quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Boa Ação - Praia acessível: deficientes surfam e tomam banho de mar em Santa Catarina

Uma ideia simples que partiu de um grupo de amigos do Sul de Santa Catarina proporcionou para dezenas de cegos e cadeirantes a possibilidade de ter o primeiro banho de mar. A partir de doações, o grupo Ação Mais conseguiu comprar duas cadeiras anfíbias, que custam em torno de R$ 1700 cada. No último sábado (22), a praia do Rincão, município a 186 km de Florianópolis, reuniu 25 deficientes físicos e 14 cegos, a maior concentração no Projeto Praia Acessível no Balneário Rincão desde que as cadeiras foram compradas, no início da temporada de verão.
“Mesmo morando no Rincão, muitos nunca tinham ido para a praia. Foi muito emocionante”, diz a enfermeira Nina Angelo, que trabalha na secretaria de saúde do município e fez o agendamento para que um carro da prefeitura buscasse as pessoas em casa e as levasse para a praia.
Como uma ação positiva chama a outra, logo os salva-vidas se disponibilizaram a guardar as cadeiras e a acompanhar as pessoas na água. A secretaria de saúde de Balneário do Rincão fez o levantamento das pessoas que poderiam ser beneficiadas, providenciou um carro e a partir de agendamentos faz o transporte de cegos e cadeirantes até a praia. Com a movimentação no último sábado, o surfista, Danilo Boss, que dá aula para crianças na praia resolveu aceitar o desafio e ensinar cegos e deficientes físicos a surfar.
O projeto beneficiou pessoas como Sidnei Brandão, de 62 anos, que há mais de 20 anos não entrava no mar. “É emocionante poder sentir o mar por inteiro. Sentir a onda bater, o gosto da água salgada”, afirma. Já Maria Nelma Costa Gomes, 52 anos, diz ter realizado mais um sonho ao surfar. “Agora quero andar de asa delta”, brinca Maria.
A iniciativa de comprar as cadeiras surgiu a partir de uma matéria no jornal. “Vi uma matéria no jornal sobre a cadeira anfíbia, me interessei, pus no Google, achei o fornecedor de cadeiras e começamos a ir atrás”, conta Beatriz de Luca, uma das idealizadoras do projeto.
Ela é integrante do grupo Ação Mais formado por 15 amigos de Criciúma, cidade no sul de Santa Catarina, que tem como meta todo o mês ajudar uma causa, a do mês de dezembro foi comprar duas cadeiras anfíbias, uma para a praia do Rincão e outra para Balneário Arroio do Silva.
“Conseguimos doações, compramos as cadeiras, chamamos bombeiros, cruz vermelha, prefeituras e tudo foi se formatando. O banho é acompanhado por dois salva vidas. As cadeiras são da comunidade e ficam no posto de salva-vidas todos os dias das 8h às 20h. Quem quiser é só chegar”, diz.

Fonte: IG

OBS: A foto acima é apenas uma ilustração retirada do site http://natalacessivel.blogspot.com.br/2011/05/fotos-orto-rio-na-praia-dias-24-de.html e, não tem relação com a reportagem acima.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

