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terça-feira, 29 de setembro de 2015

O Milagre da 28ª Semana


Kelly de Moraes Grolla e Fernando Luso Barreiros Neto: "Tive medo de machucá-los"
Kelly de Moraes Grolla e Fernando Luso Barreiros Neto:
 "Tive medo de machucá-los"(Paulo Vitale/VEJA)
O parto chega ao fim. A mãe ainda não pode acolher o filho nos braços. O bebê é carinhosamente levado para um canto da sala e cercado por médicos que o examinam velozmente. Os profissionais registram uma queda brusca de temperatura no organismo da criança. A pele fininha, com vasos quase expostos, e a escassa gordura do corpo não armazenam o calor a contento. O processo tem de ser drasticamente interrompido. O bebê é envolto em um saco de plástico fino, feito de polietileno, para frear a perda calórica. Incapaz de respirar sozinho, recebe suporte de oxigênio por meio de uma cânula que entra na boca, passa pela garganta e vai até os pulmões. Ele é acomodado sobre um colchão térmico. A cabecinha é protegida com uma touca de lã. A mãe o vê sair. Ele é levado para a UTI do hospital, onde permanecerá por no mínimo dois meses, tempo necessário para que os órgãos amadureçam e se fortaleçam com a ajuda de aparelhos. O sistema digestivo do corpinho frágil não consegue digerir alimentos, tampouco o leite materno é aceito com naturalidade. As paredes das artérias do cérebro são tão finas que podem se romper a qualquer instante. Os rins têm pouca capacidade de filtrar o sangue.​


A evolução na taxa de sobrevivência sem sequelas dos chamados prematuros extremos, aqueles que precisam de mais cuidados ao nascer. Os pesos e as alturas representam uma média - Fonte: Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos
A evolução na taxa de sobrevivência sem sequelas dos chamados prematuros extremos, aqueles que precisam de mais cuidados ao nascer. Os pesos e as alturas representam uma média - Fonte: Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos(VEJA.com/VEJA)

​Assim correm os primeiros minutos da vida de um bebê nascido com 28 semanas de gravidez, apenas 1 quilo e 29 centímetros de comprimento. Hoje, seis a cada dez crianças com medidas assim, tão diminutas, conseguem sobreviver sem nenhum tipo de sequela. "Houve espetacular avanço, um dos mais fascinantes da medicina", diz Suely Dornellas do Nascimento, pediatra neonatologista do Hospital Santa Joana, em São Paulo. Há duas décadas, apenas quatro venciam a dramática travessia inaugural. No patamar das 28 semanas deu-se o grande salto estatístico. Mesmo em bebês ainda mais prematuros, de 25 semanas, celebra-se alguma conquista - de 18% de sobreviventes sem danos posteriores, taxa registrada em 1997, saltou-se para 22% agora. Crescidos, esses bebês levarão vida igual à dos nascidos a termo, de 38 a 42 semanas, com 3 quilos e os órgãos completamente desenvolvidos. A animadora informação faz parte do maior estudo já realizado sobre a prematuridade, recém-publicado na revista científica The Journal of the American Medical Association (Jama). Conduzido pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), o trabalho avaliou 35 000 bebês nascidos antes do tempo ao longo de dezenove anos. É um marco.
Extraordinárias inovações da medicina neonatal permitiram que vidas começassem mais cedo - como a criação do teste de Apgar (do nome da médica americana Virginia Apgar), que, em 1950, estabeleceu critérios para definir os sinais vitais de um recém-­nascido. Ela também propunha que outro médico cuidasse exclusivamente da saúde da criança. A presença de especialistas na sala de parto permitiu uma melhora na saúde do bebê ao nascer. Já mais recentemente, em 2011, autorizaram-se procedimentos cirúrgicos ainda no ventre da mãe. Na neonatologia, contudo, a tecnologia anda de mãos dadas com a delicadeza do contato materno e, em menor grau, também do paterno. Valoriza-se tanto o uso de cateteres, sondas e eletrodos, garantia de bom funcionamento das funções vitais, quanto o colo dos pais e uma UTI com iluminação reduzida de modo a acalmar os pequenos pacientes.

Fonte: 

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

7 perguntas e respostas sobre o refluxo gastroesofágico em bebês




  • Getty Images
    O fato do bebê regurgitar após a mamada não quer dizer que ele tem uma doença
    O fato do bebê regurgitar após a mamada não quer dizer que ele tem uma doenç
Basta que o ciclo de mamar e, logo em seguida, regurgitar se repita por algumas vezes para os pais pensarem que o bebê está com refluxo. Mas é preciso entender que a volta do leite é algo comum nos bebês —cerca de 50% deles vomitam mais de três vezes por dia— e, na maioria das vezes, não é considerado uma doença, mas, sim, uma condição fisiológica da criança que tende a passar com o tempo.
"Se o vômito não vem acompanhado de dores, perda de peso, dificuldade para dormir e choro constante, trata-se do que chamamos de refluxo gastroesofágico fisiológico. Uma condição transitória que não é caracterizada como doença", explica Cristina Helena Targa Ferreira, presidente do Departamento de Gatroenterologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
A seguir, especialistas respondem a sete perguntas sobre o assunto:

1 - Por que é comum o bebê vomitar?

