sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Feliz 2013!!!!

Agradeço à todos que vêm acessando este Blog, e, que demonstram como eu interesse por estes assuntos interessantes nas diversas áreas das ciências e saúde. Desejo um Feliz 2013 à todos.
Lean.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Conheça seis fatores que podem causar autismo


Autismo

  Além da genética, novos estudos associam uso de antidepressivos, obesidade e até poluição do ar ao aumento do risco de desenvolver o distúrbio


Autismo: apesar de não haver um consenso sobre as causas da doença, especialistas concordam que existem fatores genéticos e ambientais envolvidos (Thinkstock)
Estabelecer com precisão as causas do autismo ainda desafia a medicina. Sabe-se que existe um componente genético envolvido, mas os pesquisadores passaram a considerar também uma série de fatores externos que podem contribuir para o desenvolvimento do distúrbio. Novos estudos mostram que a gravidez é de extrema importância. Desde o uso de antidepressivos até contrair uma gripe durante esse período aumentam as chances de ter filhos que manifestem a doença mais tarde. "Não existe um único autismo. A manifestação da doença é muito variada e o que se entende é que pode ter diversas causas", afirma Guilherme Polanczyk, psiquiatra infantil do Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo. Ele explica que os fatores ambientais podem aumentar o risco do surgimento de uma doença, mas isso não significa que apenas um deles é suficiente para causá-la – ou que todos sejam necessários. Conheça os fatores apontados pelas mais recentes pesquisas.

Seis fatores ambientais relacionados ao autismo

1)Uso de antidepressivos:

O uso de antidepressivos durante a gravidez pode dobrar o risco do filho desenvolver autismo. Essa é a conclusão de um estudo realizado na Califórnia e publicado no periódico Archives of General Psychiatry em novembro de 2011, que envolveu 298 crianças com distúrbios do espectro do autismo (ASD, na sigla em inglês) e 1.507 crianças no grupo de controle. O uso de tais medicamentos foi relatado por 6,7% das mães de crianças autistas, contra 3,3% das mães no grupo de controle. Essa relação é considerada mais forte caso os medicamentos sejam utilizados no primeiro trimestre da gravidez.

2) Gripe ou febre persistente 

Um estudo preliminar realizado com quase 96.736 crianças nascidas na Dinamarca entre 1997 e 2003, publicado em novembro de 2012 na revista americana Pediatrics, mostrou que a incidência de gripe ou febre prolongada durante a gravidez pode ser um fator de risco para o autismo.
De acordo com os pesquisadores, as crianças cujas mães tiveram gripe durante a gravidez tinham duas vezes mais chances de serem diagnosticadas com distúrbios do espectro do autismo (ASD) antes de completarem três anos de idade. No caso de febres com duração de uma semana ou mais, o risco pode ser até três vezes maior.
 
A motivação para a pesquisa surgiu de estudos em animais, que indicavam que a ativação do sistema imunológico da mãe durante a gravidez poderia afetar o desenvolvimento do cérebro da criança.
 

3) Obesidade, diabetes e pressão alta

Mães obesas têm chances maiores de ter filhos autistas. De acordo com um estudo publicado no periódico Pediatrics em abril de 2012, a obesidade materna aumenta em até 67% a chance da criança sofrer do distúrbio.
A pesquisa envolveu com 517 crianças com distúrbios do espectro do autismo (ASD, na sgila em inglês), 172 com distúrbios do desenvolvimento e 315 com desenvolvimento normal, nascidas na Califórnia entre janeiro de 2003 e junho de 2010, e mostrou que a incidência de diabetes, hipertensão e obesidade das mães era maior no grupo que apresentava a doença do que no grupo de controle.

Além disso, dentre as crianças com ASD, aquelas cujas mães tinham diabetes apresentavam dificuldades relacionadas à linguagem, em comparação com os filhos de mulheres não-diabéticas.

4) Vitamina D

Diversos estudos associam baixos níveis de vitamina D no sangue a doenças autoimunes. Um estudo publicado em agosto de 2012 no periódico Journal of Neuroinflammation aponta uma relação entre a falta dessa vitamina e o autismo
A pesquisa foi realizada com 50 crianças autistas, entre 5 e 12 anos, e 30 crianças com desenvolvimento normal. Entre as crianças com autismo, 88% delas tinham insuficiência ou deficiência (sendo a última a mais severa) de vitamina D. Ao mesmo tempo, 70% dos pacientes com a síndrome apresentaram níveis elevados do autoanticorpo denominado anti-MAG (glicoproteína associada à mielina). Autoanticorpos são células do sistema imunológico que atuam contra proteínas do próprio indivíduo que as produz, e por isso estão associados a doenças auto-imunes, como diabetes tipo 1 e lúpus sistêmico, por exemplo.
 
Os pesquisadores acreditam que a deficiência de vitamina D pode contribuir para a produção do autoanticorpo, mas a relação de tal vitamina com o autismo ainda não é clara.
 

5)Tabagismo

Fumar durante a gravidez está associado a distúrbios menos graves relacionados ao autismo, como a Síndrome de Asperger. Essa é a conclusão de um estudo realizado pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), nos EUA, que analisou dados de 633.989 crianças nascidas entre 1992 e 1998. Por outro lado, não foi identificada relação entre o fumo na gravidez e o autismo comum. 

6)Poluição do ar

A poluição do ar é um fator ambiental que tem sido relacionado ao autismo por diversos estudos. Uma pesquisa de 2010, realizada na Califórnia, mostrou que crianças que viviam a menos de 300 metros de rodovias tinham o dobro de chance de desenvolver autismo do que aquelas que viviam mais longe.
Os mesmos pesquisadores publicaram um estudo em novembro de 2012, no periódico Archives of General Psychiatry, que aprofunda tais resultados. Participaram 279 crianças diagnosticadas com autismo e outras 245 que não apresentavam a doença. As mães informaram os endereços em que viveram durante a gestação e o primeiro ano da criança e os pesquisadores analisaram os níveis de poluição do ar em cada local. O resultado mostrou que as crianças que foram expostas aos maiores níveis de poluição causada por veículos tinham até três vezes mais chances de desenvolverem autismo. 

Publicado originalmente em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/conheca-seis-fatores-que-podem-causar-autismo

 

 

 

 

 

 

 

 


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Técnica ‘Cavalo de Troia’ elimina câncer em camundongos



Cavalo de Troia | Foto: Getty
Técnica faz referência a batalha em que os gregos adentraram território inimigo com um cavalo
Um tratamento experimental usando uma técnica de "Cavalo de Troia" eliminou totalmente o câncer de próstata em camundongos. O estudo, realizado na Grã-Bretanha, enviou uma espécie de agente invasor disfarçado ao interior de células doentes.
A equipe escondeu uma série de diferentes vírus capazes de matar células cancerígenas dentro do sistema imunológico dos roedores com o objetivo de introduzi-los dentro de tumores.
Uma vez no interior, dezenas de milhares de cepas destes vírus foram liberados para tentar "matar o câncer".
Os resultados, publicados no periódico científico Cancer Research, mostram que o grupo foi bem sucedido. Embora analistas tenham classificado a pesquisa como "animadora", testes em humanos ainda são necessários antes de qualquer posicionamento definitivo.
O nome da técnica faz referência à mítica batalha em que os gregos adentraram o território inimigo da cidade de Troia escondidos no interior de um grande cavalo.

'Surfando na onda'

A técnica de "Cavalo de Troia" no tratamento médico não é nova. Cada vez mais cientistas têm-se valido deste recurso mas, segundo eles, o principal desafio é a profundidade necessária dentro do tumor para que os vírus sejam eficazes o suficiente.
"O problema é a penetração", diz Claire Lewis, professora da Universidade de Sheffield. Ela lidera um estudo em que glóbulos brancos são usados como "Cavalos de Troia" para abrigar os vírus em sua jornada ao interior dos tumores.
Ela explica que seu grupo também trabalha com a lógica de uma "onda".
Após tratamentos com radioterapia e quimioterapia, os tecidos do paciente ficam danificados, e uma grande quantia de glóbulos brancos é enviada ao local para ajudar a reparar o estrago.
"Estamos surfando nesta onda para introduzir o número maior possível de glóbulos brancos levando os vírus capazes de explodir os tumores até o coração desses tumores", explica a cientista.
Sua equipe injetou glóbulos brancos contendo poucos de vírus nos camundongos dois dias após um ciclo de quimioterapia. Após entrarem no tumor, os vírus se replicam e em apenas 12 horas os glóbulos brancos explodem e expelem mais de 10 mil vírus cada, infectando e matando as células cancerígenas.

