segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Implante em cegos permite leitura em braile pela retina

Imagem demonstra grade de eletrodos implantados diretamente na retina 

Aparelho filma o ambiente e envia sinais elétrico diretamente para a retina. Dispositivo pode ajudar pacientes com retinite pigmentosa


Imagem demonstra grade de eletrodos implantados diretamente na retina (Divulgação / Second Sight)
Um novo aparelho permite que pacientes cegos 'enxerguem' letras em braile com até 90% de exatidão, sem o uso dos dedos. O Argus II, dispositivo criado pela empresa Second Sight, capta imagens e envia sinais elétricos ao olho do paciente em padrões iguais aos das letras em braile — em vez de sentir com os dedos os pontos que formam uma letra, é possível vê-los. A pesquisa, publicada no periódico Frontiers in Neuroprosthetics, pretende revolucionar o tratamento de doenças degenerativas, como a retinite pigmentosa.

O dispositivo já foi implantado em mais de 50 pacientes, muitos dos quais passaram a conseguir ver cor, movimento e objetos. A versão do aparelho que não envia sinais em braile, no entanto, falha ao transmitir à retina pistas visuais, como letras e sentenças curtas, que tendem a ser complicadas de ler. Para criar algo mais eficaz, os pesquisadores consideraram, então, uma técnica comprovada de comunicação: o braile.
Técnica — No Argus II, um conjunto de eletrodos montado em um sistema 10 x 6 (somando 60 pontos) são colocados diretamente na retina. No sistema de leitura braile, as letras individuais são criadas por um subconjunto de pontos dispostos em um sistema de 3 x 2 (seis pontos ao todo). Para o experimento com braile foi separada uma grade com seis pontos, dentro dos 60 pontos do sistema. Esse grupo passou, então, a ser estimulado no padrão braile da letra que era captada pela câmera instalada nos óculos.

"Não houve nenhuma entrada, exceto o estímulo do eletrodo. O paciente reconheceu as letras braile facilmente", diz Thomas Lauritzen, coordenador do estudo. Ao fim do experimento, o voluntário conseguiu identificar corretamente 89% das letras dispostas de maneira individual, 80% daquelas que estavam colocadas em duplas, 60% das em trio e 70% quando haviam quatro letras.

RETINITE PIGMENTOSA
A retinite pigmentosa é um tipo de degeneração da retina que leva à perda da visão. Pacientes afetados sentem, inicialmente, cegueira noturna seguida de redução do campo visual. Muitas pessoas com retinite pigmentosa não ficam cegas até os 50 anos e alguns permanecem com parte da visão a vida toda.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/implante-em-cegos-permite-leitura-em-braile-pela-retina

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Terapia genética cura epilepsia em roedores

O estudo britânico tem como foco pacientes com epilepsia resistente a medicamentos e que não podem ser operados

