quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Conselho de Medicina libera prescrição de derivado da maconha


Conselho de Medicina libera prescrição de derivado da maconha

O conselho adiantou que os médicos poderão prescrever o composto para formas severas de epilepsia

Pela primeira vez, um país autoriza seus médicos a prescrever o canabidiol (CBD), um dos 80 princípios ativos da maconha.

A decisão do CFM (Conselho Federal de Medicina) será detalhada em coletiva de imprensa nesta quinta (11), à tarde e encaminhada ao Diário Oficial da União.

O conselho adiantou que os médicos poderão prescrever o composto para formas severas de epilepsia. Ainda não está claro se o documento contemplará também enfermidades como a doença de Parkinson e a esquizofrenia.

Estudos já demonstraram a efetividade da substância para melhorar a qualidade de vida dos pacientes que sofrem com tais doenças.

Nos Estados Unidos, o canabidiol é vendido para ingestão via oral, como pomada cutânea e até xampu.

A FDA (agência que regula medicamentos nos EUA) considera o composto seguro, mas não permite que quem o comercializa alegue propriedades medicinais –segundo o órgão, para isso são necessárias pesquisas mais abrangentes, envolvendo grandes grupos de pessoas.

ANVISA

A decisão do CFM segue a norma do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que em outubro autorizou a prescrição do CBD para médicos do Estado.

O canabidiol, entretanto, ainda não consta na lista de substâncias permitidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Isso significa que sua importação tem de ser autorizada caso a caso - não é permitida a venda, por exemplo, em farmácias. A primeira autorização saiu em abril, e desde então foram 238 liberações.

Um dos requisitos da Anvisa para a liberação da importação é exatamente uma prescrição médica. Com a decisão do CFM, isso deve se tornar mais fácil, uma vez que uma reclamação dos pacientes era que esses profissionais tinham receio de receitar o CBD, já que a substância era proibida pelo seu conselho.

A inédita decisão é fruto de um debate que começou quando a família de Anny Fischer, 6, obteve na Justiça, pela primeira vez no país. o direito de importar a substância.

Anny tem uma forma grave de epilepsia para a qual não há tratamento específico. A doença provocava até 80 convulsões por semana com duração de 10 minutos cada uma e comprometia o desenvolvimento de Anny. Hoje, ela tem pequenos espasmos esporádicos que duram cerca de três segundos.

De Brasília, a família só conseguiu o laudo e receita na USP de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. A USP estuda o canabidiol desde os anos 1970.

“A gente fazia de tudo de forma ilegal, e o neurologista da Anny não prescrevia o CBD”, diz Norberto Fischer, pai da Anny. “Muitas pessoas ainda nos procuram dizendo que não conseguem a receita médica”, afirma.
FONTE: Folha de S. Paulo

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Cientistas desenvolvem droga que pode consertar danos à medula

Crédito: Thinkstock
Cientistas americanos dizem ter desenvolvido uma droga que pode incentivar os nervos na medula espinhal a crescer e reparar lesões.
O estudo com ratos, divulgado na publicação científica Nature, permitiu a recuperação parcial de movimentos e controle da bexiga. A droga funciona ao perturbar a "cola pegajosa" que impede que as células nervosas cresçam durante uma lesão.
Mais testes precisam ser feitos em animais maiores antes de testes serem realizados em humanos, mas o grupo Spinal Research (Pesquisa Espinhal, em tradução literal) disse haver um "progresso real".
Danos na medula espinhal interrompem o fluxo constante de sinais elétricos do cérebro para o corpo e podem levar à paralisia abaixo de uma lesão.
A equipe da Escola Universitária de Medicina Case Western Reserve, de Ohio, disse que o tecido de cicatriz formado após uma lesão impede a reparação da medula espinhal, já que proteínas de açúcar liberadas pelo tecido agem como cola.

'Incrível'

 Crédito: Case Western Reserve School of Medicine
Testes em ratos apontam possível recuperação parcial de movimentos e controle da bexiga

A equipe injetou um produto químico sob a pele que chegou até a medula espinhal e perturbou a atividade da cola. "Foi incrível", disse o pesquisador Jerry Prata.
"O que pudemos ver foi realmente notável. Alguns (ratos) se recuperaram fantasticamente e tão bem que você dificilmente diria que havia uma lesão".
Nos testes, 21 dos 26 ratos mostraram algum grau de recuperação na capacidade de movimentos ou das funções da bexiga.
Mark Bacon, do grupo Spinal Research, disse: "Acreditamos que a plasticidade é o principal mecanismo responsável pela recuperação espontânea que vimos em pacientes com lesão da medula espinhal, mas é muito limitada".
"Reforçar a plasticidade é, portanto, um dos principais objetivos... Estes dados preliminares sugerem progresso real nesse sentido".

Fonte: BBC

Pré-eclâmpsia na gestação eleva risco de autismo em bebê, diz estudo


Pré-eclâmpsia é caracterizada pelo aumento da pressão arterial e perda de proteínas pela urina durante a gestação
Pré-eclâmpsia é caracterizada pelo aumento da pressão arterial e perda de proteínas pela urina durante a gestação (Thinkstock/VEJA)
Mulheres que tiveram pré-eclâmpsia na gravidez têm mais risco de gerar crianças autistas, revelou um estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, publicado na segunda-feira no periódico Jama Pediatrics.

Pesquisa — Os estudiosos selecionaram 517 crianças de dois a três anos com autismo, 194 com algum atraso de desenvolvimento e 350 com desenvolvimento normal. O risco de uma criança com autismo ter sido exposta à pré-eclâmpsia era duas vezes maior do que entre aquelas que tinham um desenvolvimento normal. Além disso, a incidência de problemas cognitivos aumentou de acordo com a gravidade das complicações na gestação.
Segundo os autores do estudo, a explicação para o fenômeno é que a pré-eclâmpsia causa déficit de nutrição e oxigenação no feto, prejudicando o desenvolvimento cerebral do bebê.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Preeclampsia, Placental Insufficiency, and Autism Spectrum Disorder or Developmental Delay

Onde foi divulgada: periódico Jama Pediatrics

Quem fez: Cheryl K. Walker, Paula Krakowiak, Alice Baker, Robin L. Hansen, Sally Ozonoff e Irva Hertz-Picciotto.

Instituição: Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos

Resultado: Crianças autistas têm, no mínimo, duas vezes mais risco de terem tido mães com pré-eclâmpsia durante a gestação do que crianças sem o distúrbio.
A pré-eclâmpsia é uma condição que pode surgir entre a vigésima semana de gestação e a primeira semana após o parto. Ela se caracteriza pelo aumento da pressão arterial e pela perda de proteínas pela urina durante a gestação.

Fonte: Veja

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Parto prematuro é, pela primeira vez, a principal causa de morte de crianças

bebê prematuro
De acordo com a pesquisa, 17,4% das mortes de crianças abaixo de cinco anos são relacionadas ao parto prematuro (Waltraud Grubitzsch/EFE/VEJA)
Pela primeira vez, as principais causas de morte de crianças abaixo de cinco anos no mundo não são doenças como sarampo e pneumonia. Em 2013, o parto prematuro assumiu a liderança do ranking, em países ricos e pobres. Essa foi a constatação de um estudo global publicado nesta segunda-feira no periódico The Lancet.
De 2000 a 2013, a mortalidade de crianças de até cinco anos caiu 3,9% ao ano. A maior parte da redução se deve a avanços no combate a pneumonia, diarreia, aids, sarampo e tétano. A mortalidade relacionada ao parto prematuro — aquele que ocorre antes de 36 semanas de gestação, quando começa o oitavo mês — diminuiu em ritmo menos acelerado. Em 2013, 1,1 milhão de crianças abaixo de cinco anos morreram por nascer antes do tempo adequado.

Pesquisas — Quatro iniciativas de pesquisa estão em andamento e visam a descobrir as causas e a prevenção do problema. Elas se concentram em cinco linhas de investigação: doenças ginecológicas e infecciosas, neonatologia, genética e imunologia.
“Há uma preocupação mundial com esse assunto, principalmente porque nós não conhecemos as causas diretas do parto prematuro”, disse ao site de VEJA José Belizán, uma das maiores autoridades no assunto, pesquisador do Departamento de Investigação em Saúde da Mãe e da Criança do Instituto de Eficácia Clínica e Sanitária, na Argentina.
Fatores como obesidade, idade da gestante, tabagismo e pressão arterial elevada são conhecidos por aumentar o risco do parto prematuro. Mas eles não explicam, sozinhos, os números inflados. Estima-se que mais da metade dos partos anteriores à 36.ª semana ocorra de forma espontânea. Os estudiosos sabem que o problema é proporcionalmente mais incidente em países ricos do que pobres. Por isso, além de elementos como pobreza e nutrição, investiga-se a possibilidade de o stress antecipar o parto.
Prevenção — No momento, os esforços para prevenir mortes são baseados em planejamento familiar, uso de corticoides em mães que têm algum fator de risco de parto prematuro e prevenção de infecções com uso de antibióticos nos recém-nascidos.
Além disso, há uma técnica que se baseia em transformar a mãe numa espécie de incubadora do filho, a chamada Mãe Canguru. Em vez de o recém-nascido passar os primeiros meses de vida em um aparelho de uma UTI neonatal, ele é colocado em contato direto com a pele da mãe, para se manter aquecido e mamar continuamente. "A mortalidade caiu muito em lugares onde esse procedimento foi adotado. Colômbia e países do sul da África utilizam essa técnica que é barata e eficaz", diz Belizán.