Eliminação dos tumores

Ao final do ciclo de 40 dias do estudo, todos os camundongos que receberam o tratamento ainda estavam vivos e sem sinais dos tumores.
Em comparação, aqueles sob outros esquemas de tratamento viram seu câncer se espalhar e depois morreram.
"[O tratamento] elimina completamente o tumor e impede que ele volte a crescer", diz a cientista Claire Lewis, acrescentando tratar-se de um conceito "revolucionário". Mas ela lembra que outros avanços do tipo acabaram sendo completamente inúteis quando testados em humanos.
Ela espera começar os testes em pacientes no próximo ano.

Radioterapia e quimioterapia

Para Emma Smith, do Cancer Research UK (Instituto de Pesquisas do Câncer do Reino Unido), o estudo mostra que a quimioterapia e a radioterapia, tratamentos tradicionais contra o câncer, podem tornar-se mais eficientes com a ténica do "Cavalo de Troia".
"Equipar o próprio sistema imunológico do corpo para levar um vírus mortal aos tumores é uma tática animadora que muitos cientistas estão pesquisando. Este estudo mostra que tem o potencial de transformar a quimioterapia e a radioterapia em armas mais eficientes contra o câncer", diz.
Kate Holmes, chefe de pesquisas do Prostate Cancer UK, diz que se os estudos em humanos forem bem-sucedidos a técnica pode vir a ser um "divisor de águas" no tratamento do câncer de próstata.
"Se este tratamento tornar-se um sucesso em humanos, poderia se revelar um progresso substancial em encontrar melhores tratamentos para homens com câncer de próstata, quando este já se espalhou pelos ossos", avalia.

Publicado originalmente em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121221_cavalo_troia_cancer_jp.shtml

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Bebê prematura tem vida salva por causa de erro médico

Para quem não sabe, bebês prematuros que inspiram cuidados especiais nascidos no Reino Unido não recebem o tratamento adequado para sobreviverem. A regra vem de um código de ética criado pelos hospitais locais.
Acontece que um casal conseguiu salvar sua filha, que deveria entrar para as estatísticas dos prematuros inviáveis, por conta de um bobo erro médico.
De acordo com o Daily Mail, Kate e Renato Douse tiveram 2 crianças, as gêmeas Maddalena e Isabella. Ocorre que as duas nasceram com 23 semanas e Isabella não resistiu, morrendo algumas semanas após o nascimento.
No entanto, Maddalena sobreviveu e foi aí que o inusitado aconteceu. Ao pesarem a criança, a balança marcou 453 gramas (1 libra), o que já pode ser considerado razoável para que os médicos se empenhem em manter um bebê vivo.
O curioso é que Maddalena pesava, na realidade, 382 gramas. O restante do peso foi completado por uma tesoura esquecida em cima da balança.
Seis meses mais tarde, a bebê recebeu alta do Hospital Royal Sussex e deve crescer como uma criança saudável.

Publicado originalmente em: http://colunistas.ig.com.br/obutecodanet/2012/12/18/bebe-prematura-tem-vida-salva-por-causa-de-erro-medico/

Tetraplégica controla braço robótico com a mente de 'forma inédita'

Atualizado em  17 de dezembro, 2012 - 13:50 (Brasília) 15:50 GMT

Jan desenvolveu grande controle do braço mecânico com seu pensamento
Um braço robótico já pode ser controlado pelo pensamento de forma "sem precedentes", de acordo com um estudo publicado pela revista médica The Lancet.
Jan Scheuermann, de 53 anos, paralisada do pescoço para baixo, foi capaz de mover com destreza um braço mecânico, segurando objetos como se eles fossem movidos por sua própria mão biológica.
Implantes cerebrais foram usados na paciente para controlar o braço robótico, e o resultado foi avaliado por especialistas como "uma conquista extraordinária".
Jan foi diagnosticada com degeneração espinocerebelar 13 anos atrás e foi perdendo o controle de seu corpo progressivamente. Ela não consegue mais mover seus braços e pernas.
Ela recebeu o implante de dois sensores - cada um de 4mm x 4mm - no córtex do cérebro. Uma centena de pequenas agulhas em cada sensor percebe a atividade elétrica de 200 células cerebrais.

Comandos

Os neurônios se comunicam entre si através de pulsos, diz o professor Andrew Schwart, da Universidade de Pittsburgh.
Essas vibrações elétricas no cérebro são então traduzidas em comandos para mover o braço - dobrar na altura do cotovelo, rotar e agarrar um objeto, por exemplo.
Jan foi capaz de controlar o braço logo no segundo dia de treinamento; ao longo de 14 semanas, foi aperfeiçoando essa habilidade.
Segundo o estudo médico, ela adquiriu "coordenação, habilidade e velocidade quase similares às de uma pessoa de corpo não deficiente".
Schwartz contou à BBC que movimentos tão precisos nunca haviam sido observados antes.
"São (movimentos) fluidos e muito melhores do que o que se havia demonstrado antes", afirmou. "Acho que isso é uma prova convincente de que essa tecnologia (se converterá em uma terapia) para pessoas com lesões na espinha dorsal."
Para Schwartz, a nova tecnologia já permite que essas pessoas realizem tarefas diárias.

Tecnologia em casa

As técnicas que apostam no poder de um cérebro saudável para superar um corpo danificado têm avançado rapidamente.
No início deste ano, um estudo apontou que uma mulher conseguiu usar um braço robótico para servir-se de uma bebida pela primeira vez em 15 anos desde que sofreu um derrame.
Nos dois estudos, porém, os resultados foram obtidos em laboratório - ou seja, a tecnologia ainda não foi aplicada em suas casas.
Agora, pesquisadores tentam acoplar o braço mecânico à cadeira de rodas de Jan, para que ela possa usá-lo em sua vida cotidiana.
Também há tentativas de dar sensações ao membro artificial, para que seu portador volte a experimentar o sentido de toque.
Para os pesquisadores Gregoire Courtine, Silvesto Micera, Jack DiGiovanna e José del Millan, o controle do braço retratado no estudo é uma conquista "tecnológica e biomédica incrível".
Eles acrescentam que tecnologia do membro mecânico está chegando perto do ponto em que "poderá, em breve, se tornar um modelo revolucionário de tratamento" para portadores de paralisias.

Publicado originalmente em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121217_braco_robotico_pai.shtml

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Universidade treina cão a detectar bactéria hospitalar


O beagle Cliff (Foto: Centro Médico da Universidade VU, Amsterdã)
Cliff passou por dois meses de treinamento para detectar a bactéria em pacientes infectados
Um estudo realizado pela Universidade VU, de Amsterdã, na Holanda, revelou que cães podem detectar bactérias que causam infecções hospitalares graves, como a Clostridium difficile.
Cliff, um beagle de dois anos usado no estudo, conseguiu detectar a superbactéria com 83% de precisão.
Os testes com Cliff foram feitos em dois hospitais de Amsterdã nos quais, como em outros países, os médicos estão tentando reduzir as taxas de infecção pela bactéria detectada pelo beagle.
Os exames de laboratório usados atualmente são lentos, caros e podem atrasar o início do tratamento em até uma semana.
A Clostridium difficile geralmente afeta pacientes idosos que estão sendo tratados com antibióticos. Ela provoca problemas na flora intestinal, diarreia e, em casos extremos, inflamação intestinal e a morte.
Os cientistas afirmaram que usar um cachorro nos hospitais para detectar os pacientes infectados é uma forma "rápida, eficaz e popular" de evitar a propagação da bactéria.
A pesquisa foi divulgada na revista britânica especializada British Medical Journal.