Epilepsia
A epilepsia afeta de 1% a 1,5% da população mundial. No Brasil, isso corresponde a cerca de dois a três milhões de pessoas.  (Thinkstock)
Duas novas terapias genéticas testadas em roedores podem representar os primeiros passos para a cura da epilepsia. A pesquisa tem como alvo as pessoas com epilepsia de difícil tratamento, ou seja, que não respondem bem a medicamentos e não podem se submeter ao procedimento cirúrgico recomendado nesses casos. O estudo, desenvolvido pela University College London Institute for Neurology (Instituto de Neurologia da Universidade de Londres), foi publicado na última edição do periódico Science Translational Medicine.
A epilepsia é uma doença neurológica que se caracteriza por queda, perda de consciência, convulsões e movimentos involuntários e afeta de 1% a 1,5% da população mundial. No Brasil, isso corresponde a cerca de dois a três milhões de pessoas. O tratamento mais comum é feito através de medicamentos. De acordo com Luciano De Paola, neurologista e presidente da Liga Brasileira de Epilepsia, 70% dos pacientes respondem bem a um tratamento com medicamento, deixando de ter crises com uma dose não muita alta. "Hoje existe uma gama de 20 a 25 medicamentos disponíveis no mundo. No Brasil, temos acesso a 10 ou 12 e, em termos de saúde pública, 5 ou 6", diz De Paola.
Desse grupo de 30%, que corresponde aos pacientes com epilepsia de difícil controle, cerca de metade ainda pode ser tratado com medicamentos em doses mais altas ou uma combinação de remédios. Restam, assim, as pessoas que sofrem de epilepsia e não obtêm efeitos benéficos do tratamento com remédios, cerca de 15% daqueles que têm a doença. Para essas pessoas, uma opção é a cirurgia. Nesse procedimento, os médicos identificam o local exato do surgimento das crises no cérebro do paciente e o removem. Porém, nem todos os pacientes que não respondem aos medicamentos que podem se submeter à operação. "Alguns pacientes não apresentam uma localização exata do foco das convulsões ou, em alguns casos, o foco está em uma área cerebral que não pode ser removida sem afetar funções cerebrais importantes. Pode acontecer também de uma pessoa ter mais de uma área causadora de crise no cérebro, então a cirurgia torna-se inviável", afirma o neurologista.
Por existir um número de pacientes para o qual ainda não há um tratamento adequado, muitas pesquisas continuam a ser desenvolvidas a fim de descobrir novos tratamentos. Atualmente existem, em número menor, tratamentos com implantes que estimulam determinadas áreas do cérebro, estudos de terapia genética e com células-tronco.
Terapia genética - No estudo britânico, foram desenvolvidas duas formas de terapia genética distintas, que têm em comum o fato de ajudarem a tornar as células nervosas eletricamente negativas, pois as cargas elétricas positivas estão relacionadas à ocorrência dos ataques epiléticos.
Os neurônios se comunicam por meio de pequenas correntes elétricas. Essa correntes causam excitação (agitação) o inibição das células. O desequilíbrio entre os dois estados causa um mau funcionamento das células, o que pode desencadear uma crise epilética. 
A primeira abordagem foi desenvolvida utilizando conceitos da optogenética, combinação de ótica e genética para melhor conhecimento de processos cerebrais. Os pesquisadores utilizaram um lentivírus como vetor viral (vírus geneticamente modificado que pode infectar a célula hospedeira) para inserir um gene que produz halorodopsina, uma proteína sensível à luz, nas células do córtex motor dos roedores. Os animais testados, nesse caso, haviam sido previamente infectados com a toxina do tétano, que provoca epilepsia. 
Os pesquisadores conectaram um laser, utilizando fibra ótica, ao córtex motor do animais, de forma que a luminosidade ativou a halorodopsina.  Essa proteína, quando ativada, faz com que íons negativos de cloro entrem nas células, tornando os neurônios negativos, o que impede que eles desencadeiem um ataque epilético.
A segunda terapia desenvolvida utilizou a um canal de potássio (denominado kv 1.1) localizado no cérebro, no local considerado o foco das convulsões, para ajuda a controlar a carga elétrica dos neurônios. Em um dos testes, os pesquisadores inseriram cópias extras do gene que expressa o canal de potássio ao mesmo tempo em que a toxina tetânica foi injetada no animal.  Esse gene permite que os íons de potássio saiam das células, o que as torna mais negativas, dificultando as chances de chegarem ao ponto de uma convulsão. Nesse caso, houve uma prevenção da doença, pois o roedor não chegou a desenvolver a epilepsia.
Em outros testes, o canal de potássio foi estimulado depois que a epilepsia já estava instalada no roedor. Dias após a expressão dos genes ligados ao canal, as convulsões começaram a diminuir de frequência e cessaram depois de algumas semanas.
Jaderson Costa, neurocientista e diretor do Instituto do Cérebro da PUC-RS, alerta para o fato de que a terapia gênica procura corrigir efeitos de tipos específicos de epilepsia. "Essas terapias são bem-vindas e promissoras, mas elas são limitadas a um tipo específico de epilepsia", afirma. Ele também demonstra preocupação com o uso de vírus como vetores, pois eles poderiam causar danos ao organismo, caso não sejam rigorosamente controlados.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/terapia-genetica-cura-epilepsia-em-roedores

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Descoberta pode oferecer novo tratamento para a epilepsia


Novas drogas derivadas de componentes de uma dieta específica utilizada por crianças com epilepsia fármaco-resistente grave pode oferecer um novo tratamento, de acordo com pesquisa publicada hoje na revista Neurofarmacologia.
Cientistas do Royal Holloway, em colaboração com a Universidade College de Londres, identificou ácidos graxos específicos que têm potentes efeitos antiepilépticos, o que poderia ajudar a controlar as convulsões em crianças e adultos.
A descoberta pode levar à substituição da dieta cetogênica, que é muitas vezes prescrita para crianças com epilepsia fármaco-resistente grave. O alto teor de gordura, dieta de baixo carboidrato é pensado para imitar os aspectos da fome, obrigando o organismo a queimar gorduras ao invés de carboidratos. Embora muitas vezes eficaz, a dieta tem atraído críticas, como efeitos secundários podem ser significativos e potencialmente levar à constipação, hipoglicemia, crescimento retardado e fraturas ósseas.
Ao identificar os ácidos graxos na dieta cetogênica que são eficazes no controle da epilepsia, os pesquisadores esperam que possam desenvolver uma pílula para crianças e adultos que poderiam fornecer controle da epilepsia semelhante, mas não tem os efeitos colaterais da dieta.
Professor Robin Williams, do Centro de Ciências Biomédicas da Royal Holloway disse que este é um importante avanço, ¿a família de ácidos graxos de cadeia média que nós identificamos fornece um excitante novo campo de pesquisa com o potencial de identificação, mais forte, mais seguros tratamentos da epilepsia." "A epilepsia afeta mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo e cerca de um terço dessas pessoas têm epilepsia que não é controlada adequadamente com os nossos tratamentos atuais. 'Essa descoberta oferece uma nova abordagem para o tratamento de epilepsias resistentes a drogas em crianças e adultos", disse o professor Matthew Walker, do Instituto de Neurologia da University College London.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6317500-EI8147,00-Descoberta+pode+oferecer+novo+tratamento+para+a+epilepsia.html

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Transplante de célula de focinho faz cão voltar a andar



Cientistas da Universidade de Cambridge conseguiram reverter a paralisia em cachorros, após injetar células retiradas do focinho dos animais.

