar”, diz. Denise explica que os resultados finais da cirurgia em Joaquim somente poderão ser completamente observados quando ele tiver entre um e dois anos.
Próximos passos — Quase duas semanas depois da operação de Joaquim, Pedro foi o segundo bebê a receber a cirurgia desenvolvida por Denise Pedreira. E, na próxima segunda-feira, a médica realizará a operação no terceiro bebê. “Médicos dos Estados Unidos devem vir ao Brasil para acompanhar a cirurgia pois estão interessados na técnica”, diz Denise. “Antes, o procedimento era desconhecido e não sabíamos de que forma indicá-lo pois nunca havia sido feito em seres humanos. Agora sabemos que dá bons resultados e é uma boa opção para operar bebês com espinha bífida.”

Fonte: Revista Veja

terça-feira, 18 de junho de 2013

Adesivos podem substituir agulhas em vacina do futuro, dizem cientistas


 Australian Institute for Bioengineering and Nanotechnology
Nanopatch: novo método abre caminho para vacinas de uso fácil para doenças como a malária
Um adesivo que é colocado na pele para aplicar vacinas de forma barata e eficaz foi apresentado durante a conferência TEDGlobal em Edimburgo, na Escócia.
Substituir a agulha por um nanoadesivo pode transformar a prevenção de doenças mundo afora, disse o inventor da tecnologia, o pesquisador Mark Kendall, da University of Queensland, em Brisbane, Austrália.
Segundo ele, o novo método abre caminho para vacinas de uso fácil para doenças como a malária, por exemplo. Outros especialistas deram boas vindas à novidade, mas disseram que o método pode não ser apropriado para todos os pacientes.
A série de conferências TEDGlobal (a sigla inglesa TED quer dizer "Think, Exchange, Debate" ou "Pense, Troque, Debata") é realizada anualmente em diferentes partes do mundo. Ela é financiada pela fundação privada sem fins lucrativos Sapling Foundation, que promove a circulação de grandes ideias pelo mundo.
Método Antigo
A palestra de Kendall em Edimburgo teve uma simbologia histórica: há 160 anos, na capital escocesa, Alexander Wood pediu a primeira patente para a agulha e a seringa.
"A patente era quase idêntica às agulhas que usamos hoje. É uma tecnologia de 160 anos", disse Kendall.
Aliada à água limpa e saneamento, ela cumpriu um papel fundamental no aumento da longevidade em todo o mundo, acresentou. Mas para Kendall, talvez tenha chegado a hora de atualizarmos essa tecnologia.
O nanoadesivo é baseado na nanotecnologia – que permite manipular a matéria em escala atômica e molecular, ou seja, em dimensões infinitamente pequenas. Ele supera algumas das desvantagens mais óbvias de vacinas convencionais, como o medo da agulha e a possibilidade de contaminação provocada pelo uso de agulhas sujas.
Mas há outras razões pelas quais o método pode ser transformador, disse o professor. Milhares de minúsculas saliências no adesivo perfuram a pele e liberam a vacina, que é aplicada, seca, sobre a pele.
"As saliências no adesivo trabalham com o sistema imunológico da pele. Nosso alvo são essas células, situadas a um fio de cabelo de distância da superfície da pele", disse Kendall.
"Talvez estejamos errando na mira e deixando de atingir o ponto imunológico exato, que pode estar na pele e não no músculo, que é onde as agulhas tradicionais vão".
Em testes feitos no laboratório de Kendall na University of Queensland, o adesivo foi usado para administrar a vacina contra gripe. A equipe australiana disse ter notado que as respostas para vacinas aplicadas por meio do nanoadesivo foram completamente diferentes daquelas aplicadas com o uso da seringa tradicional.
"Isso significa que nós podemos trazer uma ferramente completamente diferente para a vacinação", disse o pesquisador. A quantidade de vacina necessária, por exemplo, é muito menor – até um centésimo da dose normal. O preço de "uma vacina que custa US$ 10 pode ser reduzido para US$ 0,10, o que é muito importante no mundo em desenvolvimento", acrescentou.
Vacinas Sem Efeito
Outro ponto fraco das vacinas tradicionais é que, por serem líquidas, precisam ser mantidas no refrigerador, desde o laboratório até a clínica onde é feita a vacinação.
"Metade das vacinas aplicadas na África não estão funcionando direito por causa de falhas na refrigeração em algum momento".
Quando Kendall disse, durante a conferência, que a vacina nanoadesiva poderia ser mantida a 23ºC durante um ano, a plateia respondeu com aplausos calorosos. Um representante da Brithish Society for Immunology, a sociedade britânica de imunologia, deu boas vindas à tecnologia, mas fez algumas ressalvas.
"Essa abordagem traz esperanças de vacinação fácil e em grande escala, já que ela tem como alvo um tipo de célula imunológica chamada célula Langerhans, que existe em abundância na pele", disse Diane Williamson".
Australian Institute for Bioengineering and Nanotechnology
Adesivo: milhares de minúsculas saliências no adesivo perfuram a pele e liberam a vacina
"Essas células absorvem avidamente a vacina e são capazes de desencadear a resposta imunológica".
"Porém, um dos problemas em potencial na aplicação (da vacina) sobre a pele é o tempo de aplicação e como garantir a administração da quantidade adequada de vacina".
"Além disso, talvez haja problemas de tolerância do adesivo em alguns pacientes. Mas se esses problemas puderem ser superados, o nanoadesivo tem o potencial de substituir a aplicação convencional, baseada em aplicação intramuscular por agulha".
O nanoadesivo começará a ser testado em breve na Papua Nova Guiné, onde suprimentos de vacina são escassos. Kendall disse que acha difícil imaginar um mundo sem agulhas e seringas tradicionais, mas espera que o novo método possa ser utilizado em grande escala.

