segunda-feira, 6 de maio de 2013

Peso muito alto ou baixo ao nascer está relacionado a um maior risco de autismo


Recém-nascidos: Peso logo depois de nascer pode determinar de que forma cérebro vai se desenvolver até a adolescência, diz estudo
Autismo: pesquisadores acreditam que algo ocorre de errado durante o desenvolvimento do bebê, possivelmente com a função da placenta (Thinkstock)
Crianças que apresentam pesos extremos ao nascer – ou seja, muito maior ou muito menor do que a média — têm um risco maior de apresentar sinais de autismo ao longo da infância, indicou um novo estudo britânico. A nova pesquisa, que analisou dados de mais de 40.000 crianças, ainda concluiu que essa relação ocorre independentemente de o bebê nascer prematuramente ou depois do período normal de gestação. Os resultados do trabalho foram publicados na nova edição do periódico The American Journal of Psychiatry.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Deviance in Fetal Growth and Risk of Autism Spectrum Disorder

Onde foi divulgada: periódico The American Journal of Psychiatry

Quem fez: Kathryn Abel e equipe

Instituição: Universidade de Manchester, Grã-Bretanha

Dados de amostragem: Aproximadamente 40.000 crianças de Estocolmo

Resultado: Crianças com alto peso ao nascer (mais de 4,5 quilos) podem chegar a ter um risco 63% maior de autismo do que bebês que nascem com peso normal. Essa chance pode ser 60% mais elevada entre crianças que nasceram com peso abaixo da média, ou seja, menor do que 2,5 quilos.
Outras pesquisas já haviam apontado para a relação entre baixo peso ao nascer e um maior risco de autismo. Porém, segundo os autores desse estudo, essa é a primeira vez em que um peso maior do que a média é associado ao distúrbio.  De acordo com o trabalho, feito na Universidade de Manchester, na Grã-Bretanha, bebês que nascem com mais de 4,5 quilos, em comparação com o restante das crianças, têm um risco 63% maior de apresentar autismo. Essa chance é 60% mais elevada entre bebês que nascem com menos de 2,5 quilos.

"Nós acreditamos que esse aumento do risco de autismo associado ao crescimento anormal e extremo do feto mostra que algo ocorre de errado durante o seu desenvolvimento, possivelmente com a função da placenta", diz Kathryn Abel, coordenadora do estudo. "Qualquer coisa que provoque anomalias do desenvolvimento e do crescimento é provável que também afete o desenvolvimento do cérebro do bebê."


A pesquisa, embora tenha encontrado uma relação entre baixo ou alto peso ao nascer e uma maior prevalência de autismo, não estabeleceu uma relação de causa e efeito entre os dois fatores. Por isso, Abel acredita que mais estudos são necessários para ajudar a compreender de que forma o desenvolvimento fetal interfere nas funções cerebrais do bebê.

Fonte: Revista Veja

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