De acordo com os pesquisadores, as descobertas mostram, pela primeira vez, que transplantando este tipo de células em uma medula muito lesionada pode trazer melhoras significativas e abre novas possibilidades. "Acreditamos que a técnica pode vir a ser usada para recuperar parte dos movimentos em pacientes humanos com lesões na medula vertebral, mas há um longo caminho a percorrer até podermos afirmar que eles serão capazes de recuperar todos os movimentos perdidos", diz o biólogo, Robin Franklin que participou da pesquisa. O estudo foi financiado pelo Conselho Médico de Pesquisa (MRC, na sigla em inglês) da Grã-Bretanha e publicado no jornal científico Brain. A pesquisa é a primeira a testar transplantes em animais com lesões sofridas na vida real, ao invés de usar cobaias de laboratório. Em uma parceria do Centro de Medicina Regenerativa do MRC e a Escola de Veterinária de Cambridge, os cientistas retiraram amostras de células olfativas do focinho dos cães e as cultivaram em laboratório durante várias semanas. Os 34 cachorros que participaram da pesquisa haviam sofrido lesões na coluna que os impediam de usar as patas traseiras. Em 23 dos cães foram injetadas células olfativas na coluna e nos outros 11 foi usada uma solução aquosa neutra, sem nenhum efeito, para ser usado como termo de comparação. Enquanto muitos dos cachorros que receberam o transplante de células apresentaram melhoras significativas e voltaram a andar, nenhum dos caninos do grupo de controle apresentou movimento nas patas traseiras. Porque o nariz?
Após chegar a idade adulta, o nariz é a única parte do corpo em que terminações nervosas continuam a crescer.

As células foram retiradas da parte posterior da fossa nasal. São células especiais que rodeiam os neurônios receptores que nos permitem sentir cheiros e convergir estes sinais para o cérebro.

Os cientistas dizem que as células transplantadas regeneraram fibras na região lesionada da medula. Isto possibilitou que cachorros voltassem a usar as suas patas traseiras e coordenar o movimento com as patas da frente.

Em humanos, o procedimento poderia ser usado em combinação com outras drogas para promover a regeneração da fibra nervosa e substituir tecidos lesionados.

Geoffrey Raisman, o especialista em regeneração neurológica da University College London, descobriu em 1985 este tipo de célula olfativa, que foi usada na pesquisa de agora.

Ele avalia que este foi o maior avanço dos últimos anos na área, mas diz que não é a cura para lesões de medula. "O procedimento permitiu que um cachorro lesionado voltasse a usar suas pernas traseiras, mas as diversas outras funções perdidas em uma lesão de medula, como uso da mão, controle da bexiga e regulação de temperatura, por exemplo, são mais complicados e ainda estão muito distantes".

Na pesquisa, as novas conexões não ocorreram em longas distâncias, necessárias para conectar o cérebro a medula. Os pesquisadores do MRC disseram que em humanos isto seria vital para pacientes com lesões na medula, que perderam funções sexuais e o controle da bexiga e do intestino.

Por enquanto, o procedimento fez a alegria de May Hay, a dona do cão Jasper: " Antes do tratamento, nós usávamos um carrinho de rodas porque as suas patas traseiras eram inúteis, mas agora ele corre pela casa e no jardim e acompanha os outros cachorro, é maravilhoso!"

Fonte:

BBC

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Refluxo em crianças nem sempre é sinal de doença, alerta médico


 


Por Dr. Roberto Cooper – Pediatra*
Do Bolsa de Bebê

O refluxo gastroesofágico nem sempre é uma doença. O refluxo é o retorno do conteúdo que está no estômago (alimentos sendo digeridos), para o esfôfago. Isto ocorre normalmente em lactentes, crianças e adultos. É um fenômeno fisiológico, normal. Portanto, não é uma doença.
No entanto, quando esse refluxo produz lesões no aparelho digestivo ou mesmo fora deste, como no aparelho respiratório, é que podemos falar em doença do refluxo gastroesofágico. Todo mundo tem refluxo mas nem todo refluxo é doença. O simples fato de regurgitar ou vomitar não caracteriza a doença do refluxo gastroesofágico.

Hoje em dia há uma epidemia de diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico. O termo foi popularizado e difundido de tal forma que, basta a criança manifestar alguma irritablidade após a mamada, regurgitando, para os pais chegarem no consultório com o diagnóstico feito: Dr. nosso bebê tem refluxo!

O diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico é complexo porque não existe um único exame que comprove a existência dessa doença. Os exames de imagem (raios X ou ultrassonografia) são úteis para demonstrar que não existem malformações ou estenoses (estreitamentos) no aparelho digestivo. A presença de refluxo, nesses exames, não é suficiente para se afirmar que há uma doença do refluxo. Pode ser o refluxo fisiológico. Outros exames são invasivos como a endoscopia, a medida da pressão do esôfago e do seu pH (acidez) e devem ser pedidos somente nos casos onde a suspeita clínica seja forte.

Como diferenciar refluxo de doença do refluxo? Nem sempre é fácil, mas alguns sinais podem ser observados:

- ganho de peso. O bebê que ganha peso dentro do esperado, dificilmente terá doença do refluxo. Por outro lado, uma criança que não ganha peso como esperado ou até perde peso, junto com outros sinais, pode ter a doença do refluxo.