Fonte:
BBC



quinta-feira, 13 de junho de 2013

"Disseram que eu não seria capaz de cuidar da minha filha deficiente"



Sérgio Chvaicer/AACD
Daiane Farias e a filha Ana Clara, portadora de má-formação congênita

Livro mostra com imagens o amor incondicional de mães de portadores de deficiências. Conheça duas histórias de superação e luta contra o preconceito

Mal sabe a pequena Ana Clara, de apenas um ano e 11 meses, da luta que a mãe Daiane Farias enfrenta para que ela receba a mesma educação das crianças sem deficiência.
Ana Clara é portadora de uma má-formação congênita que afetou braços e pernas, deixando problemas de locomoção. O amor de mãe, porém, não permitiu que as dificuldades se tornassem empecilhos – e Daiane faz todo o esforço para que a filha tenha acesso aos tratamentos necessários ao desenvolvimento.
Essa é apenas uma das histórias de amor incondicional entre mães e seus filhos portadores de deficiências físicas. Elas são ilustradas pelas fotografias do livro Que amor é esse? , projeto da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), lançado nesta quinta-feira (13), às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. A renda obtida com as vendas será revertida para a instituição.
A mãe da Ana Clara, Daiane Farias, estava no quarto mês de gestação quando recebeu a notícia de que a filha nasceria com deficiência.
“Fiquei apavorada e saí do hospital desnorteada, quase desmaiei. Um médico me indicou outro hospital para fazer o exame morfológico e acompanhamento”, conta ela.
Apesar do baque, Daiane nunca teve dúvida do amor que sentiria pela filha.
“Fiquei com medo de ter depressão, medo das coisas que o mundo tem para oferecer para minha filha e das dificuldades que ela enfrentará no futuro, mas nunca tive medo de não amá-la. Tinha certeza de que a amaria não importando em que condição ela viesse”, conta ela.
E o amor declarado se manifestou quando ela começou a passar por dificuldades que não estavam nos planos: o preconceito começou já no acompanhamento da gravidez.
“Aos cinco meses e meio um médico me chamou de lado e se ofereceu para interromper a gestação. Ele alegou que eu não seria capaz de cuidar da minha filha. Saí de lá e passei mal na hora. Não aceitaria a proposta jamais, porque acredito que ela veio assim porque é da vontade de Deus”.
Mas Daiane precisou aprender a lidar com situações do tipo, já que o pré-natal continuou sendo feito no mesmo lugar. Segundo ela, numa das consultas, o mesmo médico disse: “Sabe quando um raio cai na cabeça de alguém? Pois é, caiu na sua”, conta Daiane.
“Tive a sensação de que ele falava só para prejudicar e não sabia o que eu estava sentindo por dentro”, lamenta.

A gravidez foi o momento para trabalhar a estrutura psicológica, tanto para aprender a aceitar os futuros limites da filha como para valorizar cada aprendizado dela. Com apenas quatro meses de idade, Ana Clara foi chamada para se tornar paciente da AACD.
“Lá a Ana Clara tem fisioterapeutas que a acompanham, ela faz terapia ocupacional e aquática. É muito estimulante”, conta Daiana, ressaltando que lá é atendida por médicos excelentes.
O preconceito, infelizmente, ainda existe no dia a dia, e é denunciado pela mãe.
“Não é ‘esfregado na cara’, mas aquele no olhar das pessoas, a maneira que te abordam para falar. Procuro não dar atenção, senão não consigo viver”, conta.
Ana Clara, que hoje tem 63 centímetros de altura, gosta de conversar e se locomove arrastando-se pelo bumbum. “Ela até aprendeu a cair, de um modo que não machuca o bracinho”, conta a mãe com orgulho.
Felipe Amorim, 12 anos, também começou na AACD aos 4 meses de vida. Ele tem má-formação congênita, descoberta apenas no nascimento prematuro.
“Eu não tinha noção de nada sobre a deficiência dele. Eu e meu marido achávamos que ele não iria andar, jogar bola ou fazer coisas típicas das crianças”, conta a mãe, Daniela Amorim.
Mas a surpresa veio aos dois anos, quando Felipe deu os primeiros passos.
“É inesquecível, foi o momento mais importante da minha vida. Não dá para descrever a emoção de vê-lo andar”, conta a mãe do garoto que hoje, além de andar, correr, jogar bola e brincar, também disputa medalhas em campeonatos de natação, esporte que começou a praticar na AACD.
“No mês passado ele voltou para casa com três medalhas. Ganhou prata nos 50 metros livres, outra prata nos 50 metros peito e ouro nos 50 metros costas. Agora ele se inscreveu para participar dos jogos paraolímpicos escolares e aguarda o resultado”, conta com orgulho a mãe – desde o nascimento do filho, ela dedica 100% de seu tempo ao menino.
Apesar de todas as alegrias proporcionadas pelas consquistas de Felipe, a família não ficou livre do peso do preconceito.



