Cientistas da Universidade Brown, nos Estados Unidos, descobriram que a
mutação de um gene, que é associado com alguns tipos de autismo em
humanos, pode dificultar o crescimento e a conectividade de células
cerebrais de camundongos.
O estudo publicado nesta quinta-feira (12) na revista especializada
Neuron ressalta, ainda, que o grupo conseguiu restaurar o crescimento
neuronal nas cobaias ao compensar o problema nos mecanismos moleculares
que eles identificaram.
Essa mutação, que produz a proteína NHE6, está diretamente associada à
síndrome de Christianson, um tipo raro e severo de autismo, mas os
pesquisadores afirmam que esse gene pode estar ligado a casos mais
comuns da doença.
A NHE6 ajuda a regular a acidez do endossomo nas células. Essas
organelas transportam o material das células e também degradam
proteínas, até mesmo as que são necessárias para que os neurônios
cresçam seus braços, os axônios e os dendritos, para formar as conexões
dentro do cérebro.
"No autismo generalizado essa proteína é desregulada. Isso significa,
para nós, que a regulação baixa de NHE6 é relevante para um subgrupo
considerável de autismo", explica Eric Morrow, professor da Universidade
que liderou a pesquisa.
A equipe constatou menos sinapses nos camundongos que tinham essa
proteína desregulada, além de uma maior degradação de um receptor de
proteína, responsável pelo BDNF (ou fator neurotrófico derivado do
cérebro), que regula a sobrevivência neuronal e a plasticidade das
conexões do sistema nervoso.
Para reverter a falha genética, eles deram uma "carga extra" do BDNF, o
que ajudou a aumentar a ramificação dos neurônios mutantes, deixando-os
com axônios e dendritos próximos aos de um neurônio normal.
"Neste trabalho, nós mostramos que a sinalização da BDNF é atenuada em
camundongos mutantes, mas não está bloqueada. Você pode resgatar [o
crescimento neuronal] transformando essa sinalização", conclui o
pesquisador.
Fonte: UOL

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