- irritabilidade. Este é um sinal importante, mas que pode ter muitas causas. Merece ser valorizado e discutido com seu pediatra. Se a irritabilidade for intensa, interrompendo as mamadas e, além disso, o bebê não ganhar peso, a hipótese de doença do refluxo deve ser considerada.

- presença de sangue no vômito ou na regurgitação é um sinal que deve ser comunicado imediatamente ao pediatra.

- anemia. Se, além da irritabilidade e não ganho esperado de peso a criança apresentar anemia, deve-se pensar em doença do refluxo.

- tosse noturna e/ou quadros respiratórios podem ser um indicador de doença do refluxo com manifestações fora do aparelho digestivo.


Somente o seu pediatra poderá, a partir do seu relato e observações, associado ao exame clínico, decidir se há uma suspeita de doença do refluxo gastro esofágico, pedindo ou não exames complementares e orientando os pais quanto às condutas a serem tomadas. Muitas vezes o pediatra vai optar por tentar medidas que não incluam remédios em um primeiro momento ou poderá fazer uma prova terapêutica com medicamentos.

Se você suspeita que seu bebê possa ter doença do refluxo, converse com seu pediatra, lembrando que refluxo (sem doença) é normal.
A informação que eu gostaria de passar para os pais é de que nem todo bebê que golfa e resmunga um pouco tem doença do refluxo gastroesofágico. Um dos indicadores importantes é o ganho de peso. Se o seu bebê ganha peso como esperado, diminuem as chances dele ter a doença do refluxo. Lembre-se de colocar seu bebê para arrotar na posição vertical, por uns 20 minutos após cada mamada. Independentemente de ele ter ou não a doença do refluxo, é um bom hábito.

*Dr. Roberto Cooper é médico formado pela UFRJ em 1976

Residente de Pediatria do Hospital da Lagoa- 1976/1977

Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria

Médico do Instituto Fernandes Figueira- FIOCRUZ

Consultor da OMS até 1985

Contatos: consultoriorcooper@globo.com

http://www.robertocooper.com

Fonte: http://itodas.uol.com.br/mae/refluxo-em-criancas-nem-sempre-e-sinal-de-doenca-alerta-mediconbsp-24222.html

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Humor em favor da inclusão

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Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo / O cartunista Rafael Camargo com os supernormais Mirella Prosdócimo, Manoel Negraes e Rafael Bonfim. Acima, tirinha produzida especialmente para a Gazeta do Povo 
O cartunista Rafael Camargo com os supernormais Mirella Prosdócimo, Manoel Negraes e Rafael Bonfim. Acima, tirinha produzida especialmente para a Gazeta do Povo


Histórias em quadrinhos com cenas do cotidiano, personagens da vida real e frases de efeito (“Minha vida é um livro aberto com algumas páginas em braile”) foram as maneiras encontradas por três amigos de Curitiba para retratar sua condição física e derrubar a falsa imagem que alguns têm a respeito das pessoas com deficiência. Por meio das tirinhas “Super Normais”, divulgadas na internet, Mirella Prosdócimo e Rafael Bonfim, que são cadeirantes, e Manoel Negraes, deficiente visual, contam os desafios enfrentados no cotidiano – como o cavalete do candidato instalado no meio da calçada e a dificuldade de usar um orelhão –, e incentivam a inclusão, o respeito e a aproximação com a sociedade.
“A sociedade nos vê ou como super-heróis ou como coitadinhos. As pessoas têm de nos ver como pessoas normais”, conta Mirella, que tem 38 anos e atua como consultora para a inclusão. Nessa busca, ela e os amigos, que se conhecem há dois anos, resolveram retratar a realidade a partir do humor e de desenhos que poderiam ser usados em palestras e publicados na internet. O trabalho começou há dois meses, depois que eles conheceram o trabalho do cartunista Rafael Camargo, que não tem nenhuma deficiência e ficou responsável pela produção das tirinhas.
O grupo defende que a deficiência ainda é um tabu a ser quebrado e que precisa ser vista de maneira mais natural e discutida com maior profundidade. “Quero que a cadeira de rodas seja vista com a mesma naturalidade com que as pessoas olham para os óculos que uso por causa da miopia”, conta Bonfim.
Uma das metas é continuar a publicação na internet e conquistar um espaço fixo em um veículo de comunicação. O quarteto também luta para que Curitiba se torne uma cidade mais acessível às pessoas com deficiência. Segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 464.595 pessoas possuem algum tipo de deficiência na capital paranaense.
Outro objetivo dos “Super Normais” é mostrar a deficiência como uma condição que pode afetar qualquer pessoa. “As tiras abordam respeito e mostram que a deficiência pode ser de várias formas”, conta o cartunista Camargo, que finalizou uma das tiras com a palavra “ainda” no lugar que seria destinado ao “fim”, após mostrar um personagem que nunca havia andado de cadeira de rodas.