Fonte:  Elioenai Paes , iG São Paulo

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Teste detecta síndrome de Down durante gravidez com 'mais precisão'


 Getty
Cientistas vão fazer um estudo com 20 mil mulheres, para confirmar os resultados já obtidos
Uma equipe de cientistas britânicos desenvolveu um novo exame que promete detectar, mais cedo e com mais precisão, a síndrome de Down durante a gravidez.
A equipe da universidade Kings College de Londres, responsável pela pesquisa, analisou o sangue de 1 mil grávidas e concluiu que o novo teste, chamado exame de DNA fetal (cfDNA, na sigla em inglês), pode mostrar "quase que com certeza" se o bebê é portador do distúrbio genético.
Atualmente, o teste mais comum é feito entre a 11ª e a 33ª semana de gravidez por meio de ultrassom. Nele, o médico mede a quantidade de um líquido atrás do pescoço do bebê chamado translucência nucal. Crianças com síndrome de Down tendem a apresentar uma maior quantidade de dessa substância.
Além disso, hoje, as grávidas podem fazer um exame de sangue para checar se há níveis anormais de certas proteínas e hormônios em seus bebês. A partir desses testes, são calculadas as chances da criança ser portadora da síndrome. No entanto, se a chance for alta, a recomendação é que as grávidas passem por um dos dois testes para esses casos - ambos invasivos e arriscados.
Um deles é a biópsia do vilo corial, que analisa uma pequena amostra da placenta. O outro é a amniocentese, que testa o líquido aminiótico que envolve o bebê. A probabilidade de os dois exames provocarem aborto é de 1 em 100 casos.
'Definitivo' 
 
O professor Kypros Nicolaides, que coordenou a pesquisa, afirmou que o novo exame de DNA é muito mais certeiro, já que seu resultado indica com 99% de precisão se o bebê apresenta a síndrome de Down.
"Esse teste é praticamente um diagnóstico. Ele mostra com quase certeza se o seu bebê tem ou não a síndrome", diz Nicolaides.
"Da perspectiva da mulher, ele traz uma mensagem muito mais clara sobre o que fazer em seguida."
Segundo ele, hoje a prática médica recomenda envolver os pacientes nessas decisões.
"Mas isso é apenas da boca para fora. Porque se o risco é de, por exemplo, um em 250, como é possível decidir? Quando os pacientes tiverem mais clareza, será mais fácil."
A equipe médica, que publicou a pesquisa sobre o teste na revista científica Ultrasound in Obstetrics and Gynaecology, agora vai fazer um estudo com 20 mil mulheres para incrementar os resultados obtidos.
A Associação de Síndrome de Down no país disse que a realização do teste ainda não é algo iminente.

Fonte:
Reuters

Estudo identifica proteína que 'dirige' conversão de aprendizado em memória


Falta da proteína Arc poder ter relação com Alzheimer e autismo

Cientistas encontraram novas informações sobre a função de uma importante proteína no cérebro utilizada no processo que transforma o aprendizado em memória de longo prazo.
Em artigo na revista científica Nature Neuroscience, eles afirmam que mais pesquisas sobre o papel da proteína Arc (actin-regulated cytoskeleton) poderia ajudar na busca por novos tratamentos contra doenças neurológicas.
A mesma proteína pode ser um fator atuante no autismo, dizem os cientistas. Pesquisas recentes detectaram a falta da proteína Arc no cérebro de pacientes de Alzheimer e indicado que a função da proteína era crucial.
Para o professor de neurologia e fisiologia da Universidade da Califórnia Steve Finkbeiner, que liderou a nova pesquisa, "cientistas já sabiam que a Arc estava envolvida na memória de longo prazo, porque estudos em cobaias com falta dessa proteína podiam aprender novas tarefas, mas falhavam ao tentar lembrá-las no dia seguinte".
Os novos experimentos, mais aprofundados, revelaram que a proteína Arc age como um "regulador mestre" dos neurônios durante o processo de formação da memória de longo prazo.
A pesquisa revelou que, durante a formação da memória, certos genes eram ativados e desativados em intervalos de tempo específicos para que fossem geradas as proteínas que ajudam os neurônios a estabelecer novas memórias.

Direção

Os cientistas descobriram que a proteína Arc "dirigia" esse processo, a partir do núcleo do neurônio.
Finkbeiner disse que pessoas com falta dessa proteína poderiam ter problemas de memória.
"Cientistas descobriram recentemente que a Arc se esgotava no hipocampo - o centro da memória no cérebro - em pacientes de Alzheimer."
"É possível que estas interrupções durante o processo de controle homeostático possam contribuir para o aprendizado e para os deficit de memória em pacientes de Alzheimer."
A pesquisa também confirmou que disfunções na produção e transporte da proteína Arc podem ter uma papel-chave no autismo.
A Síndrome do X Frágil, por exemplo, vista como uma causa comum tanto de autismo como de retardo mental, afeta diretamente a produção de proteína Arc em neurônios.
O time californiano de cientistas afirmou que mais estudos são necessários sobre a função da proteína Arc para a saúde humana.
Eles ressaltaram que entender o papel da Arc em doenças poderia contribuir para uma maior compreensão desses problemas e ajudar na criação de novas estratégias terapêuticas para combatê-las.

Fonte: BBC

Neurônios são criados na vida toda, diz estudo

A formação - ou não - de neurônios no cérebro humano ao longo da vida é um dos assuntos que mais "queimam neurônios" dos neurocientistas. Há evidências de que novas células neuronais são geradas em algumas estruturas cerebrais até a vida adulta, mas a frequência com que isso ocorre e a importância desse processo (chamado neurogênese) dentro da fisiologia do cérebro como um todo são temas ainda pouco compreendidos pela ciência.

