quinta-feira, 4 de julho de 2013

Esclerose múltipla afeta 2,5 milhões de pessoas no mundo


Entre as doenças autoimunes, uma das menos conhecidas e que também faz muitas vítimas do sexo feminino é a esclerose múltipla. De acordo com uma pesquisa produzida recentemente pelo Instituto Ipsos Healthcare, 80% das brasileiras não sabem o que é a esclerose múltipla. O pior é que, assim como outras doenças autoimunes, esta também atinge mais o sexo feminino. Para cada homem acometido, há três mulheres com esse diagnóstico, segundo a médica neurologista do Hospital Santa Cruz, Ana Carolina Dalmônico.
Esta doença autoimune de caráter neurológico se caracteriza pela lesão e/ou destruição da bainha de mielina, uma membrana que reveste parte dos neurônios, podendo resultar em danos de outras regiões do corpo. Alguns dos pontos mais atingidos são os membros inferiores e a região dos olhos. A causa é desconhecida, mas existe comprovação de que há predisposição genética e que alguns fatores ambientais podem contribuir, como o tabagismo e a exposição a alguns vírus.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a esclerose múltipla afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, estudos indicam a existência de 15 casos para 100 habitantes. E, por mais que esse nome, esclerose múltipla, dê a impressão de que se trata de uma doença de gente de mais idade, a maioria dos pacientes está na faixa etária entre os 20 e 40 anos. Este é o caso de Elisa Cássia de Souza Ribeiro, 34 anos, diagnosticada há três anos com esclerose múltipla.
“Durante muito tempo, achei que era estresse, pois tinha muita tontura e falta de equilíbrio, até descobrir que era esclerose. Mas, de qualquer forma, o estresse e a ansiedade têm relação com os sintomas, piorando o quadro, tanto é que estou afastada do trabalho por dois meses por causa disso”, conta a contabilista. Desde 2011, ela faz tratamento com um medicamento injetável e está tentando mudar o ritmo de vida. A doença está controlada, mas isso não impediu que ela tivesse algumas crises, sofrendo com fraqueza nas pernas, incontinência urinária e tontura.
Todos os sintomas que Elisa já sentiu são bem típicos da esclerose, mas eles variam de acordo com as lesões e as sequelas causadas pelos danos no sistema nervoso, de acordo com o médico neurologista do Hospital Vita, Cleverson de Macedo Gracia. “As principais sequelas se dão na coordenação motora, que é comandado pelo sistema nervoso. Desta forma, alguns dos sintomas mais comuns são paralisia nas pernas, dificuldade para urinar, perda de visão, perda de equilíbrio, dificuldade para engolir e falar”, afirma.
No início, quando foi diagnosticada com a doença, Elisa ficou com medo de que tudo isso  acontecesse com ela. “Comecei a ler sobre a esclerose e fiquei bastante assustada, mas aí entendi que com controle da doença, o sintomas são amenizados, não chegando a este ponto”, comenta. Segundo Gracia, existem três tipos de esclerose múltipla (dois com e um sem surto) e que as primeiras crises não deixam graves sequelas. Portanto, quanto mais cedo o diagnóstico for realizado, maiores são as possibilidades de controle.
Segundo o médico, o tipo mais comum é a esclerose recorrente remissiva (começa com crises, mas depois o quadro fica estável). Os demais são a primária progressiva (não há crises, mas o quadro piora gradualmente) e a secundária progressiva (começa com crises, que param depois, mas o quadro piora gradualmente). O diagnóstico é feito por meio de análise da história clínica e exame físico neurológico do paciente, podendo haver necessidade de exames complementares, como a ressonância magnética. O tratamento é feito com medicamentos específicos para controle do sistema imunológico e das sequelas.
Para Gracia, as mulheres jovens são mais acometidas porque, além dessa característica genética, as doenças autoimunes estão bastante relacionadas a questões emocionais. “As mulheres são mais reativas, mais sensíveis, e é nessa idade que o sistema imunológico está mais forte trabalha em excesso quando há essa predisposição ao desenvolvimento de uma doença autoimune como a esclerose múltipla”, explica. Nem mesmo as celebridades escapam desta doença, como a atriz Cláudia Rodrigues (a eterna Marinete, de A Diarista), 41 anos, que voltou aos palcos recentemente, depois de conseguir controlar a esclerose múltipla, e também está no ar em Zorra Total.

Fonte: Paraná Online
           Aliocha Mauricio

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