terça-feira, 29 de setembro de 2015

O Milagre da 28ª Semana


Kelly de Moraes Grolla e Fernando Luso Barreiros Neto: "Tive medo de machucá-los"
Kelly de Moraes Grolla e Fernando Luso Barreiros Neto:
 "Tive medo de machucá-los"(Paulo Vitale/VEJA)
O parto chega ao fim. A mãe ainda não pode acolher o filho nos braços. O bebê é carinhosamente levado para um canto da sala e cercado por médicos que o examinam velozmente. Os profissionais registram uma queda brusca de temperatura no organismo da criança. A pele fininha, com vasos quase expostos, e a escassa gordura do corpo não armazenam o calor a contento. O processo tem de ser drasticamente interrompido. O bebê é envolto em um saco de plástico fino, feito de polietileno, para frear a perda calórica. Incapaz de respirar sozinho, recebe suporte de oxigênio por meio de uma cânula que entra na boca, passa pela garganta e vai até os pulmões. Ele é acomodado sobre um colchão térmico. A cabecinha é protegida com uma touca de lã. A mãe o vê sair. Ele é levado para a UTI do hospital, onde permanecerá por no mínimo dois meses, tempo necessário para que os órgãos amadureçam e se fortaleçam com a ajuda de aparelhos. O sistema digestivo do corpinho frágil não consegue digerir alimentos, tampouco o leite materno é aceito com naturalidade. As paredes das artérias do cérebro são tão finas que podem se romper a qualquer instante. Os rins têm pouca capacidade de filtrar o sangue.​


A evolução na taxa de sobrevivência sem sequelas dos chamados prematuros extremos, aqueles que precisam de mais cuidados ao nascer. Os pesos e as alturas representam uma média - Fonte: Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos
A evolução na taxa de sobrevivência sem sequelas dos chamados prematuros extremos, aqueles que precisam de mais cuidados ao nascer. Os pesos e as alturas representam uma média - Fonte: Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos(VEJA.com/VEJA)

​Assim correm os primeiros minutos da vida de um bebê nascido com 28 semanas de gravidez, apenas 1 quilo e 29 centímetros de comprimento. Hoje, seis a cada dez crianças com medidas assim, tão diminutas, conseguem sobreviver sem nenhum tipo de sequela. "Houve espetacular avanço, um dos mais fascinantes da medicina", diz Suely Dornellas do Nascimento, pediatra neonatologista do Hospital Santa Joana, em São Paulo. Há duas décadas, apenas quatro venciam a dramática travessia inaugural. No patamar das 28 semanas deu-se o grande salto estatístico. Mesmo em bebês ainda mais prematuros, de 25 semanas, celebra-se alguma conquista - de 18% de sobreviventes sem danos posteriores, taxa registrada em 1997, saltou-se para 22% agora. Crescidos, esses bebês levarão vida igual à dos nascidos a termo, de 38 a 42 semanas, com 3 quilos e os órgãos completamente desenvolvidos. A animadora informação faz parte do maior estudo já realizado sobre a prematuridade, recém-publicado na revista científica The Journal of the American Medical Association (Jama). Conduzido pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), o trabalho avaliou 35 000 bebês nascidos antes do tempo ao longo de dezenove anos. É um marco.
Extraordinárias inovações da medicina neonatal permitiram que vidas começassem mais cedo - como a criação do teste de Apgar (do nome da médica americana Virginia Apgar), que, em 1950, estabeleceu critérios para definir os sinais vitais de um recém-­nascido. Ela também propunha que outro médico cuidasse exclusivamente da saúde da criança. A presença de especialistas na sala de parto permitiu uma melhora na saúde do bebê ao nascer. Já mais recentemente, em 2011, autorizaram-se procedimentos cirúrgicos ainda no ventre da mãe. Na neonatologia, contudo, a tecnologia anda de mãos dadas com a delicadeza do contato materno e, em menor grau, também do paterno. Valoriza-se tanto o uso de cateteres, sondas e eletrodos, garantia de bom funcionamento das funções vitais, quanto o colo dos pais e uma UTI com iluminação reduzida de modo a acalmar os pequenos pacientes.

Fonte: 

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Paraplégico caminha quatro metros com ajuda de 'leitor' da mente

Em estudo americano, homem conseguiu andar com apoio após 'treinar' manipulação de movimentos à distância com videogame.