Agora, em um estudo "bombástico" publicado na revista científica "Cell", pesquisadores revelam evidências diretas e inéditas de que neurônios são formados continuamente ao longo da vida no hipocampo, uma região do cérebro fortemente associada à memória e ao aprendizado. Mais especificamente, cerca de 700 novos neurônios por dia em cada hipocampo (o cérebro tem dois, um em cada hemisfério). O estudo foi feito com cérebros congelados (doados após a morte) de pessoas entre 19 e 92 anos, sob a coordenação de cientistas do Instituto Karolinska, na Suécia.

Tão interessante quanto os resultados é o método que os pesquisadores desenvolveram para chegar até eles. Para determinar a idade dos neurônios e concluir em que momento da vida eles foram gerados, utilizou-se uma técnica de datação de carbono semelhante à que se usa na arqueologia e na paleontologia para datação de fósseis e objetos antigos.

Cientistas mediram no DNA de cada neurônio a concentração de carbono-14, um isótopo de carbono não radioativo produzido pela explosão de bombas atômicas na superfície, nos vários testes realizados durante a Guerra Fria nas décadas de 1950 e 1960. Comparando a concentração de carbono-14 nas células às concentrações de carbono-14 na atmosfera no passado, foi possível determinar em que ano cada neurônio foi gerado. Se um neurônio "nasceu" em 1995, mas a pessoa nasceu em 1965, por exemplo, isso significa que ele foi gerado na vida adulta.

O próximo passo é tentar determinar a importância dessa neurogênese nas funções cerebrais. Segundo cientistas, o fato de tantas células serem formadas continuamente sugere fortemente que elas têm um papel importante na manutenção das funções cognitivas do hipocampo ao longo da vida.

Fonte: 
 Estadão Conteúdo

Pesquisadores estudam autismo usando dentes de leite de crianças

Para entender o autismo, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o professor Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, está desenvolvendo um projeto chamado "A Fada do Dente". Durante o estudo, os pesquisadores têm coletado dentes de leite de crianças com autismo para - a partir das células da polpa (parte mole e avermelhada) - transformá-las em células-tronco diferenciadas em neurônios. Com isso, pretendem identificar as diferenças biológicas existentes nos neurônios com autismo, estudar o funcionamento e testar drogas.


"O foco do estudo é procurar entender o que acontece dentro do cérebro do paciente com autismo", disse Patrícia Beltrão Braga, bióloga, professora da USP e coordenadora da pesquisa no país, em entrevista à Agência Brasil. Segundo ela, para que isso ocorra, seria preciso acessar as células que estão dentro do cérebro dos autistas. A ideia, então, foi recriar um modelo análogo, baseado na técnica desenvolvida pelo japonês Shinya Yamanaka, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina no ano passado.

Ele desenvolveu um método de reprogramação de uma célula já adulta transformando-a em uma célula-tronco semelhante às embrionárias, ou seja, as células adultas são rejuvenescidas até a fase correspondente a seis ou sete dias após a fecundação do óvulo. "A partir deste momento, pegam-se essas células e se produzem os neurônios, já que essas células embrionárias têm a capacidade de virar qualquer tecido ou órgão do corpo", explica a pesquisadora.

Patrícia aprendeu a técnica de reprogramação celular desenvolvida por Yamanaka em 2008, quando foi aos Estados Unidos. Um ano depois começou a aplicá-la aqui no Brasil a partir das células de polpa de dentes de leite. "Pegamos as células de polpas de dentes de leite e produzimos as células embrionárias, que não são embrionárias de verdade e são chamadas de pluripotentes induzidas [técnica que rendeu o prêmio a Shinya Yamanaka]", disse. "A gente programa essas células como se as puséssemos numa máquina do tempo: elas [células] voltam no tempo e viram células semelhantes às embrionárias para que depois consigamos induzir essas células a se diferenciarem e a produzir neurônios", acrescentou.

A escolha pelas células da polpa do dente de leite se deu, segundo Patrícia, principalmente pela facilidade de obtenção. Mas ela também apontou outras vantagens: "Vimos que usando a célula da polpa do dente o procedimento seria um pouco mais rápido. E outra coisa: a origem embrionária das células dos dentes e do sistema nervoso é a mesma, e a gente acredita que ela possa se diferenciar mais facilmente em célula do cérebro do que outras que pudéssemos escolher. Por último, esse dente cai e a pessoa o jogaria fora."

De início, o estudo pretende somente investigar a doença. Depois, disse Patrícia, os pesquisadores também pretendem fazer experimentações com medicamentos para ver se é possível reverter os sintomas do autismo. "O autismo é uma doença neurodegenerativa, classificada por uma tríade: basicamente o paciente tem uma dificuldade de atenção - ou, muitas vezes, a criança não fala direito - dificuldade de sociabilidade, ou seja, de se fazer amigos. Pode-se também ter alterações de comportamento."

Os pais cujos filhos são diagnosticados com autismo podem ajudar no projeto entrando em contato com os pesquisadores por meio do e-mail projetoafadadodente@yahoo.com.br. Os pais cadastrados recebem então um kit para recolher o dente do filho quando ele cair. O kit é composto por um frasco com um líquido para preservar as células, gelo reciclável e uma caixa de isopor para mantê-las vivas. O único custo para os pais é com as despesas de envio do kit pelo correio.

