O mal de Alzheimer afeta 13% das pessoas com
mais de 65 anos no mundo e até 50% dos idosos com mais de 85 anos.
Especialistas estimam que, conforme as populações dos países ricos
envelhecerem, o número de afetados no mundo deve dobrar
Um grupo internacional de cientistas anunciou neste domingo (03) a descoberta de cinco genes relacionados ao início do mal de Alzheimer,
dobrando o número de variantes genéticas conhecidas que favorecem o
surgimento da forma mais comum da doença. A descoberta, publicada no
jornal Nature Genetics, pode fornecer pistas para as causas da complexa e
incurável enfermidade, além de ajudar os médicos a prever casos de
maior risco, segundo os cientistas.
No maior dos estudos realizados até o momento, cerca de 300
cientistas de dois consórcios sequenciaram os genomas de 54 mil pessoas -
algumas afetadas pela enfermidade, outras não - para trazer à tona as
novas variações genéticas identificadas. Os dois projetos começaram
independentemente, mas depois trocaram seus dados, permitindo que cada
grupo confirmasse as descobertas gerais.
Segundo o principal idealizador de um dos estudos, o pesquisador Gerard Schellenberg,
da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, "antes dessas
pesquisas, havia cinco genes de 'início tardio' aceitos". Por e-mail,
ele disse que "agora, há mais cinco: MS4A, ABCA7, CD33, EPHA1 e CD2AP".
Cerca de 90% dos casos de Alzheimer são os chamados de "início tardio",
isto é, que afetam pessoas com mais de 65 anos. A probabilidade de
desenvolvimento dessa forma da doença dobra a cada cinco anos.
Schellenberg explicou que a identificação das partes do DNA
que contribuem para o mal de Alzheimer aumenta "nosso entendimento do
papel da hereditariedade neste início", acrescentando que outros genes
certamente ainda terão de ser descobertos. Mas Schellenberg disse que a
maior contribuição será na compreensão dos mecanismos por trás das
causas do Alzheimer. "Esses genes destacam novos caminhos essenciais
para o processo da doença."
O último objetivo, segundo Schellenberg, é criar medicamentos que
possam interromper ou até evitar o progresso da doença. Para isso,
"biólogos moleculares que trabalham nos mecanismos da doença agora
precisam descobrir exatamente como esses genes se ligam
ao processo do Alzheimer". Os tratamentos atuais são apenas
"marginalmente eficientes" ao mascarar sintomas ou desacelerar o avanço
inevitável da enfermidade, de acordo com Schellenberg.
O mal de Alzheimer afeta 13% das pessoas com mais de 65 anos no mundo
e até 50% dos idosos com mais de 85 anos. Especialistas estimam que,
conforme as populações dos países ricos envelhecerem, o número de
afetados no mundo deve dobrar para mais de 65 milhões até 2030. As
informações são da Dow Jones.
http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?tl=1&id=1112477&tit=Cientistas-descobrem-5-genes-relacionados-ao-Alzheimer
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