sexta-feira, 12 de abril de 2013

Cientistas criam técnica que torna o cérebro transparente

Cérebro transparente
O cérebro transparente de um rato foi o primeiro a ser exibido com a tecnologia. (Howard Hughes Medical Institute/Stanford University/Reuters)
Uma equipe multidisciplinar da Universidade de Stanford, na Califórnia, desenvolveu um método para estudar o cérebro sem alterar sua forma e conexões internas, graças a um processo químico que o torna transparente, anunciou nesta quarta-feira a instituição. Até o momento, o estudo do interior do cérebro implicava seccioná-lo, com a perda consequente de sua estrutura. Graças à nova técnica, batizada Clarity, o membro pode ser estudado como uma peça inteira, sem a necessidade de fatiá-lo.

O procedimento implica na troca das bicapas lipídicas - camadas que envolvem as células cerebrais e as mantêm opacas - por moléculas de um hidrogel transparente. A substituição não afeta a estrutura do cérebro.
Com isso, a nova técnica apresenta um grande potencial para acelerar as pesquisas sobre doenças como o Alzheimer e a esquizofrenia e lançar luz sobre os neurônios vinculados à Síndrome de Down e ao autismo.
"O estudo de sistemas intactos com esse tipo de resolução molecular e em toda sua dimensão foi um objetivo não alcançado na biologia, uma meta que o Clarity começa a cumprir", explicou coordenador do estudo, Karl Deisseroth, que faz parte do departamento de bioengenharia e psiquiatria da Universidade de Stanford.
Teste em ratos — O método, divulgado nesta quarta-feira em um artigo publicado na internet pela revista Nature, foi testado fundamentalmente com cérebros de ratos, mas também passou com sucesso por experiências com peixes-zebra e amostras de cérebro humano.
Os cientistas podem penetrar nele com tecnologia tridimensional, fazer medições e utilizar produtos químicos que permitam distinguir suas estruturas internas por cores. "Nunca mais o estudo em profundidade do nosso órgão tridimensional mais importante ficará limitado por métodos bidimensionais", indicou Thomas Insel, diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos.

Fonte: Revista Veja

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