A alimentação predominantemente líquida e a posição deitada na maior parte do tempo são alguns dos fatores que colaboram para a regurgitação. O fato de o esfíncter inferior do esôfago, uma válvula que impede o retorno do conteúdo do estômago para o primeiro órgão, ainda não estar bem desenvolvido também contribui para a volta do leite.

2 - Quando o refluxo deixa de ser uma condição normal e passa a ser tratada como doença?

Os médicos passam a investigar se o refluxo fisiológico evoluiu para a doença do refluxo gastroesofágico quando o bebê apresenta outros sintomas além da regurgitação, como choro constante, irritabilidade, baixo ganho de peso e recusa de alimentos. "Mas o choro também é uma queixa comum em crianças sem a doença, sendo muitas vezes apenas parte do processo de adaptação ao ambiente fora do útero. A perda de peso também pode ter outras causas", diz Elizabet Vilar Guimarães, gastropediatra e professora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

3 - Até que idade é comum o bebê ter refluxo?

O refluxo gastroesofágico fisiológico –que não é considerado doença— pode ocorrer desde o nascimento e ir aumentando a frequência até os cinco meses. Nessa idade, existem bebês que regurgitam após todas as mamadas. A partir do quinto ou sexto mês, as regurgitações vão diminuindo e tendem a desaparecer quando a criança completa um ano. "À medida que ela permanece mais tempo em pé, o sistema digestivo evolui e ela passa a comer mais alimentos sólidos, o que faz com que o refluxo tenda a diminuir", afirma a presidente do Departamento de Gatroenterologia da SBP.

4 - Refluxo pode ser evitado?

Não há uma maneira de evitar o refluxo, mas, sim, minimizá-lo. Para isso, os especialistas dão algumas dicas como:

- Não alimentar o bebê deitado;
- Após a mamada, deixá-lo no colo, ereto, de 20 a 30 minutos. A medida favorece o esvaziamento gástrico, diminuindo a quantidade de leite no estômago;
- Evitar a troca de fralda logo após as mamadas;
- Evitar que o bebê permaneça em ambientes com fumantes;
- Fracionar as mamadas, ou seja, oferecer leite mais vezes, porém em quantidades menores;
- Elevar a cabeceira do berço até formar um ângulo de 30 graus.

5 - Existem exames que identificam a doença do refluxo?

Os médicos dizem que não existe um exame específico que indique a doença do refluxo. Portanto, a avaliação clínica é a mais indicada para constatar o problema. "Se houver necessidade de investigar, a avaliação solicitada vai depender dos sintomas apresentados pelo bebê", diz Ana Cristina Fontenele Soares, pediatria e gastroenterologista do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo. Entre os exames podem ser solicitados a pHmetria esofágica (feita por meio da introdução de uma sonda na narina da criança) e a endoscopia digestiva alta. "Quando se quer afastar alterações anatômicas ou se tem um quadro de pneumonias de repetição, são solicitados outros exames mais específicos", afirma Ana Cristina.

6 - Existem remédios para a doença do refluxo?

Segundo a gastropediatra Ana Cristina, não existe uma medicação que possa fazer o bebê parar de regurgitar. "Os remédios indicados vão atuar em outros sintomas, como a irritabilidade, a dor e a recusa alimentar, que são decorrentes da doença do refluxo gastroesofágico", afirma.

7 - Refluxo pode causar outras doenças, como pneumonia, tosse ou sinusite?

A doença do refluxo gastroesofágico pode estar relacionada a algumas doenças, como a asma grave e persistente e em adultos, com a tosse crônica. Quanto a outras doenças como pneumonia, sinusite, chiado no peito e tosse não existe um consenso de que possam estar relacionadas com o refluxo gastroesofágico.

Fonte:
Cintia Baio
Do UOL, em São Paulo

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Gel de glicose ajuda a proteger prematuros de danos no cérebro

Pesquisadores usaram um gel de glicose para elevar o nível de açúcar no sangue de prematuros
Uma dose de açúcar em forma de gel quando esfregada na parte de dentro da bochecha pode ser uma forma barata e eficaz de proteger bebês prematuros de desenvolver danos no cérebro, dizem especialistas.
Um em cada dez bebês nascidos antes do tempo são afetados por um nível baixo de açúcar, que, se não for tratado, pode causar danos permanentes.
Pesquisadores da Nova Zelândia testaram a terapia que utiliza o gel de glicose em 242 bebês que estavam sob seus cuidados e, com base nos resultados, sugeriram que a medida fosse adotada como tratamento de primeira linha.
O estudo foi divulgado na publicação científica The Lancet.