Fonte: Revista Veja

segunda-feira, 10 de março de 2014

'Exame de sangue é capaz de prever Alzheimer em pessoas saudáveis'


Idosa
Exame de sangue pode prever doença três anos antes do seu surgimento, afirmam os pesquisadores
Um exame de sangue pode prever com precisão o aparecimento da doença de Alzheimer, de acordo com pesquisadores americanos.
Eles mostraram que testes de nível de 10 gorduras no sangue permitiria detectar - com 90% de precisão - o risco de uma pessoa desenvolver a doença nos próximos três anos.
Os resultados, publicados na revista Nature Medicine, agora passarão por testes clínicos maiores.
Especialistas dizem que os resultados ainda precisam ser confirmados, mas que tal exame seria "um verdadeiro passo em frente."
Há 44 milhões de pessoas vivendo com demência em todo o mundo, número que deve triplicar até 2050.
A doença ataca o cérebro "silenciosamente" por mais de uma década antes que os sintomas surjam. Os médicos acreditam que tratamentos com remédios estão falhando porque os pacientes estão sendo submetidos a eles tarde demais.
É por isso que a descoberta de um teste que prevê o risco de demência é uma das principais prioridades para o campo.

Números da doença

44 milhões têm demência no mundo
135 milhões terão a doença em 2050
71% pobres ou de renda média
US$ 600 bilhões é o custo global da doença
Fonte: Alzheimer's Society

Pistas no sangue

Cientistas da Universidade de Georgetown, em Washington D.C., analisaram amostras de sangue de 525 pessoas com idade superior a 70 anos, como parte de um estudo de cinco anos.
Eles compararam os exames de 53 deles que desenvolveram Alzheimer, ou algum comprometimento cognitivo leve, com os de 53 que permaneceram mentalmente ágeis. Os pesquisadores encontraram diferenças nos níveis de lipídos, ou 10 gorduras, entre os dois grupos.
E quando a equipe olhou as outras amostras de sangue, esses 10 marcadores de Alzheimer permitiam prever em quem era provável que o declínio mental surgisse nos anos seguintes.
Idosos
Novo exame traz desafios éticos, diz médico
Howard Federoff, professor de neurologia na Universidade de Georgetown, disse à BBC: "Há enorme necessidade de um exame como este. Mas temos de testar com um maior número de pessoas antes que possa ser utilizado na prática clínica."
Agora os pesquisadores estão investigando se o exame funciona para prever a doença com ainda mais antecedência do que três anos. Não está claro exatamente o que está causando as mudanças de gorduras no sangue, mas poderia ser um resíduo das primeiras mudanças no cérebro.

Desafios éticos

Um teste bem sucedido para a doença de Alzheimer pode transformar a pesquisa médica e permitir testar tratamentos com medicamentos em um estágio muito anterior da doença.
Segundo Federoff, abrandar o ritmo da doença pode ter um enorme impacto: "Mesmo um pequeno atraso de sintomas já terá um benefício econômico tremendo só em termos do custo do atendimento."

O que é demência?

É um termo genérico que agrange cerca de 100 doenças em que as células cerebrais morrem em grande escala
Todas afetam memória, linguagem, agilidade mental, compreensão e capacidade de julgamento
A doença de Alzheimer é a forma mais comum, afetando 62% das pessoas que vivem com demência
Ela fica pior com o tempo e, eventualmente, as pessoas ficam completamente dependentes de assistência
É incurável
Simon Ridley, médico de uma ONG que pesquisa a doença no Reino Unido, disse que os resultados foram encorajadores.
"Para testar a eficácia de potenciais novos medicamentos, é importante ser capaz de recrutar pessoas para ensaios clínicos nas fases iniciais da doença, quando esses tratamentos são potencialmente mais eficazes".
Doug Brown, médico da Alzheimer's Society's, outra instituição britânica especializada no tema, disse que o teste poderia representar desafios éticos.
"Se isso se desenvolver no futuro, deve ser dada às pessoas a possibilidade de escolha sobre se gostariam de saber, compreendendo plenamente as implicações".

Fonte: BBC
Atualizado em  10 de março, 2014 - 08:40 (Brasília) 11:40 GMT

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Boa Ação - Praia acessível: deficientes surfam e tomam banho de mar em Santa Catarina

Uma ideia simples que partiu de um grupo de amigos do Sul de Santa Catarina proporcionou para dezenas de cegos e cadeirantes a possibilidade de ter o primeiro banho de mar. A partir de doações, o grupo Ação Mais conseguiu comprar duas cadeiras anfíbias, que custam em torno de R$ 1700 cada. No último sábado (22), a praia do Rincão, município a 186 km de Florianópolis, reuniu 25 deficientes físicos e 14 cegos, a maior concentração no Projeto Praia Acessível no Balneário Rincão desde que as cadeiras foram compradas, no início da temporada de verão.
“Mesmo morando no Rincão, muitos nunca tinham ido para a praia. Foi muito emocionante”, diz a enfermeira Nina Angelo, que trabalha na secretaria de saúde do município e fez o agendamento para que um carro da prefeitura buscasse as pessoas em casa e as levasse para a praia.
Como uma ação positiva chama a outra, logo os salva-vidas se disponibilizaram a guardar as cadeiras e a acompanhar as pessoas na água. A secretaria de saúde de Balneário do Rincão fez o levantamento das pessoas que poderiam ser beneficiadas, providenciou um carro e a partir de agendamentos faz o transporte de cegos e cadeirantes até a praia. Com a movimentação no último sábado, o surfista, Danilo Boss, que dá aula para crianças na praia resolveu aceitar o desafio e ensinar cegos e deficientes físicos a surfar.
O projeto beneficiou pessoas como Sidnei Brandão, de 62 anos, que há mais de 20 anos não entrava no mar. “É emocionante poder sentir o mar por inteiro. Sentir a onda bater, o gosto da água salgada”, afirma. Já Maria Nelma Costa Gomes, 52 anos, diz ter realizado mais um sonho ao surfar. “Agora quero andar de asa delta”, brinca Maria.
A iniciativa de comprar as cadeiras surgiu a partir de uma matéria no jornal. “Vi uma matéria no jornal sobre a cadeira anfíbia, me interessei, pus no Google, achei o fornecedor de cadeiras e começamos a ir atrás”, conta Beatriz de Luca, uma das idealizadoras do projeto.
Ela é integrante do grupo Ação Mais formado por 15 amigos de Criciúma, cidade no sul de Santa Catarina, que tem como meta todo o mês ajudar uma causa, a do mês de dezembro foi comprar duas cadeiras anfíbias, uma para a praia do Rincão e outra para Balneário Arroio do Silva.
“Conseguimos doações, compramos as cadeiras, chamamos bombeiros, cruz vermelha, prefeituras e tudo foi se formatando. O banho é acompanhado por dois salva vidas. As cadeiras são da comunidade e ficam no posto de salva-vidas todos os dias das 8h às 20h. Quem quiser é só chegar”, diz.

Fonte: IG

OBS: A foto acima é apenas uma ilustração retirada do site http://natalacessivel.blogspot.com.br/2011/05/fotos-orto-rio-na-praia-dias-24-de.html e, não tem relação com a reportagem acima.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