Mas caso o dente de leite da criança caia e o kit não esteja por perto, a indicação é colocá-lo dentro de um copo com água filtrada e deixá-lo na geladeira para que a polpa não seque e as células não morram. O dente precisa ser colhido com rapidez para que seja viável o uso das células e não pode ser congelado.

Fonte: 
Agência Brasil

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Conheça os limites físicos do corpo humano





Fonte: Revista Veja

Cientistas testam novo tratamento contra esclerose múltipla


cérebro
Esclerose múltipla: Cientistas testam nova abordagem para tratar o problema que, ao contrário das terapias atuais, não danifica o sistema imunológico do paciente (Thinkstock)
Uma equipe internacional de cientistas está testando uma nova abordagem para tratar pessoas com esclerose múltipla, uma doença autoimune cuja causa é desconhecida e para a qual não existe cura. Os resultados da primeira fase dos testes mostraram que a terapia experimental é promissora por atenuar os sintomas da doença sem que o sistema imunológico do paciente seja debilitado, o que é um efeito adverso dos tratamentos disponíveis atualmente. Os responsáveis por essa pesquisa acreditam que a terapia também poderia ser aplicada para tratar outras doenças autoimunes e alérgicas. O estudo completo foi publicado nesta quarta feira na revista Science Translational Medicine.

Uma doença autoimune ocorre quando o sistema imunológico de uma pessoa reconhece como inimigo e passa a atacar o seu próprio organismo. No caso da esclerose múltipla, o sistema de defesa do paciente provoca danos ou a destruição da mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinhal e do nervo óptico. Quando isso acontece, são formadas áreas de cicatrização (ou escleroses) e aparecem diferentes sintomas sensitivos, motores e psicológicos, que vão desde dormência nos membros até paralisia ou perda da visão.
Os tratamentos atuais para a doença inibem o sistema imunológico com o objetivo de diminuir o "ataque" à mielina. Embora a terapia reduza os sintomas da doença, ela fragiliza o sistema de defesa do corpo dos pacientes, aumentando o risco de eles desenvolverem doenças graves, como o câncer.
Um novo caminho — Essa nova pesquisa foi desenvolvida por pesquisadores da Alemanha, Áustria, Suíça e Estados Unidos. A primeira fase dos testes clínicos (ao todo, são necessárias três etapas para que um tratamento se prove eficaz) foi realizada na Alemanha, com nove pacientes que apresentavam esclerose múltipla.
A equipe usou células de glóbulos brancos dos participantes para "injetar" bilhões de antígenos de mielina em seu organismo. O objetivo era que o sistema imunológico dos pacientes os reconhecesse como inofensivos e desenvolvesse uma tolerância. O tratamento conseguiu reduzir a reatividade do sistema imunológico à mielina de 50% a 75%.
De acordo com o estudo, os participantes que receberam a dose mais alta de células de glóbulos brancos com o antígeno tiveram a maior redução na destruição da mielina. Os resultados mostraram que o tratamento é seguro e bem tolerado. A injeção intravenosa não provocou efeitos adversos e os pacientes não tiveram uma recaída, e sua imunidade a patógenos não foi afetada.
"Nosso enfoque deixa intacta a função do sistema imunológico normal. O tratamento detém a resposta autoimune que já está ativada e previne a ativação de novas células autoimunes", diz Stephen Miller, professor de microbiologia e imunologia da Escola de Medicina da Universidade Northwestern, Estados Unidos, e um dos autores do estudo.
Segundo os cientistas, porém, é preciso lembrar que o número de pacientes nesse teste foi pequeno e ainda não é possível determinar se o tratamento previne, de fato, a progressão da esclerose múltipla. Por esse motivo, é preciso que sejam concluídas as próximas etapas da pesquisa clínica.
Utilidades — De acordo com o pesquisador, estudos não clínicos (feitos com animais ou culturas de células) anteriores apontaram que a terapia também é eficaz no tratamento do diabetes tipo 1, da asma e da alergia ao amendoim.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Antigen-Specific Tolerance by Autologous Myelin Peptide–Coupled Cells: A Phase 1 Trial in Multiple Sclerosis

Onde foi divulgada: periódico Science Translational Medicine

Quem fez: Andreas Lutterotti, Sara Yousef, Andreas Sputtek, Klarissa Stürner, Jan-Patrick Stellmann, Petra Breiden, Stefanie Reinhardt, Christian Schulze, Maxim Bester, Christoph Heesen, Sven Schippling, Stephen Miller, Mireia Sospedra w Roland Martin

Instituição: Universidade Hamburg-Eppendor, Alemanha; Universidade Médica de Insbruque, Áustria; Hospital Universitário de Zurique, Suíça; Universidade Northwestern, Estados Unidos

Dados de amostragem: 9 pacientes com esclerose múltipla

Resultado: Pesquisadores injetaram antígenos de mielina no organismo de pessoas com esclerose múltipla, que se tornaram tolerantes a eles e passaram a atacar menos a mielina. Com isso, os sintomas da esclerose múltipla são reduzidos, mas o sistema imunológico não é afetado.