Hipoglicemia

O tratamento com gel de glicose custa um pouco mais de R$ 3,50 por bebê, e é mais fácil de administrar do que a glicose dada por terapia intravenosa, disseram Jane Harding e sua equipe da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia.
O tratamento atual típico envolve alimentações suplementares e exames de sangue regulares para medir os níveis de açúcar.
Mas muitos bebês acabam em unidades de tratamento intensivo e passam a receber glicose intravenosa quando os níveis de açúcar no sangue permanecem baixos - uma condição que os médicos chamam de hipoglicemia.
O estudo procurou avaliar se o tratamento com açúcar em gel pode ser mais eficaz do que a alimentação suplementar em reverter a hipoglicemia.

Custo benefício

Neil Marlow, do Instituto de Saúde da Mulher da University College London, disse que, embora o gel de glicose tenha caído em desuso, estes resultados sugerem que ele pode ser "ressuscitado" como um tratamento.
"Nós agora temos boas evidências de que o gel tem seu valor", disse Marlow.
Para Andy Cole, diretor-executivo da Bliss, uma instituição de caridade para bebês prematuros, "esta é uma pesquisa muito interessante, e nós estamos sempre abertos a tudo que possa ajudar no tratamento de bebês nascidos prematuros ou doentes."
"Este é um tratamento com bom custo benefício, que pode reduzir as internações em centros de terapia intensiva que já estão com capacidade máxima de pacientes."

Fonte: BBC

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Música traz benefícios a prematuros


Getty Images
Prematuro: pesquisa mostrou que cantar ajuda os pequenos a saírem mais rápido da encubadora
 
Até mesmo os Beatles teriam tido dificuldade em reconhecer a própria canção quando Andrea Zalkin a cantou para o filho na unidade neonatal da maternidade.
Mas havia algo de involuntariamente pungente no título da canção que ela escolheu cantar para o bebê: Eight Days a Week (Oito Dias Por Semana, em tradução literal) é mais tempo do que se consegue encaixar no calendário. O bebê de Zalkin, Hudson, nascido 13 semanas precoce, teve muito pouco tempo.
À medida que ela cantava, monitores mostraram os batimentos cardíacos de Hudson desacelerando e a saturação de oxigênio aumentando. Efeitos colaterais como este estavam entre os resultados de um novo estudo sobre o uso da música como remédio para crianças prematuras.
O Centro Médico de Beth Israel, em Nova York, liderou a pesquisa. Realizado em 11 hospitais, o estudo descobriu que a música executada ao vivo pode ser benéfica para os bebês prematuros. Nele, os musicoterapeutas ajudaram os pais a transformar suas músicas favoritas em canções de ninar.
Os pesquisadores concluíram que a música ao vivo, tocada ou cantada, ajudou a abrandar batimentos cardíacos dos bebês, acalmar a respiração, melhorar hábitos de sucção importantes para a alimentação, melhorar o sono e promover estados de alerta silenciosos. Médicos e pesquisadores disseram que, ao reduzir o estresse e estabilizar os sinais vitais, a música pode permitir que crianças concentrem mais energia para ter um desenvolvimento normal.
O estudo, publicado no início de abril no jornal Pediatrics soma-se ao crescente corpo de estudos relacionados à música e os bebês prematuros. Alguns hospitais acreditam que a música é tão eficaz quanto, e mais segura do que, sedar bebês antes de procedimentos como ultrassonografias do coração e de monitoramento do cérebro.
Alguns neonatologistas disseram que os bebês que são tratados com musicoterapia costumam ir embora dos hospitais mais cedo, o que pode auxiliar no desenvolvimento e na união familiar, além de economizar dinheiro.
Os cientistas estão longe de conseguir determinar o impacto da música, e há certamente aqueles que são céticos a respeito de seu valor medicinal. Manoj Kumar, neonatologista do Hospital Infantil Stollery localizado em Edmonton (Canadá), disse que, embora “os estudos tenham demonstrado um benefício da frequência cardíaca e respiratória,” não está claro se realmente comprovou melhorias clínicas, como a remoção de tubos de oxigênio ou alimentação mais cedo, questões que o estudo da Pediatria não chegou a mencionar.

No Beth Israel, Zalkin disse que ter um bebê, de repente, pode ser algo bastante intimidante, ainda mais um que pesava um quilo e meio quando nasceu. Ela resolveu participar do programa de musicoterapia de Beth Israel após a conclusão do estudo.
“Os barulhos assustadores e as pessoas correndo de um lado para o outro, isso é algo que eu não posso mudar”, disse Zalkin.
A terapeuta Angela Ferraiuolo-Thompson mudou o ritmo da canção “Eight Days a Week” para uma valsa lenta e recentemente disse para que Zalkin cantasse a canção de maneira mais lenta para acalmar os soluços de Hudson.
“Isso muda como ele está respirando e a minha maneira de respirar, muda o comportamento dele”, disse Zalkin. “Terapia de música, é algo que você também consegue fazer.”