“Droga viva” cura leucemia

Droga-viva-cura-leucemia-discovery-noticias
© Reprodução Discoverynews
Uma nova técnica de destruição de células cancerosas, que usa o próprio sistema imunológico do organismo, combateu a leucemia em 88% dos pacientes, afirmam pesquisadores norte-americanos.
É mais uma boa notícia no florescente campo da imunoterapia do câncer, que emprega a chamada “droga viva”, uma técnica aclamada pela revista Science como o grande avanço da medicina em 2013.
O estudo, publicado na revista Science Translational Medicine, envolveu 16 pessoas com leucemia linfoblástica aguda (LLA). Cerca de 1.400 pessoas morrem de LLA nos Estados Unidos a cada ano, e embora seja um dos cânceres mais tratáveis, os pacientes muitas vezes se tornam resistentes à quimioterapia e sofrem recidivas.
Segundo os resultados do estudo, 14 de 16 pacientes adultos conseguiram a remissão completa da doença depois que suas células T foram geneticamente modificadas para se concentrar na erradicação do câncer. A idade média dos pacientes era de 50 anos, e todos estavam à beira da morte quando participaram dos testes.
A remissão mais longa até o momento já dura dois anos e o paciente continua saudável, informou o principal autor do estudo, Renier Brentjens, diretor de terapias celulares do Centro de Câncer Memorial Sloan-Kettering. Sem o novo tratamento, calcula-se que apenas 30% dos pacientes responderiam bem à quimioterapia.
Cerca de 80 pessoas estão sendo submetidas ao novo tratamento nos Estados Unidos, e centros da Europa começam a empregar a tecnologia pioneira.
Reeducando as células T
O processo envolve a remoção de alguns das células T do paciente, que são modificadas para reconhecer a proteína CD19 das células cancerosas e atacá-las. Em condições normais, as células T atacam outros invasores nocivos ao organismo, mas permitem que o câncer cresça ininterruptamente. ”Usamos a terapia genética para reeducar as células, fazendo com que reconheçam e matem as células tumorais “, explicou Brentjens.
Desenvolvida ao longo de 15 anos, a técnica, conhecida como receptor antígeno quimérico, “parece realmente funcionar em pacientes com esse tipo específico de câncer”, afirmou Brentjens à AFP. No ano passado, sua equipe relatou os primeiros resultados promissores em cinco pacientes adultos, que entraram em remissão após a terapia.
Em dezembro de 2013, especialistas de vários centros de câncer nos Estados Unidos apresentaram suas descobertas sobre a nova técnica na reunião anual da Sociedade Americana de Hematologia (ASH), incluindo a Universidade da Pensilvânia, cujo foco é o combate à leucemia linfocítica crônica (LLC). Os pacientes pediátricos do Hospital Infantil da Filadélfia também estão sendo tratados com a terapia de células T.
Segundo Brentjens, outros centros norte-americanos obtiveram taxas de remissão semelhantes, o que confirma a eficácia da técnica. ”É um fenômeno real, que pode significar uma mudança de paradigma na terapia do câncer”, declarou à AFP.
Kanti Rai, chefe do Programa de Tratamento e Pesquisa de LLC do Sistema de Saúde North-Shore-LIJ, de Nova York, descreveu a técnica como “uma grande contribuição para todos nós”. Segundo Rai, que não participou do estudo, os primeiros bons resultados no tratamento contra a LCC surgiram há alguns anos, e a nova técnica “gerou resultados igualmente impressionantes, mesmo se tratando de uma doença mais assustadora e fatal como a LLA”.
Os pesquisadores agora tentam descobrir por que a abordagem não surte o mesmo efeito em todos os pacientes. O próximo passo é identificar células receptoras específicas, que atacariam outros tipos de tumores.
“A expansão para outros tipos de câncer o próximo item da nossa lista”, disse Brentjens. O custo da terapia ainda é muito elevado, cerca de US$ 100 mil por paciente, mas os especialistas acreditam que ele deve cair quando a técnica se tornar mais difundida e atrair o interesse de grandes companhias farmacêuticas.

Fonte:
 Discovery Notícias

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Esclerose múltipla pode ser detectada antes dos primeiros sintomas, diz estudo

A esclerose múltipla destrói a mielina, camada que reveste as fibras nervosas no cérebro, prejudicando a comunicação entre os neurônios e dando origem a uma série de problemas
A esclerose múltipla destrói a mielina, camada que reveste as fibras nervosas no cérebro, prejudicando a comunicação entre os neurônios e dando origem a uma série de problemas (Kiyoshi Takahase Segundo/Getty Images/iStockphoto)
Pesquisadores da Alemanha descobriram que a presença de um determinado anticorpo na corrente sanguínea de uma pessoa pode indicar a presença de esclerose múltipla anos antes de os primeiros sintomas surgirem.
De acordo com o estudo, apenas parte dos pacientes com esclerose múltipla parece apresentar o anticorpo KIR4.1 antes de a doença se manifestar. Por outro lado, nenhuma pessoa livre da condição tem a substância na corrente sanguínea. Ou seja, a ausência do anticorpo não necessariamente significa que um indivíduo nunca terá esclerose múltipla, mas a sua presença necessariamente acusa que a doença se manifestará no futuro.
A pesquisa, desenvolvida na Universidade Técnica de Munique, teve os resultados divulgados nesta sexta-feira. Ela também será apresentada em abril durante o encontro anual da Academia Americana de Neurologia, nos Estados Unidos.