Cheiro

Estudos anteriores demonstraram que cães são capazes de detectar vários tipos de câncer.
A ideia de treinar um cachorro para detectar a Clostridium difficile surgiu quando os pesquisadores do Centro Médico da Universidade VU, de Amsterdã, notaram que as fezes contagiadas pela bactéria emitiam um odor específico.
Cliff, que nunca tinha sido treinado para aprender a detectar a bactéria, passou por dois meses de instrução para farejar os odores da bactéria em amostras de fezes e em pacientes contagiados.
Cliff tinha que se sentar ou deitar quando o micro-organismo estivesse presente.
Quando o beagle foi colocado à prova, foram apresentadas 50 amostras de fezes com a bactéria e 50 sem.
Cliff identificou corretamente as 50 amostras positivas e 47 das 50 negativas.
Bacteria 'Clostridium difficile'
A bactéria 'Clostridium difficile' atinge pacientes idosos
Os números equivalem a uma qualificação de 100% em termos de sensibilidade (a proporção de positivos detectados corretamente) e 94% em especificidade (a proporção de negativos identificados corretamente).
Depois, Cliff foi levado para as salas de dois hospitais para provar sua capacidade em meio aos pacientes.
O cachorro conseguiu identificar corretamente 25 de 30 pacientes infectados (83% de sensibilidade) e 265 de 270 pacientes sem a bactéria (98% de especificidade).

'Rápido e eficaz'

De acordo com os pesquisadores, Cliff "demonstrou ser rápido e eficaz, rastreando uma sala completa do hospital para buscar os pacientes com as infecções da C. difficile em menos de dez minutos".
"Para os propósitos de detecção, o cão não precisou de uma amostra de fezes ou do contato físico com os pacientes", afirmaram os autores da pesquisa.
"Tudo indica que os cães podem detectar a C. difficile no ar em volta dos pacientes", acrescentaram.
Mas, os cientistas holandeses destacam que este foi um estudo inicial e agora deverão fazer pesquisas mais abrangentes.
Também existem algumas dúvidas como a imprevisibilidade de se usar um animal como ferramenta de diagnóstico e o potencial que este animal teria de espalhar infecções.

Publicado originalmente em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121217_caes_bacterias_fn.shtml

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Craid comemora 27 anos de atividades com festa de Natal

 http://www.sesa.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/386/DSC_0051.JPG
Nesta quarta-feira (12) o Centro Regional de Atendimento Integrado ao deficiente (Craid), unidade da Secretaria da Saúde, completou 27 anos. O secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, participou das festividades organizadas pelos funcionários da unidade. Com a presença do Papai Noel, os pacientes participaram de atividades de arte e receberam doces e presentes doados pela Associação Santa Rita – Oficina Santana, pela Receita Federal e pela Secretaria da Saúde.

Criado no ano de 1985, o centro acompanha crianças com paralisia cerebral ou que estão em observação desde o nascimento porque tiveram problemas no pré-natal ou parto, e as com baixa visão. A equipe do Craid é formada por pediatras, neuropediatras, oftalmologistas, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, dentistas e profissionais de apoio. Durante o ano de 2012, o Craid já realizou 50.132 procedimentos.

Fonte: http://www.sesa.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=2743&tit=Craid-comemora-27-anos-de-atividades-com-festa-de-natal

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Cientistas reprogramam células de urina para gerar neurônios


Foto: Lihui Wang, Guangjin Pan e Duanqing Pei
Células progenitoras neurais derivadas de urina humana em estudo de pesquisadores chineses
Cientistas chineses afirmam ter conseguido reprogramar células de urina humana em células cerebrais (progenitoras neurais), em uma pesquisa que pode contribuir para futuros avanços no tratamento de males degenerativos como Alzheimer e Parkinson.
A pesquisa, publicada na mais recente edição do periódico Nature Methods, afirma que células de urina foram isoladas de três doadores, de 37, 10 e 22 anos, e reprogramadas para gerar células progenitoras neurais (NPCs), que são precursoras das células cerebrais. Estas NPCs, por sua vez, foram capazes de se subdividir e "gerar com eficiência neurônios funcionais" distintos in vitro.
Os mesmos cientistas haviam identificado no ano passado que a urina humana contém células do rim "que podem ser reprogramadas em células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs)". Agora, dizem ter avançado neste método.
"Ainda faltam análises, mas reportamos que as células sobrevivem e se dividem quando transplantadas ao cérebro de um rato recém-nascido", diz o estudo, liderado por Duanquing Pei, da Academia Chinesa de Ciências.
Células progenitoras neurais são potenciais fontes de neurônios para pesquisa, com a vantagem de se dividirem e, por conta disso, poderem ser "expandidas" em laboratório antes que sejam divididas em neurônios.

Pesquisa e teste de medicamentos

"Há um grande interesse em gerar progenitoras neurais de indivíduos com doenças degenerativas", diz comunicado da Nature Methods.
"E como as células a serem reprogramadas são derivadas de (processos) não-invasivos, da urina de doadores, os autores da pesquisa propõem que o procedimento deve ser praticável para gerar progenitoras neurais específicas para determinadas doenças", acrescenta a publicação.
"Neurônios derivados dessas células podem ser úteis para pesquisas em males neurodegenerativos e para o teste de novos medicamentos", conclui o comunicado.
A pesquisa de Duanquing Pei lembra que ainda não há medicamentos eficientes para combater diversas doenças neurológicas.
Há importantes avanços no campo de células-tronco, mas o método é alvo de questionamentos por alas mais conservadoras porque as células são obtidas de embriões humanos. Além disso, existe o risco de rejeição do sistema imunológico. A vantagem da pesquisa chinesa é evitar esses dilemas.
Além disso, reportagem da revista Nature aponta que o estudo pode ajudar pesquisadores a produzir mais rapidamente células específicas para cada paciente, em número maior.
"Progenitoras neurais proliferam em cultura, então os pesquisadores podem produzir diversas células para seus experimentos", diz a reportagem.
Um geneticista consultado pela revista afirma que outra vantagem de obter células dessa forma é que a urina pode ser coletada de quase qualquer paciente.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121210_celulas_urina_cerebro_pai.shtml

Médicos usam vírus da aids para salvar menina com leucemia



Emma com a mãe, Kari. A menina, que quase morreu por causa da leucemia, passa bem após tratamento experimental Foto: The New York Times / Reprodução 
Emma com a mãe, Kari. A menina, que quase morreu por causa da leucemia, passa bem após tratamento experimental
Foto: The New York Times / Reprodução