“Droga viva” cura leucemia

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© Reprodução Discoverynews
Uma nova técnica de destruição de células cancerosas, que usa o próprio sistema imunológico do organismo, combateu a leucemia em 88% dos pacientes, afirmam pesquisadores norte-americanos.
É mais uma boa notícia no florescente campo da imunoterapia do câncer, que emprega a chamada “droga viva”, uma técnica aclamada pela revista Science como o grande avanço da medicina em 2013.
O estudo, publicado na revista Science Translational Medicine, envolveu 16 pessoas com leucemia linfoblástica aguda (LLA). Cerca de 1.400 pessoas morrem de LLA nos Estados Unidos a cada ano, e embora seja um dos cânceres mais tratáveis, os pacientes muitas vezes se tornam resistentes à quimioterapia e sofrem recidivas.
Segundo os resultados do estudo, 14 de 16 pacientes adultos conseguiram a remissão completa da doença depois que suas células T foram geneticamente modificadas para se concentrar na erradicação do câncer. A idade média dos pacientes era de 50 anos, e todos estavam à beira da morte quando participaram dos testes.
A remissão mais longa até o momento já dura dois anos e o paciente continua saudável, informou o principal autor do estudo, Renier Brentjens, diretor de terapias celulares do Centro de Câncer Memorial Sloan-Kettering. Sem o novo tratamento, calcula-se que apenas 30% dos pacientes responderiam bem à quimioterapia.
Cerca de 80 pessoas estão sendo submetidas ao novo tratamento nos Estados Unidos, e centros da Europa começam a empregar a tecnologia pioneira.
Reeducando as células T
O processo envolve a remoção de alguns das células T do paciente, que são modificadas para reconhecer a proteína CD19 das células cancerosas e atacá-las. Em condições normais, as células T atacam outros invasores nocivos ao organismo, mas permitem que o câncer cresça ininterruptamente. ”Usamos a terapia genética para reeducar as células, fazendo com que reconheçam e matem as células tumorais “, explicou Brentjens.
Desenvolvida ao longo de 15 anos, a técnica, conhecida como receptor antígeno quimérico, “parece realmente funcionar em pacientes com esse tipo específico de câncer”, afirmou Brentjens à AFP. No ano passado, sua equipe relatou os primeiros resultados promissores em cinco pacientes adultos, que entraram em remissão após a terapia.
Em dezembro de 2013, especialistas de vários centros de câncer nos Estados Unidos apresentaram suas descobertas sobre a nova técnica na reunião anual da Sociedade Americana de Hematologia (ASH), incluindo a Universidade da Pensilvânia, cujo foco é o combate à leucemia linfocítica crônica (LLC). Os pacientes pediátricos do Hospital Infantil da Filadélfia também estão sendo tratados com a terapia de células T.
Segundo Brentjens, outros centros norte-americanos obtiveram taxas de remissão semelhantes, o que confirma a eficácia da técnica. ”É um fenômeno real, que pode significar uma mudança de paradigma na terapia do câncer”, declarou à AFP.
Kanti Rai, chefe do Programa de Tratamento e Pesquisa de LLC do Sistema de Saúde North-Shore-LIJ, de Nova York, descreveu a técnica como “uma grande contribuição para todos nós”. Segundo Rai, que não participou do estudo, os primeiros bons resultados no tratamento contra a LCC surgiram há alguns anos, e a nova técnica “gerou resultados igualmente impressionantes, mesmo se tratando de uma doença mais assustadora e fatal como a LLA”.
Os pesquisadores agora tentam descobrir por que a abordagem não surte o mesmo efeito em todos os pacientes. O próximo passo é identificar células receptoras específicas, que atacariam outros tipos de tumores.
“A expansão para outros tipos de câncer o próximo item da nossa lista”, disse Brentjens. O custo da terapia ainda é muito elevado, cerca de US$ 100 mil por paciente, mas os especialistas acreditam que ele deve cair quando a técnica se tornar mais difundida e atrair o interesse de grandes companhias farmacêuticas.

Fonte:
 Discovery Notícias

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Esclerose múltipla pode ser detectada antes dos primeiros sintomas, diz estudo

A esclerose múltipla destrói a mielina, camada que reveste as fibras nervosas no cérebro, prejudicando a comunicação entre os neurônios e dando origem a uma série de problemas
A esclerose múltipla destrói a mielina, camada que reveste as fibras nervosas no cérebro, prejudicando a comunicação entre os neurônios e dando origem a uma série de problemas (Kiyoshi Takahase Segundo/Getty Images/iStockphoto)
Pesquisadores da Alemanha descobriram que a presença de um determinado anticorpo na corrente sanguínea de uma pessoa pode indicar a presença de esclerose múltipla anos antes de os primeiros sintomas surgirem.
De acordo com o estudo, apenas parte dos pacientes com esclerose múltipla parece apresentar o anticorpo KIR4.1 antes de a doença se manifestar. Por outro lado, nenhuma pessoa livre da condição tem a substância na corrente sanguínea. Ou seja, a ausência do anticorpo não necessariamente significa que um indivíduo nunca terá esclerose múltipla, mas a sua presença necessariamente acusa que a doença se manifestará no futuro.
A pesquisa, desenvolvida na Universidade Técnica de Munique, teve os resultados divulgados nesta sexta-feira. Ela também será apresentada em abril durante o encontro anual da Academia Americana de Neurologia, nos Estados Unidos.

Não se conhece a causa a esclerose múltipla, e não existe cura para a doença. Sabe-se apenas que ela ocorre quando há danos ou destruição da mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinal e do nervo óptico. Quando isso acontece, são formadas áreas de cicatrização, ou escleroses, e surgem diferentes sintomas sensitivos, motores e psicológicos.
O estudo alemão se baseou nos dados de pessoas que haviam participado de uma pesquisa de longa duração. Os participantes foram acompanhados por vários anos e tiveram amostras de sangue recolhidas diversas vezes.
Análise — No novo estudo, os autores selecionaram dezesseis pessoas diagnosticadas com esclerose múltipla e analisaram suas amostras de sangue recolhidas seis anos antes de os primeiros sintomas da doença aparecerem. Depois, os pesquisadores compararam essas amostras às recolhidas de outros dezesseis indivíduos que não apresentavam o problema. Na análise, os pesquisadores procuraram especificamente pelo anticorpo KIRK4.1.
Segundo os resultados, sete dos dezesseis pacientes com esclerose múltipla apresentaram o anticorpo antes de os primeiros sintomas surgirem. O exame do anticorpo deu negativo em todos os participantes sem a doença.
De acordo com Viola Biberacher, coordenadora do estudo, o próximo passo será replicar esse teste em um grupo maior de participantes para determinar quão precocemente é possível prever a esclerose múltipla a partir da análise do anticorpo. "Detectar a doença antes de ela se manifestar clinicamente pode significar melhores tratamentos e até a possibilidade de prevenir o surgimento dos sintomas", diz.

Fonte: Veja

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Nascimento prematuro pode elevar risco de diabetes tipo 2

Bebês
Quando mais prematuro o bebê, maior seu nível de insulina, afirmou o estudo (ThinkStock)
Diversas pesquisas já haviam relacionado certas características apresentadas por um bebê ainda no útero materno ou em seus primeiros de vida com alterações metabólicas que levam ao diabetes tipo 2. Agora, uma nova pesquisa ajuda a compreender de que forma isso acontece. O estudo descobriu que bebês prematuros são mais propensos a apresentar níveis elevados de insulina quando nascem e durante os primeiros anos de vida. Segundo os pesquisadores, apesar de esse hormônio ser o responsável por controlar a taxa de açúcar no sangue, evitando que ela fique elevada demais, uma quantidade de insulina acima do normal ainda na infância pode desencadear resistência à sua ação. Essa resistência é justamente o que caracteriza o diabetes tipo 2.

O estudo, feito na Faculdade de Saúde Pública da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, foi publicado nesta terça-feira no periódico Jama. Os autores avaliaram 1 358 crianças nascidas entre 1998 e 2010 e acompanharam seu desenvolvimento durante cerca de sete anos.
Os resultados indicaram que, quanto mais prematuro o nascimento do bebê, maiores os níveis de insulina apresentados por ele. Em média, bebês prematuros (nascidos antes de 34 semanas de gestação) apresentaram, ao nascer, praticamente o dobro dos níveis de insulina de crianças nascidas com 39 semanas ou mais de gestação. Durante os primeiros anos da infância, crianças nascidas antes do tempo normal continuaram a ter maiores quantidades de insulina do que as outras.
"Pesquisas como essa revelam o quão cedo é possível dar os primeiros passos para prevenir o diabetes", escreveu Mark Hanson, pesquisador da Universidade Southampton, na Grã-Bretanha, em um editorial publicado junto com o estudo.

Fonte: Veja

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Câmera em forma de pílula pode substituir colonoscopia

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De todos os exames preventivos, nenhum é tão temido como a colonoscopia. Agora, uma nova câmera não só deve substituir o procedimento, como transformar a detecção do câncer de cólon em uma experiência muito mais confortável.
Aprovado recentemente pela FDA, a agência reguladora de alimentos e remédios dos Estados Unidos, a PillCam é um dispositivo que pode ser engolido equipado com duas minicâmeras. Elas tiram centenas de fotos em alta velocidade enquanto atravessam o sistema digestivo ao longo de dez horas. As imagens são enviadas a um dispositivo de gravação preso à cintura do paciente, que permite a detecção de pólipos ou sinais precoces de câncer de cólon.
Fabricada pela Given Imaging e um custo inicial de US$ 500, a PillCam é dirigida aos cerca de 750 mil pacientes norte-americanos que não podem se submeter à colonoscopia tradicional, seja por limitações anatômicas, cirurgias anteriores ou doenças intestinais.
Futuramente, o dispositivo pode ser uma opção para quem prefere não enfrentar o procedimento invasivo, que consiste na sondagem do intestino por meio de um tubo flexível de 1,20m com uma câmera na extremidade.
Segundo declaração da analista do MorningStar à Associated Press, Debbie Wang, a Given Imaging adotou uma estratégia de marketing inteligente ao vender o dispositivo como mais um recurso para os especialistas, e não um concorrente direto aos procedimentos invasivos atuais.
“A empresa sabe que a colonoscopia tradicional ainda é o ganha-pão dos gastroenterologistas”, explicou Wang. “E não pretende posicionar seu produto como um substituto”.
Ainda não se sabe quando a PillCam vai começar a aparecer em consultórios médicos, mas ela já foi aprovada na Europa, América Latina e em 80 países.