 Em estudo preliminar, paciente andou cerca de 4m, com apoio  (Foto: PA)Em estudo preliminar, paciente andou cerca de 4m, com apoio (Foto: PA)
Um homem com paralisia conseguiu recuperar parte do controle sobre as pernas e caminhar com apoio usando um aparelho que "lê" o cérebro, de acordo com cientistas.
Depois de capturadas, as ondas cerebrais do paciente foram interpretadas por um computador, que então enviou estimulação elétrica aos músculos de sua perna.
No estudo, feito nos Estados Unidos e publicado no Journal of Neuroengineering and Rehabilitation, o homem conseguiu andar um pouco menos do que quatro metros, com ajuda de um andador ortopédico.
Especialistas elogiaram o trabalho preliminar, mas afirmaram que, para que a pessoa possa andar de forma independente, ainda é preciso descobrir como ela poderia manter o equilíbrio.
Uma lesão na medula geralmente impede a transmissão de mensagens do cérebro para o resto do corpo. Mas, em princípio, o cérebro continua sendo capaz de criar essas mensagens, assim como as pernas ainda estão aptas a recebê-las.
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia usaram um sistema para conectar o cérebro do paciente ao computador e, com isso, transpor a lesão do homem, que havia perdido o movimento das pernas há cinco anos.
 Treinamento inicial consistia em controlar avatar em computador  (Foto: PA)Treinamento inicial consistia em controlar avatar em computador (Foto: PA)
Eles usaram uma touca de eletroencefalograma para ler a atividade cerebral do homem. Este tinha sido treinado a controlar um avatar em um jogo de computador.
'Estudo interessante'
Após esta fase, foram colocados eletrodos nos músculos de sua perna e o paciente começou a treinar a execução de movimentos.
"Mostramos que é possível restaurar o andar intuitivo, controlado pelo cérebro, após uma lesão completa na medula", disse um dos pesquisadores, Dr. An Do.
"Esse sistema não invasivo para estimular músculos da perna é um método promissor e um avanço em relação aos sistemas atuais de controle pelo cérebro, que usam realidade virtual e exoesqueletos robóticos."
Já Mark Bacon, da entidade Spinal Research, disse à BBC que este é um "estudo em estágio inicial interessante".
"É interessante porque ele se afasta do campo da realidade virtual ao ativar músculos de membros inferiores em um padrão de caminhada."
"Quanto a isso, houve sucesso. Mas caminhar de forma independente ainda está longe, até porque a questão de manter o equilíbrio não foi abordada."
 Segundo pesquisadores, ainda é preciso resolver questão do equilíbrio  (Foto: PA)Segundo pesquisadores, ainda é preciso resolver questão do equilíbrio (Foto: PA)
Fonte: BBC

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Toxina produzida por vespa brasileira mata célular de câncer

O veneno de uma vespa brasileira, a Polybia paulista, contém uma poderosa toxina que mata 
células de câncer, sem danificar células saudáveis. Agora, um grupo de cientistas da Universidade 
Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de Leeds, na Inglaterra, descobriu exatamente 
como a toxina, chamada MP1, consegue abrir buracos exclusivamente nas células cancerosas, 
destruindo-as.
Sabotagem
O estudo, publicado ontem, na revista científica Biophysical Journal, poderá inspirar a 
criação de uma classe inédita de drogas contra o câncer, segundo os cientistas. De acordo 
com um dos autores do estudo, Paul Beales, da universidade inglesa, a toxina MP1 não 
afeta as células normais, mas interage com lipídios - moléculas de gordura - que 
estão distribuídos de forma anômala apenas na superfície das células de câncer.
Ao entrar em contato com a membrana dessas células cancerígenas, a toxina provoca uma 
espécie de sabotagem, abrindo buracos por onde escapam moléculas essenciais para funcionamento

Fonte:http://www.parana-online.com.br/canal/inovacao/news/903021/?noticia=TOXINA+PRODUZIDA+POR+VESPA+BRASILEIRA+MATA+CELULAR+DE+CANCER, 
acesso em 02/09/2015

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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

