Um estudo realizado por neurocientistas do Instituto Max Planck de Neurociência e Cognição Humana em Leipzig, na Alemanha, revelou que pessoas com Alzheimer podem guardar recordações musicais. O estudo, publicado na edição deste mês da revista científica Brain, mostrou que as lembranças associadas à musica são armazenadas em regiões cerebrais distintas daquelas que guardam as demais lembranças -- que são esquecidas com o avanço da doença. A descoberta sugere que quando o cérebro ouve música, ele desencadeia um processo diferente para recordá-la, em comparação a outras atividades.
Para realizar o experimento, os cientistas utilizaram imagens de ressonância magnética funcional para analisar a atividade cerebral de 30 pessoas saudáveis enquanto ouviam uma seleção musical da década de 70 - algumas mais populares e outras nem tanto.
Os pesquisadores então perceberam que as regiões cerebrais ativadas para que as pessoas se recordassem das músicas - o giro cingulado anterior, na zona média do cérebro, e a região motora pré-suplementar, no lobo frontal -- eram diferentes das regiões responsáveis pelas memórias associadas às emoções, experiências pessoais que aconteceram ao longo da vida, conhecimentos adquiridos, entre outras.
Os resultados da pesquisam podem esclarecer por que a terapia com música é uma das mais eficazes para tratar a doença durante seu desenvolvimento. Estima-se que 35 milhões de pessoas têm Alzheimer no mundo. No Brasil, são 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer.
Fonte: Revista Veja