Não se conhece a causa a esclerose múltipla, e não existe cura para a doença. Sabe-se apenas que ela ocorre quando há danos ou destruição da mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinal e do nervo óptico. Quando isso acontece, são formadas áreas de cicatrização, ou escleroses, e surgem diferentes sintomas sensitivos, motores e psicológicos.
O estudo alemão se baseou nos dados de pessoas que haviam participado de uma pesquisa de longa duração. Os participantes foram acompanhados por vários anos e tiveram amostras de sangue recolhidas diversas vezes.
Análise — No novo estudo, os autores selecionaram dezesseis pessoas diagnosticadas com esclerose múltipla e analisaram suas amostras de sangue recolhidas seis anos antes de os primeiros sintomas da doença aparecerem. Depois, os pesquisadores compararam essas amostras às recolhidas de outros dezesseis indivíduos que não apresentavam o problema. Na análise, os pesquisadores procuraram especificamente pelo anticorpo KIRK4.1.
Segundo os resultados, sete dos dezesseis pacientes com esclerose múltipla apresentaram o anticorpo antes de os primeiros sintomas surgirem. O exame do anticorpo deu negativo em todos os participantes sem a doença.
De acordo com Viola Biberacher, coordenadora do estudo, o próximo passo será replicar esse teste em um grupo maior de participantes para determinar quão precocemente é possível prever a esclerose múltipla a partir da análise do anticorpo. "Detectar a doença antes de ela se manifestar clinicamente pode significar melhores tratamentos e até a possibilidade de prevenir o surgimento dos sintomas", diz.

Fonte: Veja

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Nascimento prematuro pode elevar risco de diabetes tipo 2

Bebês
Quando mais prematuro o bebê, maior seu nível de insulina, afirmou o estudo (ThinkStock)
Diversas pesquisas já haviam relacionado certas características apresentadas por um bebê ainda no útero materno ou em seus primeiros de vida com alterações metabólicas que levam ao diabetes tipo 2. Agora, uma nova pesquisa ajuda a compreender de que forma isso acontece. O estudo descobriu que bebês prematuros são mais propensos a apresentar níveis elevados de insulina quando nascem e durante os primeiros anos de vida. Segundo os pesquisadores, apesar de esse hormônio ser o responsável por controlar a taxa de açúcar no sangue, evitando que ela fique elevada demais, uma quantidade de insulina acima do normal ainda na infância pode desencadear resistência à sua ação. Essa resistência é justamente o que caracteriza o diabetes tipo 2.

O estudo, feito na Faculdade de Saúde Pública da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, foi publicado nesta terça-feira no periódico Jama. Os autores avaliaram 1 358 crianças nascidas entre 1998 e 2010 e acompanharam seu desenvolvimento durante cerca de sete anos.
Os resultados indicaram que, quanto mais prematuro o nascimento do bebê, maiores os níveis de insulina apresentados por ele. Em média, bebês prematuros (nascidos antes de 34 semanas de gestação) apresentaram, ao nascer, praticamente o dobro dos níveis de insulina de crianças nascidas com 39 semanas ou mais de gestação. Durante os primeiros anos da infância, crianças nascidas antes do tempo normal continuaram a ter maiores quantidades de insulina do que as outras.
"Pesquisas como essa revelam o quão cedo é possível dar os primeiros passos para prevenir o diabetes", escreveu Mark Hanson, pesquisador da Universidade Southampton, na Grã-Bretanha, em um editorial publicado junto com o estudo.