Fonte: Revista Veja

terça-feira, 4 de junho de 2013

Ainda no útero materno, bebê é submetido a cirurgia inédita desenvolvida por médica brasileira

info espinha bífida
A médica Denise Pedreira, responsável pela cirurgia, durante visita à paciente Lidiane Reis Ubaldino, que está internada no Hospital Samaritano, em São Paulo. A foto foi tirada quatro semanas após a operação feita para tratar o bebê Joaquim, diagnosticado com espinha bífida - Heitor Feitosa
Durante o feriado de 1º de maio deste ano, o Brasil foi palco de uma cirurgia feita com uma técnica inédita. No Hospital Samaritano, em São Paulo, a médica Denise Pedreira operou Joaquim, ainda dentro do útero, para corrigir uma doença congênita em sua medula espinhal. A abordagem original, desenvolvida pela médica brasileira, especialista em medicina fetal e perinatal, é mais rápida, barata e segura em comparação com os métodos disponíveis.
No dia do procedimento, Lidiane Reis Ubaldino, mãe do bebê, estava na 25ª semana de gestação. Em um ultrassom de rotina, Joaquim foi detectado com mielomeningocele, ou espinha bífida, uma anomalia caracterizada pela má-formação dos ossos da coluna vertebral, que não se fecha totalmente até o nascimento e faz com que a medula espinhal fique em contato com o líquido amniótico (fluido que envolve o embrião no útero). Bebês com essa anomalia podem desenvolver hidrocefalia ou perder a capacidade de andar.

COMO EVITAR, DIAGNOSTICAR E TRATARA espinha bífida, um problema congênito que afeta a medula espinhal do feto, tem prevenção. Segundo a médica Denise Pedreira, suplementos de ácido fólico, também chamado de vitamina B9, evitam cerca de 70% dos casos. O ideal é que uma mulher passe a tomar suplementos de 0,4 miligrama da vitamina diariamente um mês antes de engravidar e durante o primeiro trimestre da gestação.

Sinais indiretos da presença do problema já podem ser detectados a partir da 12ª semana no exame de ultrassom morfológico. A confirmação da doença pode ser feita já na 16ª semana. A operação intrauterina somente pode ser realizada entre a 20ª e a 27ª semana de gravidez.

Embora operar o bebê ainda dentro do útero materno também envolva submeter a mãe a uma cirurgia, essa abordagem reduz uma série de riscos. Segundo a médica Denise Pereira, 80% dos bebês com espinha bífida que são operados após o nascimento desenvolvem hidrocefalia e apenas 20% conseguem andar. Por outro lado, 40% dos bebês com o problema operados quando ainda estão no útero materno desenvolvem hidrocefalia, e 40% conseguem andar.
O tratamento padrão para o problema, uma cirurgia "a céu aberto", exige um corte na barriga e no útero da mãe para que o feto seja operado, o que cria um risco de ruptura uterina. A cirurgia endoscópica, por outro lado, faz apenas furos na barriga da gestante, por onde entraram câmera e instrumentos cirúrgicos. A endoscopia fetal é uma tecnologia atual, mas não uma novidade — desenvolvida na Alemanha em 2009, foi feita no Brasil pela primeira vez em fevereiro deste ano pela própria Denise Pedreira.
Mas o método utilizado para operar Joaquim foi diferente dessa vez e, em vez de seguir os padrões alemães, Denise, a partir da endoscopia fetal, fez uso de uma técnica desenvolvida por ela mesma ao longo de 14 anos de estudo.

Técnica brasileira — "Em fetos com mielomeningocele, os ossos e a dura-máter (uma das meninges que envolvem a medula espinhal) que deveriam cobrir a medula não se formaram, e a medula fica exposta. A cirurgia deve soltar essa medula, colocá-la no canal medular, onde deveria estar desde o começo, e cobri-la com uma película que a proteja e ajude a evitar que a medula se prenda na pele", disse Denise Pedreira ao site de VEJA. "O material dessa película e o lugar onde a prendemos no feto é o que diferencia a minha técnica da alemã."
Na técnica alemã, o médico costura a película do tamanho exato do "buraco" na pele deixado pela medula exposta. Esse trabalho é minucioso, exige que sejam feitos 16 pontos no feto e dura aproximadamente três horas. O método não fecha a pele do feto, mas coloca um curativo nela. Depois, a pele do bebê pode ser fechada naturalmente com a cicatrização ou com pontos depois do nascimento.
O método de Denise não usa a película como um "remendo" da pele, mas sim fecha o buraco costurando pele com pele. A película usada é menor, com tamanho suficiente apenas para cobrir a medula, e não o buraco inteiro deixado na pele. Nesse caso, a película fica entre a pele e a medula – e, por isso, estudos em modelos animais mostraram que o risco de a medula se prender na pele é menor. São necessários apenas de quatro a seis pontos e o procedimento dura uma hora a menos do que o alemão.
Além disso, o material da película utilizada na nova cirurgia foi diferente e nacional – de celulose bacteriana. Segundo Denise Pedreira, enquanto o material alemão necessário para a cirurgia custa no país R$ 5.000, o custo da celulose bacteriana é 99% menor: somente R$ 50.
Usos futuros — Depois de 12 dias da cirurgia de Joaquim, a médica Denise Pedreira realizou a mesma operação em um segundo bebê, Pedro, que foi diagnosticado com problema idêntico. "Acredito que essa técnica vá se tornar padrão. Há inclusive centros de pesquisa nos Estados Unidos interessados em realizar um estudo multicêntrico sobre a abordagem", diz a médica.
É difícil prever, porém, quais serão os efeitos da nova técnica sobre a saúde de Joaquim e de Pedro, já que esse tipo de cirurgia só havia sido feito antes em ovelhas. Mas já é possível observar alguns resultados. Joaquim, por exemplo, embora tenha uma hidrocefalia leve, já não apresenta mais progressão do problema — o que costuma acontecer em outras técnicas. Hoje, a gestação do bebê está na 29ª semana e ele está com 1,3 quilo e mede 38 centímetros.
"Os resultados em animais foram animadores, mostrando um menor risco de a medula se prender na pele após o nascimento. Mas apenas saberemos disso durante os primeiros anos desses pacientes", diz Denise.
Fonte: Revista Veja
           Vivian Carrer Elias

Será que utilizamos apenas 10% de nosso cérebro?


