Através de um convênio, entre a instituição na qual trabalhamos e um hospital universitário em Curitiba, iniciamos um trabalho de avaliação, orientação e acompanhamento de bebês de risco, associados a um grupo de médicos, assistente social, dentista, enfermeira e nutricionista, onde tais crianças receberiam indicação terapêutica quando necessário, num período variável de acordo com o seu quadro.
Dentro desta experiência de 4 a 5 anos, por iniciativa própria, destacamos alguns pontos importantes.
Foram analisadas 282 crianças encaminhadas principalmente pelo berçário do hospital em questão. Estas crianças foram avaliadas e os pais orientados pela equipe multidisciplinar no próprio ambulatório de neuropediatria, 56 crianças foram encaminhadas para nossa instituição com idades variando entre 1 a 6 meses, sendo:
·19 crianças encaixadas no Programa de Estimulação Precoce (crianças com atraso no D.P.M., sem sinais de comprometimento neurológico);
·13 crianças encaixadas no Programa de Tratamento Precoce (crianças com atraso no D.P.M., com sinais de comprometimento neurológico);
· 24 crianças encaixadas em Programa Alternativo-P.A. (crianças com atraso no D.P.M. com ou sem comprometimento neurológico, mas que não tinham condições de freqüentar o programa toda semana).
Das 32 crianças inseridas em tratamento ou estimulação precoce:
· 04 abandonaram
· 15 estão em alta mas com acompanhamento semestral no P.A.
· 06 tiveram alta definitiva
· 07 estão em tratamento (evoluíram para um quadro de paralisia cerebral)
Os principais fatores de risco encontrados neste grupo de 282 crianças foram os seguintes:
Fatores N° de Crianças
Crises convulsivas 69
Síndromes genéticas 24
Imaturidade 127
Infecções 64
Fatores Maternos 23
Fatores Metabólicos 59
Síndromes Neurológicas 78
Problemas Respiratórios/ Cardíacos 72
Sofrimento Fetal 96
Os casos de Paralisia Cerebral somaram sete e os de atraso do DPM somaram quarenta e três. Sessenta crianças (14,5%) apresentaram um único fator de risco. Deve-se ressaltar ainda que 85,5% das crianças apresentaram dois ou mais fatores de risco, sendo comum dentro de um mesmo grupo a presença de marcos significativos.
Estes dados foram coletados por nossa equipe a partir de março de 1991 ao início do convênio. A validade do programa consiste em detectar precocemente patologias que venham a se estabelecer (com ênfase à Paralisia Cerebral), tomando as medidas necessárias a tempo para uma melhor evolução do quadro destas crianças.
Autores:
Lean F. Franco – Fonoaudiólogo
Newton L. Nickel – Fisioterapeuta
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