7 perguntas e respostas sobre o refluxo gastroesofágico em bebês




  • Getty Images
    O fato do bebê regurgitar após a mamada não quer dizer que ele tem uma doença
    O fato do bebê regurgitar após a mamada não quer dizer que ele tem uma doenç
Basta que o ciclo de mamar e, logo em seguida, regurgitar se repita por algumas vezes para os pais pensarem que o bebê está com refluxo. Mas é preciso entender que a volta do leite é algo comum nos bebês —cerca de 50% deles vomitam mais de três vezes por dia— e, na maioria das vezes, não é considerado uma doença, mas, sim, uma condição fisiológica da criança que tende a passar com o tempo.
"Se o vômito não vem acompanhado de dores, perda de peso, dificuldade para dormir e choro constante, trata-se do que chamamos de refluxo gastroesofágico fisiológico. Uma condição transitória que não é caracterizada como doença", explica Cristina Helena Targa Ferreira, presidente do Departamento de Gatroenterologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
A seguir, especialistas respondem a sete perguntas sobre o assunto:

1 - Por que é comum o bebê vomitar?

A alimentação predominantemente líquida e a posição deitada na maior parte do tempo são alguns dos fatores que colaboram para a regurgitação. O fato de o esfíncter inferior do esôfago, uma válvula que impede o retorno do conteúdo do estômago para o primeiro órgão, ainda não estar bem desenvolvido também contribui para a volta do leite.

2 - Quando o refluxo deixa de ser uma condição normal e passa a ser tratada como doença?

Os médicos passam a investigar se o refluxo fisiológico evoluiu para a doença do refluxo gastroesofágico quando o bebê apresenta outros sintomas além da regurgitação, como choro constante, irritabilidade, baixo ganho de peso e recusa de alimentos. "Mas o choro também é uma queixa comum em crianças sem a doença, sendo muitas vezes apenas parte do processo de adaptação ao ambiente fora do útero. A perda de peso também pode ter outras causas", diz Elizabet Vilar Guimarães, gastropediatra e professora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

3 - Até que idade é comum o bebê ter refluxo?

O refluxo gastroesofágico fisiológico –que não é considerado doença— pode ocorrer desde o nascimento e ir aumentando a frequência até os cinco meses. Nessa idade, existem bebês que regurgitam após todas as mamadas. A partir do quinto ou sexto mês, as regurgitações vão diminuindo e tendem a desaparecer quando a criança completa um ano. "À medida que ela permanece mais tempo em pé, o sistema digestivo evolui e ela passa a comer mais alimentos sólidos, o que faz com que o refluxo tenda a diminuir", afirma a presidente do Departamento de Gatroenterologia da SBP.

4 - Refluxo pode ser evitado?

Não há uma maneira de evitar o refluxo, mas, sim, minimizá-lo. Para isso, os especialistas dão algumas dicas como:

- Não alimentar o bebê deitado;
- Após a mamada, deixá-lo no colo, ereto, de 20 a 30 minutos. A medida favorece o esvaziamento gástrico, diminuindo a quantidade de leite no estômago;
- Evitar a troca de fralda logo após as mamadas;
- Evitar que o bebê permaneça em ambientes com fumantes;
- Fracionar as mamadas, ou seja, oferecer leite mais vezes, porém em quantidades menores;
- Elevar a cabeceira do berço até formar um ângulo de 30 graus.

5 - Existem exames que identificam a doença do refluxo?

Os médicos dizem que não existe um exame específico que indique a doença do refluxo. Portanto, a avaliação clínica é a mais indicada para constatar o problema. "Se houver necessidade de investigar, a avaliação solicitada vai depender dos sintomas apresentados pelo bebê", diz Ana Cristina Fontenele Soares, pediatria e gastroenterologista do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo. Entre os exames podem ser solicitados a pHmetria esofágica (feita por meio da introdução de uma sonda na narina da criança) e a endoscopia digestiva alta. "Quando se quer afastar alterações anatômicas ou se tem um quadro de pneumonias de repetição, são solicitados outros exames mais específicos", afirma Ana Cristina.

6 - Existem remédios para a doença do refluxo?

Segundo a gastropediatra Ana Cristina, não existe uma medicação que possa fazer o bebê parar de regurgitar. "Os remédios indicados vão atuar em outros sintomas, como a irritabilidade, a dor e a recusa alimentar, que são decorrentes da doença do refluxo gastroesofágico", afirma.