Um dos mitos mais conhecidos sobre o cérebro é o de que utilizamos apenas 10% de sua capacidade. É uma ideia atraente, pois sugere que poderíamos ser muito mais inteligentes, bem sucedidos e criativos se conseguíssemos aproveitar os outros 90% que podemos estar desperdiçando.
Infelizmente, isso não é verdade.
Não é bem claro a que se referem esses tais 10% de utilização.
Se a afirmação se refere a 10% de regiões cerebrais, é fácil de ser refutada.
Usando uma técnica chamada imagem de ressonância magnética funcional, neurocientistas podem identificar as partes to cérebro que são ativadas quando uma pessoa faz ou pensa em algo.
Uma simples ação, como abrir e fechar a mão ou dizer algumas poucas palavras, requer uma atividade de muito mais de uma décima parte do cérebro. Mesmo quando se supõe que a pessoa não está fazendo nada, o cérebro está trabalhando bastante, controlando funções como respiração, atividade cardíaca ou memória.

Nada ocioso

image_brain_asleep
Até durante o sono o cérebro se mantém ativo, como mostra esta imagem
Se os 10% mencionados se referirem ao número de células do cérebro, ainda assim a afirmação não procede.
Quando qualquer célula nervosa deixa de ser utilizada ela se degenera e morre ou é colonizada por outras áreas vizinhas. Não permitimos que as células de nosso cérebro fiquem ociosas. Elas são valiosas demais.
Segundo o neurocientista Sergio Della Sala, o cérebro necessita de muitos recursos. Manter o tecido cerebral consome 20% de todo o oxigênio que respiramos.
Como pode então uma ideia sem fundamento biológico ou fisiológico ter conseguido se espalhar desse jeito?
É difícil rastrear a fonte original do mito.
O psicólogo e filósofo norte-americano William James escreveu no livro As energias do homem que "utilizamos somente uma pequena parte de nossos possíveis recursos mentais e físicos".
Ele pensava que as pessoas podiam progredir mais, porém não se referia ao volume do cérebro nem à quantidade de células, tampouco a uma porcentagem específica.
A referência aos 10% é feita em um prólogo da edição de 1936 do popular livro de Dale Carnegie Como ganhar amigos e influenciar pessoas. Algumas pessoas dizem que Albert Einstein foi a fonte da afirmação.
Della Sala tem tentado encontrar essa citação, mas ninguém que trabalha no arquivo Albert Einstein pôde sequer confirmar que tenha existido. Parece mais um outro mito.

Zona duvidosa

Existem dois fenômenos que talvez possam explicar o mal-entendido.
"Existem os 10% que pensam, e os 90% que ajudam a pensar."
Nove de cada dez células do cérebro são do tipo neuróglias ou células gliais, que são células de apoio, que provêm assistência física e nutricional. Os outros 10% das células são os neurônios, que se encarregam de "pensar".
Assim, talvez as pessoas tenham interpretado que os 10% das células que se ocupam do trabalho duro de pensar poderiam aproveitar também as neuróglias para aumentar a capacidade cerebral pensante. Só que essas células são totalmente distintas e não podem simplesmente se transformar em neurônios para nos dar mais potência mental.
Existem os 10% que pensam, e os 90% que ajudam a pensar.
Há no entanto, um grupo de pacientes, cujas imagens do cérebro revelaram algo extraordinário.
Em 1980, um pediatra britânico chamado John Lorber mencionou na revista Science que alguns dos pacientes com hidrocefalia, que tinham muito pouco tecido cerebral, ainda assim tinham um cérebro que podia funcionar.
O caso, sem dúvida, demonstra que todos nós podemos usar nossos cérebros para fazer mais coisas do que sabemos, já que é sabido que as pessoas se adaptam a circunstâncias extraordinárias.
É certo, claro, que se nos propusermos, podemos aprender coisas novas. E cada vez há mais evidência que mostra que nosso cérebro muda. Porém, não é que estejamos explorando uma nova área do cérebro. Acredita-se que quando novas conexões entre as células nervosas são feitas, perdemos velhas conexões quando já não as necessitamos.
O que mais intriga neste mito é que ele pode ter nascido e se cristalizado com base em informação que não é correta.
Talvez falar em 10% seja uma forma atrativa porque oferece um potencial enorme para se melhorar.
Todos queremos ser melhores. E podemos, se nos cuidarmos.
Porém nunca vai acontecer de encontramos uma porção de nosso cérebro em desuso.

Fonte:

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Comunicação dos Bebês


Você se lembra do primeiro choro do seu bebê? Desde o momento do nascimento, os bebês começam a se comunicar.

Na primeiro momento, os gritos de seu recém-nascido podem parecer uma língua estrangeira. Mas antes que você perceba, você vai aprender a "linguagem" do seu bebê e ser capaz de responder as suas necessidades em pouco tempo.

Como o bebê se comunica?