* Por Pam Belluck

Fonte: New York Times 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Bebê prematura tem vida salva por causa de erro médico

Para quem não sabe, bebês prematuros que inspiram cuidados especiais nascidos no Reino Unido não recebem o tratamento adequado para sobreviverem. A regra vem de um código de ética criado pelos hospitais locais.
Acontece que um casal conseguiu salvar sua filha, que deveria entrar para as estatísticas dos prematuros inviáveis, por conta de um bobo erro médico.
De acordo com o Daily Mail, Kate e Renato Douse tiveram 2 crianças, as gêmeas Maddalena e Isabella. Ocorre que as duas nasceram com 23 semanas e Isabella não resistiu, morrendo algumas semanas após o nascimento.
No entanto, Maddalena sobreviveu e foi aí que o inusitado aconteceu. Ao pesarem a criança, a balança marcou 453 gramas (1 libra), o que já pode ser considerado razoável para que os médicos se empenhem em manter um bebê vivo.
O curioso é que Maddalena pesava, na realidade, 382 gramas. O restante do peso foi completado por uma tesoura esquecida em cima da balança.
Seis meses mais tarde, a bebê recebeu alta do Hospital Royal Sussex e deve crescer como uma criança saudável.

Publicado originalmente em: http://colunistas.ig.com.br/obutecodanet/2012/12/18/bebe-prematura-tem-vida-salva-por-causa-de-erro-medico/

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ciência aumenta sobrevivência de prematuros



Avanços na medicina britânica estão aumentando as chances de vida de bebês extremamente prematuros, segundo um estudo recém-divulgado.
Em 1995, um total de 40% dos bebês ingleses nascidos entre 22 e 25 semanas e que foram tratados em unidades intensivas, sobreviveram.
Em 2006, o número de crianças extremamente prematuras nascidas com entre 22 e 25 semanas de gestação que sobreviveram passou a ser de 53%.
Mas o estudo não descobriu melhoras significativas no índice de sobrevivência de bebês nascidos com menos de 22 semanas de idade, o limite legal para a realização de aborto.
E as chances de bebês extremamente prematuros eventualmente sofrerem sequelas como cegueira, paralisia cerebral e surdez não foram reduzidas. Elas afetam um em cada cinco bebês.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121205_prematuros_sobrevivencia_bg.shtml

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Refluxo em crianças nem sempre é sinal de doença, alerta médico


 


Por Dr. Roberto Cooper – Pediatra*
Do Bolsa de Bebê

O refluxo gastroesofágico nem sempre é uma doença. O refluxo é o retorno do conteúdo que está no estômago (alimentos sendo digeridos), para o esfôfago. Isto ocorre normalmente em lactentes, crianças e adultos. É um fenômeno fisiológico, normal. Portanto, não é uma doença.
No entanto, quando esse refluxo produz lesões no aparelho digestivo ou mesmo fora deste, como no aparelho respiratório, é que podemos falar em doença do refluxo gastroesofágico. Todo mundo tem refluxo mas nem todo refluxo é doença. O simples fato de regurgitar ou vomitar não caracteriza a doença do refluxo gastroesofágico.

Hoje em dia há uma epidemia de diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico. O termo foi popularizado e difundido de tal forma que, basta a criança manifestar alguma irritablidade após a mamada, regurgitando, para os pais chegarem no consultório com o diagnóstico feito: Dr. nosso bebê tem refluxo!

O diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico é complexo porque não existe um único exame que comprove a existência dessa doença. Os exames de imagem (raios X ou ultrassonografia) são úteis para demonstrar que não existem malformações ou estenoses (estreitamentos) no aparelho digestivo. A presença de refluxo, nesses exames, não é suficiente para se afirmar que há uma doença do refluxo. Pode ser o refluxo fisiológico. Outros exames são invasivos como a endoscopia, a medida da pressão do esôfago e do seu pH (acidez) e devem ser pedidos somente nos casos onde a suspeita clínica seja forte.

Como diferenciar refluxo de doença do refluxo? Nem sempre é fácil, mas alguns sinais podem ser observados:

- ganho de peso. O bebê que ganha peso dentro do esperado, dificilmente terá doença do refluxo. Por outro lado, uma criança que não ganha peso como esperado ou até perde peso, junto com outros sinais, pode ter a doença do refluxo.

- irritabilidade. Este é um sinal importante, mas que pode ter muitas causas. Merece ser valorizado e discutido com seu pediatra. Se a irritabilidade for intensa, interrompendo as mamadas e, além disso, o bebê não ganhar peso, a hipótese de doença do refluxo deve ser considerada.

- presença de sangue no vômito ou na regurgitação é um sinal que deve ser comunicado imediatamente ao pediatra.

- anemia. Se, além da irritabilidade e não ganho esperado de peso a criança apresentar anemia, deve-se pensar em doença do refluxo.

- tosse noturna e/ou quadros respiratórios podem ser um indicador de doença do refluxo com manifestações fora do aparelho digestivo.


