quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Estudo afirma que cérebro de idosos não sofre declínio cognitivo

“O cérebro de pessoas mais velhas não fica fraco, ele apenas sabe mais”, afirma autor do estudo
Uma nova pesquisa realizada na Alemanha desafia a conhecida noção de que o cérebro humano sofre um declínio cognitivo com o passar dos anos. Segundo os autores, o que acontece é que uma pessoa idosa armazenou uma quantidade maior de informações ao longo da vida, e por isso o cérebro leva mais tempo para processá-las – mas a sua capacidade permanece igual.
O estudo, publicado no periódico Topics in Cognitive Science, critica os métodos de avaliação das habilidades cognitivas utilizados nas pesquisas atuais, que mostram a existência de um declínio na atividade cerebral. "O cérebro humano trabalha mais devagar na idade avançada, mas apenas porque nós armazenamos mais informação ao longo do tempo", afirma Michael Ramscar, pesquisador da Universidade de Tubinga, na Alemanha, e principal autor do estudo.
Vale uma comparação com computadores: assim como os humanos, esses sistemas são feitos para absorver certa quantidade de informação diariamente. Se os pesquisadores deixam um computador aprender apenas certa quantidade, ele funciona de forma semelhante ao cérebro de um jovem. Mas se o mesmo computador for exposto a uma quantidade e informações correspondendo àquela com a qual nos deparamos ao longo de uma vida, seu desempenho será como o de uma pessoa idosa. A capacidade do sistema não muda, mas uma quantidade maior de dados leva mais tempo para ser processada.
"Imagine uma pessoa que sabe de cor dois aniversários e sempre os lembra com perfeição. Você acha que essa pessoa tem uma memória melhor do que aquela que sabe os aniversários de 2 000 pessoas, mas acerta 'só' nove de dez tentativas?", questiona o pesquisador.

Sem esquecimento – Realizando testes com computadores, os cientistas perceberam que, para replicar os resultados obtidos com humanos mais velhos, era necessário manter a mesma capacidade de processamento, e acrescentar uma quantidade de palavras no banco de dados tão grande quanto um adulto aprende ao longo da vida. Para Ramscar, isso mostra que os conteúdos aprendidos não são esquecidos.
Os resultados também ajudam a explicar os problemas que pessoas mais velhas costumam ter em se lembrar dos nomes das pessoas. Segundo os autores, existe uma variedade muito maior de nomes atualmente do que há duas gerações. Essa mudança cultural aumenta a quantidade de nomes que uma pessoa aprende ao longo da vida, de forma que localizá-los na memória se torna mais difícil na idade avançada do que costumava ser – até mesmo para os computadores.
Os pesquisadores concluem que testes cognitivos diferentes são necessários para avaliar pessoas mais velhas, levando em consideração a natureza e a quantidade de informações que seu cérebro precisa processar. "O cérebro dos idosos não fica fraco. Pelo contrário, ele apenas sabe mais", afirma Ramscar.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The Myth of Cognitive Decline: Non-Linear Dynamics of Lifelong Learning

Onde foi divulgada: periódico Topics in Cognitive Science

Quem fez: Michael Ramscar, Peter Hendrix, Cyrus Shaoul, Petar Milin e Harald Baayen

Instituição: Universidade de Tubinga, na Alemanha

Resultado: Os pesquisadores concluíram que, na idade avançada, o cérebro não perde capacidade, mas apenas leva mais tempo para processar toda a informação armazenada.

Fonte: Revista Veja

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Cientistas descobrem que os dois lados do cérebro são usados na fala

A descoberta modifica a visão até então aceita pela ciência sobre a relação entre o cérebro e a fala
A descoberta modifica a visão até então aceita pela ciência sobre a relação entre o cérebro e a fala (Thinkstock)
Um novo estudo mostrou que os dois hemisférios do cérebro são utilizados para produzir a fala, e não apenas o esquerdo, como acreditavam os cientistas. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira, na revista Nature. Segundo os autores, a descoberta pode contribuir para o desenvolvimento de melhores métodos de reabilitação para problemas na fala causados por derrames ou ferimentos cerebrais.
Para isso, foram selecionados participantes com epilepsia que já utilizavam esses eletrodos como parte de seu tratamento. Durante o estudo, os voluntários deveriam ler algumas palavras sem significado (como "kig" ou "pob") enquanto tinham sua atividade cerebral analisada. A escolha desses termos foi feita para separar a fala do idioma, e analisar apenas as partes do cérebro envolvidas na produção de sons - e não na atribuição de sentido a eles. Os resultados mostraram que os dois lados do cérebro eram utilizados durante a fala, o que a caracteriza como uma atividade bilateral.
"Com mais conhecimento sobre a relação entre o cérebro e a fala, podemos desenvolver maneiras de ajudar pessoas que estão tentando recuperar danos causados por um derrame ou acidente que resulte em danos ao cérebro", afirma Bijan Pesaran, professor da Universidade de Nova York e principal autor do estudo. Segundo o pesquisador, a partir disso pode ser possível desenvolver métodos de reabilitação que não envolvam um idioma específico.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Sensory–motor transformations for speech occur bilaterally