Uma menina americana foi salva após receber um tratamento inédito para uma criança e para o tipo de leucemia que ela sofria. Emma Whitehead, hoje com 7 anos, recebeu uma versão "desligada" do HIV que reprogramou seu sistema imunológico para combater a doença. As informações são do The New York Times.
Quando Emma tinha 6 anos, os médicos ficaram sem opções tradicionais para tratar a leucemia. Desesperados, os pais recorreram ao tratamento experimental no Hospital da Criança da Filadélfia, em abril. O tratamento não deu resultados no início - na verdade, quase matou a menina.
Contudo, sete meses depois, a criança se recuperou e o câncer entrou em completa remissão. Ela se tornou uma das primeiras pessoas em que os médicos conseguiram reprogramar o sistema imunológico para combater um tipo de câncer.
"Nosso objetivo é conseguir uma cura, mas não podemos dizer essa palavra", diz Carl June, líder da equipe que estudo o tratamento, da Universidade da Pensilvânia. O médico espera que a nova técnica substitua o transplante de medula, um procedimento mais perigoso e caro e que atualmente é a última esperança de casos como leucemia.
O Dr. June cita outros três casos que tiveram remissão completa - sendo que dois não mostram sinais da doença há dois anos. Outros quatro não tiveram remissão total; outro foi tratado muito recentemente para se tirar conclusões; uma criança melhorou e depois teve uma recaída; em dois adultos, o tratamento não funcionou.
Segundo o jornal, apesar dos resultados mistos, especialistas dizem que o estudo é uma grande promessa, porque nesta fase de teste os casos eram aqueles considerados sem esperança. "Eu acho que é um grande avanço", diz Ivan Borrello, professor da Universidade Johns Hopkins. Outro pesquisador, John Wagner, da Universidade de Minnesota, chama os resultados de "fenomenais" e diz que eles têm "o que nós temos trabalhado e esperado por, mas não temos visto com esta extensão". Agora, uma grande farmacêutica - a Novartis - investiu US$ 20 milhões no estudo para que os médicos o levem ao mercado.
Como funciona
A aids é uma doença que ataca o sistema imunológico - e o HIV é muito bom em inserir seu código genético nas células que deveriam nos defender. Foi por causa dessa característica que os cientistas usaram unidades "desligadas" (que não causam a doença) do vírus para inserir material genético nas células-T (do sistema imunológico). Os médicos retiram milhões destas do corpo da paciente e usam o HIV para "reprograma-las". As T são jogadas de novo no sangue, irão se reproduzir e atacar o câncer.
Curiosamente, um sinal de que o tratamento está funcionando é que o paciente irá se sentir terrivelmente doente, com febre alta e calafrios, além de perigosas quedas de pressão e até edema. Foi essa reação que quase levou Emma a óbito. O caso dela foi tão extremo que os parentes e amigos foram chamados para se despedir da pequena.
Contudo, os exames indicaram uma reviravolta no caso dela - eles apresentaram um alto nível de uma substância chamada de interleucina-6 (IL-6). Os médicos deram um remédio (usado em pacientes com artrite reumatoide) para baixar o nível da substância e Emma melhorou.
Próximos passos
Os cientistas afirmam que a pesquisa está ainda nos seus passos iniciais e muitas questões precisam ser respondidas. Os pesquisadores não têm certeza, por exemplo, porque o tratamento funciona em alguns casos, mas falha em outros.
Além disso, as T modificadas atacam outro tipo de células, o que deixa corpo vulnerável a certos tipos de infecções. Emma e outros pacientes precisarão de tratamentos regulares para evitar essas infecções.
Apesar disso, os pais afirmam que a menina já voltou à escola e passa bem. "Chegou a hora de ela voltar a ser uma criança, de ter sua infância de volta", diz o pai da criança.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/medicos-usam-virus-da-aids-para-salvar-menina-com-leucemia,20089bc62098b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ciência aumenta sobrevivência de prematuros



Avanços na medicina britânica estão aumentando as chances de vida de bebês extremamente prematuros, segundo um estudo recém-divulgado.
Em 1995, um total de 40% dos bebês ingleses nascidos entre 22 e 25 semanas e que foram tratados em unidades intensivas, sobreviveram.
Em 2006, o número de crianças extremamente prematuras nascidas com entre 22 e 25 semanas de gestação que sobreviveram passou a ser de 53%.
Mas o estudo não descobriu melhoras significativas no índice de sobrevivência de bebês nascidos com menos de 22 semanas de idade, o limite legal para a realização de aborto.
E as chances de bebês extremamente prematuros eventualmente sofrerem sequelas como cegueira, paralisia cerebral e surdez não foram reduzidas. Elas afetam um em cada cinco bebês.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121205_prematuros_sobrevivencia_bg.shtml

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Terror noturno é comum entre seis e 12 anos; veja como agir se seu filho sofre do problema

Nos casos de terror noturno, a criança acorda sem se lembrar do que aconteceu

A criança se comporta como se estivesse em perigo, grita, o coração fica acelerado. Parece ver ou sentir algo amedrontador, mas, apesar de toda a agitação e de até ficar de olhos abertos em alguns casos, ela está dormindo. A cena, descrita pela psicóloga clínica e terapeuta cognitiva Margarida Antunes Chagas, retrata um episódio do chamado terror noturno, distúrbio do sono incidente, principalmente, entre os seis e os 12 anos.

“Embora sério no momento em que ocorre, pois costuma assustar quem o presencia pela intensidade da manifestação, esse distúrbio é benigno e tende a desaparecer com o tempo, conforme o amadurecimento dos mecanismos do sono”, afirma a neurologista Márcia Pradella-Hallinan, coordenadora do setor de pediatria do Instituto do Sono, em São Paulo.

Segundo a médica, é como se o cérebro não soubesse ainda alternar entre os estágios do sono e ficasse “encalhado” entre eles. Essa dificuldade de transição faz com que haja sobreposição do sono profundo com um despertar, daí a crise é desencadeada. A criança parece que está sonhando ou que teve pesadelo, mas não se lembrará de nada, independentemente se acordar durante o episódio ou na manhã seguinte.
O fato de a criança não se lembrar é um dos fatores que diferencia o terror noturno de um pesadelo comum. No caso do sonho ruim, ela é capaz de contar sobre o que estava sonhando e às vezes até de identificar o que a deixou com medo. No terror noturno, é como se nada tivesse acontecido.

“O pesadelo e os episódios de terror acontecem em fases distintas do sono. O primeiro tem lugar no chamado sono REM, mais próximo do despertar, quando o sono está mais superficial. Já o segundo acontece em um período bem profundo do sono”, diz o neurologista Saul Cypel, neuropediatra do Hospital Israelita Albert Einsten, de São Paulo, e consultor da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, voltada à primeira infância.
Para ajudar os pais a lidarem com esse distúrbio, o UOL Gravidez e Filhos reuniu informações sobre as perguntas mais frequentes sobre o assunto:

O terror noturno é herdado?

De acordo com a especialista Márcia Pradella-Hallinan, não há um gene que transmita o terror noturno, mas a forma como a criança amadureceu em relação ao sono pode ter sido “herdada” de familiares. A especialista diz que mais da metade das crianças com qualquer manifestação de parassonia do despertar –sonambulismo, terror noturno, choro inconsolável do bebê– tem um parente próximo que teve o mesmo quadro.

Quanto tempo dura um episódio de terror noturno? O que acontece com a criança durante a crise?

A duração é de cinco a 15 minutos em média. Segundo a psicóloga Margarida Antunes Chagas, durante a manifestação, a criança pode até se levantar da cama. Se acordar abruptamente, continuará amedrontada, pode não reconhecer as pessoas e ficar agressiva.

O que fazer quando acontece uma crise?

Se a criança sair da cama, os pais devem conduzi-la calmamente para que ela se deite de novo, sem acender luzes ou expô-la a fatores que possam despertá-la. Acordá-la, em vez de interromper a crise, pode prolongar o episódio.
É necessário acompanhar o momento e oferecer proteção e carinho, principalmente nos casos em que a criança apresenta sonambulismo ou comportamento agressivo, correndo o risco de causar danos físicos a si. Para evitar que ela se machuque, algumas medidas preventivas são necessárias, como colocação de redes de proteção em janelas e portões em escadas e esconder chaves e objetos cortantes.

Estabelecer uma rotina tranquila antes de ir para a cama pode evitar as manifestações?

Segundo a neurologista Márcia, do Instituto do Sono, ajudar a criança a ter um sono mais tranquilo não impede que o terror noturno se manifeste.
“De toda forma, ter cuidados com a alimentação, investigar se algum medicamento em uso pode estar acentuando os episódios, diminuir a ansiedade, caso a criança esteja passando por um momento de estresse, e oferecer conforto físico e emocional antes do sono é sempre muito importante”, afirma a terapeuta Margarida Antunes Chagas.

Com que frequência pode acontecer e quando os pais devem procurar ajuda?

Na maioria das vezes, os episódios são esporádicos e o período de ocorrência varia de criança para criança. Algumas têm semanalmente, outras no espaço de dez a 15 dias. Em casos raros, várias vezes durante a mesma noite.

“Se forem frequentes, vale a pena procurar um especialista para avaliação. Quando a qualidade do sono da família estiver sendo prejudicada e tiver havido acidente associado a um episódio, é indicado procurar ajuda médica”, diz Márcia Pradella-Hallinan, do Instituto do Sono.

Para a psicóloga Margarida, também é válido procurar um médico no caso de a criança apresentar prejuízos emocionais ou em suas atividades diárias.

Fatores emocionais podem ter ligação com as crises de terror noturno?