Somente o seu pediatra poderá, a partir do seu relato e observações, associado ao exame clínico, decidir se há uma suspeita de doença do refluxo gastro esofágico, pedindo ou não exames complementares e orientando os pais quanto às condutas a serem tomadas. Muitas vezes o pediatra vai optar por tentar medidas que não incluam remédios em um primeiro momento ou poderá fazer uma prova terapêutica com medicamentos.

Se você suspeita que seu bebê possa ter doença do refluxo, converse com seu pediatra, lembrando que refluxo (sem doença) é normal.
A informação que eu gostaria de passar para os pais é de que nem todo bebê que golfa e resmunga um pouco tem doença do refluxo gastroesofágico. Um dos indicadores importantes é o ganho de peso. Se o seu bebê ganha peso como esperado, diminuem as chances dele ter a doença do refluxo. Lembre-se de colocar seu bebê para arrotar na posição vertical, por uns 20 minutos após cada mamada. Independentemente de ele ter ou não a doença do refluxo, é um bom hábito.

*Dr. Roberto Cooper é médico formado pela UFRJ em 1976

Residente de Pediatria do Hospital da Lagoa- 1976/1977

Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria

Médico do Instituto Fernandes Figueira- FIOCRUZ

Consultor da OMS até 1985

Contatos: consultoriorcooper@globo.com

http://www.robertocooper.com

Fonte: http://itodas.uol.com.br/mae/refluxo-em-criancas-nem-sempre-e-sinal-de-doenca-alerta-mediconbsp-24222.html

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Projeto de saúde monitora prematuros por até 20 anos

Para prevenir doenças físicas e psicológicas, iniciativa da Unifesp acompanha cem crianças que nascem todos os anos antes do tempo


Fernanda Aranda/ iG São Paulo
Projeto da Unifesp monitora prematuros por 20 anos. Na foto, os pés de Eduarda, nascida com menos de um quilo
Nas próximas duas décadas, todos os passos dados pelos pés da foto acima serão monitorados. Por enquanto, os membros de apenas 4 centímetros – menores do que um polegar adulto – precisam crescer mais na incubadora, recebendo oxigênio e alimentação por sonda.
A dona dos pezinhos inquietos é Eduarda, nascida no dia 18 de setembro, pesando 846 gramas, depois de uma gestação incompleta de 6 meses. A condição de saúde frágil a levou direto para UTI do Hospital São Paulo, sem previsão de alta. Apesar dos médicos não conseguirem estimar o tempo de internação, eles já prescreveram a receita de um desenvolvimento seguro: 20 anos de acompanhamento intenso após a alta hospitalar.


Isso porque os estudos científicos mostram que os bebês com baixo peso extremo (menos de 1,5 quilo) crescem mais suscetíveis a problemas cardíacos, pulmonares, ortopédicos e neurológicos quando comparados às crianças que nascem de gestações de nove meses completos.


“As piores condições de saúde, por vezes, demoram a se manifestar, em especial quando são psicológicas. Por isso, decidimos que todos precisam ser monitorados até, no mínimo, os 19 anos e 11 meses” afirma o professor de neonatologia Benjamin Israel Kopelman, um dos idealizadores do Programa de Monitoramento do Prematuro da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O trabalho é feito em parceria com a ONG Viver e Sorrir, por equipes de psicólogos, assistentes sociais, pediatras, nutricionistas e cardiologistas. Todo ano, cerca de cem crianças que nascem com menos de 1 quilo são encaminhadas ao programa.
“É isso que vai proporcionar uma vida adulta saudável, independente e com menos sequelas. O prematuro, não importa a idade, sempre será um prematuro”, completa Kopelman.


O programa da Unifesp nasceu há 8 anos e foi desenhado de acordo com as demandas colhidas na maternidade São Paulo. Voltado às famílias de baixa renda, o trabalho também é social e já garantiu aparelhos de surdez, cadeiras de roda e próteses ortopédicas aos participantes, tudo por meio de doações.

Fernanda Aranda/ iG São Paulo
Gustavo, prematuro, está com 8 anos e há 8 anos é monitorado. Na foto, ele se diverte com a mãe Eliane
No total, 800 prematuros são monitorados neste projeto. A mais nova é a Eduarda, dos pezinhos de 4 centímetos. O mais velho, Gustavo Martins Pereira, 8 anos, é torcedor do São Paulo, fã de Power Rangers e apreciador de “macarrão de gravatinha com salsicha”.
“Como três pratos cheios e ainda quero mais”, diz ele, deixando para trás os tempos de alimentação difícil, que o obrigaram a passar quatro meses na UTI só para ganhar peso.
“O Gustavo nasceu com 790 gramas, após seis meses de gestação e eu não conseguia acreditar que ele sobreviveria”, lembra a mãe Eliane da Silva Martins, 40 anos.
“Eu ficava ao lado do leito da UTI rezando para ele engordar. Todo dia era uma vitória. Hoje, ele frequenta a escola, não tem nenhum problema cognitivo e, meu Deus, como é arteiro”, reclama e comemora – simultaneamente – Eliane.
Até o terceiro ano de vida, Gustavo voltava a cada dois meses para ser avaliado pela equipe. Hoje, as consultas têm espaçamento de um semestre. O monitoramento dos outros prematuros é definido de acordo com o desenvolvimento de cada criança.
“E quando elas desaparecem, mudam de casa, nossas assistentes sociais fazem a busca e reforçam a importância da participação no projeto”, contou Kopelman.