Fonte:
Discovery Notícias

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Cientistas criam prótese de mão que restitui tato

O dinamarquês Dennis Aabo Sorensen, que perdeu a mão esquerda quando um fogo de artifício que manipulava explodiu, usa uma prótese
O dinamarquês Dennis Aabo Sorensen, que perdeu a mão esquerda quando um fogo de artifício que manipulava explodiu, usa uma prótese (Patrizia Tocci/AFP)
Um dinamarquês que teve uma mão amputada há nove anos recuperou a sensibilidade graças a uma prótese que restitui o tato, uma inovação que pode mudar a vida de portadores de deficiência. A descoberta foi publicada no periódico Science Translational Medicine nesta quarta-feira.
"Tive sensações que não sentia há nove anos", disse Dennis Aabo Sorensen, de 36 anos, segundo comunicado da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL) e da italiana Scuola Superiore Sant'Anna de Pisa. O protótipo foi desenvolvido pelo professor Silvestro Micera, que afirmou ser a "primeira vez que se conseguiu restabelecer uma percepção sensorial em tempo real com um membro artificial".
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Os cientistas equiparam a prótese com sensores que reagem à tensão de tendões artificiais. O sistema transforma em corrente elétrica as informações emitidas quando o paciente manipula um objeto. Segundo a EPFL, o protótipo é o primeiro passo para a elaboração de uma mão biônica completa. Será preciso, no entanto, esperar vários anos antes que a técnica esteja pronta para ser usada de forma generalizada.
Dennis Aabo Sorensen perdeu a mão esquerda em um acidente com fogos de artifício. Com uma prótese comum, Sorensen não sente os objetos que agarra e, portanto, precisa estar sempre atento para não quebrá-los, disse o comunicado.

Fonte: Veja

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Estudo mostra que nossas memórias são 'editadas'

A memória se “atualiza” com as nossas novas experiências, diz estudo
A memória se “atualiza” com as nossas novas experiências, diz estudo (Thinkstock)
Um novo estudo sugere que a nossa memória não é tão confiável como costumávamos acreditar. Segundo pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, o cérebro continuamente insere fragmentos do presente em lembranças do passado, e está longe de ter a precisão de uma filmadora.
A memória se "atualiza" com as nossas novas experiências. O amor à primeira vista, por exemplo, pode ser fruto desse truque do cérebro. "Quando você pensa no momento em que conheceu seu parceiro atual, pode se lembrar de um sentimento de amor e euforia, mas isso talvez seja uma projeção de seus sentimentos atuais", diz Donna Jo Bridge, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade Northwestern e uma das autoras do estudo, que publicado nesta quarta-feira no periódico Journal of Neuroscience.
O estudo é considerado o primeiro a mostrar de forma precisa as falhas que a memória apresenta, e como ela é capaz de inserir elementos do presente no passado quando as lembranças são revividas. Segundo Donna, as memórias se adaptam a um ambiente em constante mudança para nos ajudar a lidar com o que é importante a cada momento. "Nossa memória não é como uma câmera, ela se ajusta e edita eventos para recriar uma história que se encaixe no seu mundo naquele momento. Ela é construída para ser atual."
A "edição" acontece no hipocampo, área do cérebro encarregada da memória que, segundo o novo estudo, atua como equivalente a um editor de vídeo e equipe de efeitos especiais, reconstruindo as lembranças.

Testes – No experimento, 17 voluntários estudaram a posição de 168 objetos em uma tela de computador com imagens de fundo diferentes — como um oceano ou a vista aérea de uma fazenda. Em seguida, eles deveriam tentar colocar alguns dos objetos de volta na posição original, mas em uma nova imagem de fundo. Essa tarefa foi quase sempre malsucedida.
Na última etapa do estudo, os participantes viam um objeto em três posições diferentes na tela (com a imagem de fundo usada no primeiro teste) e deveriam escolher a correta. As opções eram: onde eles viram o objeto pela primeira vez, onde eles o colocaram na segunda etapa e um lugar novo.
"As pessoas sempre escolheram a mesma localização em que tinham colocado o objeto no segundo teste", explica Donna. "Isso mostra que sua memória original da localização foi modificada para mostrar o lugar em que eles se lembravam no novo plano de fundo. A memória tinha atualizado a informação, inserindo uma nova memória por cima da anterior", afirma. Os participantes realizaram os testes enquanto sua atividade cerebral era monitorada por ressonância magnética.
"Todos gostamos de pensar na memória como uma coisa que nos faz relembrar vividamente a nossa infância ou aquilo que fizemos na semana anterior, mas a memória é feita para nos ajudar a tomar boas decisões no momento e, por isso, ela tem que ficar atualizada. Uma informação que é relevante agora pode se sobrepor ao que estava lá antes", afirma Joel Voss, integrante da equipe de pesquisadores. "Apesar de o estudo ter se passado em um laboratório, é possível supor que a memória se comporte dessa forma no mundo real", diz Donna.

Fonte: Veja

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Estudo revela como diferentes regiões do cérebro trabalham juntas

Neurônios
Neurônios usam o mesmo padrão para comunicar o movimento ao músculo e para interagir entre si (Thinkstock)
Pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, descobriram o processo por meio do qual diferentes conjuntos de neurônios cooperam para promover uma ação. O estudo, publicado nesta segunda-feira no periódico Nature Neuroscience, descreve a maneira, até então desconhecida, que faz com que duas regiões cerebrais se comuniquem, enviando sinais mais rápidos ou mais lentos entre elas e trabalhando em conjunto para concluir uma tarefa.
Com isso, os pesquisadores podem ter resolvido um enigma dos estudos em neurociência. É sabido que o cérebro, formado por bilhões de neurônios, é organizado em regiões responsáveis por tarefas diferentes. Elas normalmente trabalham independentemente e, para promover algumas ações, trabalham juntas. Não se conhecia, no entanto, o processo pelo qual dois conjuntos de neurônios se comunicam quando precisam cooperar e como não interferem um no outro ao trabalhar sozinhos.
Sinais em conjunto – A pesquisa teve início com a análise da forma como o cérebro se prepara para fazer movimentos rápidos e certeiros — um estudo importante para a produção de próteses controladas pelo cérebro, objetivo final dos cientistas. Para isso, os pesquisadores treinaram macacos para fazer movimentos precisos do braço. Os animais faziam uma breve pausa antes da ação, de modo que o cérebro se preparava antes do movimento. A ideia era ver a diferença entre os comandos cerebrais produzidos para a preparação do ato e para a ação em si.

Os pesquisadores mapearam e analisaram os sinais enviados pelos músculos do braço e pelas duas regiões cerebrais envolvidas na movimentação do membro. Por meio de amostras de 100 a 200 neurônios de cada área do cérebro, puderam perceber o tempo levado por cada neurônio, individualmente, para enviar o sinal do movimento. Os cientistas também analisaram os neurônios em conjunto.
Durante a preparação da ação, neurônios nas duas regiões cerebrais entravam em atividade. Nesse estágio, alguns enviavam sinais rapidamente, outros lentamente. Já no momento da ação, a sinalização era sincronizada. Os pesquisadores perceberam, então, que essa forma de enviar sinais é também como as diferentes áreas do cérebro se comunicam para trabalhar juntas ou não na mesma ação. "Nossos neurônios estão sempre conectados", afirma Matthew Kafman, um dos autores do estudo. "Por isso é importante saber que sinais são comunicados de uma área a outra."

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Cortical activity in the null space: permitting preparation without movement

Onde foi divulgada: periódico Nature Neuroscience

Quem fez: Matthew T. Kaufman, Mark M. Churchland, Stephen I. Ryu e Krishna V. Shenoy

Instituição: Universidade Stanford, nos Estados Unidos

Resultado: Ao estudar como o cérebro de um macaco se prepara para fazer o movimento do braço, os cientistas descobriram que os neurônios se organizam em conjunto e enviam sinais mais ou menos velozes ao músculo. Essa também é a maneira como diferentes regiões do cérebro se comunicam entre si

Fonte: Veja

Luz azul pode melhorar capacidade de concentração

Estudo acredita que exposição à luz azul pode ajudar a aumentar reflexo, desempenho e atenção das pessoas
Estudo acredita que exposição à luz azul pode ajudar a aumentar reflexo, desempenho e atenção das pessoas (Thinkstock)
Cientistas americanos descobriram que a exposição a uma luz de cor azul pode melhorar a atenção e concentração de uma pessoa tanto durante o dia quanto à noite. Segundo os pesquisadores, esse achado é importante pois pode ajudar quem não tem acesso à luz natural em escolas ou no trabalho, como profissionais que trabalham de madrugada, por exemplo.
As células do corpo humano funcionam 24 horas por dia, mas o trabalho delas é dividido em duas fases: noite e dia. Esse ciclo é o relógio biológico, responsável por regular funções como apetite, sono e humor. Existem hormônios que são produzidos com o primeiro contato com a luz solar e outros apenas com a ausência de luz, e eles podem ajudar a manter uma pessoa acordada ou então auxiliam no sono. Por isso, quem se expõe pouco à luz natural ou precisa ficar acordado à noite pode ter muita dificuldade em se concentrar e também em dormir bem.