Onde foi divulgada: periódico Nature

Quem fez: Gregory B. Cogan, Thomas Thesen, Chad Carlson, Werner Doyle, Orrin Devinsky e Bijan Pesaran

Instituição: Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, e outras

Resultado: Os pesquisadores descobriram que os dois lados do cérebro são utilizados para produzir a fala
A pesquisa foi realizada com dados obtidos por meio de eletrodos implantados no cérebro de pacientes.

Fonte: Revista Veja

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

'Bolinhas grudentas' podem impedir avanço do câncer


Células de câncer Hela | Foto: AP
Experimento causou a morte de células de câncer na corrente sanguínea
Estudos preliminares sugerem que "bolinhas grudentas" desenvolvidas por cientistas podem destruir células cancerígenas no sangue, impedindo que a doença se espalhe.
O estágio mais perigoso - e frequentemene fatal - de um tumor é a metástase, quando ele se espalha pelo corpo.
Cientistas na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, desenvolveram nanopartículas que permanecem na corrente sanguínea e matam células do câncer ao ter contato com elas.
Os resultados da pesquisa foram divulgados na publicação Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Os cientistas afirmam que o impacto do tratamento é "dramático", mas que "há muito trabalho a ser feito".
Um dos principais fatores da expectativa de vida após o diagnóstico de câncer é se o tumor se espalhou ou não.
"Cerca de 90% das mortes por câncer estão relacionadas com metástases", disse o professor Michael King, responsável pelo estudo.

Agentes

A equipe de Cornell criou nanopartículas que transportam a proteína Trail (que também significa "trilha"), que tem a capacidade de matar o câncer e já era utilizada em tratamentos experimentais, além de outras proteínas "grudentas".
Quando estas pequenas esferas eram injetadas no sangue, se agarravam aos leucócitos, ou células brancas.
Testes mostraram que na corrente sanguínea, os leucócitos "esbarravam" com as células cancerígenas que se desprendiam do tumor principal e viajavam pelo organismo.
Mas as células de câncer morriam em contato com a proteína Trail, grudada nas células brancas.
"Os dados mostram um efeito dramático: não é só uma pequena mudança no número de células de câncer", disse King à BBC.
"Os resultados na verdade são extraordinários, em sangue humano e em camundongos. Após duas horas de fluxo sanguíneo, elas (as células do tumor) desintegraram-se literalmente."
King acredita que as nanopartículas poderão ser usadas antes da cirurgia ou da radioterapia, que podem resultar em células se desprendendo do tumor principal.
O tratamento também poderia ser usado em pacientes com tumores muito agressivos, para prevenir que eles se espalhem.
No entanto, ainda é necessário realizar diversos testes de segurança em camundongos e animais maiores para que aconteça um teste clínico em humanos.
"Há muito trabalho a fazer. Ainda é preciso fazer muitas descobertas antes de que isto possa beneficiar os pacientes", afirmou King.
Até agora, os dados indicam que o sistema não tem um "efeito dominó" no sistema imunológico e não danifica outras células sanguíneas ou o revestimento dos vasos sanguíneos.

Fonte:

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Massagear gengiva do bebê alivia dor do nascimento do dente

Os sintomas são clássicos: irritação, dor e coceira na gengiva e o bebê começa a levar tudo para a boca para aliviar essa sensação. Com os dentinhos nascendo, o maior objetivo da mãe é amenizar o desconforto do filho. 

Especialistas sugerem mordedores, de preferência que possam ser colocados na geladeira, pois o gelado melhora os sintomas. “Alimentos mais consistentes como a cenoura e a maçã ajudam nesse processo, mas as mamães devem ficar atentas para que os bebês não se engasguem”, diz a odontopediatra Cristiane Allegretti. 