Pesquisa
Além dos atendimentos clínicos e sociais, também é responsabilidade da equipe do programa da Unifesp fazer pesquisas sobre o desenvolvimento, os tratamentos mais efetivos e as condutas mais exitosas com os prematuros.
Isso porque o número de nascidos antes do tempo está em ascensão. O novo relatório do MInistério da Saúde mostra que em 10 anos – entre 2000 e 2010, eles passaram de 6,7% do total de nascimentos para 7,1%. Em São Paulo, informa a Fundação Seade, os prematuros já são 9%.


As explicações para esse crescimento são o aumento da idade materna, a proliferação dos tratamentos de fertilização assistida e também os próprios avanços da medicina que garantiram a sobrevivência das crianças muito pequenas e a realização dos partos de gestantes de alto risco.
“Mas ainda temos muitos desafios. Os prematuros somam 40% das crianças que não sobrevivem até completar 5 anos”, afirma Ana Lucia Goulart, chefe da Disciplina de Pediatria Neonatal da Escola Paulista de Medicina.
Gustavo é um dos sobreviventes. Por meio desta vigília médica, aos 4 anos, começou a usar próteses na perna esquerda, que crescia em desvantagem com relação à direita. Deu certo.
Os pés do menino – assim como o de Eduarda, os pés dele nasceram com apenas 4 centímentros – hoje calçam tênis tamanho 24, compatível à idade.
“E pulam na cama, sobem e descem escada correndo, jogam futebol”, descreve, com orgulho, a mãe Eliane.

Fonte: http://saude.ig.com.br/minhasaude/2012-11-07/projeto-de-saude-monitora-prematuros-por-ate-20-anos.html

terça-feira, 15 de maio de 2012

Aprenda exercícios básicos para estimular a inteligência do bebê


Thinkstock/Getty Images
Ofereça frutas para seu bebê cheirar e diga o nome

A maior parte do potencial intelectual e social de um adulto é resultado de estímulos dados nos primeiros 18 meses de vida do bebê. Confira alguns exercícios que você pode fazer para estimular seu filho:

Linguagem
Converse com o seu bebê e estimule-o a adquirir vocabulário desde o nascimento. Mostre objetos a ele e diga, duas ou três vezes, o nome daquilo que está mostrando. Escolha objetos de interesse pessoal ou partes do corpo dele.


Tato
Invista em massagens para bebês e ofereça diferentes estímulos de textura, temperatura, pressão e vibração. Para os maiores, brincar de “adivinha” com os olhos vendados é uma opção.
Olfato e paladar
Deixe que seu bebê cheire diferentes objetos perfumados e alimentos, como frutas, e diga o nome daquilo que ele está cheirando.

Visão
Nos primeiros três meses de idade do bebê invista em mostrar, a uma distância entre 25 e 50 centímetros, figuras e objetos com cores fortes e vibrantes e formas geométricas variadas.  A partir desta idade, procure apresentar as mais variadas opções de tonalidades de cores.

Audição
Além da música, ofereça estímulos diversos de sons que o seu bebê não esteja habituado a ouvir – como, por exemplo, os sons da natureza.

Emoções
Faça diversas feições, olhando para o seu bebê, acompanhadas de sons, e se possível, descreva o nome do sentimento relacionado. Por exemplo: sorria e diga “felicidade”. Faça o mesmo com outros tipos de sentimentos e emoções, como tristeza, alegria, frio, calor ou sono.

Raciocínio lógico
Dê ao seu bebê dois objetos iguais com diferenças de temperatura, fazendo-o segurar cada um deles em uma das mãos ao mesmo tempo. Por exemplo, uma banana em temperatura ambiente e outra gelada, recém retirada do refrigerador. Ele naturalmente irá começar a estabelecer semelhanças e diferenças entre objetos aparentemente iguais. Invista também em atividades com blocos de empilhar e encaixar.
* Exercícios sugeridos pela especialista em estimulação pré-natal e infantil Paula S. Oliquevitch do Instituto de Pesquisas Little Genius, que ministra aulas e cursos de capacitação para pais.

Fonte: http://delas.ig.com.br/filhos/2012-05-14/exercicios-para-um-bebe-inteligente.html

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Síndrome de Abstinência Neonatal - Nasce um bebê por hora nos EUA com sintomas de vício, diz estudo

Aileen Dannelley e a filha Savannah (AP)

Aileen Dannelley e a filha Savannah lutam contra a dependência de analgésicos
A cada hora, nasce um bebê, nos Estados Unidos, com sintomas de dependência de opiáceos, segundo um estudo publicado na revista científica da American Medical Association.
Entre 1999 e 2009, triplicou o número de recém-nascidos com síndrome de abstinência no país, devido a um grande aumento na incidência de grávidas viciadas em substâncias legais e ilegais derivadas do ópio.
Segundo os autores do estudo, baseado em dados de mais de 4 mil hospitais, grande parte do problema é o vício em remédios para dor, entre eles oxicodona e codeína.
Só em 2009, 13,5 mil bebês teriam nascido no país com síndrome de abstinência neonatal.