No novo estudo, os pesquisadores compararam os efeitos da exposição da luz verde com a luz azul em 16 pessoas durante um período de seis horas e meia (nesse dia, os participantes ficaram acordados ao longo de 16 horas). Durante o tempo de exposição à luz, a equipe analisou as mudanças na atividade cerebral dos voluntários usando eletrodos. Depois, os indivíduos passaram por testes de reflexo e relataram o quão sonolentos estavam se sentindo quando o estudo terminou.
Mais atenção — Os autores da pesquisa descobriram que os participantes expostos à luz azul relataram se sentir menos cansados do que os expostos à luz verde. Eles também tiveram um melhor desempenho nos testes de reflexo, já que foram mais rápidos e apresentaram menos lapsos de atenção. Além disso, a atividade cerebral do grupo da luz azul correspondia a um poder maior de concentração.
A pesquisa foi feita no Hospital Brighan and Women, que pertence à Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e publicada na edição deste mês do periódico Sleep. “Esses resultados contribuem para a nossa compreensão sobre como a luz afeta o cérebro, e abre um leque de possibilidades para o uso da luz com o objetivo de melhorar a agilidade, a produção e a segurança em atividades realizadas por pessoas”, diz Steven Lockley, neurocientistas e um dos autores do estudo.

Fonte: Veja

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Cientistas identificam área cerebral que ajuda a tomar decisões

Cérebro
Conexões de diversas partes do cérebro com o córtex frontal mostram como os humanos aprendem com as decisões que não tomaram e dá pistas de por quais motivos nós falamos e os macacos não (Thinkstock)
Uma nova área cerebral, identificada apenas em humanos, parece ser a responsável por nos ajudar a mudar de ideia quando percebemos que fizemos a pior escolha. Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, encontraram no cérebro humano uma região do córtex frontal que não tem atividade equivalente em macacos. Essa área, envolvida no planejamento estratégico, tomada de decisão e execução de múltiplas tarefas, também monitora o quanto são interessantes as oportunidades perdidas.
"Achamos que ter a capacidade de planejar o futuro, ser flexível nas escolhas e aprender com os rumos que não seguimos são coisas impressionantes nos homens. Identificamos uma área no cérebro que parece ser exclusivamente humana e que, provavelmente, tem a ver com essas habilidades cognitivas", afirmou Matthew Rushworth, um dos autores do estudo que será publicado na edição de fevereiro do periódico Neuron.

O objetivo da pesquisa era encontrar semelhanças e diferenças no córtex frontal ventrolateral de humanos e macacos. Essa região, envolvida em processos cognitivos sofisticados do homem, como a linguagem e a capacidade de projetar ações futuras, só existe em humanos e outros primatas.
Para analisar de que forma ele funciona e se conecta a outras partes do cérebro, os cientistas submeteram 25 voluntários a ressonâncias magnéticas. Depois de ver em detalhes as conexões de cada parte do córtex frontal ventrolateral, identificaram doze áreas em que ele funcionava de maneiras diversas.

Na segunda etapa, os pesquisadores repetiram o procedimento em 25 macacos. Em vez das doze regiões encontradas nos humanos, havia onze. "Isso pode estar relacionado à capacidade do homem em ser particularmente bem sucedido em tarefas que requerem planejamento estratégico e tomada de decisão", afirmou Franz-Xaver Neubert, principal autor do estudo.
Origem da fala – Outra diferença importante entre o cérebro de homens e macacos é a área ligada ao sistema auditivo de ambos. Nos humanos, as partes do cérebro que ajudam a compreender as palavras faladas são intensamente conectadas ao córtex frontal ventrolateral. Nos macacos, além de mais raras, as ligações do sistema auditivo são feitas com partes do cérebro ligadas a respostas emocionais e sociais. Essa pode ser uma das explicações de por que os homens falam e os macacos não.

Fonte: Veja

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Musicoterapia ajuda jovens com câncer a lidar com tratamento

CDs
Pesquisadores da Indiana University School of Nursing, em Indianapolis, nos Estados Unidos, acompanharam um grupo de pacientes com idades entre 11 e 24 anos enquanto participavam de um projeto que envolvia escrever letras, gravar música e selecionar imagens para fazer um videoclipe.
A equipe concluiu que os pacientes tornaram-se mais resilientes e melhoraram seus relacionamentos com a família e amigos.
O termo resiliência, nesse contexto, se refere à capacidade dos participantes de se ajustarem positivamente aos estresses e efeitos adversos do tratamento que estavam recebendo.
Segundo o site da American Music Therapy Association, musicoterapia é uma prática terapêutica em que profissionais qualificados usam música para auxiliar indivíduos a lidar com questões físicas, emocionais, cognitivas e sociais.

Efeito Positivo

Os participantes foram orientados por musicoterapeutas profissionais. O projeto, que durou três semanas, culminou na produção de videoclipes que, quando prontos, foram compartilhados com amigos e familiares.
Os pesquisadores concluíram que o grupo que participou do projeto de musicoterapia demonstrou mais resiliência e capacidade de suportar o tratamento do que um outro grupo que não recebeu musicoterapia.
Cem dias após o tratamento, o mesmo grupo relatou que a comunicação na família e os relacionamentos com amigos tinham melhorado.
"Esses 'fatores protetores' influenciam a forma como adolescentes e jovens adultos lidam (com o câncer e o rigoroso tratamento), ganham esperança e encontram sentido (para suas vidas) durante a jornada do câncer", disse a líder do estudo, Joan Haase.
"Adolescentes e jovens que são resilientes têm a capacidade de superar sua doença, sentem-se em controle e autoconfiantes pela forma como lidaram com o câncer e mostram um desejo de ajudar o outro".
Entrevistas com os pais dos pacientes revelaram aos pesquisadores que os videoclipes tinham produzido um benefício adicional, oferecendo aos pais uma melhor compreensão sobre como é a experiência de crianças que sofrem de câncer.

Estresse e Ansiedade

Uma das musicoterapeutas envolvidas no estudo, Sheri Robb, explicou por que música pode ter um efeito tão positivo sobre jovens lutando contra o câncer:
"Quando tudo parece incerto, canções que ele conhecem e com as quais se identificam fazem com que se sintam conectados".
Segundo a ONG britânica Cancer Research UK, musicoterapia pode diminuir a ansiedade e melhorar a qualidade de vida de pessoas que sofrem de câncer. A terapia também pode ajudar a aliviar alguns sintomas do câncer e efeitos colaterais do tratamento - mas não pode curar, tratar ou evitar doenças, inclusive o câncer.
Estudos anteriores que investigaram os efeitos da musicoterapia sobre crianças com câncer concluíram que a atividade pode ajudar a diminuir o medo e a angústia, além de melhorar os relacionamentos da criança com a família.
A portavoz de uma entidade que oferece apoio a adolescentes com câncer e suas famílias - o Teenage Cancer Trust - disse que é muito importante incentivar crianças com câncer a se comunicar e cooperar umas com as outras.
"Sabemos que ser tratado ao lado de outros (pacientes) da mesma idade faz uma diferença imensa, especialmente em um ambiente que permita que jovens com câncer ofereçam apoio uns aos outros".

Fonte: BBC

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Nova tecnologia de próteses pode mudar a vida de amputados

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No dia 15 de julho de 2012, em uma missão de reconhecimento de rotina na província de Helmand no Afeganistão, o Marine, Sargento James Sides, estendeu a mão direita para pegar uma bomba. O dispositivo explosivo improvisado detonou. Sides ficou cego do olho esquerdo e perdeu o braço direito logo abaixo do cotovelo.
Depois de uma longa recuperação no Walter Reed National Military Medical Center, o técnico em desarmamento bélico, aprendeu a usar uma mão protética. Em seguida, 11 meses depois, ele voltou para o hospital – desta vez, para colocar um implante cirúrgico, que poderia representar o futuro das próteses.
Os sensores mioelétricos implantados (IMES – implanted myoelectric sensors) no braço direito de Sides podem “ler” seus músculos e traduzir “pretensões de movimentos” em movimentos reais.
O sistema IMES, como seus desenvolvedores estão chamando, pode ser o primeiro controlador multi-canal implantado para próteses, que permite vários movimentos ao mesmo tempo. Sides é o primeiro paciente em um estudo que pretende passar pela aprovação do FDA, entidade do governo americano que regula, entre outras coisa, procedimentos médicos.
O sistema usa os músculos que ainda restaram no braço amputado e com uma meia-dúzia de eletrodos capta seus sinais.
Os minúsculos eletrodos de platina e irídio, tem cerca de 0,66 centímetros de comprimento e um décimo de uma polegada de largura, e são incorporados diretamente no músculo do paciente.
Eles são alimentados por indução magnética, então não haveria necessidade de trocar as baterias, essa foi uma parte do desenvolvimento crucial para torná-lo fácil de usar.
Ele traduz sinais musculares em ações mecânicas em menos de 100 milissegundos. Segundo Sides, é tudo instantâneo: “É exatamente como se eu ainda tivesse uma mão.”

