sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Doação de Medula Óssea - Vontade de sobra para salvar vidas




Uma chance em 100 mil. Essa é a probabilidade de uma pessoa com leucemia, linfoma, alguns tipos de anemia ou outras doenças hematológicas graves encontrar um doador compatível de medula óssea. Com isso, o transplante, essencial para salvar a vida de pacientes com esses problemas de saúde, depende – e muito – da boa vontade de desconhecidos que decidem se cadastrar como doadores. “Entre os familiares, a compatibilidade é de apenas 25%, então é muito importante que a população realize o cadastro e dê esperança a esses pacientes”, diz a médica hematologista do Hospital Nossa Senhora das Graças Larissa Alessandra Medeiros.

Quer mais um bom motivo para se tornar doador? Como o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, cadastro brasileiro que reúne os doadores, é integrado internacionalmente, sua medula pode ajudar alguém em qualquer lugar do Brasil ou do mundo.

Além de se cadastrar, é importante que o doador esteja consciente e certo de que, quando for chamado a doar, será mantida a disposição para o ato. “Ainda existem desistências no meio do processo. É uma vida que está em jogo e é preciso respeitá-la”, alerta a pedagoga do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná Cristina Richter.

A seguir, você vê o passo a passo do transplante e os mitos mais comuns associados à doação de medula óssea:

Cadastro simples

Tornar-se doador é simples: você deve procurar o banco de sangue mais próximo de casa e manifestar a vontade de ser doador. Não é preciso estar em jejum, mas você deve ter em mãos um documento com foto (pode ser carteira de identidade, motorista ou trabalho ou passaporte) e fazer seu cadastro fornecendo dados pessoais, endereço residencial, telefone, e-mail e indicação de duas pessoas que possam servir de referência caso você não seja encontrado. São esses dados que vão ajudar a equipe do Instituto Nacional do Câncer (Inca) a entrar em contato o mais rapidamente possível se você for compatível com algum receptor.

Coleta de sangue

Feito o cadastro, é preciso assinar um termo de consentimento para realização do exame de compatibilidade genética. Depois, você é encaminhado para uma sala especial onde é feita a coleta de 5 ml de sangue. O processo não dura mais que cinco minutos. Se você é doador de sangue, esse material pode ser coletado e separado no momento da doação. Seu cadastro e o resultado dos exames são encaminhados para o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), cadastro nacional que reúne os doadores e é coordenado pelo Inca, no Rio de Janeiro.

Cruzamento de dados

Suas informações vão ficar armazenadas no banco do Redome até que você complete 60 anos. Você só vai ser avisado quando o sistema identificar, após o cruzamento de dados entre o Redome e o Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme) – banco que concentra os dados de pacientes que precisam de um transplante de medula óssea cadastrados por médicos em todo o Brasil – que há a possibilidade de você ser compatível com algum receptor. Nesse caso, uma equipe do Inca entra em contato, garante seu consentimento e marca uma nova sessão de exames de compatibilidade. Mesmo cadastrado, não há a obrigação de doar e a pessoa pode se recusar a fazer os exames, caso mude de ideia.

Transplante

Comprovada a compatibilidade, a pessoa é encaminhada para exames clínicos e faz uma entrevista com um médico, na qual tira dúvidas e responde perguntas sobre seu estado de saúde e histórico de doenças. Caso seja aprovada, é marcado o transplante. O procedimento dura no máximo 3 horas, pode ser feito com anestesia peridural ou geral e consiste na retirada de 600 ml a 700 ml da medula óssea do doador (tecido gelatinoso localizado nos ossos da bacia). Não há cortes, o material é aspirado por agulhas de apenas 3 mm, não gera problemas de saúde para quem doa e só exige internação de um dia no hospital. No máximo, você vai sentir um desconforto na região lombar por três dias, o afastamento do trabalho dura entre cinco e sete dias e, em duas semanas, a medula volta ao volume normal.

Veja onde tornar-se um doador em Curitiba:

- Biobanco do HC/UFPR
Quando: de segunda a sexta, das 7h30 às 18 h; e aos sábados, das 7h30 às 12h30.

Endereço: Av. Agostinho Leão Junior, 108, Alto da Glória.

Informações: (41) 3360-1875.

- Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná

Quando: de segunda a sexta, das 8 às 17 h.

Endereço: Travessa João Prosdócimo, 145, Alto da XV.

Informações: 0800-645-4555.

- Hemobanco

Quando: de segunda a sexta, 8h às 18h.

Endereço: Rua Capitão Souza Franco, 290, Batel.

Informações: (41) 3023-5545.

- Hospital Erasto Gaertner

Quando: de segunda a sexta, das 9 às 17h30.

Onde: Rua Dr.Ovande do Amaral, 201, Jardim das Américas.

Informações: (41) 3361-5038.

- Santa Casa de Curitiba

Quando: de segunda a sexta, das 8 às 12 h, e das 14 às 18 h; e aos sábados, das 8 às 12 h.

Endereço: Praça Rui Barbosa, 694, Centro.

Informações: (41) 3322-2387.


Fontes: Cristina Richter, pedagoga do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar); Larissa Alessandra Medeiros, hematologista do Hospital Nossa Senhora das Graças; e Neusa Trento Soffiatti, enfermeira coordenadora do serviço de doadores voluntários de medula óssea do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC/UFPR).

Publicado originalmente em: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1304225&tit=Vontade-de-sobra-para-salvar-vidas

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