Ficou curioso sobre o projeto?
Confira mais em www.supernormais.com.br e veja toda segunda-feira uma tirinha nova.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1316556&tit=Humor-em-favor-da-inclusao

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Projeto de saúde monitora prematuros por até 20 anos

Para prevenir doenças físicas e psicológicas, iniciativa da Unifesp acompanha cem crianças que nascem todos os anos antes do tempo


Fernanda Aranda/ iG São Paulo
Projeto da Unifesp monitora prematuros por 20 anos. Na foto, os pés de Eduarda, nascida com menos de um quilo
Nas próximas duas décadas, todos os passos dados pelos pés da foto acima serão monitorados. Por enquanto, os membros de apenas 4 centímetros – menores do que um polegar adulto – precisam crescer mais na incubadora, recebendo oxigênio e alimentação por sonda.
A dona dos pezinhos inquietos é Eduarda, nascida no dia 18 de setembro, pesando 846 gramas, depois de uma gestação incompleta de 6 meses. A condição de saúde frágil a levou direto para UTI do Hospital São Paulo, sem previsão de alta. Apesar dos médicos não conseguirem estimar o tempo de internação, eles já prescreveram a receita de um desenvolvimento seguro: 20 anos de acompanhamento intenso após a alta hospitalar.


Isso porque os estudos científicos mostram que os bebês com baixo peso extremo (menos de 1,5 quilo) crescem mais suscetíveis a problemas cardíacos, pulmonares, ortopédicos e neurológicos quando comparados às crianças que nascem de gestações de nove meses completos.


“As piores condições de saúde, por vezes, demoram a se manifestar, em especial quando são psicológicas. Por isso, decidimos que todos precisam ser monitorados até, no mínimo, os 19 anos e 11 meses” afirma o professor de neonatologia Benjamin Israel Kopelman, um dos idealizadores do Programa de Monitoramento do Prematuro da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O trabalho é feito em parceria com a ONG Viver e Sorrir, por equipes de psicólogos, assistentes sociais, pediatras, nutricionistas e cardiologistas. Todo ano, cerca de cem crianças que nascem com menos de 1 quilo são encaminhadas ao programa.
“É isso que vai proporcionar uma vida adulta saudável, independente e com menos sequelas. O prematuro, não importa a idade, sempre será um prematuro”, completa Kopelman.


O programa da Unifesp nasceu há 8 anos e foi desenhado de acordo com as demandas colhidas na maternidade São Paulo. Voltado às famílias de baixa renda, o trabalho também é social e já garantiu aparelhos de surdez, cadeiras de roda e próteses ortopédicas aos participantes, tudo por meio de doações.

Fernanda Aranda/ iG São Paulo
Gustavo, prematuro, está com 8 anos e há 8 anos é monitorado. Na foto, ele se diverte com a mãe Eliane
No total, 800 prematuros são monitorados neste projeto. A mais nova é a Eduarda, dos pezinhos de 4 centímetos. O mais velho, Gustavo Martins Pereira, 8 anos, é torcedor do São Paulo, fã de Power Rangers e apreciador de “macarrão de gravatinha com salsicha”.
“Como três pratos cheios e ainda quero mais”, diz ele, deixando para trás os tempos de alimentação difícil, que o obrigaram a passar quatro meses na UTI só para ganhar peso.
“O Gustavo nasceu com 790 gramas, após seis meses de gestação e eu não conseguia acreditar que ele sobreviveria”, lembra a mãe Eliane da Silva Martins, 40 anos.
“Eu ficava ao lado do leito da UTI rezando para ele engordar. Todo dia era uma vitória. Hoje, ele frequenta a escola, não tem nenhum problema cognitivo e, meu Deus, como é arteiro”, reclama e comemora – simultaneamente – Eliane.
Até o terceiro ano de vida, Gustavo voltava a cada dois meses para ser avaliado pela equipe. Hoje, as consultas têm espaçamento de um semestre. O monitoramento dos outros prematuros é definido de acordo com o desenvolvimento de cada criança.
“E quando elas desaparecem, mudam de casa, nossas assistentes sociais fazem a busca e reforçam a importância da participação no projeto”, contou Kopelman.


Pesquisa
Além dos atendimentos clínicos e sociais, também é responsabilidade da equipe do programa da Unifesp fazer pesquisas sobre o desenvolvimento, os tratamentos mais efetivos e as condutas mais exitosas com os prematuros.
Isso porque o número de nascidos antes do tempo está em ascensão. O novo relatório do MInistério da Saúde mostra que em 10 anos – entre 2000 e 2010, eles passaram de 6,7% do total de nascimentos para 7,1%. Em São Paulo, informa a Fundação Seade, os prematuros já são 9%.


As explicações para esse crescimento são o aumento da idade materna, a proliferação dos tratamentos de fertilização assistida e também os próprios avanços da medicina que garantiram a sobrevivência das crianças muito pequenas e a realização dos partos de gestantes de alto risco.
“Mas ainda temos muitos desafios. Os prematuros somam 40% das crianças que não sobrevivem até completar 5 anos”, afirma Ana Lucia Goulart, chefe da Disciplina de Pediatria Neonatal da Escola Paulista de Medicina.
Gustavo é um dos sobreviventes. Por meio desta vigília médica, aos 4 anos, começou a usar próteses na perna esquerda, que crescia em desvantagem com relação à direita. Deu certo.
Os pés do menino – assim como o de Eduarda, os pés dele nasceram com apenas 4 centímentros – hoje calçam tênis tamanho 24, compatível à idade.
“E pulam na cama, sobem e descem escada correndo, jogam futebol”, descreve, com orgulho, a mãe Eliane.