Por Alexandre Ottoni e Deive Pazos
Fonte:
Discovery Notícias

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Britânica relata drama de filho com desordem rara de ‘olhos dançantes’


Foto: Arquivo Pessoal de Nicola Oates
Thomas já fez passou por cirurgia para melhorar a visão
A britânica Nicola Oates não desconfiava que o jeito desastrado de seu filho, Thomas, quando bebê, fosse sinal de um problema em seus olhos.
À medida que o pequeno ia crescendo, a situação ficou mais problemática. Ele tropeçava em qualquer objeto que estivesse no chão e começou a ficar atrasado em relação às outras crianças na escola.
Thomas também desenvolveu o hábito de virar a cabeça para a direita, apontando o queixo para baixo, quando tentava olhar para algo.
"Aquilo era muito estranho", afirmou Nicola, que mora com o filho na região de Midlands, área central da Inglaterra.
"Quando ele estava andando, acabava trombando com paredes, cadeiras, pessoas... tudo", acrescentou.
Nicola explica que virar a cabeça e outros comportamentos estranhos eram as formas que Thomas encontrou de "parar a oscilação dos olhos", um sintoma de uma desordem incurável que causa o movimento dos olhos chamada nistagmo.
Chamada de doença dos "olhos dançantes" devido aos movimentos incontroláveis nos olhos, o nistagmo também é responsável pelo surgimento de muitos problemas de visão com o passar do tempo.

Visão estroboscópica

Jay Self, pediatra oftalmológico no Hospital Geral de Southampton e palestrante em oftalmologia genética na Universidade de Southampton, afirma que é muito importante descobrir mais sobre a doença, que afeta uma em cada mil pessoas na Grã-Bretanha.
"Pode afetar a vida toda de uma pessoa, que pode ser de 80 a 90 anos, a vida no trabalho, família e gerações futuras", disse.
O médico descreve o nistagmo como uma visão estroboscópica, o que faz com que as crianças tenham dificuldade em ver objetos em movimento e sejam lentas no reconhecimento de rostos.
Segundo John Sanders, do grupo de apoio britânico especializado neste problema, o Nystagmus Network UK, poucos adultos com a desordem podem dirigir e a maioria tem dificuldades na vida cotidiana, educação e também para conseguir emprego.
As pessoas afetadas pelo nistagmo também têm problemas em situações normais da vida social, pois elas não conseguem ver os sinais que podem ser percebidos nos rostos de outras pessoas.
No entanto, estas dificuldades nem sempre são detectadas em exames de olhos tradicionais e a verdadeira extensão dos problemas de visão nunca é totalmente investigada.
O caso de Thomas é um destes exemplos: ele não é classificado como portador de deficiência visual pois ele consegue ler a tabela para exames oftalmológicos.
Foto: Arquivo Pessoal de Nicola Oates
Thomas vira a cabeça para conseguir enxergar melhor
Apesar disso, o menino que agora tem oito anos, precisa de ajuda de luzes especiais e lentes para ajudá-lo na leitura, e ele também precisa de um corrimão para conseguir se movimentar dentro de casa.
Quando Thomas está em casa ele usa óculos com lentes azuis para proteger os olhos e por volta das sete da noite, já está exausto devido ao esforço que fez durante todo o dia para conseguir enxergar direito.
"É muito difícil para ele. Ele não consegue avaliar a distancia das coisas. Mesmo quando me abraça, ele precisa ficar nos meus pés para descobrir onde estou", afirmou Nicola.

Pesquisa e tratamento

No novo centro de pesquisa para crianças com problemas de visão, Jay Self já começou a analisar centenas de genes para descobrir sobre as causas do nistagmo.
O problema aparece logo depois do nascimento.
O cientista quer desenvolver um teste genético simples para crianças com o problema, que permitirá um diagnóstico rápido e preciso.
Self também quer usar medidas visuais do mundo real ao invés dos testes e tabelas tradicionais para avaliar os problemas de visão causados pela doença.
E tudo isto vai significar que as crianças com nistagmo poderão receber tratamentos específicos e sob medida.
Mas, mesmo ainda sem os tratamentos específicos, Self afirma que há algumas medidas simples que podem ajudar estudantes com nistagmo.
Entre elas está conseguir o apoio de um professor que tenha conhecimentos sobre problemas de visão e colocar a criança sentada no lado da sala que mais favoreça seu campo de visão.
No caso de Thomas, a falta destes tratamentos e formas específicas de diagnóstico, atrasaram os procedimentos.
Os movimentos nos olhos do menino foram notados por um familiar quando ele tinha cerca de oito meses. Mas ele só foi encaminhado para um centro de tratamento especializado quando completou cinco anos de idade.
Thomas passou por uma operação para melhorar a visão e provavelmente passará por outra em 2014.
Nicola notou melhora, mas o filho ainda vira a cabeça para ver onde está andando.
"Não sei o quanto a visão dele está ruim, pois para ele é normal, nasceu com isso e não sabe a diferença", disse.
Mas ela decidiu levantar mais questões a respeito da doença e defender o filho.
"Por que ele precisa passar por dificuldades? Ele merece mais..."

Fonte: BBC

‘Choque’ reduz os males do Parkinson

 
Estudo realizado pela equipe do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis mostrou que a aplicação de choques na medula espinhal pode diminuiu tremores causados pelo Mal de Parkinson.
Durante seis semanas, foram aplicados nas cobaias estímulos elétricos duas vezes por semana, em sessões de 30 minutos. A técnica reduziu também danos na locomoção de camundongos com a doença e protegeu os neurônios. A terapia pode ser uma alternativa aos medicamentos, que têm efeitos colaterais.
A pesquisa é feita, desde 2009, pelo departamento de medicina da Universidade Duke, nos Estados Unidos. O dispositivo já foi testado em 19 pessoas com a doença. Uma das ‘cobaias’ humanas usou o aparelho por dois anos e, segundo Nicolelis, apresentou melhora nos tremores e na locomoção.
De acordo com o cientista, ainda este ano, a Universidade de São Paulo (USP) deve testar a técnica.

Fonte: O Dia

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Estudo afirma que cérebro de idosos não sofre declínio cognitivo

“O cérebro de pessoas mais velhas não fica fraco, ele apenas sabe mais”, afirma autor do estudo
Uma nova pesquisa realizada na Alemanha desafia a conhecida noção de que o cérebro humano sofre um declínio cognitivo com o passar dos anos. Segundo os autores, o que acontece é que uma pessoa idosa armazenou uma quantidade maior de informações ao longo da vida, e por isso o cérebro leva mais tempo para processá-las – mas a sua capacidade permanece igual.
O estudo, publicado no periódico Topics in Cognitive Science, critica os métodos de avaliação das habilidades cognitivas utilizados nas pesquisas atuais, que mostram a existência de um declínio na atividade cerebral. "O cérebro humano trabalha mais devagar na idade avançada, mas apenas porque nós armazenamos mais informação ao longo do tempo", afirma Michael Ramscar, pesquisador da Universidade de Tubinga, na Alemanha, e principal autor do estudo.
Vale uma comparação com computadores: assim como os humanos, esses sistemas são feitos para absorver certa quantidade de informação diariamente. Se os pesquisadores deixam um computador aprender apenas certa quantidade, ele funciona de forma semelhante ao cérebro de um jovem. Mas se o mesmo computador for exposto a uma quantidade e informações correspondendo àquela com a qual nos deparamos ao longo de uma vida, seu desempenho será como o de uma pessoa idosa. A capacidade do sistema não muda, mas uma quantidade maior de dados leva mais tempo para ser processada.
"Imagine uma pessoa que sabe de cor dois aniversários e sempre os lembra com perfeição. Você acha que essa pessoa tem uma memória melhor do que aquela que sabe os aniversários de 2 000 pessoas, mas acerta 'só' nove de dez tentativas?", questiona o pesquisador.

Sem esquecimento – Realizando testes com computadores, os cientistas perceberam que, para replicar os resultados obtidos com humanos mais velhos, era necessário manter a mesma capacidade de processamento, e acrescentar uma quantidade de palavras no banco de dados tão grande quanto um adulto aprende ao longo da vida. Para Ramscar, isso mostra que os conteúdos aprendidos não são esquecidos.
Os resultados também ajudam a explicar os problemas que pessoas mais velhas costumam ter em se lembrar dos nomes das pessoas. Segundo os autores, existe uma variedade muito maior de nomes atualmente do que há duas gerações. Essa mudança cultural aumenta a quantidade de nomes que uma pessoa aprende ao longo da vida, de forma que localizá-los na memória se torna mais difícil na idade avançada do que costumava ser – até mesmo para os computadores.
Os pesquisadores concluem que testes cognitivos diferentes são necessários para avaliar pessoas mais velhas, levando em consideração a natureza e a quantidade de informações que seu cérebro precisa processar. "O cérebro dos idosos não fica fraco. Pelo contrário, ele apenas sabe mais", afirma Ramscar.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The Myth of Cognitive Decline: Non-Linear Dynamics of Lifelong Learning

Onde foi divulgada: periódico Topics in Cognitive Science

Quem fez: Michael Ramscar, Peter Hendrix, Cyrus Shaoul, Petar Milin e Harald Baayen

Instituição: Universidade de Tubinga, na Alemanha

Resultado: Os pesquisadores concluíram que, na idade avançada, o cérebro não perde capacidade, mas apenas leva mais tempo para processar toda a informação armazenada.

