Calendário de vacinação: de acordo com a pesquisa, até os
dois anos de vida o bebê entra em contato com 315 antígenos
(Thinkstock)
No levantamento feito pelo médico Frank DeStefano e equipe foram analisados dados de 256 crianças com transtornos do espectro autista (TEA) e 752 sem a doença. Todas tinham nascido entre 1994 e 1999. Foi analisado o número máximo de antígenos que cada criança recebeu em um único dia de vacinação e também a exposição individual e cumulativa de cada criança aos antígenos das vacinas. Os antígenos são substâncias que levam o sistema imunológico a produzir anticorpos para combater doenças.
Determinou-se, então, o número total de antígenos que são dados em um único dia e no total de dois anos. Os autores descobriram que o número de antígenos das duas situações eram iguais para crianças com autismo e para aquelas sem a doença. Embora o calendário da vacinação contenha hoje mais vacinas do que o calendário do fim da década de 1990, o número máximo de antígenos a que uma criança é exposta até os dois anos é de 315 — em comparação a milhares do fim da década de 1990. Como diferentes tipos de vacina contêm diferentes quantidades de antígenos, apenas somar o número de vacinas que a criança recebe não reflete na quantia de antígenos. Um exemplo é a vacina para coqueluche. Na versão antiga, a criança chegava a produzir cerca de 3.000 anticorpos diferentes, enquanto na nova, essa produção é de apenas seis anticorpos.
O sistema imunológico de uma criança é capaz de responder a um grande número de estímulos imunológicos. Desde o nascimento, ela é exposta a centenas de vírus e a um número incontável de antígenos por meio de outras fontes que não a vacina. “A possibilidade de que essas vacinas estejam relacionadas ao desenvolvimento do autismo não tem base no que se sabe sobre a neurobiologia da doença”, dizem os autores no estudo. Em 2004, uma revisão realizada pelo Instituto de Medicina já havia concluído que não há relação causal entre as vacinas e o autismo.
Fonte: Revista Veja
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