segunda-feira, 4 de junho de 2012

Computadores que aprendem sozinhos

Divulgação / Watson, da IBM, participa do Jeopardy!, um jogo de perguntas e respostas da tevê americana  
Watson, da IBM, participa do Jeopardy!, um jogo de perguntas e respostas da tevê americana
Sistemas cognitivos

Empresas apostam em máquinas e softwares inteligentes, capazes de processar enormes quantidades de informação

A era dos chips acabou. A sociedade vive agora a transição para uma nova etapa do desenvolvimento científico e tecnológico, guiada pela criação de máquinas e softwares inteligentes. A análise é do vice-presidente de inovação da IBM, Bernard Meyerson, físico que já depositou mais de 40 patentes e coordena 40 centros de pesquisa pelo mundo.
Ele prevê que em três gerações circuitos integrados em escala atômica já tenham se popularizado. Segundo Meyerson, a indústria está se voltando para os sistemas cognitivos, capazes de processar enormes quantidades de informação e entregar resultados precisos. “Hoje há dados sobre quase tudo e temos de usá-los para enfrentar questões como desperdício de alimento.”
Os novos dispositivos também podem ajudar a planejar a dinâmica de grandes cidades. No Rio de Janeiro, por exemplo, a IBM tem contrato com a prefeitura para mapear o clima e as áreas com risco de deslizamento de terra. O objetivo é aperfeiçoar os sistemas de alertas de tempestades e a distribuição dos equipamentos públicos de emergência.
Garoto-propaganda.
A vitrine da empresa é o Watson, um supercomputador capaz de interagir com humanos. Ele entende nossa linguagem, mesmo quando expressamos ambiguidade ou formulamos frases em tons diferentes.
Watson ficou conhecido em fevereiro do ano passado ao ganhar o famoso jogo de perguntas e respostas da TV americana Jeopardy!. Deixou para trás Brad Rutter, competidor que mais ganhou dinheiro no programa, e Ken Jennings, que detém o recorde de número de vitórias (74). Em 1997, outro supercomputador da IBM, o Deep Blue, ficou conhecido por derrotar o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov.
No jogo, Watson não estava conectado à internet. Usou sua memória e capacidade de processamento para responder às perguntas em frações de segundos. Antes, os programadores tinham gravado 200 milhões de páginas de conteúdo na máquina e aplicado milhares de testes para treiná-la. “É um sistema que aprende sozinho e dá respostas diferentes à mesma pergunta”, diz Sal Vella, vice-presidente de arquitetura e tecnologia da IBM.
Em março um irmão gêmeo do Watson foi instalado no tradicional centro de estudos sobre câncer Sloan-Kettering, em Nova York. O computador está recebendo cópias de todos os jornais médicos já produzidos no mundo, além de registros clínicos (com permissão de pacientes). Quando terminar a “residência”, Watson vai ajudar médicos no diagnóstico e no tratamento de doentes. “Quando competiu em Jeopardy!, Watson dava a resposta sem saber a pergunta. Mas num hospital ele precisa justificar a decisão de recomendar tratamento ‘a’ e não ‘b’”, diz Vella.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/tecnologia/conteudo.phtml?tl=1&id=1261772&tit=Computadores-que-aprendem-sozinhos

Nenhum comentário:

Postar um comentário