Ao alterar a expressão de gene alterado, pesquisadores foram capazes de fazer com que animais com tipo de surdez congênita voltassem a ouvir
O estudo, coordenado pela pesquisadora Michelle Hastings, trabalhou com um gene chamado USH1C, responsável por controlar a ação da proteína harmonina. Essa proteína exerce um papel importante na produção de células do ouvido interno que respondem a ondas de som e enviam sinais elétricos ao cérebro. Uma mutação no gene USH1C altera a expressão dessa proteína e pode desencadear o tipo 1 da síndrome de Usher, uma forma de surdez hereditária que costuma ser acompanhada de cegueira.
Injeção - O que a equipe de Hastings fez foi injetar, em camundongos recém-nascidos geneticamente modificados para ter a mutação no gene USH1C, uma fibra muito pequena de material genético (oligonucleotídeo antisense) capaz de desativar uma versão defeituosa desse gene. Com isso, a expressão do USH1C foi "corrigida" e ele passou a produzir células normais do ouvido interno. Segundo os resultados, uma única injeção conseguiu restaurar parcialmente a audição dos animais e também diminuiu os movimentos de cabeça que ocorrem pelo fato de a síndrome prejudicar o equilíbrio.
"Estes efeitos foram mantidos por alguns meses, fornecendo evidências de que a surdez congênita pode ser efetivamente superada com tratamento precoce para corrigir a expressão genética", escreveram os autores no artigo. “A nossa descoberta abre uma possibilidade para a criação de uma droga feita a partir de oligonucleotídeo antisense”, diz Jennifer Lentz, que também participou do estudo.
Fonte:Revista Veja
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