Fonte: http://saude.ig.com.br/minhasaude/2012-11-07/projeto-de-saude-monitora-prematuros-por-ate-20-anos.html

Talassemia: como ela é?


Talassemia: como ela é?

O que é talassemia?
A talassemia (ou anemia do Mediterrâneo, do grego thalassa=mar; haemas=sangue) é uma doença hereditária autossômica recessiva do sangue causada por uma mutação dos genes que comandam a síntese da globina, acarretando uma diminuição dessa proteína e a formação anômala e deficiente de hemácias e da hemoglobina dentro delas. Afeta o funcionamento da medula óssea, o tecido que fabrica as células sanguíneas, que passa a produzir menos hemácias, com menor taxa de hemoglobina. Isso leva à anemia leve ou severa. A hemoglobina das hemácias (células vermelhas do sangue) é a substância química que carrega o oxigênio para os tecidos e a diminuição delas causa anemia. Ao contrário da anemia falciforme (enfermidade parecida com a talassemia), que é um problema qualitativo da síntese e do funcionamento da hemoglobina, a talassemia é um problema quantitativo das globinas, que são sintetizadas em pequena quantidade.
Existem duas formas diferentes de talassemia: a alfa (α talassemia) e a beta (β talassemia), conforme a cadeia de formação da hemoglobina que esteja afetada. Ela pode assumir diversos graus: talassemia menor, geralmente assintomática e que pode passar totalmente despercebida; talassemia intermediária, em que a deficiência da síntese de hemoglobina é moderada e as consequências menos graves; talassemia maior, uma forma grave da doença que provoca alterações orgânicas profundas.
Quais são as causas da talassemia?
A talassemia é hereditária e transmitida por genes, de uma geração para outra, não sendo transmitida por qualquer contato físico entre as pessoas. Geralmente resulta na produção deficiente de globina, proteína envolvida na produção da hemoglobina, que então se torna também mais escassa. A talassemia pertence a um grupo de doenças do sangue caracterizadas por defeitos genéticos que prejudicam a produção das moléculas de hemoglobina. A talassemia e as hemoglobinopatias podem assemelhar-se ou mesmo se sobreporem, desde que algumas doenças que causam alterações na hemoglobina (hemoglobinopatias) podem também afetar a sua produção (talassemia).
Quais são os sintomas da talassemia?
O sintoma típico de apresentação da talassemia é a anemia e tanto ela como os demais sintomas que a acompanham dependem da intensidade da doença. O talassêmico menor pode inclusive ser assintomático. Os mais severos podem aparentar normalidade ao nascer, mas já no primeiro ano de vida apresentam uma anemia muito acentuada e, na sequência, os sintomas se agravam. Geralmente os sintomas são: cansaço, fraqueza, palidez, icterícia, atraso no crescimento, abdome desenvolvido, crescimento do baço e alterações ósseas. Além disso, a hemólise gera icterícia, hepatomegalia (crescimento do fígado) e esplenomegalia (crescimento do baço). A hiperplasia da medula óssea leva à osteoporose e a deformidades ósseas da face; a sobrecarga de ferro motiva insuficiências endócrinas várias, fibrose hepática e insuficiência cardíaca. Os pacientes com talassemia não crescem até o tamanho que teriam se fossem sadios, mas geralmente têm um antebraço aumentado de tamanho.
Como o médico diagnostica a talassemia?
O diagnóstico da talassemia depende de uma minuciosa história clínica e de se obter informação sobre a origem étnica do paciente, pois a enfermidade provém dos países banhados pelo Mediterrâneo (portugueses, espanhois, italianos, gregos, egípcios, libaneses), embora hoje em dia, graças às emigrações muito mais frequentes, a doença tenha se espalhado pelo mundo todo. A forma menor de talassemia muitas vezes só é diagnosticada tardiamente, no curso da investigação de uma anemia ligeira. A forma maior geralmente é diagnosticada nos primeiros anos da infância, porque gera uma anemia muito intensa, com uma baixa acentuada de hemácias (menos de 2 milhões por mm³) e de hemoglobina em cada hemácia. A cromatografia e a eletroforese quantitativa e qualitativa da hemoglobina permitem separar e dosar os diversos tipos de hemoglobina, bem como outros exames de laboratório e assim são importantes para determinar o tipo da doença.
Como o médico trata a talassemia?
Ainda não existe cura para a talassemia, apenas tratamentos que controlam a doença. Quanto mais cedo for diagnosticada e quanto antes seja iniciado o tratamento, melhores serão as chances de a criança chegar à vida adulta. A talassemia menor não necessita tratamento específico, mas a suplementação com acido fólico (que em geral se dá na gravidez) pode trazer benefícios para os portadores da doença. A forma intermediária pode requerer transfusões de sangue em alguns momentos especiais (por exemplo, durante ou após infecções graves) com a finalidade de aumentar a oferta de glóbulos vermelhos. Já o portador de talassemia maior requer transfusões regulares de sangue, o que acumula um excesso de ferro no organismo, exigindo medicamentos quelantes do ferro (deferoxamina - Desferal) para corrigir esse acúmulo. Para os casos mais graves, o transplante de medula óssea pode ser uma solução terapêutica necessária, bem como a retirada cirúrgica do baço.
Como prevenir a talassemia?
A única forma de estimar-se o risco de gerar um filho com a doença é o aconselhamento genético.
Como evolui a talassemia?
Há alguns anos atrás, os pacientes com formas graves de talassemia morriam ainda na infância. Atualmente, com as evoluções terapêuticas é possível levá-los até a vida adulta.
Bebês que nascem com formas graves de talassemia geralmente morrem antes do parto ou logo depois.
Crianças com formas graves e não tratadas de talassemia não sobrevivem até depois da primeira infância.