“Servem como favorecedores em um terreno predisponente”, afirma a neurologista do Instituto do Sono. Quando a criança não tem predisposição, segundo a profissional, a chance de um episódio acontecer é muito menor.
No entanto, para o neuropediatra Saul Cypel, do Einstein, os fatores emocionais devem ser levados em conta. “Pela observação em consultório, vejo que muitas crianças que apresentam o distúrbio têm também algum transtorno em seus aspectos emocionais.” De acordo com Cypel, por vezes, são intolerantes durante o dia e apresentam dificuldade de lidar com regras.
Para o neuropediatra, crianças que manifestam certa dose de insegurança e medo quando estão acordadas e que não têm maturidade emocional adequada para a idade tendem a manifestar, mais do que as outras, alterações do sono. Daí a importância de os pais buscarem orientação de como lidar com o filho que apresenta esse tipo de distúrbio não apenas no que tange o problema, mas também em outros aspectos comportamentais.

Fonte: http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2012/11/29/terror-noturno-e-comum-entre-seis-e-12-anos-veja-como-agir-se-seu-filho-sofre-do-problema.htm

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Implante em cegos permite leitura em braile pela retina

Imagem demonstra grade de eletrodos implantados diretamente na retina 

Aparelho filma o ambiente e envia sinais elétrico diretamente para a retina. Dispositivo pode ajudar pacientes com retinite pigmentosa


Imagem demonstra grade de eletrodos implantados diretamente na retina (Divulgação / Second Sight)
Um novo aparelho permite que pacientes cegos 'enxerguem' letras em braile com até 90% de exatidão, sem o uso dos dedos. O Argus II, dispositivo criado pela empresa Second Sight, capta imagens e envia sinais elétricos ao olho do paciente em padrões iguais aos das letras em braile — em vez de sentir com os dedos os pontos que formam uma letra, é possível vê-los. A pesquisa, publicada no periódico Frontiers in Neuroprosthetics, pretende revolucionar o tratamento de doenças degenerativas, como a retinite pigmentosa.

O dispositivo já foi implantado em mais de 50 pacientes, muitos dos quais passaram a conseguir ver cor, movimento e objetos. A versão do aparelho que não envia sinais em braile, no entanto, falha ao transmitir à retina pistas visuais, como letras e sentenças curtas, que tendem a ser complicadas de ler. Para criar algo mais eficaz, os pesquisadores consideraram, então, uma técnica comprovada de comunicação: o braile.
Técnica — No Argus II, um conjunto de eletrodos montado em um sistema 10 x 6 (somando 60 pontos) são colocados diretamente na retina. No sistema de leitura braile, as letras individuais são criadas por um subconjunto de pontos dispostos em um sistema de 3 x 2 (seis pontos ao todo). Para o experimento com braile foi separada uma grade com seis pontos, dentro dos 60 pontos do sistema. Esse grupo passou, então, a ser estimulado no padrão braile da letra que era captada pela câmera instalada nos óculos.

"Não houve nenhuma entrada, exceto o estímulo do eletrodo. O paciente reconheceu as letras braile facilmente", diz Thomas Lauritzen, coordenador do estudo. Ao fim do experimento, o voluntário conseguiu identificar corretamente 89% das letras dispostas de maneira individual, 80% daquelas que estavam colocadas em duplas, 60% das em trio e 70% quando haviam quatro letras.

RETINITE PIGMENTOSA
A retinite pigmentosa é um tipo de degeneração da retina que leva à perda da visão. Pacientes afetados sentem, inicialmente, cegueira noturna seguida de redução do campo visual. Muitas pessoas com retinite pigmentosa não ficam cegas até os 50 anos e alguns permanecem com parte da visão a vida toda.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/implante-em-cegos-permite-leitura-em-braile-pela-retina

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Terapia genética cura epilepsia em roedores

O estudo britânico tem como foco pacientes com epilepsia resistente a medicamentos e que não podem ser operados

Epilepsia
A epilepsia afeta de 1% a 1,5% da população mundial. No Brasil, isso corresponde a cerca de dois a três milhões de pessoas.  (Thinkstock)
Duas novas terapias genéticas testadas em roedores podem representar os primeiros passos para a cura da epilepsia. A pesquisa tem como alvo as pessoas com epilepsia de difícil tratamento, ou seja, que não respondem bem a medicamentos e não podem se submeter ao procedimento cirúrgico recomendado nesses casos. O estudo, desenvolvido pela University College London Institute for Neurology (Instituto de Neurologia da Universidade de Londres), foi publicado na última edição do periódico Science Translational Medicine.
A epilepsia é uma doença neurológica que se caracteriza por queda, perda de consciência, convulsões e movimentos involuntários e afeta de 1% a 1,5% da população mundial. No Brasil, isso corresponde a cerca de dois a três milhões de pessoas. O tratamento mais comum é feito através de medicamentos. De acordo com Luciano De Paola, neurologista e presidente da Liga Brasileira de Epilepsia, 70% dos pacientes respondem bem a um tratamento com medicamento, deixando de ter crises com uma dose não muita alta. "Hoje existe uma gama de 20 a 25 medicamentos disponíveis no mundo. No Brasil, temos acesso a 10 ou 12 e, em termos de saúde pública, 5 ou 6", diz De Paola.
Desse grupo de 30%, que corresponde aos pacientes com epilepsia de difícil controle, cerca de metade ainda pode ser tratado com medicamentos em doses mais altas ou uma combinação de remédios. Restam, assim, as pessoas que sofrem de epilepsia e não obtêm efeitos benéficos do tratamento com remédios, cerca de 15% daqueles que têm a doença. Para essas pessoas, uma opção é a cirurgia. Nesse procedimento, os médicos identificam o local exato do surgimento das crises no cérebro do paciente e o removem. Porém, nem todos os pacientes que não respondem aos medicamentos que podem se submeter à operação. "Alguns pacientes não apresentam uma localização exata do foco das convulsões ou, em alguns casos, o foco está em uma área cerebral que não pode ser removida sem afetar funções cerebrais importantes. Pode acontecer também de uma pessoa ter mais de uma área causadora de crise no cérebro, então a cirurgia torna-se inviável", afirma o neurologista.
Por existir um número de pacientes para o qual ainda não há um tratamento adequado, muitas pesquisas continuam a ser desenvolvidas a fim de descobrir novos tratamentos. Atualmente existem, em número menor, tratamentos com implantes que estimulam determinadas áreas do cérebro, estudos de terapia genética e com células-tronco.
Terapia genética - No estudo britânico, foram desenvolvidas duas formas de terapia genética distintas, que têm em comum o fato de ajudarem a tornar as células nervosas eletricamente negativas, pois as cargas elétricas positivas estão relacionadas à ocorrência dos ataques epiléticos.
Os neurônios se comunicam por meio de pequenas correntes elétricas. Essa correntes causam excitação (agitação) o inibição das células. O desequilíbrio entre os dois estados causa um mau funcionamento das células, o que pode desencadear uma crise epilética. 
A primeira abordagem foi desenvolvida utilizando conceitos da optogenética, combinação de ótica e genética para melhor conhecimento de processos cerebrais. Os pesquisadores utilizaram um lentivírus como vetor viral (vírus geneticamente modificado que pode infectar a célula hospedeira) para inserir um gene que produz halorodopsina, uma proteína sensível à luz, nas células do córtex motor dos roedores. Os animais testados, nesse caso, haviam sido previamente infectados com a toxina do tétano, que provoca epilepsia. 
Os pesquisadores conectaram um laser, utilizando fibra ótica, ao córtex motor do animais, de forma que a luminosidade ativou a halorodopsina.  Essa proteína, quando ativada, faz com que íons negativos de cloro entrem nas células, tornando os neurônios negativos, o que impede que eles desencadeiem um ataque epilético.
A segunda terapia desenvolvida utilizou a um canal de potássio (denominado kv 1.1) localizado no cérebro, no local considerado o foco das convulsões, para ajuda a controlar a carga elétrica dos neurônios. Em um dos testes, os pesquisadores inseriram cópias extras do gene que expressa o canal de potássio ao mesmo tempo em que a toxina tetânica foi injetada no animal.  Esse gene permite que os íons de potássio saiam das células, o que as torna mais negativas, dificultando as chances de chegarem ao ponto de uma convulsão. Nesse caso, houve uma prevenção da doença, pois o roedor não chegou a desenvolver a epilepsia.
Em outros testes, o canal de potássio foi estimulado depois que a epilepsia já estava instalada no roedor. Dias após a expressão dos genes ligados ao canal, as convulsões começaram a diminuir de frequência e cessaram depois de algumas semanas.
Jaderson Costa, neurocientista e diretor do Instituto do Cérebro da PUC-RS, alerta para o fato de que a terapia gênica procura corrigir efeitos de tipos específicos de epilepsia. "Essas terapias são bem-vindas e promissoras, mas elas são limitadas a um tipo específico de epilepsia", afirma. Ele também demonstra preocupação com o uso de vírus como vetores, pois eles poderiam causar danos ao organismo, caso não sejam rigorosamente controlados.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/terapia-genetica-cura-epilepsia-em-roedores

