sexta-feira, 21 de outubro de 2011

SINDROME DE WAARDENBURG



A síndrome de Waardenburg, inicialmente descrita em 1951 pelo oftalmologista e geneticista holandês P.J. Waardenburg, é uma condição autossômica dominante, com penetrância e expressividade variáveis.
Os sinais clínicos são representados por:
  • deslocamento lateral do canto medial e do ponto lacrimal inferior (dystopia canthorum);
  • raiz nasal proeminente e alargada;
  • hiperplasia da porção medial dos supercílios;
  • mecha branca frontal;
  • heterocromia total ou parcial da íris;
  • surdez congênita.
Outras características têm sido observadas e acrescidas ao quadro clínico por outros autores, como hipopigmentação cutânea, encanecimento precoce, aspecto facial peculiar, hipoisocromia da íris e alterações pigmentares retinianas, além de associações com fendas palatinas e labiais. Os novos critérios aceitam a inexistência da dystopia canthorum, o que divide a síndrome em dois tipos, dependendo da sua presença (tipo I) ou sua ausência (tipo II).
Waardenburg calculou que a incidência da síndrome entre os portadores de surdez congênita é de aproximadamente 1,43% e de 1:42.000 entre a população geral. Novos estudos estabeleceram uma variação de incidência da síndrome de Waardenburg entre os surdos congênitos de 0,9% no estudo de Partington, 2,07% no estudo de Reed, 2,33% no estudo de Di George, e 2,8% no de Ahrendts.
A patologia auditiva específica da síndrome de Waardenburg nem sempre está bem definida. Alguns estudos relatam uma hipoplasia de cóclea, aplasia ou hipoplasia do canal semicircular posterior, vestíbulo anormal e ausência de janela oval revelada pela tomografia computadorizada de mastóides.

Publicado em: Rev. Bras. Otorrinolaringol. vol.69 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2003

 

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