Vício

Logo após o nascimento, a bebê Savannah Dannelley teve de ficar internada na unidade neonatal de um hospital em Illinois, ligada a máquinas que monitoravam sua respiração e batimentos cardíacos.
Ela chorava muito, tinha diarreia e dificuldade de se alimentar, problemas típicos em bebês com abstinência. Alguns também têm problemas respiratórios, baixo peso e convulsões.
Sua mãe, Aileen, de 25 anos, parou de tomar analgésicos no início na gravidez, substituindo os remédios por metadona sob supervisão médica.
Agora, tanto ela como a bebê passam por um tratamento para combater o vício.
"É muito duro, todo dia, emocionalmente e fisicamente", disse Aileen Dannelley à agência Associated Press.

Altos custos

Não se sabe ao certo quais são os impactos de longo prazo para a saúde de bebês que nascem com sintomas de dependência, mas reagem bem durante as primeiras semanas de vida.
Bebê chorando (BBC)
Não se sabe ao certo os efeitos de longo prazo para bebês com sintomas de dependência
Algumas pesquisas científicas, mas não todas, apontam um risco mais alto de problemas de desenvolvimento.
O que fica claro, segundo o novo estudo, é que os custos médicos são muito mais altos com bebês que nascem com o problema.
"Bebês com síndrome de abstinência neonatal precisam de hospitalizações iniciais mais longas, frequentemente mais complexas e mais custosas", conclui o estudo.
Em média, um recém-nascido com sintomas de dependência passa 16 dias no hospital, comparado com apenas três para os demais bebês.
Para Stephen Patrick, um dos autores da pesquisa, "os opiáceos estão se tornando um grande problema nos Estados Unidos".
Marie Hayes, da Universidade do Maine, diz que em 85% dos casos de bebês com síndrome de dependência, as mães eram viciadas em remédios normalmente vendidos com receita médica e, em poucos casos, as mães eram dependentes de heroína ou estavam tomando remédios por necessidade, após um acidente de carro, por exemplo.
Um editorial da revista que acompanha o estudo diz que enquanto "os opiáceos oferecem um controle de dor superior", eles também tem sido "receitados de forma exagerada, desviados e vendidos ilegalmente, o que cria um novo caminho para o vício em opiáceos e um problema de saúde pública materna e infantil".

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/05/120501_bebes_vicio_is.shtml

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Oximetria - Dispositivo pode ajudar bebês com doenças no coração


Foto: Didier Palllages Recém-nascido: oximetria foi eficiente no diagnóstico de problemas cardíacos congênitos em bebês

Aparelho simples que mede o nível de oxigênio no sangue foi eficaz em detectar 76,6% dos problemas cardíacos em recém-nascidos

AFP |
Largamente usado para monitorar o nível de oxigênio no sangue, um dispositivo barato e simples pode ajudar a salvar recém-nascidos com problemas congênitos no coração , indicou um estudo publicado na revista científica The Lancet nesta quarta-feira.
Doenças cardíacas congênitas estão entre as causas de 3% a 7,5% das mortes de crianças, mas a cirurgia aumenta em muito as chances de sobrevivência, especialmente se o problema for detectado cedo.
Médicos liderados por Shakila Thangaratinam, da Universidade Queen Mary de Londres, realizaram uma pesquisa sobre oximetria de pulso, em que um pequeno monitor é colocado na ponta do dedo da mão ou do pé para monitorar os níveis de oxigênio na hemoglobina arterial.
Ele compara as diferenças entre a luz vermelha, que é absorvida pelo sangue oxigenado, e a infravermelha, que é absorvida pelo sangue que não está oxigenado. Os níveis de oxigenação são representados instantaneamente, em um visor digital. Trinta estudos com quase 230 mil recém-nascidos foram incluídos na publicação.
A oximetria de pulso detectou 76,6% dos problemas cardíacos e teve uma taxa de apenas 0,14% de "falsos positivos", expressão usada quando o dispositivo indica um problema inexistente, quando na verdade a criança está saudável.
O risco de um "falso positivo" foi ainda menor quando o bebê foi examinado pelo menos um dia depois do nascimento, se comparado àqueles que fizeram o teste nas primeiras 24 horas de vida, afirma o estudo.
A oximetria de pulso é um método eficiente e não invasivo para bebês que não têm sintomas claros de problemas cardíacos, dizem os pesquisadores.
As crianças que forem apontadas como em risco podem ser diagnosticadas por um eletrocardiograma e, se necessário, tratadas com cirurgia.
A oximetria de pulso para recém-nascidos foi profundamente debatida na área médica, pois alguns especialistas alegam que sua eficácia não é comprovada. Os Estados Unidos são o único país que a utiliza como um procedimento de rotina.
No entanto, o novo estudo afirma que as evidências agora são claras, já que a oximetria de pulso foi testada em 100 mil crianças a mais do que havia sido feito na última análise, em 2009.