Fonte: Veja

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Câmera em forma de pílula pode substituir colonoscopia

Camera-em-forma-de-pilula-pode-substituir-colonoscopia-discovery-noticias
De todos os exames preventivos, nenhum é tão temido como a colonoscopia. Agora, uma nova câmera não só deve substituir o procedimento, como transformar a detecção do câncer de cólon em uma experiência muito mais confortável.
Aprovado recentemente pela FDA, a agência reguladora de alimentos e remédios dos Estados Unidos, a PillCam é um dispositivo que pode ser engolido equipado com duas minicâmeras. Elas tiram centenas de fotos em alta velocidade enquanto atravessam o sistema digestivo ao longo de dez horas. As imagens são enviadas a um dispositivo de gravação preso à cintura do paciente, que permite a detecção de pólipos ou sinais precoces de câncer de cólon.
Fabricada pela Given Imaging e um custo inicial de US$ 500, a PillCam é dirigida aos cerca de 750 mil pacientes norte-americanos que não podem se submeter à colonoscopia tradicional, seja por limitações anatômicas, cirurgias anteriores ou doenças intestinais.
Futuramente, o dispositivo pode ser uma opção para quem prefere não enfrentar o procedimento invasivo, que consiste na sondagem do intestino por meio de um tubo flexível de 1,20m com uma câmera na extremidade.
Segundo declaração da analista do MorningStar à Associated Press, Debbie Wang, a Given Imaging adotou uma estratégia de marketing inteligente ao vender o dispositivo como mais um recurso para os especialistas, e não um concorrente direto aos procedimentos invasivos atuais.
“A empresa sabe que a colonoscopia tradicional ainda é o ganha-pão dos gastroenterologistas”, explicou Wang. “E não pretende posicionar seu produto como um substituto”.
Ainda não se sabe quando a PillCam vai começar a aparecer em consultórios médicos, mas ela já foi aprovada na Europa, América Latina e em 80 países.

Fonte:
Discovery Notícias

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Cientistas criam prótese de mão que restitui tato

O dinamarquês Dennis Aabo Sorensen, que perdeu a mão esquerda quando um fogo de artifício que manipulava explodiu, usa uma prótese
O dinamarquês Dennis Aabo Sorensen, que perdeu a mão esquerda quando um fogo de artifício que manipulava explodiu, usa uma prótese (Patrizia Tocci/AFP)
Um dinamarquês que teve uma mão amputada há nove anos recuperou a sensibilidade graças a uma prótese que restitui o tato, uma inovação que pode mudar a vida de portadores de deficiência. A descoberta foi publicada no periódico Science Translational Medicine nesta quarta-feira.
"Tive sensações que não sentia há nove anos", disse Dennis Aabo Sorensen, de 36 anos, segundo comunicado da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL) e da italiana Scuola Superiore Sant'Anna de Pisa. O protótipo foi desenvolvido pelo professor Silvestro Micera, que afirmou ser a "primeira vez que se conseguiu restabelecer uma percepção sensorial em tempo real com um membro artificial".
Mao-bionica-recupera-tato-em-tempo-real-discovery-noticias
Os cientistas equiparam a prótese com sensores que reagem à tensão de tendões artificiais. O sistema transforma em corrente elétrica as informações emitidas quando o paciente manipula um objeto. Segundo a EPFL, o protótipo é o primeiro passo para a elaboração de uma mão biônica completa. Será preciso, no entanto, esperar vários anos antes que a técnica esteja pronta para ser usada de forma generalizada.
Dennis Aabo Sorensen perdeu a mão esquerda em um acidente com fogos de artifício. Com uma prótese comum, Sorensen não sente os objetos que agarra e, portanto, precisa estar sempre atento para não quebrá-los, disse o comunicado.

Fonte: Veja

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Estudo mostra que nossas memórias são 'editadas'