Fonte: Revista Veja

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Cientistas descobrem que os dois lados do cérebro são usados na fala

A descoberta modifica a visão até então aceita pela ciência sobre a relação entre o cérebro e a fala
A descoberta modifica a visão até então aceita pela ciência sobre a relação entre o cérebro e a fala (Thinkstock)
Um novo estudo mostrou que os dois hemisférios do cérebro são utilizados para produzir a fala, e não apenas o esquerdo, como acreditavam os cientistas. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira, na revista Nature. Segundo os autores, a descoberta pode contribuir para o desenvolvimento de melhores métodos de reabilitação para problemas na fala causados por derrames ou ferimentos cerebrais.
Para isso, foram selecionados participantes com epilepsia que já utilizavam esses eletrodos como parte de seu tratamento. Durante o estudo, os voluntários deveriam ler algumas palavras sem significado (como "kig" ou "pob") enquanto tinham sua atividade cerebral analisada. A escolha desses termos foi feita para separar a fala do idioma, e analisar apenas as partes do cérebro envolvidas na produção de sons - e não na atribuição de sentido a eles. Os resultados mostraram que os dois lados do cérebro eram utilizados durante a fala, o que a caracteriza como uma atividade bilateral.
"Com mais conhecimento sobre a relação entre o cérebro e a fala, podemos desenvolver maneiras de ajudar pessoas que estão tentando recuperar danos causados por um derrame ou acidente que resulte em danos ao cérebro", afirma Bijan Pesaran, professor da Universidade de Nova York e principal autor do estudo. Segundo o pesquisador, a partir disso pode ser possível desenvolver métodos de reabilitação que não envolvam um idioma específico.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Sensory–motor transformations for speech occur bilaterally

Onde foi divulgada: periódico Nature

Quem fez: Gregory B. Cogan, Thomas Thesen, Chad Carlson, Werner Doyle, Orrin Devinsky e Bijan Pesaran

Instituição: Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, e outras

Resultado: Os pesquisadores descobriram que os dois lados do cérebro são utilizados para produzir a fala
A pesquisa foi realizada com dados obtidos por meio de eletrodos implantados no cérebro de pacientes.

Fonte: Revista Veja

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

'Bolinhas grudentas' podem impedir avanço do câncer


Células de câncer Hela | Foto: AP
Experimento causou a morte de células de câncer na corrente sanguínea
Estudos preliminares sugerem que "bolinhas grudentas" desenvolvidas por cientistas podem destruir células cancerígenas no sangue, impedindo que a doença se espalhe.
O estágio mais perigoso - e frequentemene fatal - de um tumor é a metástase, quando ele se espalha pelo corpo.
Cientistas na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, desenvolveram nanopartículas que permanecem na corrente sanguínea e matam células do câncer ao ter contato com elas.
Os resultados da pesquisa foram divulgados na publicação Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Os cientistas afirmam que o impacto do tratamento é "dramático", mas que "há muito trabalho a ser feito".
Um dos principais fatores da expectativa de vida após o diagnóstico de câncer é se o tumor se espalhou ou não.
"Cerca de 90% das mortes por câncer estão relacionadas com metástases", disse o professor Michael King, responsável pelo estudo.

Agentes

A equipe de Cornell criou nanopartículas que transportam a proteína Trail (que também significa "trilha"), que tem a capacidade de matar o câncer e já era utilizada em tratamentos experimentais, além de outras proteínas "grudentas".
Quando estas pequenas esferas eram injetadas no sangue, se agarravam aos leucócitos, ou células brancas.
Testes mostraram que na corrente sanguínea, os leucócitos "esbarravam" com as células cancerígenas que se desprendiam do tumor principal e viajavam pelo organismo.
Mas as células de câncer morriam em contato com a proteína Trail, grudada nas células brancas.
"Os dados mostram um efeito dramático: não é só uma pequena mudança no número de células de câncer", disse King à BBC.
"Os resultados na verdade são extraordinários, em sangue humano e em camundongos. Após duas horas de fluxo sanguíneo, elas (as células do tumor) desintegraram-se literalmente."
King acredita que as nanopartículas poderão ser usadas antes da cirurgia ou da radioterapia, que podem resultar em células se desprendendo do tumor principal.
O tratamento também poderia ser usado em pacientes com tumores muito agressivos, para prevenir que eles se espalhem.
No entanto, ainda é necessário realizar diversos testes de segurança em camundongos e animais maiores para que aconteça um teste clínico em humanos.
"Há muito trabalho a fazer. Ainda é preciso fazer muitas descobertas antes de que isto possa beneficiar os pacientes", afirmou King.
Até agora, os dados indicam que o sistema não tem um "efeito dominó" no sistema imunológico e não danifica outras células sanguíneas ou o revestimento dos vasos sanguíneos.

Fonte:

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Massagear gengiva do bebê alivia dor do nascimento do dente

Os sintomas são clássicos: irritação, dor e coceira na gengiva e o bebê começa a levar tudo para a boca para aliviar essa sensação. Com os dentinhos nascendo, o maior objetivo da mãe é amenizar o desconforto do filho. 

Especialistas sugerem mordedores, de preferência que possam ser colocados na geladeira, pois o gelado melhora os sintomas. “Alimentos mais consistentes como a cenoura e a maçã ajudam nesse processo, mas as mamães devem ficar atentas para que os bebês não se engasguem”, diz a odontopediatra Cristiane Allegretti. 

Segundo a dentista, fórmulas homeopáticas também trazem bons resultados com, tanto para dor quanto para irritação do bebê.

E para quem já está acostumada com as massagens para cólica, pode usar a mesma técnica nas gengivas dos pequenos. 

- Aplicando um pouco de pressão, mova o dedo para frente e para trás sobre a gengiva. 

- Caso não esteja machucando, deixe-o fechar a boca para aliviar o desconforto. 

- Lembre-se de lavar bem as mãos antes de fazer a massagem.

- Se preferir, use uma gaze umedecida em volta do dedo. 

- Uma toalha de rosto úmida é outra alternativa para massagear a gengiva do bebê. 

- Repita as massagens quantas vezes forem necessárias durante o dia.

Fonte: Terra

Pesquisadores de Cambridge dizem ter rompido barreira que protege células cancerígenas em camundongos


Douglas Fearon / Universidade de Cambridge
À esquerda, células de câncer no pâncreas aparecem em verde. Após o tratamento de seis dias (direita), elas desapareceram

Após identificarem como funciona a barreira protetora que circunda os tumores, os cientistas desenvolveram uma droga que consegue rompê-la, permitindo que o sistema imunológico do corpo mate as células cancerígenas.
Testes iniciais do tratamento - que consiste em doses do medicamento combinadas com uma substância que potencializa a ação das células de defesa do organismo - resultaram na eliminação quase total do câncer em camundongos em seis dias.
As conclusões foram divulgadas na publicação científica americana PNAS. De acordo com a Universidade de Cambridge, é a primeira vez que um resultado como esse é alcançado em pesquisas sobre o câncer de pâncreas.
Caso seja bem-sucedido, o tratamento também poderia ser usado em outros tipos de tumores sólidos - como em casos de câncer de pulmão e câncer de ovário.

O câncer de pâncreas, um dos mais letais, é a oitava causa mais comum de mortes por câncer no mundo. Ela afeta homens e mulheres igualmente e é mais frequente em pessoas com idade acima dos 60 anos.
De acordo com o levantamento mais recente do Ministério da Saúde, a doença deixou mais de 7,7 mil mortos no Brasil em 2011.

Ultrapassando o escudo
A nova pesquisa, liderada pelo professor Douglas Fearon, observou que a barreira em volta das células do câncer é formada pela proteína quimiocina CXCL12, que é produzida por células especializadas do tecido conjuntivo - responsável por unir e proteger os outros tecidos.
A proteína envolve as células do câncer e forma uma espécie de escudo contra as células T - que fazem parte do sistema de defesa do organismo.
O novo tratamento impede que as células T interajam com a proteína CXCL12. Dessa forma, o "escudo" deixa de funcionar e as células conseguem penetrar no tumor.
"Ao permitir que o corpo use suas próprias defesas para atacar o câncer, essa solução tem o potencial de melhorar muito o tratamento de tumores sólidos", disse Fearon.
De acordo com a Universidade de Cambridge, ainda não há data para testes clínicos em seres humanos.
Por apresentar poucos sintomas em seus estágios iniciais, o câncer pancreático costuma ser diagnosticado somente em estágio mais avançado. O fundador da Apple, Steve Jobs, e o ator americano Patrick Swayze estão entre as vítimas famosas da doença.

