domingo, 29 de abril de 2012

O Desenvolvimento de um Prematuro na UTI neonatal



sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Bebê de Risco

A neonatologia, embora não tenha sido a única, foi certamente, uma das áreas que mostrou um extraordinário progresso tecnológico e científico nos últimos anos . Bebês cada vez mais imaturos ou muito doentes têm se beneficiado desse progresso e, dessa forma, têm aumentado a sobrevida do grupo. A preocupação agora é com a qualidade de vida, ou seja, sobrevida mas sem sequelas , isto é, sem lesões decorrentes das complicações do período neonatal. Afinal, são bebês que nasceram com um ou mais problemas , como: pouco peso (menos de 1,5kg); pouco peso para o tempo de gestação; menos de 32 semanas gestacionais ; de mães diabéticas e descompensadas metabolicamente; asfixia ao nascer; graves doenças infecciosas ; não choraram logo após o nascimento ou tiveram icterícia muitoacentuada.
Muitas dessas complicações deixam lesões que necessitam ser prontamente identificadas , para uma adequada intervenção. Do contrário, poderão originar novas lesões . Para tratar eventuais lesões já presentes e evitar novas complicações , será necess ário seguir um programa de atenção à saúde diferente do de outras crianças que não tiveram esses problemas .
Esse programa exigirá uma equipe multiprofissional que, tendo à frente o Pediatra, como coordenador, incluirá muitos outros profissionais : neuropediatras , foniatras , otorrinolaringologistas , oftalmologistas , ortopedistas , fonoaudiólogos , psicólogos , assistentes sociais , fisioterapeutas , etc. Não se assuste se o seu bebê, tendo sido de risco por apresentar uma das condições citadas , tiver que consultar vários outros profissionais a pedido de seu Pediatra. Certamente ele estará seguindo um programação especial. Aliás , grandes centros hospitalares , em geral serviços universitários , já dispõem de clínicas especializadas para este seguimento. É o que se chama follow-up do bebê de risco. Mas o mesmo seguimento poderá ser feito no consultório privado de seu Pediatra. Nesse caso, ele seguirá normas especiais de atendimento e solicitará consultas em outras especialidades , da mesma forma como são realizados os atendimentos naquelas clínicas especializadas . A única diferença poderá ser a descentralização dos atendimentos , mas , no final, o resultado será o mesmo. O importante é que o bebê de risco tenha o atendimento correto para a sua condição, que, aliás , é bastante diferente do atendimento que deve ser dispensado ao bebê que não foi de risco.

Por: Dr. Mário Santoro Jr.
Publicado originalmente em: http://www.brasilmedicina.com.br/especial/pedi_t2s1.asp