A memória se “atualiza” com as nossas novas experiências, diz estudo
A memória se “atualiza” com as nossas novas experiências, diz estudo (Thinkstock)
Um novo estudo sugere que a nossa memória não é tão confiável como costumávamos acreditar. Segundo pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, o cérebro continuamente insere fragmentos do presente em lembranças do passado, e está longe de ter a precisão de uma filmadora.
A memória se "atualiza" com as nossas novas experiências. O amor à primeira vista, por exemplo, pode ser fruto desse truque do cérebro. "Quando você pensa no momento em que conheceu seu parceiro atual, pode se lembrar de um sentimento de amor e euforia, mas isso talvez seja uma projeção de seus sentimentos atuais", diz Donna Jo Bridge, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade Northwestern e uma das autoras do estudo, que publicado nesta quarta-feira no periódico Journal of Neuroscience.
O estudo é considerado o primeiro a mostrar de forma precisa as falhas que a memória apresenta, e como ela é capaz de inserir elementos do presente no passado quando as lembranças são revividas. Segundo Donna, as memórias se adaptam a um ambiente em constante mudança para nos ajudar a lidar com o que é importante a cada momento. "Nossa memória não é como uma câmera, ela se ajusta e edita eventos para recriar uma história que se encaixe no seu mundo naquele momento. Ela é construída para ser atual."
A "edição" acontece no hipocampo, área do cérebro encarregada da memória que, segundo o novo estudo, atua como equivalente a um editor de vídeo e equipe de efeitos especiais, reconstruindo as lembranças.

Testes – No experimento, 17 voluntários estudaram a posição de 168 objetos em uma tela de computador com imagens de fundo diferentes — como um oceano ou a vista aérea de uma fazenda. Em seguida, eles deveriam tentar colocar alguns dos objetos de volta na posição original, mas em uma nova imagem de fundo. Essa tarefa foi quase sempre malsucedida.
Na última etapa do estudo, os participantes viam um objeto em três posições diferentes na tela (com a imagem de fundo usada no primeiro teste) e deveriam escolher a correta. As opções eram: onde eles viram o objeto pela primeira vez, onde eles o colocaram na segunda etapa e um lugar novo.
"As pessoas sempre escolheram a mesma localização em que tinham colocado o objeto no segundo teste", explica Donna. "Isso mostra que sua memória original da localização foi modificada para mostrar o lugar em que eles se lembravam no novo plano de fundo. A memória tinha atualizado a informação, inserindo uma nova memória por cima da anterior", afirma. Os participantes realizaram os testes enquanto sua atividade cerebral era monitorada por ressonância magnética.
"Todos gostamos de pensar na memória como uma coisa que nos faz relembrar vividamente a nossa infância ou aquilo que fizemos na semana anterior, mas a memória é feita para nos ajudar a tomar boas decisões no momento e, por isso, ela tem que ficar atualizada. Uma informação que é relevante agora pode se sobrepor ao que estava lá antes", afirma Joel Voss, integrante da equipe de pesquisadores. "Apesar de o estudo ter se passado em um laboratório, é possível supor que a memória se comporte dessa forma no mundo real", diz Donna.

Fonte: Veja

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Estudo revela como diferentes regiões do cérebro trabalham juntas

Neurônios
Neurônios usam o mesmo padrão para comunicar o movimento ao músculo e para interagir entre si (Thinkstock)
Pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, descobriram o processo por meio do qual diferentes conjuntos de neurônios cooperam para promover uma ação. O estudo, publicado nesta segunda-feira no periódico Nature Neuroscience, descreve a maneira, até então desconhecida, que faz com que duas regiões cerebrais se comuniquem, enviando sinais mais rápidos ou mais lentos entre elas e trabalhando em conjunto para concluir uma tarefa.
Com isso, os pesquisadores podem ter resolvido um enigma dos estudos em neurociência. É sabido que o cérebro, formado por bilhões de neurônios, é organizado em regiões responsáveis por tarefas diferentes. Elas normalmente trabalham independentemente e, para promover algumas ações, trabalham juntas. Não se conhecia, no entanto, o processo pelo qual dois conjuntos de neurônios se comunicam quando precisam cooperar e como não interferem um no outro ao trabalhar sozinhos.
Sinais em conjunto – A pesquisa teve início com a análise da forma como o cérebro se prepara para fazer movimentos rápidos e certeiros — um estudo importante para a produção de próteses controladas pelo cérebro, objetivo final dos cientistas. Para isso, os pesquisadores treinaram macacos para fazer movimentos precisos do braço. Os animais faziam uma breve pausa antes da ação, de modo que o cérebro se preparava antes do movimento. A ideia era ver a diferença entre os comandos cerebrais produzidos para a preparação do ato e para a ação em si.