Os bebês nascem com a capacidade de chorar, que é como eles se comunicam por um tempo. O choro do bebê geralmente diz que algo está errado: fome, fralda molhada, pé frio, cansaço, ou a necessidade de colo e carinho, etc

Logo você vai ser capaz de reconhecer  o que seu bebê precisa e está expressando, e, responder adequadamente. Na verdade, às vezes o que um bebê precisa podem ser identificados pelo tipo de choro - por exemplo, o choro "Estou com fome" pode ser curto e de baixa freqüência, enquanto "Estou chateado" pode parecer mais agitado.

Seu bebê também pode chorar quando estiver oprimido por todas as imagens e sons do mundo, ou por nenhuma razão aparente. Não fique muito chateada quando o bebê chora e você não é capaz de consolar-lhe de imediato: o choro é uma forma dos bebês desligarem os estímulos quando eles estão sobrecarregados.

Chorar é o método principal de comunicação de um bebê, mas ele  também é capaz de outras formas mais sutis. Aprender a reconhecê-las é gratificante e pode reforçar o vínculo com o seu bebê.

Um recém-nascido pode diferenciar entre o som de uma voz humana e outros sons. Tente prestar atenção em como ele responde à sua voz, que ele já associa com cuidados: comida, calor, toque.

Se o seu bebê está chorando no berço, veja como rapidamente a sua voz se aproximando pode acalma-lo. Veja quão de perto o bebê ouve quando você fala em tons amorosos. Seu bebê ainda não pode coordenar o olhar e o escutar, mas mesmo quando está com o olhar distante, ele prestaráq atenção à sua voz como você fala. Seu bebê pode sutilmente ajustar a posição do corpo ou expressão facial, ou mesmo mover os braços e as pernas ao mesmo tempo em que você fala com ele.
Em algum momento durante o primeiro mês  de seu recém-nascido, você pode obter um vislumbre de um primeiro sorriso - uma adição bem-vinda para as habilidades de comunicação do seu bebê!

O que devo fazer?

Assim que você segurar o seu bebê após o nascimento, você vai começar a se comunicar com ele através da troca de seus primeiros olhares, sons e toques. Os bebês aprendem rapidamente sobre o mundo através de seus sentidos.

À medida que os dias passam, após o nascimento, o recém-nascido vai se acostumar a vê-la e começar a se concentrar em seu rosto. Os sentidos do tato e da audição são especialmente importantes.

Seu bebê será curioso sobre ruídos, mas nada mais do que a voz falada. Fale com o seu bebê sempre que tiver a chance. Mesmo que seu bebê não entenda o que você está dizendo, sua voz calma e tranqüilizadora transmite segurança. Com cada toque seu recém-nascido está aprendendo sobre a vida, assim, dê muitos beijos carinhosos, e ele vai encontrar no mundo um lugar relaxante.

Comunicar-se com os recém-nascidos é uma questão de satisfazer as suas necessidades. Sempre responda ao choro do seu recém-nascido - os bebês não serão mimados com muita atenção. Na verdade, respostas rápidas ao choro dos bebês permite que eles saibam que são importantes e dignos de atenção.

Provavelmente haverá momentos em que você supriu todas as necessidades, mas o bebê continua a chorar. Não se desespere - o bebê pode estar super estimulado, ter muita energia, ou apenas precisa chorar sem motivo aparente.

É comum que os bebês tenham um período agitado quase na mesma hora todos os dias, geralmente entre o início da noite e meia-noite. Quando um bebê saudável chora ​​por mais de 3 horas por dia, mais de três dias por semana, durante pelo menos 3 semanas, pode ser devido à  uma condição conhecida como cólica. Isso pode ser perturbador, mas a boa notícia é que é de curta duração - a maioria dos bebês supera com cerca de 3 meses de idade.

Você pode tentar acalmar o seu bebê. Alguns são consolados pelo movimento, como balançar ou passear rapidamente pela sala, enquanto outros respondem a sons, como música suave ou o zumbido de um aspirador de pó. Pode levar algum tempo para descobrir o que melhor conforta seu bebê durante esses períodos de estresse.

Devo me preocupar?

Converse com seu médico se o seu bebê parece chorar por um período incomum de tempo, se o choro parecer estranho para você, ou se o choro está associada com a diminuição da atividade, má alimentação, ou a respiração e movimentos incomuns. O seu médico será capaz de tranquilizá-la ou procurar uma razão médica para a aflição do seu bebê. As chances são de que não há nada errado, e sabendo disso, pode relaxar e ficar calma quando o seu bebê está chateado.

Aqui estão algumas outras razões para o choro prolongado:

    O bebê está doente. Um bebê que chora muito quando está  no colo ou sendo embalado, pode estar doente. Chame o seu médico, especialmente se o bebê tem uma temperatura de 38 ° C ou mais.
    O bebê pode ter uma irritação nos olhos. A córnea arranhada ou "corpo estranho" no olho de um bebê pode causar vermelhidão e lacrimejamento. Chame o seu médico.
    O bebê está com dor. Um fecho da fralda aberta ou outro objeto poderia estar cutucando a pele do bebê. Dê uma olhada em todos os lugares, até mesmo cada dedo das mãos e dos pés (às vezes, o cabelo pode ficar enrolado nos dedinhos de um bebê e causar dor).

Se você tem alguma dúvida sobre a capacidade do seu recém-nascido para ver ou ouvir, você deve levá-los ao seu médico imediatamente. Mesmo recém-nascidos podem ser testados usando o equipamento sofisticado, se necessário. Quanto mais cedo um problema em potencial é detectado, o melhor que pode ser tratado.

Revisado por: Mary L. Gavin, MD
Fonte: Kids Health

Tradução: Lean F. Franco