Fonte: http://saude.ig.com.br/minhasaude/2012-05-02/dispositivo-pode-ajudar-bebes-com-doencas-no-coracao.html

Prematuridade - 'Dez gramas a mais eram como se fosse um quilo', diz mãe de bebê de 360 gramas'



Foto: Arquivo pessoal A bebê Carolina, que nasceu com 360 gramas

 Carolina nasceu prematuramente após 25 semanas de gestação em novembro e teve alta nesta quarta-feira; ela é considerada um dos menores bebês do Brasil

Denise Motta, iG Minas Gerais |
Carolina nasceu em 16 de novembro do ano passado com apenas 360 gramas e 27 centímetros, após 25 semanas de gestação. A fragilidade do bebê não impediu que ela lutasse para sobreviver e, nesta quarta-feira (02), Carolina recebeu alta médica.
Sua saída do hospital foi comemorada pelos pais, Alexandra Terzis e Thiago Fernandes. A mãe conversou com jornalistas pouco antes de levar a filha para casa e confessou que a cada 10 gramas a mais no peso da pequena Carolina, comemorava como se fosse um quilo. A bebê deixou o hospital com 3,3 quilos e 47 centímetros.
Logo após nascimento, a pequena Carolina foi levada à Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) de um hospital na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Nova Lima. Ela seria um dos menores bebês já nascidos no Brasil e no mundo, conforme aponta a literatura médica.
Alexandra teve complicações durante a gravidez, o que teria facilitado um parto prematuro. Com 25 semanas de gestação, ela apresentou eclâmpsia, uma complicação gerada por hipertensão e caracterizada por convulsões. Com riscos em uma nova gravidez, Alexandra pretende adotar uma criança para fazer companhia à Carolina, a quem chama carinhosamente de Carol, “um presente de Deus”.
O menor bebê do mundo que se tem notícia nasceu em Miami, com 280 gramas, após 22 semanas de gestação. O menor bebê do Brasil, antes de Carolina, era Arthur Carvalho da Costa, que nasceu com 385 gramas e 23 centímetros, após 25 semanas.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Bebê de Risco

A neonatologia, embora não tenha sido a única, foi certamente, uma das áreas que mostrou um extraordinário progresso tecnológico e científico nos últimos anos . Bebês cada vez mais imaturos ou muito doentes têm se beneficiado desse progresso e, dessa forma, têm aumentado a sobrevida do grupo. A preocupação agora é com a qualidade de vida, ou seja, sobrevida mas sem sequelas , isto é, sem lesões decorrentes das complicações do período neonatal. Afinal, são bebês que nasceram com um ou mais problemas , como: pouco peso (menos de 1,5kg); pouco peso para o tempo de gestação; menos de 32 semanas gestacionais ; de mães diabéticas e descompensadas metabolicamente; asfixia ao nascer; graves doenças infecciosas ; não choraram logo após o nascimento ou tiveram icterícia muitoacentuada.
Muitas dessas complicações deixam lesões que necessitam ser prontamente identificadas , para uma adequada intervenção. Do contrário, poderão originar novas lesões . Para tratar eventuais lesões já presentes e evitar novas complicações , será necess ário seguir um programa de atenção à saúde diferente do de outras crianças que não tiveram esses problemas .
Esse programa exigirá uma equipe multiprofissional que, tendo à frente o Pediatra, como coordenador, incluirá muitos outros profissionais : neuropediatras , foniatras , otorrinolaringologistas , oftalmologistas , ortopedistas , fonoaudiólogos , psicólogos , assistentes sociais , fisioterapeutas , etc. Não se assuste se o seu bebê, tendo sido de risco por apresentar uma das condições citadas , tiver que consultar vários outros profissionais a pedido de seu Pediatra. Certamente ele estará seguindo um programação especial. Aliás , grandes centros hospitalares , em geral serviços universitários , já dispõem de clínicas especializadas para este seguimento. É o que se chama follow-up do bebê de risco. Mas o mesmo seguimento poderá ser feito no consultório privado de seu Pediatra. Nesse caso, ele seguirá normas especiais de atendimento e solicitará consultas em outras especialidades , da mesma forma como são realizados os atendimentos naquelas clínicas especializadas . A única diferença poderá ser a descentralização dos atendimentos , mas , no final, o resultado será o mesmo. O importante é que o bebê de risco tenha o atendimento correto para a sua condição, que, aliás , é bastante diferente do atendimento que deve ser dispensado ao bebê que não foi de risco.

Por: Dr. Mário Santoro Jr.
Publicado originalmente em: http://www.brasilmedicina.com.br/especial/pedi_t2s1.asp