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Descoberta pode oferecer novo tratamento para a epilepsia


Novas drogas derivadas de componentes de uma dieta específica utilizada por crianças com epilepsia fármaco-resistente grave pode oferecer um novo tratamento, de acordo com pesquisa publicada hoje na revista Neurofarmacologia.
Cientistas do Royal Holloway, em colaboração com a Universidade College de Londres, identificou ácidos graxos específicos que têm potentes efeitos antiepilépticos, o que poderia ajudar a controlar as convulsões em crianças e adultos.
A descoberta pode levar à substituição da dieta cetogênica, que é muitas vezes prescrita para crianças com epilepsia fármaco-resistente grave. O alto teor de gordura, dieta de baixo carboidrato é pensado para imitar os aspectos da fome, obrigando o organismo a queimar gorduras ao invés de carboidratos. Embora muitas vezes eficaz, a dieta tem atraído críticas, como efeitos secundários podem ser significativos e potencialmente levar à constipação, hipoglicemia, crescimento retardado e fraturas ósseas.
Ao identificar os ácidos graxos na dieta cetogênica que são eficazes no controle da epilepsia, os pesquisadores esperam que possam desenvolver uma pílula para crianças e adultos que poderiam fornecer controle da epilepsia semelhante, mas não tem os efeitos colaterais da dieta.
Professor Robin Williams, do Centro de Ciências Biomédicas da Royal Holloway disse que este é um importante avanço, ¿a família de ácidos graxos de cadeia média que nós identificamos fornece um excitante novo campo de pesquisa com o potencial de identificação, mais forte, mais seguros tratamentos da epilepsia." "A epilepsia afeta mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo e cerca de um terço dessas pessoas têm epilepsia que não é controlada adequadamente com os nossos tratamentos atuais. 'Essa descoberta oferece uma nova abordagem para o tratamento de epilepsias resistentes a drogas em crianças e adultos", disse o professor Matthew Walker, do Instituto de Neurologia da University College London.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6317500-EI8147,00-Descoberta+pode+oferecer+novo+tratamento+para+a+epilepsia.html

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Transplante de célula de focinho faz cão voltar a andar



Cientistas da Universidade de Cambridge conseguiram reverter a paralisia em cachorros, após injetar células retiradas do focinho dos animais.

De acordo com os pesquisadores, as descobertas mostram, pela primeira vez, que transplantando este tipo de células em uma medula muito lesionada pode trazer melhoras significativas e abre novas possibilidades. "Acreditamos que a técnica pode vir a ser usada para recuperar parte dos movimentos em pacientes humanos com lesões na medula vertebral, mas há um longo caminho a percorrer até podermos afirmar que eles serão capazes de recuperar todos os movimentos perdidos", diz o biólogo, Robin Franklin que participou da pesquisa. O estudo foi financiado pelo Conselho Médico de Pesquisa (MRC, na sigla em inglês) da Grã-Bretanha e publicado no jornal científico Brain. A pesquisa é a primeira a testar transplantes em animais com lesões sofridas na vida real, ao invés de usar cobaias de laboratório. Em uma parceria do Centro de Medicina Regenerativa do MRC e a Escola de Veterinária de Cambridge, os cientistas retiraram amostras de células olfativas do focinho dos cães e as cultivaram em laboratório durante várias semanas. Os 34 cachorros que participaram da pesquisa haviam sofrido lesões na coluna que os impediam de usar as patas traseiras. Em 23 dos cães foram injetadas células olfativas na coluna e nos outros 11 foi usada uma solução aquosa neutra, sem nenhum efeito, para ser usado como termo de comparação. Enquanto muitos dos cachorros que receberam o transplante de células apresentaram melhoras significativas e voltaram a andar, nenhum dos caninos do grupo de controle apresentou movimento nas patas traseiras. Porque o nariz?
Após chegar a idade adulta, o nariz é a única parte do corpo em que terminações nervosas continuam a crescer.

As células foram retiradas da parte posterior da fossa nasal. São células especiais que rodeiam os neurônios receptores que nos permitem sentir cheiros e convergir estes sinais para o cérebro.

Os cientistas dizem que as células transplantadas regeneraram fibras na região lesionada da medula. Isto possibilitou que cachorros voltassem a usar as suas patas traseiras e coordenar o movimento com as patas da frente.

Em humanos, o procedimento poderia ser usado em combinação com outras drogas para promover a regeneração da fibra nervosa e substituir tecidos lesionados.

Geoffrey Raisman, o especialista em regeneração neurológica da University College London, descobriu em 1985 este tipo de célula olfativa, que foi usada na pesquisa de agora.

Ele avalia que este foi o maior avanço dos últimos anos na área, mas diz que não é a cura para lesões de medula. "O procedimento permitiu que um cachorro lesionado voltasse a usar suas pernas traseiras, mas as diversas outras funções perdidas em uma lesão de medula, como uso da mão, controle da bexiga e regulação de temperatura, por exemplo, são mais complicados e ainda estão muito distantes".

Na pesquisa, as novas conexões não ocorreram em longas distâncias, necessárias para conectar o cérebro a medula. Os pesquisadores do MRC disseram que em humanos isto seria vital para pacientes com lesões na medula, que perderam funções sexuais e o controle da bexiga e do intestino.

Por enquanto, o procedimento fez a alegria de May Hay, a dona do cão Jasper: " Antes do tratamento, nós usávamos um carrinho de rodas porque as suas patas traseiras eram inúteis, mas agora ele corre pela casa e no jardim e acompanha os outros cachorro, é maravilhoso!"

Fonte:

BBC

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Refluxo em crianças nem sempre é sinal de doença, alerta médico


 


Por Dr. Roberto Cooper – Pediatra*
Do Bolsa de Bebê

O refluxo gastroesofágico nem sempre é uma doença. O refluxo é o retorno do conteúdo que está no estômago (alimentos sendo digeridos), para o esfôfago. Isto ocorre normalmente em lactentes, crianças e adultos. É um fenômeno fisiológico, normal. Portanto, não é uma doença.
No entanto, quando esse refluxo produz lesões no aparelho digestivo ou mesmo fora deste, como no aparelho respiratório, é que podemos falar em doença do refluxo gastroesofágico. Todo mundo tem refluxo mas nem todo refluxo é doença. O simples fato de regurgitar ou vomitar não caracteriza a doença do refluxo gastroesofágico.

Hoje em dia há uma epidemia de diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico. O termo foi popularizado e difundido de tal forma que, basta a criança manifestar alguma irritablidade após a mamada, regurgitando, para os pais chegarem no consultório com o diagnóstico feito: Dr. nosso bebê tem refluxo!

O diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico é complexo porque não existe um único exame que comprove a existência dessa doença. Os exames de imagem (raios X ou ultrassonografia) são úteis para demonstrar que não existem malformações ou estenoses (estreitamentos) no aparelho digestivo. A presença de refluxo, nesses exames, não é suficiente para se afirmar que há uma doença do refluxo. Pode ser o refluxo fisiológico. Outros exames são invasivos como a endoscopia, a medida da pressão do esôfago e do seu pH (acidez) e devem ser pedidos somente nos casos onde a suspeita clínica seja forte.

Como diferenciar refluxo de doença do refluxo? Nem sempre é fácil, mas alguns sinais podem ser observados:

- ganho de peso. O bebê que ganha peso dentro do esperado, dificilmente terá doença do refluxo. Por outro lado, uma criança que não ganha peso como esperado ou até perde peso, junto com outros sinais, pode ter a doença do refluxo.