7 - Refluxo pode causar outras doenças, como pneumonia, tosse ou sinusite?

A doença do refluxo gastroesofágico pode estar relacionada a algumas doenças, como a asma grave e persistente e em adultos, com a tosse crônica. Quanto a outras doenças como pneumonia, sinusite, chiado no peito e tosse não existe um consenso de que possam estar relacionadas com o refluxo gastroesofágico.

Fonte:
Cintia Baio
Do UOL, em São Paulo

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Memória musical é preservada em pessoas com Alzheimer

Idosa ouvindo música
Recordações musicais podem se manter intactas em pessoas com Alzheimer (Istock/Getty Images)
Um estudo realizado por neurocientistas do Instituto Max Planck de Neurociência e Cognição Humana em Leipzig, na Alemanha, revelou que pessoas com Alzheimer podem guardar recordações musicais. O estudo, publicado na edição deste mês da revista científica Brain, mostrou que as lembranças associadas à musica são armazenadas em regiões cerebrais distintas daquelas que guardam as demais lembranças -- que são esquecidas com o avanço da doença. A descoberta sugere que quando o cérebro ouve música, ele desencadeia um processo diferente para recordá-la, em comparação a outras atividades.
Para realizar o experimento, os cientistas utilizaram imagens de ressonância magnética funcional para analisar a atividade cerebral de 30 pessoas saudáveis enquanto ouviam uma seleção musical da década de 70 - algumas mais populares e outras nem tanto.
Os pesquisadores então perceberam que as regiões cerebrais ativadas para que as pessoas se recordassem das músicas - o giro cingulado anterior, na zona média do cérebro, e a região motora pré-suplementar, no lobo frontal -- eram diferentes das regiões responsáveis pelas memórias associadas às emoções, experiências pessoais que aconteceram ao longo da vida, conhecimentos adquiridos, entre outras.
Os resultados da pesquisam podem esclarecer por que a terapia com música é uma das mais eficazes para tratar a doença durante seu desenvolvimento. Estima-se que 35 milhões de pessoas têm Alzheimer no mundo. No Brasil, são 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer.
Fonte: Revista Veja

terça-feira, 31 de março de 2015

Novos óculos fazem daltônicos enxergarem todas as cores

A capacidade de ver cores está ligada a células da retina, que absorvem luz em diferentes comprimentos de onda



Novos óculos especiais farão pessoas daltônicas verem todas as cores pela primeira vez. A fabricante de tintas americana Valspar desenvolveu o objeto em parceria com a EnChroma, empresa que pesquisa a percepção de cores.
A capacidade de ver cores está ligada a células da retina, que absorvem luz em diferentes comprimentos de onda e emitem impulsos nervosos a partir das informações recebidas. É dessa forma que o cérebro "enxerga" as cores. Existem três tipos dessa células: um absorve luz vermelha, outro verde e outro azul. Em pessoas daltônicas essas células não funcionam de forma adequada e acabam absorvendo luz de outras cores além daquelas que deveriam captar, o que faz com que eles diferenciem menos cores.
As lentes dos óculos ajudam a separar as cores para que sejam captadas corretamente pelos olhos. O fabricante afirma que pessoas com visão normal podem utilizá-lo para dar mais intensidade aos tons. Os óculos, disponíveis em vários modelos, custam em média 400 dólares e podem ser comprados pelo site da EnChroma, que envia o produto para diversas localidades, inclusive o Brasil.