Segundo a dentista, fórmulas homeopáticas também trazem bons resultados com, tanto para dor quanto para irritação do bebê.

E para quem já está acostumada com as massagens para cólica, pode usar a mesma técnica nas gengivas dos pequenos. 

- Aplicando um pouco de pressão, mova o dedo para frente e para trás sobre a gengiva. 

- Caso não esteja machucando, deixe-o fechar a boca para aliviar o desconforto. 

- Lembre-se de lavar bem as mãos antes de fazer a massagem.

- Se preferir, use uma gaze umedecida em volta do dedo. 

- Uma toalha de rosto úmida é outra alternativa para massagear a gengiva do bebê. 

- Repita as massagens quantas vezes forem necessárias durante o dia.

Fonte: Terra

Pesquisadores de Cambridge dizem ter rompido barreira que protege células cancerígenas em camundongos


Douglas Fearon / Universidade de Cambridge
À esquerda, células de câncer no pâncreas aparecem em verde. Após o tratamento de seis dias (direita), elas desapareceram

Após identificarem como funciona a barreira protetora que circunda os tumores, os cientistas desenvolveram uma droga que consegue rompê-la, permitindo que o sistema imunológico do corpo mate as células cancerígenas.
Testes iniciais do tratamento - que consiste em doses do medicamento combinadas com uma substância que potencializa a ação das células de defesa do organismo - resultaram na eliminação quase total do câncer em camundongos em seis dias.
As conclusões foram divulgadas na publicação científica americana PNAS. De acordo com a Universidade de Cambridge, é a primeira vez que um resultado como esse é alcançado em pesquisas sobre o câncer de pâncreas.
Caso seja bem-sucedido, o tratamento também poderia ser usado em outros tipos de tumores sólidos - como em casos de câncer de pulmão e câncer de ovário.

O câncer de pâncreas, um dos mais letais, é a oitava causa mais comum de mortes por câncer no mundo. Ela afeta homens e mulheres igualmente e é mais frequente em pessoas com idade acima dos 60 anos.
De acordo com o levantamento mais recente do Ministério da Saúde, a doença deixou mais de 7,7 mil mortos no Brasil em 2011.

Ultrapassando o escudo
A nova pesquisa, liderada pelo professor Douglas Fearon, observou que a barreira em volta das células do câncer é formada pela proteína quimiocina CXCL12, que é produzida por células especializadas do tecido conjuntivo - responsável por unir e proteger os outros tecidos.
A proteína envolve as células do câncer e forma uma espécie de escudo contra as células T - que fazem parte do sistema de defesa do organismo.
O novo tratamento impede que as células T interajam com a proteína CXCL12. Dessa forma, o "escudo" deixa de funcionar e as células conseguem penetrar no tumor.
"Ao permitir que o corpo use suas próprias defesas para atacar o câncer, essa solução tem o potencial de melhorar muito o tratamento de tumores sólidos", disse Fearon.
De acordo com a Universidade de Cambridge, ainda não há data para testes clínicos em seres humanos.
Por apresentar poucos sintomas em seus estágios iniciais, o câncer pancreático costuma ser diagnosticado somente em estágio mais avançado. O fundador da Apple, Steve Jobs, e o ator americano Patrick Swayze estão entre as vítimas famosas da doença.

Fonte: BBC

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Vitamina E ajuda a frear avanço da demência, diz estudo

Suplementos (Arquivo/PA)
A vitamina E é encontrada em alimentos como ovos, nozes e óleos
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos sugere que uma dose diária de vitamina E pode ajudar pessoas com demência.
No estudo, os cientistas do hospital Minneapolis VA Health Care System, da cidade de Mineápolis (norte dos EUA), descobriram que pessoas que apresentavam quadros leves a moderados do Mal de Alzheimer e que tomaram altas doses de vitamina E apresentaram uma desaceleração do declínio causado pela doença em comparação às pessoas que receberam placebo.
A melhoria foi constatada em atividades do cotidiano como realizar tarefas de higiene pessoal, participar de uma conversa ou se vestir. Além de conseguir realizar essas tarefas por mais tempo, os pacientes que tomaram a vitamina precisaram de menos ajuda de cuidadores.
Por outro lado, a pesquisa não demonstrou uma melhoria ou desaceleração em um efeito crucial do Alzheimer, a perda de memória.