Fonte: http://www.abc.med.br/p/325290/talassemia+como+ela+e.htm

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Descoberta abre caminho para diagnóstico de câncer antes de tumor 'aparecer'


Cientistas britânicos descobriram uma proteína presente em muitos tipos de câncer, o que poderia, no futuro, levar a um exame único capaz de detectar várias modalidades diferentes da doença. O sistema também poderia ser usado para calcular doses precisas de radioterapia.

O grupo, baseado no Instituto Gray de Oncologia e Biologia da Radiação, relatou ao Instituto Nacional de Pesquisa de Câncer da Grã-Bretanha ter identificado câncer de mama em ratos semanas antes de um caroço inicial ser detectado.

A mesma proteína, chamada gamma-H2AX, é encontrada em tumores de pulmão, pele, rins e bexiga e é produzida como uma reação do organismo a DNA danificado.

De acordo com os cientistas, este é um dos primeiros indícios de que uma célula está se tornando cancerígena.

Formação de tumores

O estudo utilizou um anticorpo que é o "parceiro perfeito" para a gamma-H2AX e capaz de procurá-la no organismo.

O anticorpo recebeu então pequenas quantidades de material radioativo, servindo como "termômetro" para identificar a presença de câncer no organismo.

Caso os médicos identifiquem um acúmulo de radiação num determinado ponto do corpo, há grandes chances de que ali esteja o início da formação de um tumor.

Diagnóstico precoce

Além do benefício da criação de um exame único para várias modalidades de câncer, a nova técnica deve auxiliar no diagnóstico precoce da doença.

A professora Katherine Vallis diz que, nos ratos usados em laboratório, caroços só puderam ser sentidos quando as cobaias já tinham cerca de 120 dias de idade, mas "nós detectamos mudanças antes disso, entre 90 e cem dias - antes de um tumor ser clinicamente aparente".

Ela disse à BBC que a proteína gamma-H2AX era, em grande parte, um "fenômeno comum" e que "seria um sonho" desenvolver um exame único para vários tipos de câncer.

Estágio inicial

Embora a comunidade científica e os pacientes que lutam contra a doença tendam a ver os estudos em torno da nova técnica com muita esperança, eles ainda se encontram em um estágio bastante preliminar.

"Esta pesquisa inicial revela que rastrear essa molécula importante poderia nos permitir detectar danos no DNA em todo o organismo. Se estudos mais aprofundados comprovarem isso, a proteína poderia nos fornecer uma nova rota para detectar o câncer em sua fase muito inicial, quando ainda há mais chances de tratá-lo com sucesso", disse a cientista.

Julie Sharp, do instituto britânico Cancer Research UK, avalia o estudo como um avanço.

"Esta pesquisa importante revela que ter como alvo esta molécula-chave poderia nos fornecer uma rota animadora por novos caminhos para detectar o câncer em um estágio inicial e ajudar a aplicar radioterapia e monitorar seus efeitos sobre os tumores".

Fonte: BBC

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Toxina de veneno de cascavel é eficaz contra câncer, diz pesquisa

Do Estadão

Substância aumentou expectativa de vida de ratos com tumor de pele; estudo foi feito no Butantan

Uma substância extraída do veneno da cascavel pode aumentar a expectativa de vida de pacientes com câncer de pele, segundo experimentos realizados por pesquisadores brasileiros, por enquanto em ratos de laboratório.
A cromatina, uma proteína isolada do veneno desta serpente sul-americana, aumentou em até 70% a sobrevivência de ratos com câncer de pele (melanoma), informou nesta quinta-feira o Instituto Butantan, responsável pela descoberta.
A proteína também ajudou a retardar significativamente o desenvolvimento do tumor ou inclusive a inibir sua formação totalmente, segundo o Butantã, instituto vinculado à Secretaria de Saúde do estado de São Paulo.
Os responsáveis pelo estudo inédito descobriram que a proteína é capaz de induzir a morte das células, mas que sua ação tóxica é exclusiva sobre as células do melanoma, ou seja, que não afeta outras células do organismo.
O Instituto Butantan, um organismo especializado no estudo de animais venenosos como serpentes, aranhas e escorpião, se destacou pelo desenvolvimento de diferentes remédios e vacinas a partir de substâncias extraídas dos venenos.
Segundo os pesquisadores do Butantan, a cromatina tem grandes vantagens em comparação com outras drogas para tratar o câncer devido a que é facilmente solúvel em diferentes substâncias e a que não provoca graves reações alérgicas.
A substância, além disso, aparentemente não interfere no processo de divisão celular das células normais, ao contrário de outras drogas anticancerígenas, que se acumulam dentro do tumor.
Isso devido a que a cromatina apenas permanece por 24 horas dentro do tumor.
Essa mesma característica, segundo o Butantã, permite pensar no desenvolvimento de uma futura droga que apenas teria que ser aplicada em uma dose diária para tratar o câncer.
Como a substância diferencia as células cancerígenas das normais, os pesquisadores também a estão testando como ferramenta biotecnológica para detectar essas diferenças e ajudar no desenvolvimento de novos remédios de combate ao câncer.
“Dessa forma demonstramos que a cromatina serve como protótipo para o desenvolvimento de novas drogas com propriedades parecidas”, explicou a pesquisadora Irina Kerkis, coordenadora do projeto, em declarações citadas no comunicado.
Os pesquisadores admitem que ainda é preciso realizar outros testes em animais e até em humanos para pensar na possibilidade do desenvolvimento de um novo fármaco.
A prioridade, no entanto, é poder sintetizar a proteína, ou seja, produzi-la em laboratório sem ter de extraí-la do veneno, antes de experimentá-la em humanos.
“A partir de então poderemos realizar os testes clínicos (com humanos), desde que todos os resultados sejam bem-sucedidos. Poderemos ter remédios contra o melanoma e outros tipos de câncer em até cinco anos”, segundo Irina.