- irritabilidade. Este é um sinal importante, mas que pode ter muitas causas. Merece ser valorizado e discutido com seu pediatra. Se a irritabilidade for intensa, interrompendo as mamadas e, além disso, o bebê não ganhar peso, a hipótese de doença do refluxo deve ser considerada.

- presença de sangue no vômito ou na regurgitação é um sinal que deve ser comunicado imediatamente ao pediatra.

- anemia. Se, além da irritabilidade e não ganho esperado de peso a criança apresentar anemia, deve-se pensar em doença do refluxo.

- tosse noturna e/ou quadros respiratórios podem ser um indicador de doença do refluxo com manifestações fora do aparelho digestivo.


Somente o seu pediatra poderá, a partir do seu relato e observações, associado ao exame clínico, decidir se há uma suspeita de doença do refluxo gastro esofágico, pedindo ou não exames complementares e orientando os pais quanto às condutas a serem tomadas. Muitas vezes o pediatra vai optar por tentar medidas que não incluam remédios em um primeiro momento ou poderá fazer uma prova terapêutica com medicamentos.

Se você suspeita que seu bebê possa ter doença do refluxo, converse com seu pediatra, lembrando que refluxo (sem doença) é normal.
A informação que eu gostaria de passar para os pais é de que nem todo bebê que golfa e resmunga um pouco tem doença do refluxo gastroesofágico. Um dos indicadores importantes é o ganho de peso. Se o seu bebê ganha peso como esperado, diminuem as chances dele ter a doença do refluxo. Lembre-se de colocar seu bebê para arrotar na posição vertical, por uns 20 minutos após cada mamada. Independentemente de ele ter ou não a doença do refluxo, é um bom hábito.

*Dr. Roberto Cooper é médico formado pela UFRJ em 1976

Residente de Pediatria do Hospital da Lagoa- 1976/1977

Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria

Médico do Instituto Fernandes Figueira- FIOCRUZ

Consultor da OMS até 1985

Contatos: consultoriorcooper@globo.com

http://www.robertocooper.com

Fonte: http://itodas.uol.com.br/mae/refluxo-em-criancas-nem-sempre-e-sinal-de-doenca-alerta-mediconbsp-24222.html

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Humor em favor da inclusão

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Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo / O cartunista Rafael Camargo com os supernormais Mirella Prosdócimo, Manoel Negraes e Rafael Bonfim. Acima, tirinha produzida especialmente para a Gazeta do Povo 
O cartunista Rafael Camargo com os supernormais Mirella Prosdócimo, Manoel Negraes e Rafael Bonfim. Acima, tirinha produzida especialmente para a Gazeta do Povo


Histórias em quadrinhos com cenas do cotidiano, personagens da vida real e frases de efeito (“Minha vida é um livro aberto com algumas páginas em braile”) foram as maneiras encontradas por três amigos de Curitiba para retratar sua condição física e derrubar a falsa imagem que alguns têm a respeito das pessoas com deficiência. Por meio das tirinhas “Super Normais”, divulgadas na internet, Mirella Prosdócimo e Rafael Bonfim, que são cadeirantes, e Manoel Negraes, deficiente visual, contam os desafios enfrentados no cotidiano – como o cavalete do candidato instalado no meio da calçada e a dificuldade de usar um orelhão –, e incentivam a inclusão, o respeito e a aproximação com a sociedade.
“A sociedade nos vê ou como super-heróis ou como coitadinhos. As pessoas têm de nos ver como pessoas normais”, conta Mirella, que tem 38 anos e atua como consultora para a inclusão. Nessa busca, ela e os amigos, que se conhecem há dois anos, resolveram retratar a realidade a partir do humor e de desenhos que poderiam ser usados em palestras e publicados na internet. O trabalho começou há dois meses, depois que eles conheceram o trabalho do cartunista Rafael Camargo, que não tem nenhuma deficiência e ficou responsável pela produção das tirinhas.
O grupo defende que a deficiência ainda é um tabu a ser quebrado e que precisa ser vista de maneira mais natural e discutida com maior profundidade. “Quero que a cadeira de rodas seja vista com a mesma naturalidade com que as pessoas olham para os óculos que uso por causa da miopia”, conta Bonfim.
Uma das metas é continuar a publicação na internet e conquistar um espaço fixo em um veículo de comunicação. O quarteto também luta para que Curitiba se torne uma cidade mais acessível às pessoas com deficiência. Segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 464.595 pessoas possuem algum tipo de deficiência na capital paranaense.
Outro objetivo dos “Super Normais” é mostrar a deficiência como uma condição que pode afetar qualquer pessoa. “As tiras abordam respeito e mostram que a deficiência pode ser de várias formas”, conta o cartunista Camargo, que finalizou uma das tiras com a palavra “ainda” no lugar que seria destinado ao “fim”, após mostrar um personagem que nunca havia andado de cadeira de rodas.

Ficou curioso sobre o projeto?
Confira mais em www.supernormais.com.br e veja toda segunda-feira uma tirinha nova.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1316556&tit=Humor-em-favor-da-inclusao

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Projeto de saúde monitora prematuros por até 20 anos

Para prevenir doenças físicas e psicológicas, iniciativa da Unifesp acompanha cem crianças que nascem todos os anos antes do tempo


Fernanda Aranda/ iG São Paulo
Projeto da Unifesp monitora prematuros por 20 anos. Na foto, os pés de Eduarda, nascida com menos de um quilo
Nas próximas duas décadas, todos os passos dados pelos pés da foto acima serão monitorados. Por enquanto, os membros de apenas 4 centímetros – menores do que um polegar adulto – precisam crescer mais na incubadora, recebendo oxigênio e alimentação por sonda.
A dona dos pezinhos inquietos é Eduarda, nascida no dia 18 de setembro, pesando 846 gramas, depois de uma gestação incompleta de 6 meses. A condição de saúde frágil a levou direto para UTI do Hospital São Paulo, sem previsão de alta. Apesar dos médicos não conseguirem estimar o tempo de internação, eles já prescreveram a receita de um desenvolvimento seguro: 20 anos de acompanhamento intenso após a alta hospitalar.


Isso porque os estudos científicos mostram que os bebês com baixo peso extremo (menos de 1,5 quilo) crescem mais suscetíveis a problemas cardíacos, pulmonares, ortopédicos e neurológicos quando comparados às crianças que nascem de gestações de nove meses completos.


“As piores condições de saúde, por vezes, demoram a se manifestar, em especial quando são psicológicas. Por isso, decidimos que todos precisam ser monitorados até, no mínimo, os 19 anos e 11 meses” afirma o professor de neonatologia Benjamin Israel Kopelman, um dos idealizadores do Programa de Monitoramento do Prematuro da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O trabalho é feito em parceria com a ONG Viver e Sorrir, por equipes de psicólogos, assistentes sociais, pediatras, nutricionistas e cardiologistas. Todo ano, cerca de cem crianças que nascem com menos de 1 quilo são encaminhadas ao programa.
“É isso que vai proporcionar uma vida adulta saudável, independente e com menos sequelas. O prematuro, não importa a idade, sempre será um prematuro”, completa Kopelman.


O programa da Unifesp nasceu há 8 anos e foi desenhado de acordo com as demandas colhidas na maternidade São Paulo. Voltado às famílias de baixa renda, o trabalho também é social e já garantiu aparelhos de surdez, cadeiras de roda e próteses ortopédicas aos participantes, tudo por meio de doações.