Fonte: BBC

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Vitamina E ajuda a frear avanço da demência, diz estudo

Suplementos (Arquivo/PA)
A vitamina E é encontrada em alimentos como ovos, nozes e óleos
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos sugere que uma dose diária de vitamina E pode ajudar pessoas com demência.
No estudo, os cientistas do hospital Minneapolis VA Health Care System, da cidade de Mineápolis (norte dos EUA), descobriram que pessoas que apresentavam quadros leves a moderados do Mal de Alzheimer e que tomaram altas doses de vitamina E apresentaram uma desaceleração do declínio causado pela doença em comparação às pessoas que receberam placebo.
A melhoria foi constatada em atividades do cotidiano como realizar tarefas de higiene pessoal, participar de uma conversa ou se vestir. Além de conseguir realizar essas tarefas por mais tempo, os pacientes que tomaram a vitamina precisaram de menos ajuda de cuidadores.
Por outro lado, a pesquisa não demonstrou uma melhoria ou desaceleração em um efeito crucial do Alzheimer, a perda de memória.

Grupos

O estudo, realizado por pouco mais de dois anos, envolveu 613 pacientes com Alzheimer em estágio inicial ou moderado, com em média 79 anos e em sua maioria homens.
Eles foram dividos em grupos que receberam ou uma dose diária de vitamina E, ou uma dose do remédio para demência conhecido como memantina, ou uma combinação de vitamina E e memantina, ou ainda um placebo.
Os pesquisadores descobriram que os participantes que receberam a vitamina E tinham um declínio funcional mais lento do que os que recebiam o placebo. A taxa anual de declínio de funções foi reduzida em 19%.
"Não é um milagre ou, obviamente, uma cura", disse o líder da pesquisa, Maurice Dysken. "O melhor que conseguimos neste momento é diminuir a taxa de avanço da doença."
Os resultados da pesquisa foram divulgados na publicação especializada Journal of the American Medical Association (Jama).

Consulta ao médico

Doug Brown, diretor de pesquisa e desenvolvimento da organização britânica Alzheimer Society, que dá apoio a pessoas com demência, analisou a pesquisa americana e afirmou que os tratamentos que podem ajudar as pessoas com demência a realizarem tarefas cotidianas são muito importantes para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas com o problema.
Mas, Brown acrescentou que é preciso fazer mais pesquisas para verificar se a vitamina E tem mesmo benefícios para as pessoas que sofrem com algum tipo de demência e se é seguro tomar uma dose tão alta diariamente.
"É de importância vital que as pessoas sempre procurem aconselhamento do médico antes de começar a tomar estes suplementos", disse.
"Neste caso, a dosagem de vitamina E tomada pelos participantes (da pesquisa) foi muito mais alta do que a dose diária recomendada e foi a um nível que pode ser significativamente prejudicial para alguns."
Eric Karran, diretor de pesquisas da organização britânica Alzheimer Research UK, que financia estudos sobre a demência, destaca que a nova pesquisa não indicou uma melhora na memória ou na habilidade intelectual dos pacientes que tomaram a vitamina.
Para Karran, ainda é muito cedo para recomendar a vitamina E como tratamento.
"Até que as descobertas desta pesquisa tenham sido reproduzidas, nós não aconselharemos as pessoas a tomar doses altas de suplementos de vitamina E para tentar evitar ou tratar Alzheimer."
"Se as pessoas estão preocupadas com o consumo de vitaminas ou com a dieta, elas devem consultar um médico", disse.

Fonte: BBC

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Mãe usa Internet para fazer diagnóstico de filha com síndrome rara

Amy e Jayne Hughes | Crédito: BBC
Jayne Hughes descobriu síndrome rara da filha pela Internet
A britânica Jayne Hughes passou décadas tentando descobrir a doença que acometia sua filha, Amy. Aos 22 anos, a jovem mede cerca de 1,20 metro, altura equivalente à de uma menina com menos da metade da sua idade.
Além da baixa estatura, ela também tem dificuldades na fala e apresenta sinais de demência.
Cansada dos diagnósticos inconclusivos, Jayne tomou uma decisão considerada para muitos médicos precipitada, mas que, ao final, se provou útil: buscou na Internet casos semelhantes aos de suas filhas.
Navegando na rede, ela se deparou com imagens de outras crianças com olhos profundos e feições semelhantes às da jovem.
As características sugeriam se tratar de uma doença raríssima: a síndrome de Cockayne.
"Quando eu encontrei a síndrome de Cockayne na internet, havia algumas fotos de crianças e todas se pareciam com ela", diz Jayne.
"Então eu imprimi as fotos e, quando meu pai apareceu, falei: 'Dê uma olhada nisso'. Ele perguntou quando eu havia tirado aquelas fotos de Amy e eu disse que não eram dela", conta.
"Foi naquele ponto que eu pensei: é isso, definitivamente é isso que ela tem", afirma.
Jayne brinca que apenas recentemente aprendeu os comandos de 'copiar' e 'colar', mas tem na Internet um aliado poderoso, sem o qual seu martírio não teria fim.
"Eu não conseguia descansar ou dormir, não conseguia cuidar do meu outro filho. Sem a internet, eu estaria perdida", afirma.
Agradecida pela ajuda da rede, ela decidiu criar um site chamado Amy and Friends ("Amy e amigos", em tradução livre), que apoia 1,5 mil outros jovens pelo mundo afetados pela mesma síndrome.

'Cibercondria'

Como Jayne, milhares de pessoas estão recorrendo à internet em busca de diagnósticos para transtornos e doenças.
A prática cresceu tão fortemente nos últimos anos que médicos já alertam para seus riscos, especialmente entre aqueles que, mesmo sem nenhum sintoma aparente, passam horas conectados à rede para buscar curas para doenças que não têm.
O transtorno já tem nome: cibercondria, a "hipocondria virtual", segundo psiquiatras do centro de saúde mental da fundação Imperial College Healthcare de Londres, que gerencia cinco hospitais na capital britânica.
Para o professor Peter Tyer, "quatro em cada cinco pacientes com hipocondria passam horas na Internet".
Segundo ele, a cibercondria está em alta. Uma pesquisa desenvolvida por Tyer sobre o assunto foi recentemente publicada na revista médica Lancet.
Mas há uma boa notícia: o problema pode ser tratado efetivamente com terapia.
"Uma das primeiras coisas que fazemos no tratamento é pedir para os pacientes pararem de navegar pela Internet", diz Tyrer.
"Outra coisa é sugerir que eles façam diários. Via de regra, as anotações mostram que toda vez que eles usam a Internet, a sua ansiedade aumenta".
"O problema é que a Internet contém todo o conhecimento que você precisa ter – mas não oferece nenhuma avaliação disso", acrescenta.

Reação dos médicos

É consenso que a tecnologia pode ajudar a resolver grandes problemas de saúde.
Mas a forma como ela vem sendo utilizada é motivo de preocupação da maioria dos médicos.
Christian Jessen – clínico-geral, apresentador de TV e usuário voraz da rede social Twitter – estima que dois terços de seus 30 mil tuítes foram respostas a questões sobre a saúde de usuários.
Um exemplo recente, lembra ele, foi o de uma pessoa que não conseguia marcar uma consulta médica para desobstruir seus ouvidos.
"Eu o aconselhei a usar azeite como remédio. O azeite é antibactericida, antisséptico, e tem poucas contra-indicações".
Mas Jessen prefere ser cauteloso: ele sempre retuíta a pergunta original e se recusa a dar sua opinião médica com base em fotos que as pessoas lhe enviam.
Ele considera a Internet uma forma moderna e sucinta de ajudar as pessoas.
"Quando comecei a fazer isso (responder a usuários no Twitter), houve uma reação negativa da comunidade médica. Eles alegavam que eu não devia interagir com pessoas que eu nunca vi e tampouco dar recomendações médicas."
"Mas não é diferente de você estar em uma festa, quando você anuncia que você é médico. A primeira coisa que as pessoas fazem é contar a você todo o seu histórico médico e pedir um diagnóstico. É exatamente a mesma coisa."
Ele diz, no entanto, que embora a tecnologia possa agilizar a descoberta e o tratamento de doenças, nada substitui uma consulta anual com o médico de confiança.

Perigo

Um site respeitado, Clique HealthTalkOnline, foca nas histórias dos pacientes. A página é cuidadosamente pesquisa por acadêmicos.
Nela, as pessoas falam francamente sobre suas condições especiais.
Engenheiro de formação, o professor Stuart Jessup foi recrutado por meio do Twitter para participar da empreitada.
Ele percorre a Inglaterra para aumentar a conscientização das pessoas sobre a depressão.
A professora Sue Ziebland, da Universidade de Oxford, passou 15 anos examinando como os pacientes usam a Internet, incluindo pessoas com câncer.
Segundo ela, "um dos homens que entrevistamos deixou de frequentar a biblioteca pública perto de sua casa para buscar informações sobre grupos de apoio na Internet".
"Uma das primeiras coisas que ele achou foi a página de uma associação voltada para o tipo de câncer que ele tinha. Ali, ele descobriu que sua expectativa de vida dificilmente passaria de cinco anos."
"Ele ficou tão aterrorizado que desligou o computador imediatamente."
"Nesse caso específico, a informação era correta, mas talvez não deveria estar na página principal da associação."
Depois de por muito tempo ver a Internet como uma ameaça, Ziebland diz que os médicos passaram a discutir os diagnósticos com seus pacientes durante as consultas.
No entanto, médicos alertam para os perigos de diagnósticos imprecisos na rede.

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