Fonte: http://www.blogdajoice.com/2012/11/toxina-de-veneno-de-cascavel-e-eficaz-contra-cancer-diz-pesquisa/#more-113712

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Esquizofrenia - Testes podem detectar esta patologia no ‘olhar’, indica estudo


Exame genérico de olhos (Corbis)
Movimento dos olhos pode ajuda a diagnosticar a doença com mais facilidade
Testes de movimento dos olhos ajudam a detectar a esquizofrenia, um distúrbio psicótico caracterizado por perda de afetividade e da personalidade, alucinações e delírios de perseguição.
Segundo estudo divulgado na última quarta-feira e publicado pela Biological Psychiatry, um modelo de testes de olhar teve 98% de precisão em distinguir pessoas com e sem esquizofrenia.
A descoberta, dizem os pesquisadores, pode agilizar o diagnóstico da doença. Os autores do estudo, que pertencem à Universidade de Aberdeen (Grã-Bretanha), agora investigam se isso pode servir para que, identificado o mal, o tratamento dos sintomas seja feito com mais rapidez.
O estudo foi liderado pelos professores Philip Benson e David St Clair, que explicam que pesquisas prévias já indicavam a relação entre esquizofrenia e alterações no movimento dos olhos.
A pesquisa da Universidade de Aberdeen usou diversos testes de olhar, nos quais era pedido que voluntários acompanhassem com os olhos objetos que se moviam lentamente; que observassem uma variedade de cenas do dia a dia; e que mantivessem um olhar fixo sobre um alvo parado.
"As pessoas com esquizofrenia têm déficits já bem documentados na habilidade de acompanhar com os olhos objetos em movimento lento", explica Benson, em comunicado da universidade. "Seu movimento dos olhos tende a não acompanhar o objeto a princípio, e depois fazê-lo usando movimentos rápidos dos olhos."
O teste de cenas do dia a dia mostrou que "portadores de esquizofrenia têm um padrão anormal (de observação)", diz ele. No último teste, de fixar-se em um objeto parado, esses portadores "têm dificuldades em manter um olhar fixo".
A equipe de Benson e St Clair realizou seu estudo com 88 pacientes diagnosticados com esquizofrenia e 88 pessoas em um grupo de controle.

Diagnóstico clínico

Para Benson, "sabe-se há mais de cem anos que indivíduos com doenças psicóticas têm diversas anormalidades no movimento dos olhos. Mas, até a realização do nosso estudo, usando uma nova bateria de testes, ninguém pensou que essas anormalidades eram sensíveis o bastante para serem usadas como forma de diagnóstico clínico".
Seu colega St Clair explica à BBC Brasil que, atualmente, o diagnóstico da esquizofrenia é feito "apenas com (a análise) de sintomas e de comportamento", na ausência de exames de sangue ou de tomografias para isso.
"Se você tem sintomas de distúrbios, o diagnóstico é fácil. Mas há muitos pacientes (cujo diagnóstico) não é tão simples", agrega. "É (um procedimento) caro, que consome tempo e requer indivíduos altamente treinados. Em comparação, esses testes de olhar são simples, baratos e podem ser feitos em questão de minutos."
Segundo ele, isso significa que um modelo semelhante ao usado no estudo poderia ser aplicado em hospitais e clínicas. "O próximo passo é descobrir quando essas anormalidades são passíveis de serem detectadas pela primeira vez e se isso podem ser usado como pontos de referência para estudos de como intervir na doença".
Associações ligadas ao tratamento de esquizofrenia no Brasil dizem que a doença atinge 0,7% da população, o que pode equivaler a 1,2 milhão de pessoas.
Texto da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (Abre) publicado no site do Programa de Esquizofrenia da Unifesp explica que a doença é causada "por alterações no funcionamento do cérebro e que traz grandes dificuldades sociais para a pessoa e sua família", por causar crises agudas que levam a delírios e alucinações.

Fonte:  http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121031_teste_esquizofrenia_pai.shtml