Grupos

O estudo, realizado por pouco mais de dois anos, envolveu 613 pacientes com Alzheimer em estágio inicial ou moderado, com em média 79 anos e em sua maioria homens.
Eles foram dividos em grupos que receberam ou uma dose diária de vitamina E, ou uma dose do remédio para demência conhecido como memantina, ou uma combinação de vitamina E e memantina, ou ainda um placebo.
Os pesquisadores descobriram que os participantes que receberam a vitamina E tinham um declínio funcional mais lento do que os que recebiam o placebo. A taxa anual de declínio de funções foi reduzida em 19%.
"Não é um milagre ou, obviamente, uma cura", disse o líder da pesquisa, Maurice Dysken. "O melhor que conseguimos neste momento é diminuir a taxa de avanço da doença."
Os resultados da pesquisa foram divulgados na publicação especializada Journal of the American Medical Association (Jama).

Consulta ao médico

Doug Brown, diretor de pesquisa e desenvolvimento da organização britânica Alzheimer Society, que dá apoio a pessoas com demência, analisou a pesquisa americana e afirmou que os tratamentos que podem ajudar as pessoas com demência a realizarem tarefas cotidianas são muito importantes para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas com o problema.
Mas, Brown acrescentou que é preciso fazer mais pesquisas para verificar se a vitamina E tem mesmo benefícios para as pessoas que sofrem com algum tipo de demência e se é seguro tomar uma dose tão alta diariamente.
"É de importância vital que as pessoas sempre procurem aconselhamento do médico antes de começar a tomar estes suplementos", disse.
"Neste caso, a dosagem de vitamina E tomada pelos participantes (da pesquisa) foi muito mais alta do que a dose diária recomendada e foi a um nível que pode ser significativamente prejudicial para alguns."
Eric Karran, diretor de pesquisas da organização britânica Alzheimer Research UK, que financia estudos sobre a demência, destaca que a nova pesquisa não indicou uma melhora na memória ou na habilidade intelectual dos pacientes que tomaram a vitamina.
Para Karran, ainda é muito cedo para recomendar a vitamina E como tratamento.
"Até que as descobertas desta pesquisa tenham sido reproduzidas, nós não aconselharemos as pessoas a tomar doses altas de suplementos de vitamina E para tentar evitar ou tratar Alzheimer."
"Se as pessoas estão preocupadas com o consumo de vitaminas ou com a dieta, elas devem consultar um médico", disse.

Fonte: BBC

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Mãe usa Internet para fazer diagnóstico de filha com síndrome rara

Amy e Jayne Hughes | Crédito: BBC
Jayne Hughes descobriu síndrome rara da filha pela Internet
A britânica Jayne Hughes passou décadas tentando descobrir a doença que acometia sua filha, Amy. Aos 22 anos, a jovem mede cerca de 1,20 metro, altura equivalente à de uma menina com menos da metade da sua idade.
Além da baixa estatura, ela também tem dificuldades na fala e apresenta sinais de demência.
Cansada dos diagnósticos inconclusivos, Jayne tomou uma decisão considerada para muitos médicos precipitada, mas que, ao final, se provou útil: buscou na Internet casos semelhantes aos de suas filhas.
Navegando na rede, ela se deparou com imagens de outras crianças com olhos profundos e feições semelhantes às da jovem.
As características sugeriam se tratar de uma doença raríssima: a síndrome de Cockayne.
"Quando eu encontrei a síndrome de Cockayne na internet, havia algumas fotos de crianças e todas se pareciam com ela", diz Jayne.
"Então eu imprimi as fotos e, quando meu pai apareceu, falei: 'Dê uma olhada nisso'. Ele perguntou quando eu havia tirado aquelas fotos de Amy e eu disse que não eram dela", conta.
"Foi naquele ponto que eu pensei: é isso, definitivamente é isso que ela tem", afirma.
Jayne brinca que apenas recentemente aprendeu os comandos de 'copiar' e 'colar', mas tem na Internet um aliado poderoso, sem o qual seu martírio não teria fim.
"Eu não conseguia descansar ou dormir, não conseguia cuidar do meu outro filho. Sem a internet, eu estaria perdida", afirma.
Agradecida pela ajuda da rede, ela decidiu criar um site chamado Amy and Friends ("Amy e amigos", em tradução livre), que apoia 1,5 mil outros jovens pelo mundo afetados pela mesma síndrome.