Fonte Resultado de imagem para revista veja logotipo

quinta-feira, 12 de março de 2015

Música alta pode levar um bilhão de jovens a surdez; saiba como se proteger

Crédito: OMS


O barulho está por toda a parte. Mas a epidemia de ruído dos dias atuais acontece, no entanto, em silêncio. Mais especificamente dentro dos fones de ouvido.
Ninguém está a salvo dela, mas o problema, que já se tornou crônico, afeta particularmente os jovens.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que 1,1 bilhão de jovens em todo o mundo correm risco de sofrer perda auditiva devido à exposição ao barulho causada por seus hábitos diários.
Nos países desenvolvidos, a situação é tão grave que, de acordo com estimativas, mais de 43 milhões de pessoas, entre 12 e 35 anos, já sofrem de surdez incapacitante.
Em um relatório publicado por ocasião do Dia Internacional do Cuidado Auditivo, comemorado na última terça-feira, 3 de março, a OMS estimou que 50% dessa faixa etária (12 a 35 anos) está exposta a riscos pelo uso excessivo de tocadores de mp3 e smartphones, e 40% pelos níveis de ruído prejudiciais de discotecas e bares.
Mas como saber quando estamos causando danos, talvez irreversíveis, a nossos ouvidos?
Especialistas avaliam que 85 decibéis (dB) até 8 horas é o nível máximo de exposição sem riscos a que um ser humano pode se submeter. Esse período de tempo diminui na medida em que a intensidade do som aumenta.
Não se trata de uma tarefa fácil, especialmente considerando que o volume de dispositivos de áudio pessoais, como tocadores de mp3, pode variar entre 75 dB e 136 dB no nível máximo.
O relatório da OMS recomenda, contudo, que as pessoas usem esses aparelhos não mais do que uma hora por dia e a um volume baixo.
Já em discotecas e bares, os níveis de ruído podem variar entre 104 dB e 112 dB. De acordo com os parâmetros determinados pelo órgão da ONU, permanecer mais de 15 minutos nesses locais não é seguro. O mesmo se aplica em instalações esportivas, onde o nível de ruído oscila entre 80 dB e 117 dB.
Segundo médicos, a exposição a esses ambientes provoca cansaço nas células sensoriais auditivas. O resultado é a perda temporária da audição ou acúfeno (sensação de zumbido no ouvido).
A capacidade auditiva melhora na medida em que as células se recuperam, mas quando "os sons são muito fortes ou a exposição ocorre regularmente ou de forma prolongada, as células sensoriais e outras estruturas podem ser danificadas permanentemente, causando uma perda irreversível da audição", informa a OMS.
Para se ter uma ideia, uma pessoa que ouve 15 minutos de música a 100 dB está exposta a níveis semelhantes de ruído aos níveis enfrentados por um operário que trabalhe oito horas por dia a 85 dB.
Confira o volume máximo de exposição ao som que a OMS considera seguro:
  • 85 dB: nível de ruído no interior de um carro. Tempo máximo seguro: oito horas.
  • 90 dB: cortador de grama. Tempo máximo seguro: Duas horas e 30 minutos.
  • 95 dB: ruído médio de uma motocicleta. Tempo máximo seguro: 47 minutos.
  • 100 dB: buzina de um carro ou metrô. Tempo máximo seguro: 15 minutos.
  • 105 dB: tocador de mp3 no volume máximo. Tempo máximo seguro: Quatro minutos.
No relatório, a OMS também fez algumas recomendações para quem pretende proteger a audição. São elas:
  • Mantenha o volume baixo.
Regule o volume de seu tocador de mp3 para que nunca exceda 60% do volume total. Use tampões de ouvido toda vez que for a um evento onde o ambiente seja extremamente barulhento, como discotecas ou bares.
  • Limite o tempo gasto em atividades barulhentas.
A duração da exposição ao ruído é um dos principais fatores por trás da perda de audição. É aconselhável fazer breves descansos auditivos e limitar a uma hora diária o uso de fones de ouvido.
  • Preste atenção aos níveis seguros de exposição ao ruído.
Use a tecnologia dos smartphones para ajudá-lo a medir os níveis de exposição ao ruído.
  • Preste atenção aos primeiros sinais de perda de audição.
A OMS recomenda procurar imediatamente um médico se houver dificuldades para ouvir sons agudos, como campainha, telefone ou despertador, ou entender a conversa por telefone e até mesmo em ambientes barulhentos.

Fonte: BBC Brasil

sábado, 31 de janeiro de 2015

Por que tanto dizem que a mamadeira modifica negativamente a formação oral do bebê?

Neste vídeo a Fonoaudióloga Aline Sudo explica em detalhes qual a diferença entre o movimento que o bebê faz com a boca quando ordenha a mama materna e a sucção do bico da mamadeira. Por que tanto dizem que a mamadeira modifica negativamente a formação oral do bebê?