Fernanda Aranda/ iG São Paulo
Gustavo, prematuro, está com 8 anos e há 8 anos é monitorado. Na foto, ele se diverte com a mãe Eliane
No total, 800 prematuros são monitorados neste projeto. A mais nova é a Eduarda, dos pezinhos de 4 centímetos. O mais velho, Gustavo Martins Pereira, 8 anos, é torcedor do São Paulo, fã de Power Rangers e apreciador de “macarrão de gravatinha com salsicha”.
“Como três pratos cheios e ainda quero mais”, diz ele, deixando para trás os tempos de alimentação difícil, que o obrigaram a passar quatro meses na UTI só para ganhar peso.
“O Gustavo nasceu com 790 gramas, após seis meses de gestação e eu não conseguia acreditar que ele sobreviveria”, lembra a mãe Eliane da Silva Martins, 40 anos.
“Eu ficava ao lado do leito da UTI rezando para ele engordar. Todo dia era uma vitória. Hoje, ele frequenta a escola, não tem nenhum problema cognitivo e, meu Deus, como é arteiro”, reclama e comemora – simultaneamente – Eliane.
Até o terceiro ano de vida, Gustavo voltava a cada dois meses para ser avaliado pela equipe. Hoje, as consultas têm espaçamento de um semestre. O monitoramento dos outros prematuros é definido de acordo com o desenvolvimento de cada criança.
“E quando elas desaparecem, mudam de casa, nossas assistentes sociais fazem a busca e reforçam a importância da participação no projeto”, contou Kopelman.


Pesquisa
Além dos atendimentos clínicos e sociais, também é responsabilidade da equipe do programa da Unifesp fazer pesquisas sobre o desenvolvimento, os tratamentos mais efetivos e as condutas mais exitosas com os prematuros.
Isso porque o número de nascidos antes do tempo está em ascensão. O novo relatório do MInistério da Saúde mostra que em 10 anos – entre 2000 e 2010, eles passaram de 6,7% do total de nascimentos para 7,1%. Em São Paulo, informa a Fundação Seade, os prematuros já são 9%.


As explicações para esse crescimento são o aumento da idade materna, a proliferação dos tratamentos de fertilização assistida e também os próprios avanços da medicina que garantiram a sobrevivência das crianças muito pequenas e a realização dos partos de gestantes de alto risco.
“Mas ainda temos muitos desafios. Os prematuros somam 40% das crianças que não sobrevivem até completar 5 anos”, afirma Ana Lucia Goulart, chefe da Disciplina de Pediatria Neonatal da Escola Paulista de Medicina.
Gustavo é um dos sobreviventes. Por meio desta vigília médica, aos 4 anos, começou a usar próteses na perna esquerda, que crescia em desvantagem com relação à direita. Deu certo.
Os pés do menino – assim como o de Eduarda, os pés dele nasceram com apenas 4 centímentros – hoje calçam tênis tamanho 24, compatível à idade.
“E pulam na cama, sobem e descem escada correndo, jogam futebol”, descreve, com orgulho, a mãe Eliane.

Fonte: http://saude.ig.com.br/minhasaude/2012-11-07/projeto-de-saude-monitora-prematuros-por-ate-20-anos.html

Talassemia: como ela é?


Talassemia: como ela é?

O que é talassemia?
A talassemia (ou anemia do Mediterrâneo, do grego thalassa=mar; haemas=sangue) é uma doença hereditária autossômica recessiva do sangue causada por uma mutação dos genes que comandam a síntese da globina, acarretando uma diminuição dessa proteína e a formação anômala e deficiente de hemácias e da hemoglobina dentro delas. Afeta o funcionamento da medula óssea, o tecido que fabrica as células sanguíneas, que passa a produzir menos hemácias, com menor taxa de hemoglobina. Isso leva à anemia leve ou severa. A hemoglobina das hemácias (células vermelhas do sangue) é a substância química que carrega o oxigênio para os tecidos e a diminuição delas causa anemia. Ao contrário da anemia falciforme (enfermidade parecida com a talassemia), que é um problema qualitativo da síntese e do funcionamento da hemoglobina, a talassemia é um problema quantitativo das globinas, que são sintetizadas em pequena quantidade.
Existem duas formas diferentes de talassemia: a alfa (α talassemia) e a beta (β talassemia), conforme a cadeia de formação da hemoglobina que esteja afetada. Ela pode assumir diversos graus: talassemia menor, geralmente assintomática e que pode passar totalmente despercebida; talassemia intermediária, em que a deficiência da síntese de hemoglobina é moderada e as consequências menos graves; talassemia maior, uma forma grave da doença que provoca alterações orgânicas profundas.
Quais são as causas da talassemia?
A talassemia é hereditária e transmitida por genes, de uma geração para outra, não sendo transmitida por qualquer contato físico entre as pessoas. Geralmente resulta na produção deficiente de globina, proteína envolvida na produção da hemoglobina, que então se torna também mais escassa. A talassemia pertence a um grupo de doenças do sangue caracterizadas por defeitos genéticos que prejudicam a produção das moléculas de hemoglobina. A talassemia e as hemoglobinopatias podem assemelhar-se ou mesmo se sobreporem, desde que algumas doenças que causam alterações na hemoglobina (hemoglobinopatias) podem também afetar a sua produção (talassemia).
Quais são os sintomas da talassemia?
O sintoma típico de apresentação da talassemia é a anemia e tanto ela como os demais sintomas que a acompanham dependem da intensidade da doença. O talassêmico menor pode inclusive ser assintomático. Os mais severos podem aparentar normalidade ao nascer, mas já no primeiro ano de vida apresentam uma anemia muito acentuada e, na sequência, os sintomas se agravam. Geralmente os sintomas são: cansaço, fraqueza, palidez, icterícia, atraso no crescimento, abdome desenvolvido, crescimento do baço e alterações ósseas. Além disso, a hemólise gera icterícia, hepatomegalia (crescimento do fígado) e esplenomegalia (crescimento do baço). A hiperplasia da medula óssea leva à osteoporose e a deformidades ósseas da face; a sobrecarga de ferro motiva insuficiências endócrinas várias, fibrose hepática e insuficiência cardíaca. Os pacientes com talassemia não crescem até o tamanho que teriam se fossem sadios, mas geralmente têm um antebraço aumentado de tamanho.
Como o médico diagnostica a talassemia?
O diagnóstico da talassemia depende de uma minuciosa história clínica e de se obter informação sobre a origem étnica do paciente, pois a enfermidade provém dos países banhados pelo Mediterrâneo (portugueses, espanhois, italianos, gregos, egípcios, libaneses), embora hoje em dia, graças às emigrações muito mais frequentes, a doença tenha se espalhado pelo mundo todo. A forma menor de talassemia muitas vezes só é diagnosticada tardiamente, no curso da investigação de uma anemia ligeira. A forma maior geralmente é diagnosticada nos primeiros anos da infância, porque gera uma anemia muito intensa, com uma baixa acentuada de hemácias (menos de 2 milhões por mm³) e de hemoglobina em cada hemácia. A cromatografia e a eletroforese quantitativa e qualitativa da hemoglobina permitem separar e dosar os diversos tipos de hemoglobina, bem como outros exames de laboratório e assim são importantes para determinar o tipo da doença.
Como o médico trata a talassemia?
Ainda não existe cura para a talassemia, apenas tratamentos que controlam a doença. Quanto mais cedo for diagnosticada e quanto antes seja iniciado o tratamento, melhores serão as chances de a criança chegar à vida adulta. A talassemia menor não necessita tratamento específico, mas a suplementação com acido fólico (que em geral se dá na gravidez) pode trazer benefícios para os portadores da doença. A forma intermediária pode requerer transfusões de sangue em alguns momentos especiais (por exemplo, durante ou após infecções graves) com a finalidade de aumentar a oferta de glóbulos vermelhos. Já o portador de talassemia maior requer transfusões regulares de sangue, o que acumula um excesso de ferro no organismo, exigindo medicamentos quelantes do ferro (deferoxamina - Desferal) para corrigir esse acúmulo. Para os casos mais graves, o transplante de medula óssea pode ser uma solução terapêutica necessária, bem como a retirada cirúrgica do baço.
Como prevenir a talassemia?
A única forma de estimar-se o risco de gerar um filho com a doença é o aconselhamento genético.
Como evolui a talassemia?
Há alguns anos atrás, os pacientes com formas graves de talassemia morriam ainda na infância. Atualmente, com as evoluções terapêuticas é possível levá-los até a vida adulta.
Bebês que nascem com formas graves de talassemia geralmente morrem antes do parto ou logo depois.
Crianças com formas graves e não tratadas de talassemia não sobrevivem até depois da primeira infância.

Fonte: http://www.abc.med.br/p/325290/talassemia+como+ela+e.htm