quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Aquecedor de bebê para evitar mortes de prematuros


Foto: BBC
Todos os anos, 20 milhões de bebês nascem prematuros.
Empresas na Índia estão desenvolvendo tecnologias baratas para reduzir a morte de prematuros no país, que tem a maior taxa de mortalidade de bebês que nascem antes das 37 semanas de gravidez.
Para tentar reverter os índices de mortalidade de bebês prematuros na Índia, a multinacional americana GE e o Instituto de Design de Stanford desenvolveram incubadoras de baixo custo que estão salvando vidas.
A cada ano no mundo, mais de 20 milhões de bebês nascem prematuros ou com baixo peso, e estima-se que 450 morram a cada hora.
No entanto, muitas dessas mortes poderiam ser evitadas simplesmente se os bebês fossem mantidos aquecidos.
"O choro de um bebê recém-nascido pode ser ouvido facilmente fora do quarto, no meio do corredor. Mas o do meu bebê, não. Ele só consegue choramingar", diz Jayalakshmi Devi.
Em pé do lado de fora da UTI neonatal, ela olha para a caixa de vidro onde está seu bebê.
Nascido prematuro, ele pesa menos de meio quilo e tem apenas 40% de chances de sobreviver.
Jayalakshmi já perdeu dois bebês e não queria correr o risco novamente. Após dar à luz em um centro de saúde em uma área rural fora de Bangalore, ela trouxe seu bebê para um hospital público da cidade.
A temperatura corporal dos bebês cai imediatamente depois que eles saem do útero, então é importante evitar que percam calor, agasalhando-os. Mas isso é mais difícil de ser feito no caso de bebês prematuros, pois como eles têm pouquíssima gordura corporal, não é fácil regular a temperatura.
Para sobreviver, eles precisam ficar em incubadoras, um equipamento que custa caro para os hospitais públicos.

Aquecedor de bebê


O Embrace é capaz de manter a temperatura do bebê por 6 horas sem recarga de energia
Desenvolvido pela GE em Bangalore, em 2009, o "baby warmer" (aquecedor de bebês) custa US$3 mil (cerca de R$ 7,5 mil) na Índia, 70% mais barato do que os modelos tradicionais.
A máquina é muito simples de operar, tornando-a acessível a profissionais de saúde em zonas rurais. A incubadora também consome menos energia, reduzindo gastos com eletricidade de hospitais e clínicas.
O diretor da divisão de sáude da GE, Ravi Kaushik, diz que a Índia é o centro de inovação ideal para produtos como este, porque 70% da população vivem em áreas rurais, 30% estão nas cidades e de uma ponta a outra há uma grande variedade de classes sociais.
"Então é possível ver hospitais com padrões de primeiro mundo, com equipamentos americanos e europeus. Mas, ao mesmo tempo, existe a grande população rural com outros tipos de necessidades", diz Kaushik.
Apesar de a técnica da GE ser ideal para centros de saúde com orçamento apertado, ainda precisa de eletricidade para funcionar.
Na base da pirâmide social da Índia, muitas mulheres dão à luz em vilarejos remotos com pouco acesso a atendimento de saúde e eletricidade.

Abraço

Para conseguir manter seus bebês aquecidos, as mães os embalam em camadas de tecido, além de tentarem outras técnicas tradicionais, como bolsas de água quente. Muitos não sobrevivem.
Mas agora um saco de bebê produzido a baixo custo está salvando muitas vidas. O Embrace (Abraçar) surgiu de um projeto idealizado por quatro estudantes de graduação do Insituto de Design da Universidade de Stanford, na Califórnia, em 2007.
Usando princípios da física eles utilizaram uma substância com consistência da cera que ao se solificar após ser derretida, mantem a temperatura desejada de 37 graus durante seis horas.
O produto final se assemelha ao um saco de dormir durável e fácil de transportar. Requer apenas 30 minutos de eletricidade para ser aquecido por meio de um aquecedor portátil que vem na embalagem.
Mais importante, permite o contato com o corpo da mãe, o que não ocorre com as incubadoras tradicionais.
O Embrace é produzido a um custo de US$200, é reutilizvel e é doado em comunidades pobres da Índia.
Acredita-se que a invenção tenha ajudado a salvar mais de 22 mil crianças prematuras ou que nasceram com baixo peso.
A organização por trás do projeto também criou programas educacionais para orientar populações pobres sobre como agir em casos de hipotermia.
"Nós esperamos que o acesso crescente a tecnologia e educação seja suficientes para alcançarmos nosso principal objetivo: que toda mulher e criança possam ter a chance de ter uma vida saudável".

Fonte:BBC

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