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sonecas são fundamentais para aprendizado de bebês, diz pesquisa

Foto: Thinkstock 
Sonecas são essenciais para o aprendizado na primeira infância, dizem cientistas.
Pesquisas com 216 bebês de até 12 meses indicam que eles não conseguiam recordar novas tarefas se não tirassem uma longa soneca pouco depois do novo aprendizado.
A equipe de pesquisadores, da Universidade de Sheffield, sugere que o melhor momento para aprender parece ser pouco antes de dormir. Eles também enfatizam a importância de ler histórias antes de as crianças dormirem.
Especialistas acreditam que o sono seja muito mais importante nos primeiros anos de vida do que em outras idades.
As pessoas passam a maior parte de seu tempo dormindo enquanto bebês, em comparação com outros anos da vida. Apesar disso, os pesquisadores de Sheffield e da Ruhr University Bochum, na Alemanha, dizem que "pouco se sabe" a respeito do papel desempenhado pelo sono no primeiro ano de vida do bebê.

Aprender, dormir, repetir

Os cientistas ensinaram novas tarefas (na forma de brincadeiras com fantoches) a bebês de 6 a 12 meses de idade.
Metade dos bebês dormiu até quatro horas depois do aprendizado, enquanto os demais não dormiram ou tiraram sonecas curtas, de menos de 30 minutos.
No dia seguinte, os bebês foram estimulados a repetir o que haviam aprendido.

Os resultados, publicados em Proceedings of the National Academy of Sciences, mostraram que o ato de "dormir como um bebê" foi vital para o aprendizado.
Em média, uma tarefa e meia puderam ser repetidas após uma longa soneca.
Em comparação, eles não conseguiam repetir nenhuma tarefa se não tivessem dormido o bastante.
"Os que dormiram após aprender conseguiram assimilar bem; os que não dormiram não aprenderam nada", diz à BBC Jane Herbert, do departamento de psicologia da Universidade de Sheffield.
Ela disse que presumia-se que bebês bem despertos conseguiam aprender melhor. No entanto, "talvez os eventos ocorridos pouco antes do sono sejam os mais importantes".
As descobertas mostraram também o "quão valioso" é ler livros com as crianças antes de elas dormirem.
E são reforçadas por um estudo do ano passado que identificou os mecanismos da memória durante o sono, que apontou como novas conexões entre células cerebrais são formadas durante o sono.

Ressalvas

"Talvez o sono seja muito mais importante em algumas idades do que em outras, mas tudo isso ainda precisa ser mais fortemente estabelecido", ressalta o profesor Derk-Jan Dijk, cientista do sono na Universidade de Surrey.
Ele afirma que bebês "certamente precisam dormir bastante" para estimular o aprendizado, mas concentrar esse aprendizado pouco antes de dormir talvez não seja a melhor alternativa.
"O que os dados mostram é que dormir após aprender é positivo, mas não que estar com sono durante o aprendizado é positivo."
Também há um crescente interesse no sono e na memória no outro extremo da vida: na terceira idade, principalmente levando-se em conta problemas neurodegenerativos, como a demência.
Acredita-se que estimular o sono possa retardar a deterioração da função da memória.






segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Anvisa aprova uso do canabidiol como medicamento no Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quarta-feira (14/01/2015), por unanimidade, a reclassificação do canabidiol como medicamento de uso controlado e não mais como substância proibida. A decisão foi tomada durante reunião da diretoria colegiada na sede do órgão, em Brasília.
A maior parte dos diretores ressaltou que não há relatos de dependência relacionada ao uso de canabidiol, enquanto há diversos indícios registrados na literatura científica de que a substância auxilia no tratamento de enfermidades, como a epilepsia grave.
Os diretores também ressaltaram que a reclassificação abre caminho para que as famílias que fazem uso do canabidiol não continuem a agir na ilegalidade ou por fazer uso de uma substância proibida, além de abrir caminho para mais pesquisas.
A Anvisa iniciou a discussão sobre a possibilidade da reclassificação da substância em maio de 2014. Na época, não houve decisão terminativa sobre a questão. Desde então, a agência vem autorizando a liberação de importação do canabidiol em caráter excepcional.
Até o momento, o governo federal recebeu 374 pedidos de importação para uso pessoal. Desses, 336 foram autorizados, 20 aguardam o cumprimento de exigência pelos interessados e 11 estão em análise pela área técnica. Há ainda sete arquivamentos, sendo três mandados judiciais cumpridos, duas desistências e três falecimentos de pacientes após a entrada do pedido.
Fonte: Agência Brasil