'Cibercondria'

Como Jayne, milhares de pessoas estão recorrendo à internet em busca de diagnósticos para transtornos e doenças.
A prática cresceu tão fortemente nos últimos anos que médicos já alertam para seus riscos, especialmente entre aqueles que, mesmo sem nenhum sintoma aparente, passam horas conectados à rede para buscar curas para doenças que não têm.
O transtorno já tem nome: cibercondria, a "hipocondria virtual", segundo psiquiatras do centro de saúde mental da fundação Imperial College Healthcare de Londres, que gerencia cinco hospitais na capital britânica.
Para o professor Peter Tyer, "quatro em cada cinco pacientes com hipocondria passam horas na Internet".
Segundo ele, a cibercondria está em alta. Uma pesquisa desenvolvida por Tyer sobre o assunto foi recentemente publicada na revista médica Lancet.
Mas há uma boa notícia: o problema pode ser tratado efetivamente com terapia.
"Uma das primeiras coisas que fazemos no tratamento é pedir para os pacientes pararem de navegar pela Internet", diz Tyrer.
"Outra coisa é sugerir que eles façam diários. Via de regra, as anotações mostram que toda vez que eles usam a Internet, a sua ansiedade aumenta".
"O problema é que a Internet contém todo o conhecimento que você precisa ter – mas não oferece nenhuma avaliação disso", acrescenta.

Reação dos médicos

É consenso que a tecnologia pode ajudar a resolver grandes problemas de saúde.
Mas a forma como ela vem sendo utilizada é motivo de preocupação da maioria dos médicos.
Christian Jessen – clínico-geral, apresentador de TV e usuário voraz da rede social Twitter – estima que dois terços de seus 30 mil tuítes foram respostas a questões sobre a saúde de usuários.
Um exemplo recente, lembra ele, foi o de uma pessoa que não conseguia marcar uma consulta médica para desobstruir seus ouvidos.
"Eu o aconselhei a usar azeite como remédio. O azeite é antibactericida, antisséptico, e tem poucas contra-indicações".
Mas Jessen prefere ser cauteloso: ele sempre retuíta a pergunta original e se recusa a dar sua opinião médica com base em fotos que as pessoas lhe enviam.
Ele considera a Internet uma forma moderna e sucinta de ajudar as pessoas.
"Quando comecei a fazer isso (responder a usuários no Twitter), houve uma reação negativa da comunidade médica. Eles alegavam que eu não devia interagir com pessoas que eu nunca vi e tampouco dar recomendações médicas."
"Mas não é diferente de você estar em uma festa, quando você anuncia que você é médico. A primeira coisa que as pessoas fazem é contar a você todo o seu histórico médico e pedir um diagnóstico. É exatamente a mesma coisa."
Ele diz, no entanto, que embora a tecnologia possa agilizar a descoberta e o tratamento de doenças, nada substitui uma consulta anual com o médico de confiança.

Perigo

Um site respeitado, Clique HealthTalkOnline, foca nas histórias dos pacientes. A página é cuidadosamente pesquisa por acadêmicos.
Nela, as pessoas falam francamente sobre suas condições especiais.
Engenheiro de formação, o professor Stuart Jessup foi recrutado por meio do Twitter para participar da empreitada.
Ele percorre a Inglaterra para aumentar a conscientização das pessoas sobre a depressão.
A professora Sue Ziebland, da Universidade de Oxford, passou 15 anos examinando como os pacientes usam a Internet, incluindo pessoas com câncer.
Segundo ela, "um dos homens que entrevistamos deixou de frequentar a biblioteca pública perto de sua casa para buscar informações sobre grupos de apoio na Internet".
"Uma das primeiras coisas que ele achou foi a página de uma associação voltada para o tipo de câncer que ele tinha. Ali, ele descobriu que sua expectativa de vida dificilmente passaria de cinco anos."
"Ele ficou tão aterrorizado que desligou o computador imediatamente."
"Nesse caso específico, a informação era correta, mas talvez não deveria estar na página principal da associação."
Depois de por muito tempo ver a Internet como uma ameaça, Ziebland diz que os médicos passaram a discutir os diagnósticos com seus pacientes durante as consultas.
No entanto, médicos alertam para os perigos de diagnósticos imprecisos na rede.

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