Os pesquisadores mapearam e analisaram os sinais enviados pelos músculos do braço e pelas duas regiões cerebrais envolvidas na movimentação do membro. Por meio de amostras de 100 a 200 neurônios de cada área do cérebro, puderam perceber o tempo levado por cada neurônio, individualmente, para enviar o sinal do movimento. Os cientistas também analisaram os neurônios em conjunto.
Durante a preparação da ação, neurônios nas duas regiões cerebrais entravam em atividade. Nesse estágio, alguns enviavam sinais rapidamente, outros lentamente. Já no momento da ação, a sinalização era sincronizada. Os pesquisadores perceberam, então, que essa forma de enviar sinais é também como as diferentes áreas do cérebro se comunicam para trabalhar juntas ou não na mesma ação. "Nossos neurônios estão sempre conectados", afirma Matthew Kafman, um dos autores do estudo. "Por isso é importante saber que sinais são comunicados de uma área a outra."

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Cortical activity in the null space: permitting preparation without movement

Onde foi divulgada: periódico Nature Neuroscience

Quem fez: Matthew T. Kaufman, Mark M. Churchland, Stephen I. Ryu e Krishna V. Shenoy

Instituição: Universidade Stanford, nos Estados Unidos

Resultado: Ao estudar como o cérebro de um macaco se prepara para fazer o movimento do braço, os cientistas descobriram que os neurônios se organizam em conjunto e enviam sinais mais ou menos velozes ao músculo. Essa também é a maneira como diferentes regiões do cérebro se comunicam entre si

Fonte: Veja

Luz azul pode melhorar capacidade de concentração

Estudo acredita que exposição à luz azul pode ajudar a aumentar reflexo, desempenho e atenção das pessoas
Estudo acredita que exposição à luz azul pode ajudar a aumentar reflexo, desempenho e atenção das pessoas (Thinkstock)
Cientistas americanos descobriram que a exposição a uma luz de cor azul pode melhorar a atenção e concentração de uma pessoa tanto durante o dia quanto à noite. Segundo os pesquisadores, esse achado é importante pois pode ajudar quem não tem acesso à luz natural em escolas ou no trabalho, como profissionais que trabalham de madrugada, por exemplo.
As células do corpo humano funcionam 24 horas por dia, mas o trabalho delas é dividido em duas fases: noite e dia. Esse ciclo é o relógio biológico, responsável por regular funções como apetite, sono e humor. Existem hormônios que são produzidos com o primeiro contato com a luz solar e outros apenas com a ausência de luz, e eles podem ajudar a manter uma pessoa acordada ou então auxiliam no sono. Por isso, quem se expõe pouco à luz natural ou precisa ficar acordado à noite pode ter muita dificuldade em se concentrar e também em dormir bem.

No novo estudo, os pesquisadores compararam os efeitos da exposição da luz verde com a luz azul em 16 pessoas durante um período de seis horas e meia (nesse dia, os participantes ficaram acordados ao longo de 16 horas). Durante o tempo de exposição à luz, a equipe analisou as mudanças na atividade cerebral dos voluntários usando eletrodos. Depois, os indivíduos passaram por testes de reflexo e relataram o quão sonolentos estavam se sentindo quando o estudo terminou.
Mais atenção — Os autores da pesquisa descobriram que os participantes expostos à luz azul relataram se sentir menos cansados do que os expostos à luz verde. Eles também tiveram um melhor desempenho nos testes de reflexo, já que foram mais rápidos e apresentaram menos lapsos de atenção. Além disso, a atividade cerebral do grupo da luz azul correspondia a um poder maior de concentração.
A pesquisa foi feita no Hospital Brighan and Women, que pertence à Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e publicada na edição deste mês do periódico Sleep. “Esses resultados contribuem para a nossa compreensão sobre como a luz afeta o cérebro, e abre um leque de possibilidades para o uso da luz com o objetivo de melhorar a agilidade, a produção e a segurança em atividades realizadas por pessoas”, diz Steven Lockley, neurocientistas e um dos autores do estudo.

Fonte: Veja