domingo, 18 de janeiro de 2015

Pela primeira vez Doença de Alzheimer é revertida em paciente

A doença de Alzheimer foi revertida pela primeira vez no Canadá e com sucesso. Uma equipe de investigadores canadenses, da Universidade de Toronto, liderada por Andres Lozano, usou uma técnica de estimulação cerebral profunda, diretamente no cérebro de seis pacientes, conseguindo travar a doença. O estudo vem publicado na «Annals of Neurology».
Em dois destes pacientes, a deterioração da área do cérebro associada à memória não só parou de encolher como voltou a crescer. Nos outros quatro, o processo de deterioração parou por completo.
Nos portadores de Alzheimer, a região do hipocampo é uma das primeiras a encolher. O centro de memória funciona nessa área cerebral, convertendo as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo. Sendo assim, a degradação do hipocampo revela alguns dos primeiros sintomas da doença, como a perda de memória e a desorientação.
Imagens cerebrais revelam que o lobo temporal, onde está o hipocampo e o cingulado posterior, usam menos glicose do que o normal, sugerindo que estão desligadas e ambas têm um papel importante na memória.
Para tentar reverter esse quadro degenerativo, Lozano e sua equipa recorreram à estimulação cerebral – enviar impulsos elétricos para o cérebro através de eléctrodos implantados.
O grupo instalou os dispositivos perto do fórnix – um aglomerado de neurónios que enviam sinais para o hipocampo – dos pacientes diagnosticados com Alzheimer há pelo menos um ano. Os investigadores aplicaram pequenos impulsos eléctricos 130 vezes por segundo.
Testes realizados um ano depois mostram que a redução da glicose foi revertida nas seis pessoas. Esta descoberta pode levar a novos caminhos para tratamentos de Alzheimer, uma vez que é a primeira vez que foi revertida.
Os cientistas admitem, no entanto, que a técnica ainda não é conclusiva e que necessita de mais investigação. A equipa vai agora iniciar um novo teste que envolvem 50 pessoas. 
 Fonte: Ciência Hoje 

sábado, 3 de janeiro de 2015

Crianças autistas que vivem com pets são mais sociáveis, diz pesquisa

 
Considerados catalisadores de interação social, animais de estimação desempenham um papel importante na vida das crianças. Isso não é novidade, mas a Universidade de Missouri-Columbia, nos Estados Unidos, decidiu estudar a interação dos pets com crianças autistas e descobriu que essa parceria só traz benefícios. Após viver com eles em casa, segundo os pesquisadores, crianças com autismo fortalecem suas habilidades sociais.
Gretchen Carlisle, pesquisadora do núcleo de interação animal do Departamento de Medicina Veterinária, explica que crianças autistas criadas com qualquer animal de estimação demonstraram maior capacidade comportamental. Elas aprendem a se apresentar, pedir informações e responder perguntas. “Essas ações normalmente são muito difíceis para autistas, mas o estudo mostrou que elas se tornam assertivas quando vivem com os animais”. Ela cita ainda cães e gatos como “lubrificantes sociais”.  
Outro ponto interessante do estudo são as suas variáveis. Enquanto o resultado pode ser mais efetivo quando o cão está com a família por muitos anos, crianças autistas mais velhas classificaram como “fraca” a relação delas com o animal. Além disso, os participantes do estudo demonstraram preferência por cães pequenos. “Temos muitas crianças que são apegadas em outros pets, como coelhos e gatos, o que serve como evidência de que outros animais [além dos cães] também podem beneficiá-las”.
A universidade entrevistou 70 famílias com crianças autistas entre 8 e 18 anos. Entre os participantes, quase 70% têm cães em casa e metade prefere gatos. “Cães são bons para algumas crianças, mas pode não ser a melhor opção para todas”. Ao buscar um pet para o filho diagnosticado com autismo, alguns entrevistados escolheram peixes, animais de fazenda, roedores, coelhos, répteis, pássaros e até aranhas como animal de estimação.

Assista ao vídeo em inglês sobre o estudo com crianças autistas: 
 

Fonte: iG São Paulo